sábado, 19 de dezembro de 2020

HINOMARU - BANDEIRA DA RECONCILIAÇÃO

 A devolução de bandeira de ex-soldado expressa o sentimento de reconciliação entre familiares que mal se conheciam até então

Yosegaki Hinomaru, que em japonês significa bandeira da boa sorte, representava um tradicional presente que o soldado japonês recebia quando era convocado para as campanhas militares do então Império do Japão, principalmente durante a II Guerra Mundial. Yosegaki significa coleção de mensagens, e hinomaru, círculo em torno do sol, de modo que yosegaki hinomaru significa coleção de mensagens em torno do sol. Na bandeira nacional recebida, os familiares e amigos escreviam mensagens curtas expressando ao soldado desejos como de vitória, segurança ou simplesmente boa sorte.  

Nos campos de batalha no Pacífico, com a gradual derrota das forças japonesas perante as norte-americanas, as bandeiras da boa sorte frequentemente caíam nas mãos dos soldados americanos, muitas das quais foram guardadas como lembranças ou  souvenirs. Mas muitos dos ex-soldados americanos por alguma razão desenvolveram o sentimento de um dia devolver essas bandeiras ou outros objetos capturados aos familiares dos soldados japoneses mortos.

a) OBON SOCIETY: Give Peace a Chance

3 de jul. de 2020

OBON SOCIETY

b) US Vet Returns Japan Flag to Soldier's Family

15 de ago. de 2017

Associated Press

Obon Society e o retorno das bandeiras hinomaru aos familiares

A Obon Society de Oregon é uma organização humanitária fundada pelo casal Rex e Keiko Ziak, dedicada a prover oportunidade de reconciliação entre famílias envolvidas em guerras no passado mediante retorno de objetos pessoais capturados e guardados durante as operações de guerra. Entre esses objetos pessoais destacavam-se fotos, documentos, diários, espadas, mas principalmente os célebres Yosegaki Hinomaru.  

A fundação da Obon Society foi motivada pela própria experiência pessoal da Keiko, que em 2007 teve a bandeira hinomaru carregada pelo seu avô, considerado desaparecido em Birmânia, retornada à sua família. Na época a bandeira estava em mãos de um colecionador no Canadá, a qual foi trazida a Tokyo e deixada na recepção de um hotel, o qual após 1 ano de procura, conseguir localizar e devolver à sua família. Ao receber a bandeira, a mãe da Keiko expressou o sentimento de que finalmente o espírito do seu pai, por intermédio da bandeira, tinha retornado ao seu lar. 

Em 2015, 70 anos após o fim da II Guerra Mundial, o trabalho da Obon Society foi reconhecido pelo governo japonês como um importante instrumento de reconciliação e entendimento mútuos e de amizade entre os EUA e o Japão. Assim, em agosto de 2017, tinham retornado 108 bandeiras e mais de 295 estavam em processo ou em tentativa de devolução. 

O retorno da bandeira por Marvin Strombo à família Yasue em 2017

Entre as devoluções exitosas, destaca-se a história do veterano soldado americano do US Marine Marvin Strombo.  Em agosto de 2017, aos 93 anos, ele se tornou o primeiro veterano americano da guerra a devolver pessoalmente uma bandeira Yosegaki Hinomaru  à uma família japonesa, no caso aos 3 irmãos de Sadao Yasue, oficial japonês morto em 1944 na Batalha de Saipan.   Assim, 73 anos depois, finalmente a bandeira voltou ao seio da família Yasue, em uma cerimônia emocionante na vila de Higashi-Ishirakawa no Japão, em que se manifestou um verdadeiro sentimento de reconciliação entre os familiares que mal se conheciam até então.

Esse ato simples mas altamente simbólico parece indicar como as guerras, em último caso, são desencadeadas por líderes de governos, as quais acabam provocando verdadeiras tragédias humanas, muitas vezes, sem que as pessoas envolvidas tenham plena consciência das reais razões para o desencadeamento de conflitos armados nessas proporções entre países, povos e civilizações.  É um verdadeiro apelo emocionante para que a guerra seja evitada até o último recurso.

Shoji



sábado, 12 de dezembro de 2020

LEYLA HUSSEIN PRIMEIRA NEGRA REITORA DA UNIVERSIDADE ST ANDREWS

 Leyla Hussein destaca-se no combate à mutilação genital feminina que ela mesma sofreu aos 7 anos

Desde 02.11.2020, Leyla Hussein é a primeira mulher negra a ocupar o cargo de reitora da St. Andrew University, a mais antiga universidade da Escócia. Leyla, psicoterapeuta e professora, nasceu em Mogadíscio, capital da Somália, com passagem pela Arábia Saudita antes de a família emigrar para a Europa, foi eleita pelo voto direto de alunos e funcionários da instituição para um mandato de 3 anos à frente da mais importante universidade escocesa e a 3ª mais do Reino Unido, atrás apenas de Oxford e Cambridge.

Ref.:) FGM Survivor: Leyla Hussein's Story

6 de fev. de 2018

Global Citizen

Leyla é cidadã britânica e em 2019 foi nomeada membro da Ordem do Império Britânico (OBE) pela Rainha Elizabeth II por sua luta contra a mutilação genital feminina (MGF), sendo reconhecida internacionalmente pela dedicação para a eliminação dessa prática deprimente que ainda afeta parte da população feminina de vários países especialmente sob influência islâmica na África e Ásia.

Luta contra a mutilação genital feminina

A mutilação genital feminina (MGF) é a remoção ritualista de parte ou de todos os órgãos sexuais externos femininos, executada por um circuncisador tradicional com a utilização de uma lâmina de corte, com ou sem anestesia.  A prática tem raízes nas desigualdades de gênero, em tentativas de controlar a sexualidade da mulher e em ideias sobre pureza, modéstia e estética, sendo motivada por suposta questão de honra e por receio de que a não realização dessa intervenção possam expor as mulheres  à exclusão social. Além de expor essas meninas e mulheres a sofrimento e constrangimento injustificados, não são conhecidos quaisquer benefícios médicos dessa prática. 

Leyla Hussein é fundadora do Projeto Dahlia, pioneiro no Reino Unido no acolhimento e assistência médica e psicológica a mulheres e crianças vítimas de algum tipo de MGF e da organização Filhas de Eva (Daughters of Eve), que recebe informações a respeito de jovens e mulheres que estejam vivendo algum tipo de opressão por causa da mutilação genital. Ela mesma passou por essa prática quando tinha 7 anos de idade na Somália. De acordo com o Projeto Dhalia, mais de 210 milhões de mulheres vivem, hoje, mutiladas por essa prática, meio milhão delas só na Europa. A cada ano, ainda cerca de 3 milhões de meninas passam por esses procedimentos invasivos e traumáticos, que causam hemorragias, ataques cardíacos, disfunções sexuais e traumas psicológicos profundos. 

Esforço mundial pela eliminação da MGF

Desde a década de 1970 esforços internacionais têm sido feitos para abolir a mutilação genital feminina, no sentido de restringir ou tornar ilegal em grande parte dos países onde ainda é comum, mas ainda são grandes as dificuldades em fazer cumprir a lei.  Em 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu a mutilação genital feminina como violação de direitos humanos e votou de forma unânime pela intensificação dos esforços pela sua efetiva abolição.

Shoji



sábado, 14 de novembro de 2020

COMO ESTÁ A MEIA ENTRADA DEVE SER EXTINTA

 A meia virou entrada inteira e não atende aos mais necessitados

Em uma consulta pública da Agência Nacional de Cinema (Ancine), encerrada em 13.07.2020, a Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade do Ministério da Economia opinou pela extinção das regras que determinam a meia-entrada em cinemas do País. A Lei federal nº 12.933, de 2013, prevê o benefício da meia-entrada para idosos, estudantes e jovens de baixa renda em espetáculos artísticos, culturais e esportivos. 

Leis estaduais e municipais também legislam sobre o tema, concedendo benefícios de meia-entrada de forma generosa, caso a caso, para, por exemplo, professores e servidores da rede pública de ensino, doadores de sangue, deficientes físicos, aposentados e pensionistas do INSS, portadores de certas doenças, etc. No Distrito Federal, em outro exemplo distorsivo, uma lei distrital de 2016 concedeu esse benefício aos vigilantes e profissionais de segurança, o que mostra claramente que esse benefício acaba sendo concedido para os grupos organizados com maior poder de pressão. 

Ref.:) Meia entrada pra estudante: quem paga a conta?

5 de abr. de 2016

Canal do Bom Senso

Quando muitos pagam meia, a meia vira a entrada cheia

Em função da falta de critérios rigorosos sobre o tema, o contingente de beneficiários hoje supera a metade da população brasileira, segundo a Ancine, de modo que em 2019 80% dos ingressos em cinema foram como meia-entrada. 

Essa altíssima proporção de meia entrada acaba forçando o aumento da entrada inteira, o que encarece o ingresso para os poucos que pagam o valor integral, configurando total distorção na formação de preço no mercado de entretenimento. 

A meia-entrada pode ser considerado como um sistema de subsídios cruzados  ineficiente. Como os preços são livres, o ônus maior recai sobre o grupo de pessoas que pagam a entrada inteira. Como essa parcela diminui, os preços sobem para manter a viabilidade do negócio, excluindo mais consumidores e forçando novo reajuste, num círculo vicioso. 

Para o ex-secretário de Política Econômica, Marcos Lisboa, a meia-entrada nos cinemas é uma distorção que se repete em diversos setores, como no crédito, que é subsidiado para alguns setores, e no transporte público, que é gratuito para alguns grupos. Se o Estado quer beneficiar algum grupo, deve pagar o subsídio com recursos do orçamento público. Mas, há outras formas melhores de usar os recursos públicos do que subsidiar entradas de cinema.

O Brasil tem há muitos anos essa prática de criar distorções, em que se oferece um preço diferente para um certo grupo, e o que acontece é que o custo tem que ser coberto e o preço cheio acaba ficando muito maior. Se todo mundo paga meia, a meia vira a entrada cheia.

A meia entrada não beneficia os mais pobres

Ademais, essa política é injusta por não beneficiar necessariamente aqueles de mais baixa renda, pois os critérios de concessão do benefício não se baseiam principalmente no critério de renda, mas sim de categorização dos consumidores, classificando os como estudantes, idosos, profissionais de ensino, doadores de sangue, etc. 

O Brasil é um dos poucos, senão o único país do mundo que concede meia-entrada instituída por lei, pois no resto do mundo geralmente os próprios empresários entendem a necessidade da diversificação de cobranças de acordo com o poder aquisitivo e faixa etária, segundo sua própria percepção sobre a melhor forma de atender às necessidade e condições do seu público consumidor. 

Em função das distorções provocadas, o benefício da meia entrada deve sofrer uma profunda revisão, caso haja alguma solução simples e viável, ou simplesmente a sua própria extinção. 

Shoji


sábado, 7 de novembro de 2020

PANDEMIAS ESTÃO RELACIONADAS À DEGRADAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

 As pandemias são provocadas pelo contato dos humanos com animais que hospedam micróbios ainda desconhecidos

O trabalho encomendado pela Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), conduzido por um grupo de 22 cientistas especialistas de diversas áreas, mostram as evidências da relação entre a expansão de doenças infecciosas transmitidas de animais para pessoas, como a atual pandemia do Covid-19, e a degradação da biodiversidade. O estudo, divulgado em 29.10.2020, alerta que futuras pandemias surgirão mais frequentemente, espalharão mais rapidamente e matarão mais pessoas do que o Covid-19 a menos que ocorra uma mudança drástica na forma de lidar com as doenças infecciosas. 

Ref.: a) Entenda a Relação entre Desmatamento e Pandemia

30 de mar. de 2020

Esfera Cientifica

b) O que desmatamento tem a ver com novas pandemias?

17 de ago. de 2020

Pesquisa Fapesp

As pandemias têm origem em diversos micróbios transportados por hospedeiros animais, mas seu surgimento é impulsionado por atividades humanas. As causas subjacentes das pandemias são as mesmas alterações ambientais que desencadeiam a perda da biodiversidade e as mudanças climáticas, o que inclui mudanças no uso da terra, expansão e intensificação da agricultura e comércio e consumo de animais silvestres.

Todas essas condições deixam animais de criação e pessoas próximos à vida selvagem, facilitando aos micróbios dos animais se moverem para as pessoas, levando a infecções, surtos e mais raramente a verdadeiras pandemias, que se espalham por diversas vias, por aglomerações urbanas e até em escala global. Segundo o trabalho do IPBES, 70% das doenças emergentes no mundo, como ebola e zika, e quase todas as pandemias (influenza, HIV/aids, Covid-19) são zoonoses, ou seja, causadas por micróbios que infectavam originalmente animais. 

O Covid-19 é ao menos a 6ª pandemia global desde a grande pandemia da Influenza de 1918, e tem origem em micróbios hospedados em animais mas como as demais pandemias foi impulsionado pelas atividades humanas. É estimada a existência de outros 1,7 milhões de vírus desconhecidos em mamíferos e aves, dos quais 850.000 teriam potencial de infectar seres humanos. 

Preservação da biodiversidade contra o surto de pandemias

O cerne da questão, portanto, não é culpar a natureza, mas entender que o surgimento das doenças ocorre pelo fato de estarmos afetando o ambiente onde os micróbios estão quietos, e a aproximação dos seres humanos a esses locus é causada pelo desmatamento, expansão demográfica e agrícola e o tráfico de animais silvestres. 

O estudo indica que é possível escaparmos da possível era das pandemias adotando medidas mais preventivas que reativas, basicamente reduzindo as pressões humanas sobre a natureza e a biodiversidade, o que seriam menos custosas financeiramente do que lidar com os efeitos das pandemias, como está ocorrendo atualmente com os impactos sanitários, sociais e econômicos do Covid-19. 

No Brasil, deve-se a alertar que a agressão ao meio ambiente continua sendo um fato cotidiano como o desmatamento da maior cobertura florestal do mundo, na Amazônia, das riquíssimas  mas cada vez menos extensas áreas do cerrado, do Pantanal, e ainda do que resta da  Mata Atlântica, acompanhado de queimadas e  outras agressões como os garimpos irregulares que acarretam perda da biodiversidade e colocam em risco de extinção as diversas espécies vegetais, cujos valores científicos e econômicos ainda são desconhecidos, bem como de diversas espécies animais, e ainda ameaçam os habitats e o patrimônio cultural dos habitantes primitivos do Brasil. 

Shoji


sábado, 31 de outubro de 2020

ACORDO HISTÓRICO ENTRE ISRAEL E SUDÃO

 O acordo com o Sudão fortalece as perspectivas de pacificação no Oriente Médio e no norte da África

Sob a mediação do presidente norte-americano, Donald Trump, em 23.10.2020, Israel, representado pelo primeiro ministro Benjamin Netanyahu e o Sudão, pelo primeiro-ministro Abdalla Hamdok,  normalizaram as relações diplomáticas, configurando o 5º acordo de paz entre Israel e um país de maioria árabe e muçulmana, desde a constituição do estado de Israel em 1948, sendo os anteriores com o Egito em 1979, com a Jordânia em 1994, com os Emirados Árabes Unidos (EAU) e com Bahrein, estes 2 últimos em agosto e setembro de 2020, respectivamente, que podem ser seguidos por acordos semelhantes com outros países muçulmanos da região, abrindo perspectivas mais concretas de paz e estabilidade no Oriente Médio e no norte da África.

Ref.: a) EUA retiram Sudão da lista de países que apoiam o terrorismo | AFP

23 de out. de 2020

AFP Português

b) Israel y Sudán normalizan relaciones con mediación de EE. UU.

24 de out. de 2020

FRANCE 24 Español

Aumento do protagonismo da Península Arábica e do Norte da África

Para os EAU e o Bahrein, a normalização do relacionamento com Israel, um dos grandes polos de desenvolvimento econômico e tecnológico do Oriente Médio, se coaduna com a sua visão estratégica e pragmática de longo prazo de viabilizar alternativas econômicas sustentáveis, que possam reduzir gradualmente a atual enorme dependência do país de recursos não renováveis como petróleo e gás. Os EAU têm nesse acordo a oportunidade de ampliar a influência regional dessa riquíssima confederação de 7 estados, liderada por Abu Dabhi e Dubai, demonstrando que as relações no mundo árabe estão mudando sensivelmente, com o deslocamento do eixo da influência do Egito, a antiga potência regional, para as monarquias da Península Arábica. 

Acordo com o Sudão fortalece as perspectivas de pacificação também no norte da África

Desde a queda em 2019 do ditador Omar al-Bashir no poder há 30 anos, acusado de crimes contra a humanidade, crimes de guerra e até de genocídio (na região sudanesa de Darfur), o Sudão tem procurado a consolidação de um governo de transição para as eleições de 2022 e buscado ampliar as relações diplomáticas com os países democráticos.

Para viabilizar esse acordo, os EUA retiraram o Sudão da lista de países patrocinadores do terrorismo, em que constava há quase 30 anos, o que desbloqueia o acesso do Sudão a investimentos e ajuda financeira de organizações, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para Israel, faz parte da sua estratégia geopolítica regional de normalizar o relacionamento com o maior número de países muçulmanos, incluindo a Arábia Saudita, os países do golfo pérsico e agora do norte da África, e ao mesmo tempo de contrabalançar a crescente ameaça representada pelo Irã, o seu maior inimigo na região,  que exerce forte influência em países como a Síria, o Líbano, neste por intermédio do grupo Hezbollah, considerado terrorista, e o Iêmen, onde o Irã fornece apoio aos rebeldes houthis xiitas contra forças governamentais iemenitas, estas apoiadas pela Arábia Saudita e pelos EAU. 

A continuidade de novos acordos de paz com outros países da região, como Omã e Marrocos, pode propiciar as condições mais sólidas para se alcançar a tão almejada pacificação no Oriente Médio e no norte da África, afastando cada vez mais essas regiões do risco de desencadear conflitos militares, raciais e religiosos até em escala global.  

Shoji


sábado, 24 de outubro de 2020

RATA HEROÍNA NA LIMPEZA DE MINA TERRESTRE

 Ratos são mais hábeis e rápidos na limpeza de áreas minadas de explosivos

A Convenção sobre a Proibição do Uso, Armazenamento, Produção e Transferência de Minas Antipessoais e sobre a sua Destruição, mais conhecida como Tratado de Ottawa de 1997, proíbe o uso, a produção e a estocagem de minas terrestres antipessoais. O Tratado foi aberto a assinatura em 03.12.1997 e entrou em vigor em 01.03.1999, e conta com adesão de 161 países, mas cerca de 35 países não aderiram, entre eles EUA, Rússia, China, Índia e Cuba. 

Ref.: a) 'Minas terrestres não fazem distinção entre um soldado e uma criança'
9 de abr. de 2013
ONU Brasil
b) Rat Gets Gold Medal for Sniffing Out Landmines
28 de set. de 2020
Inside Edition
c) Mine-detecting rat receives gold medal for ‘lifesaving bravery’
25 de set. de 2020
The Independent

A Convenção está baseada em regras consuetudinárias de Direito Internacional Humanitário aplicáveis a todos os países, as quais proíbem o uso de armas, que pela sua natureza não discriminem entre civis e combatentes ou causem sofrimentos desnecessários ou graves ferimentos às pessoas inocentes.

As minas terrestres antipessoais, que são explosivos acionados simplesmente pelo peso de uma pessoa, constituem tipicamente armas que não fazem a distinção entre soldados e civis e principalmente por continuar afetando extensas áreas mesmo após o fim dos conflitos, matando ou mutilando severamente vítimas inocentes que acidentalmente pisem nesses artefatos. Por serem baratas, pequenas e fáceis de utilizar, elas foram largamente usadas e ainda continuam sendo usadas nos vários conflitos militares, causando sofrimentos  e  devastações de ordem social e econômica em diversos países no mundo, mesmo após o fim dos conflitos, por tornarem essas áreas perigosas para qualquer uso pelos moradores locais, principalmente para atividades agropecuárias, de sobrevivência para comunidades carentes. Em 2012, ao menos 80 países tinham diversas áreas afetadas com explosivos enterrados.   

Roedores que ajudam Camboja a livrar das minas explosivas

Em função de ter sido cenário de vários conflitos militares, Camboja teve entre 1975 e 1998 diversas áreas com minas enterradas, que chegaram a causar milhares de vítimas. Para executar o trabalho de limpeza das minas, entre outros meios em Camboja são utilizados roedores africanos treinados para farejar o composto químico dentro dos explosivos, pelo fato desses pequenos animais dispor de habilidades de não acionar os detonadores em função do seu pequeno peso mas grande o suficiente para ser preso a uma coleira e também só de farejar explosivos e não pedaços de metais como acontece com os detectores convencionais, que muitas vezes acabam acionando falsos alarmes,  que dificultam e atrasam o trabalho de limpeza de minas. 

Premiação de Magawa, a rata exímia detectora de minas

No dia 25.09.2020, a rata Magawa, ganhou uma medalha de honra da People's Dispensary for Sick Animals (PDSA), a maior instituição de caridade veterinária do Reino Unido, por sua atuação na limpeza de minas terrestres no Camboja, não apenas salvando vidas, mas tornando essas terras novamente seguras para as comunidades. 

Magawa, de 7 anos, faz parte de um programa de treinamento de ratos africanos da ONG belga  Apopo, sediada na Tanzânia, criada no início dos anos 90 para o adestramento de roedores na detecção de minas graças à vantagem do seu leve peso e da habilidade de somente farejar os explosivos e não os pedaços de metais como ocorre com os detectores convencionais. Assim, ela é capaz de fazer buscas em área equivalente a uma quadra de tênis em 30 minutos, enquanto um humano com um detector de metais convencional levaria até 4 dias. Segundo a Apopo, esses roedores também teriam habilidade de detectar possíveis tumores de tuberculose em pessoas.

Shoji




sábado, 17 de outubro de 2020

CARRO LIMPO É O FUTURO LOGO!

 

A proibição da venda de carro a combustão a partir de 2035 na Califórnia induzirá outros estados americanos

Em 23.09.2020, o Decreto do Governo do Estado da Califórnia, nos EUA, proibiu a venda de carros novos a combustíveis fósseis, a excessão de gás, a partir de 2035, sob o argumento de que os “os carros não podem mais produzir asma nas crianças, piorar os incêndios florestais, derreter os glaciares, nem aumentar o nível do mar”. A decisão do governo da Califórnia acabará afetando os demais estados norte-americanos, pois a indústria automobilística não poderá fabricar carros especialmente para a Califórnia. 

Ref.) Jornal Nacional | Série Carros Elétricos | EUA, Japão e Europa estimulam compra de carros elétricos

29 de jul. de 2018

MR Solar Engenharia

Banimento de carros novos a combustão fortemente a partir de 2030

A decisão do governo californiano segue e reforça ainda mais aquelas já tomadas em outras regiões do mundo como na Europa e Ásia. Por exemplo, a Câmara Superior do Governo Federal da Alemanha (Bundesrat) resolveu proibir a venda de veículos movidos a combustíveis fósseis (não-renováveis) a partir de 2030 e a circulação de carros antigos com esse tipo de combustível a partir de 2050 na Alemanha, ou seja, a partir de 2030 os carros novos devem ser movidos a eletricidade, hidrogênio ou outras fontes de energia limpa. E a decisão alemã vem sendo seguida por vários outros países.  

O governo francês, por exemplo, anunciou em 06.07.2017 a decisão de proibir a venda de veículos a gasolina e a diesel a partir de 2040.  A Noruega, atualmente o país com maior penetração de veículos elétricos na região, irá banir a venda de automóveis convencionais até 2025.  O governo britânico, apesar da sua decisão de se retirar da União Européia, anunciou em 26.07.2017, o fim da venda de veículos movidos a gasolina ou a diesel até 2040, e a partir de 2050 a circulação desses mesmos carros convencionais. Até a Índia, um país em desenvolvimento como o Brasil, anunciou o seu propósito de acabar com a venda de carros novos a combustão até 2030. 

Essas ousadas decisões estão em sintonia com o propósito de contribuir para a redução de emissão de poluentes determinada pelo Pacto Mundial sobre o Clima na Conferência de Paris em dezembro/2015, que tem como meta principal conter o aquecimento global em até 2 graus centígrados até o final deste século. 

Fim da era do petróleo antes do esgotamento das suas reservas

Além de afetar um setor de grande impacto na economia e na indústria globais como é o segmento automobilístico, as metas associadas à venda e circulação de automóveis com combustível renovável revestem-se pela sua grande visibilidade aos cidadãos e pelo seu grande apelo aos consumidores.  Ou seja, se as pessoas começam a usar cada vez mais automóveis não-poluentes, isso certamente será um efeito indutor cada vez maior para que as pessoas passem a comprar e a usar mais produtos com características semelhantes, ou seja, de produtos e serviços ambientalmente não-agressivos.  

A politica adotada pelo governo da Califórnia e por vários países europeus reforça a convicção de que a era do petróleo chegará ao fim antes do esgotamento das reservas de hidrocarbonetos, como já tinha ocorrido com o fim da era do carvão. Ou seja, o fim da preponderância do petróleo será apressado não apenas pelo banimento dos motores a combustível fóssil mas também pela gradual mudança na matriz energética global, pela inexorável substituição das fontes de energia fósseis (não-renováveis) por fontes renováveis, especialmente a eólica e a solar.

Com isso consolida-se o movimento, em escala global, tendente a arrefecer o volume de emissão de gases na atmosfera nos próximos anos e décadas, e com isso atenuar a ameaça da ocorrência de grandes catástrofes ambientais em escala mundial.     

Shoji


sábado, 3 de outubro de 2020

FAKE NEWS SOBRE VACINA PARA O COVID-19

 As vacinas podem ser seguras e eficazes contra o Covid-19

A pandemia de Covid-19 é uma doença respiratória aguda causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), que foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, na China, em 01.12.2019, mas o primeiro caso foi reportado em 31.12.2019. Em 11.02.2020, o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou o termo Covid-19 como nome oficial da doença, porque a palavra coronavírus refere-se ao grupo que o vírus pertence, e não à última cepa descoberta, sendo que o vírus em si é designado por SARS-CoV-2. 

Pela sua característica de epidemia de doença infecciosa que se espalhou rapidamente por vastas regiões do planeta, a OMS, em 11.03.2020, declarou o surto do Covid-19 como uma pandemia. Até 30.09.2020, 33.642.602 casos da doença estavam confirmados em 188 países, com 1.007.769  mortes reportadas e cerca de 23 milhões de pessoas curadas. No Brasil, na mesma data, estavam confirmados 4.780.317 casos  e 143.010 mortes. 

CORONAVÍRUS: A VACINA PODE EDITAR SEU DNA???

14 de set. de 2020

Doutor Informação

Pesquisa para o desenvolvimento da vacina

Por iniciativa de diversos governos nacionais e entidades nacionais e internacionais, estão sendo realizados em ritmo acelerado  diversos estudos e experimentos científicos para o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19. Ao final de fev/2020,  a  OMS não esperava que uma vacina contra o SARS-CoV-2 esteja disponível em menos de 18 meses. 

Mas esse prazo pode ser abreviado pelo fato de tentativas anteriores de desenvolver uma vacina contra as doenças do coronavírus, SARS e MERS ter permitido acumular um conhecimento considerável sobre a estrutura e a função dos coronavírus, o que tem propiciado a aceleração na criação de várias plataformas tecnológicas de pesquisa para a vacina contra o COVID-19.  

Ao  final de junho de 2020, 194 experimentos de  vacina estavam em desenvolvimento, sendo 15 em testes em humanos: 2 na fase II (eficácia e testagem de dose), 5 na fase I-II (segurança e eficácia) e 8 em fase I. 


Benefícios e Custo da Vacina

Não é possível saber antecipadamente o grau de eficácia da vacina contra o vírus nem o custo total dos gastos para o seu desenvolvimento. Mas considerando que uma vacina eficaz pode evitar milhares de mortes e prejuízo econômico global  na casa dos trilhões de dólares, não há dúvida de que se justificam os investimentos que se situariam na casa de bilhões de dólares.  


Rumores, desinformação e fake news

Deve-se, entretanto, tomar cuidado contra a postagem nas mídias sociais de mensagens que procuram disseminar idéias conspiratórias que estariam por trás da pesquisa, desenvolvimento e testagem das vacinas contra o Covid-19. Uma delas, por exemplo, de autoria, origem e  data desconhecidas, dissemina a falsa concepção de que a vacina que usa a chamada plataforma de ácido nucleico pode alterar de forma definitiva o material genético humano, bem como pode inocular nanopartículas de controle social que permitiria o monitoramento da pessoa e o controle de seus dados pessoais. 

Mas esse tipo de desinformação é desmentido por exemplo pelo médico Antonio Felipe Valente, CRM do Paraná nº 28946, que afasta o risco de que a vacina que usa a chamada plataforma do RNA mensageiro venha a causar a alteração definitiva do material genético humano.  Ao contrário, muita coisa ainda deve ser desenvolvida, mas esse tipo de tecnologia pode ser bastante promissor para criar uma vacina segura e eficaz contra o Covid-19.  

Shoji


sábado, 26 de setembro de 2020

NOVOS ESPORTES NA OLIMPÍADA DE PARIS 2024

 

As novas modalidades objetivam atrair maior interesse dos jovens, disputadas em ambientes mais despojadas e descontraídas


Os XXXII Jogos Olímpicos da Era Moderna, em Tokyo, inicialmente  programados para ocorrer entre 24.07 a 09.08.2020 foram adiados para 23.07 a 08.08.2021,  por efeito da pandemia global do Covid-19.  Na evolução dos Jogos de Tokyo de 1964 para 2021, destaca-se a expansão das modalidades esportivas em disputa de 21 para 37, com o objetivo de atrair maior público, principalmente entre os jovens, as mulheres e os contingentes cada vez maiores de moradores comuns dos centros urbanos, com a inclusão do skate, surfe, karatê, escalada esportiva, beisebol/softbol e basquetebol 3x3.

A Olimpíada de 2024 em Paris inclui o break dance e o kitesurfe

A Olimpíada 2024 em Paris continuará essa tendência de atrair o público jovem e adeptos de novas modalidades esportivas e de lazer, praticadas em locais mais despojados e descontraídos, fora das grandes arenas, que exigem grandes investimentos. Assim, em princípio, serão incluídos o break dance e o kitesurfe, enquanto o karatê e o beisebol/softbol não seriam mantidos

 

Ref.:) a) Youth Olympic Games Recap International Olympic Dance Event | YAK x Dj FLEG

Estreou em 20 de fev. de 2019

YAKbattles

b) 2019 Formula Kite World Championships | Final Highlights

6 de mai. de 2019

SurferToday

Break dance

Break dance é um estilo de dança de rua, parte da cultura do hip hop criada por afro-americanos e latinos na década de 1970 em Nova York, EUA, dançada ao som do hip-hop, funk ou breakbeat. No início, o break dance representava uma manifestação popular e alternativa para jovens não se envolverem em atividades degradantes como aquelas associadas às gangues de rua que eram comuns em Nova York na década de 1970. Atualmente, o break dance é praticado como meio de recreação ou competição no mundo.

O break dance competitivo é organizado pela Federação Mundial de Dança Desportiva (WDSF) e foi disputado inicialmente nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018, em Buenos Aires, Argentina. Como esporte, a principal forma de disputa é a chamada “um contra um”, que é a categoria que deverá compor a Olimpíada 2024, existindo ainda as crews, que  são  disputas em equipe, como "quatro contra quatro" ou  "dois contra dois". 

Os dançarinos, conhecidos como b-boys e b-girls, valorizam ao  máximo o estilo pessoal nos movimentos, que são avaliados sob critérios de musicalidade, utilização dos passos básicos do break, limpeza do movimento, grau de dificuldade, criatividade, originalidade e minimização dos erros, de forma similar às competições olímpicas consagradas como ginástica rítmica ou nado sincronizado. Ressalte-se que o dançarino não escolhe a música para acompanhar a sua performance, de modo que não pode  adaptar de antemão a sua  coreografia conforme a música a ser tocada.


Kitesurfe

O kitesurfe, kiteboarding ou flysurf  é um esporte aquático, derivado do windsurf, surfe e wakeboard, que utiliza uma pipa ou papagaio para mover o atleta sobre uma prancha com suporte para os pés. Com isso, o atleta pode surfar sobre a água e fazer manobras aéreas, puxado pela pipa, que é movida pelo vento. O seu nome é originário da junção de kite, que significa pipa e de surf, que significa deslizar sobre a água. A pipa que é puxada pelo vento é presa em um cinto, na cintura do esportista, que se coloca sobre a prancha que desliza sobre a água. Para dirigir o trajeto e realizar saltos sobre a água o esportista utiliza uma barra de controle. O kitesurfe foi criado em 1985 pelos irmãos franceses, Bruno e Dominique Legaignoux.

Nas competições, cada bateria é disputada por 2 atletas, para a avaliação das manobras  de transição (mudança de direção), de salto (feitas no ar) e as feitas na onda (adaptadas do surf).

Em 2000 foi criado o primeiro circuito mundial de kitesurfe, o Kitesurf Pro World Tour, que teve uma das etapas realizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

A compatibilização de equipamentos e as regras de disputa aprovadas pela  International Kiteboarding Association (IKA) permitem que diferentes modelos de diferentes fabricantes possam competir uns contra os outros em um evento olímpico, como ocorrerá em 2024, as quais já foram testadas com sucesso nas Olímpiadas da Juventude de 2018, realizadas na Argentina. 

Shoji 


sábado, 19 de setembro de 2020

NOVOS ESPORTES NA OLIMPÍADA DE TOKYO 2021

As novas modalidades objetivam atrair maior interesse dos jovens, das mulheres e dos moradores comuns dos centros urbanos


56 anos após os memoráveis Jogos Olímpicos de Tokyo de 1964, que ficaram marcados indelevelmente como símbolo e como cartão de apresentação do Japão ao mundo da sua  recuperação dos escombros da II Guerra Mundial que tinha terminado somente 19 anos antes, as Olimpíadas de Tokyo 2020, as XXXII Olimpíadas da Era Moderna, estavam programadas a ocorrer entre 24.07 a 09.08.2020. Entretanto, para a frustração mundial, esses Jogos foram adiados por força dos efeitos da pandemia do Covid-19 em escala global, mas, segundo as autoridades japonesas, já estão reprogramadas para 2021 entre 23 de julho a 08 de agosto. 

Nas mudanças entre os jogos de 1964 e de 2021, destaca-se a expansão das modalidades esportivas em disputa de 21 para 37, com o objetivo de atrair maior público, principalmente entre os jovens, as mulheres e os contingentes cada vez maiores de moradores comuns dos centros urbanos.  Assim, para os jogos de 2021, serão incluídos o skate, surfe, karatê, escalada esportiva, beisebol/softbol e basquetebol 3x3.

Ref.: a) Japonesa de 13 anos conquista título mundial de skate park

15 de set. de 2019

EFE BRASIL

b) Shidashita, famous beach brake2017

28 de mai. de 2017

aki holoua Tsuda

c) Escalada Esportiva em São Paulo

23 de jul. de 2019

Associação Brasileira de Escalada Esportiva

d) Final Female Kata. Rika Usami of Japan. 宇佐美 里香。空手

4 de mai. de 2013

World Karate Federation

e) Regras do Basquete 3x3

2 de mai. de 2020

Checkball

f) Japan vs USA - Women's Softball - Beijing 2008 Summer Olympic Games

22 de ago. de 2008

teamsportsbeijing

Skate 

A competição de skate incluirá 80 competidores, homens e mulheres, nas disciplinas Parque e Rua, com cada competidor fazendo 3 corridas cronometradas, pontuadas em velocidade, dificuldade, originalidade, tempo, estabilidade, capacidade de estar suspenso no ar e no desempenho em geral. A disciplina Parque envolve o percurso com uma série de rampas, halfpipes, bowls e minirrampas, enquanto a modalidade de Rua apresenta um percurso reto que emula o ambiente urbano, incluindo obstáculos como corrimãos, bancos, paredes, escadas e caixas.


Surfe

O surfe, que teve origem no Havaí, fará sua estreia como esporte olímpico, tanto para homens como para mulheres, que serão pontuados pelos critérios de dificuldade, velocidade, potência e fluxo.

Ao invés de uma piscina artificial de ondas, a competição ocorrerá na praia de Shidashita, em Chiba, a 64 quilômetros de Tokyo, que não foi escolhida aleatoriamente, mas sim com base em dados analisados por meteorologistas para a obtenção das melhores alturas médias de ondas. 


Escalada esportiva

A escalada é originária de um esporte bastante tradicional, o alpinismo. Será disputada por 20 atletas masculinos e 20 femininos, nos estilos: velocidade, dificuldade  (lead) e bloco (Boulder). Na disciplina velocidade, os concorrentes lado a lado devem escalar um muro de 12 metros de altura no menor tempo possível com o apoio de cordas de segurança. 

Na disciplina dificuldade, os atletas devem escalar uma parede de 17 metros o mais alto possível no tempo de 6 minutos. Na modalidade de Boulder os atletas devem escalar rotas fixas que variam em dificuldade no período de 4 minutos. Como detalhe, deve-se destacar que os atletas não podem treinar no local com antecedência. 


Karatê

Depois de várias tentativas, pela primeira vez a tradicional arte marcial é incluída no calendário olímpico, em disputa por atletas masculinos e femininos, divididos em 2 modalidades: Kata (luta imaginária, sem contato físico, para demonstração das habilidades em realizar os movimentos de ataque e defesa) e Kumitê (que é a luta corporal entre 2 atletas), sendo que no kumitê  os competidores são diferenciados por peso, como ocorre no boxe e judô.

Basquete 3x3

Foi inspirado nas diversas formas de basquete de rua praticadas no mundo e é considerado esporte urbano por excelência por poder ser praticado em qualquer lugar onde possa ser instalada uma tabela e um aro de basquete. Ele é disputado em meia quadra com somente uma tabela por 2 times de 3 jogadores cada, com um reserva para cada time. A estreia do 3x3 em competições internacionais aconteceu nos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2010, em Cingapura, e o primeiro evento com seleções nacionais ocorreu em 2011, com o Mundial Sub-18. 


Beisebol e softbol 

O beisebol, praticado por homens, estreou como esporte olímpico em 1992, e está retornando às Olimpíadas, após ter sido excluído em 2012 e 2016. De forma similar, o softbol, praticado por mulheres, também está retornando aos Jogos Olímpicos em Tokyo, após ter estreado em 1996 e sido excluído em 2012 e 2016.


É muito oportuna a inclusão desses esportes como olímpicos em 2021 para despertar maior interesse dos jovens e dos moradores comuns urbanos, que já estão acostumados a ver não somente como atividades esportivas mas também como lazer do dia a dia atividades físicas como skate, surfe e basquete de rua. Assim, as Olímpiadas motivariam ainda mais a prática dos mais variados esportes, como forma não somente do necessário exercício físico como também de interação social entre pessoas, povos e países de todo o mundo. 




 

sábado, 12 de setembro de 2020

PRIMEIRO VOO ENTRE ISRAEL E A PENÍNSULA ARÁBICA

 O primeiro voo simboliza o fortalecimento do relacionamento pacífico no Oriente Médio  

Sob a mediação do presidente norte-americano, Donald Trump, em 13.08.2020, Israel,. representado pelo primeiro ministro Benjamin Netanyahu e Emirados Árabes Unidos (EAU), pelo xeque Mohammed bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi,  estabeleceram relações diplomáticas, configurando acordo de paz histórico entre Israel e mais um país árabe. Esse evento assume especial relevância por se tratar do 3º acordo de paz entre Israel e um país árabe, desde a constituição do estado de Israel em 1948, sendo os anteriores com o Egito em 1979 e com a Jordânia em 1994, o que pode ser seguido por acordos semelhantes com outros países muçulmanos da região, abrindo perspectivas de paz e estabilidade no Oriente Médio.

Ref.:: Voo comercial marca reinício das relações diplomáticas entre Israel e Emirados Árabes

31 de ago. de 2020

Jornal da Record

Sob esse memorável acordo, o governo de EAU já revogou a lei que estabelecia o boicote sobre Israel, em vigor há 48 anos.  Também, em 31.08.2020, a companhia aérea israelense El Al realizou o primeiro voo comercial direto entre Tel Aviv e Abu Dhabi, percorrendo pouco mais de 2 mil quilômetros em um voo de somente 3 horas mas que  levou 72 anos para ser concretizado sobre o espaço aéreo da Arábia Saudita, simbolizando o início de relacionamento bilateral, envolvendo áreas como investimentos, turismo, segurança, telecomunicações, tecnologia, energia, saúde, cultura, meio ambiente e instalação de embaixadas recíprocas.

Aumento do protagonismo da Península Arábica e perspectivas de pacificação na região

Para os EAU, a normalização do relacionamento com Israel, um dos grandes polos de desenvolvimento econômico e tecnológico do Oriente Médio, se coaduna com a sua visão estratégica e pragmática de longo prazo de viabilizar alternativas econômicas sustentáveis, que possam reduzir gradualmente a atual enorme dependência do país de recursos não renováveis como petróleo e gás. Os EAU têm nesse acordo a oportunidade de ampliar a influência regional dessa riquíssima confederação de 7 estados, liderada por Abu Dabhi e Dubai, demonstrando que as relações no mundo árabe estão mudando sensivelmente, com o deslocamento do eixo da influência do Egito, a antiga potência regional, para as monarquias da Península Arábica. 

Para Israel, faz parte da sua estratégia geopolítica regional de ampliar o relacionamento com o maior número de países muçulmanos, incluindo a Arábia 

Saudita, e ao mesmo tempo de contrabalançar a crescente ameaça representada pelo Irã, o seu maior inimigo na região,  que exerce forte influência em países como a Síria, o Líbano, neste por intermédio do grupo Hezbollah, considerado terrorista, e o Iêmen, onde o Irã fornece apoio aos rebeldes houthis xiitas contra forças governamentais iemenitas, estas apoiadas pela Arábia Saudita e pelos EAU. 

A continuidade de novos acordos de paz com outros países da região, como Bahrein, Omã, Sudão e Marrocos, pode propiciar as condições mais sólidas para se alcançar a tão almejada pacificação no Oriente Médio, afastando cada vez mais essa região do risco de desencadear conflitos militares, raciais e religiosos até em escala global.  

Shoji


sábado, 5 de setembro de 2020

FINALMENTE RIO PINHEIROS LIMPO EM SP!

 A revitalização do rio Pinheiros resgataria o sentimento de orgulho em substituição ao de decepção e vergonha  


O Projeto Novo Pinheiros (PNP) é um ambicioso projeto de despoluição do Rio Pinheiros na região metropolitana de São Paulo anunciado em 16.08.2019 pelo governador do Estado de SP João Doria com previsão de conclusão até dezembro/2022.

O PNP tem o objetivo de revitalizar o Rio Pinheiros pela união de esforços do setor público e da sociedade, com as metas de reduzir o esgoto lançado em seus afluentes, melhorar a qualidade de suas águas e sua melhor integração ao dia a dia da cidade. Mesmo com a limpeza do rio, a água não será potável, nem poderá ser usado para natação, no entanto, espera-se a melhora do odor pela eliminação do mau cheiro, ampliação da vida aquática e, com isso, trazer a população de volta às suas margens. Espera-se também captar investimentos privados, como a concessão do transporte hidroviário para melhoria da malha de transporte urbano.

A despoluição do rio Pinheiros, de 25 km de extensão, afluente do Rio Tietê, faz parte do Projeto Tietê, iniciado em 1992, para despoluir os rios da capital do Estado e  os afluentes diretos ou indiretos do Tietê, inclusive o Pinheiros, o qual já diminuiu a mancha de poluição aquática do rio Tietê, de 530 para 122 quilômetros. A bacia do Rio Pinheiros abrange uma área de 271 km2 nos municípios de São Paulo, Embu das Artes e Taboão da Serra, com população de 3,3 milhões de habitantes.

Ref.: a) Saiba como os chineses conseguiram despoluir o rio Suzhou, em Xangai
26 de jul. de 2017
Istoé Dinheiro
b) Projeto promove navegação pelo Rio Pinheiros, em São Paulo
12 de set. de 2019
RedeTV! Jornalismo
c) Iniciativa por despoluição leva grupo em ‘passeio’ pelo Rio Pinheiros
13 de set. de 2019
Jovem Pan News

Para isso, o Projeto Novo Pinheiros contempla ações como:

coleta e tratamento de esgoto lançado no rio e seus afluentes, com a total conexão de imóveis às redes, evitando assim despejos de esgoto nos afluentes do Pinheiros;

eliminação de lançamentos de dejetos em córregos e ampliação da coleta de lixo;

Desassoreamento  das suas margens;

em locais de ocupação informal, onde não seja possível a implantação de redes, poderá ser feito o tratamento do esgoto nos próprios afluentes, em estações de tratamento de esgoto especiais; 

estudo de viabilidade do uso do rio Pinheiros e das áreas no seu entorno para lazer, transporte e atividades esportivas, inclusive pela outorga para interferências no curso do rio, como a construção de pontos de atracagem para barcos e implantação de equipamentos e de novos sistemas de telemetria e vazões afluentes; e 

comunicação e educação ambiental para cooptar a colaboração da população.


A revitalização do rio Tâmisa em Londres como exemplo para o rio Pinheiros

Em 1957, após o rio Tâmisa ter sido considerado biologicamente morto, o governo inglês e as prefeituras ao longo do rio, em 1958, começaram a implantar ações coordenadas para combater a poluição. 

Entre as ações tomadas, destacaram-se a ampliação do sistema de coleta e tratamento do esgoto, a aprovação de legislação ambiental que eliminou o despejo de poluentes pelas empresas e indústrias, retirada de pisos impermeabilizantes às margens do rio e a solução do problema recorrente das enchentes com a construção em 1980 da  barragem do Tâmisa.  

Como resultado dessas ações, na década de 70 reapareceram algumas espécies de peixes que são sensíveis à poluição. Como resultado, o rio recuperou o seu ecossistema, de modo que em 2016 já existiam  125 espécies de peixes, incluindo o retorno da truta do mar e mais de 400 espécies de invertebrados. Houve também o retorno de pássaros, como a garça e o martim-pescador, e mamíferos, como a lontra. Com a despoluição, o rio voltou a ser centro de recreação e a abrigar eventos turísticos e esportivos.


Resgate do orgulho paulistano e brasileiro

Com a revitalização do rio Pinheiros, muita coisa que se via até a década de 1940 provavelmente poderá ser possível como fazer caminhada ecológica ao longo da margem ou passear de barco pelos 25 km do rio Pinheiros, ou até praticar esportes como o remo, o que incrementaria uma série de atividades turísticas e econômicas, como ocorre hoje nos rios que cortam as metrópoles desenvolvidas européias e asiáticas.   

Mais do que tudo, ocorreria o resgate do sentimento do paulistano de poder apreciar o rio com orgulho e não de decepção ou vergonha, sentimento que se estenderia a todo o brasileiro, afinal São Paulo é a maior metrópole do País e o centro de atração de brasileiros de todas as regiões e é a porta de entrada aos turistas e visitantes internacionais.  

Shoji


sábado, 22 de agosto de 2020

ACORDO DE PAZ HISTÓRICO ENTE ISRAEL E EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

 Acordos de paz podem pacificar o Oriente Médio 

Sob a mediação do presidente norte-americano, Donald Trump, em 13.08.2020, Israel,. representado pelo primeiro ministro Benjamin Netanyahu e Emirados Árabes Unidos (EAU), pelo xeque Mohammed bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi,  estabeleceram relações diplomáticas, configurando acordo de paz histórico entre Israel e mais um país árabe. Esse entendimento abrange acordos bilaterais relacionados a investimentos, turismo, aviação civil, segurança, telecomunicações, tecnologia, energia, saúde, cultura, meio ambiente e estabelecimento de embaixadas recíprocas. 

Ref. : a) Israel e Emirados Árabes selam acordo histórico mediado por Trump

13 de ago. de 2020  Jornal O Globo

b) Histórico: Israel e Emirados Árabes selam acordo de paz

14 de ago. de 2020  Band Jornalismo

Também assume uma grande importância por se tratar do 3º acordo de paz entre Israel e um país árabe, desde a constituição do estado de Israel em 1948, sendo os anteriores com o Egito em 1979 e com a Jordânia em 1994, o que pode ser seguido por acordo semelhante com outros países muçulmanos da região, abrindo maiores perspectivas de paz, estabilidade e paz no Oriente Médio. Entre os próximos países que podem fazer acordo semelhante com Israel destacam-se Bahrein, Omã, Sudão e Marrocos. Este fato representa também um fator de enorme significância no âmbito mundial, pois o Oriente Médio tem sido nas últimas décadas uma das regiões com maior risco de desencadear conflitos militares, raciais e religiosos até em escala global. 

  Por quê os Emirados Árabes Unidos e perspectivas de pacificação da região

É notável que esse acordo tenha ocorrido com os EAU, um país muçulmano considerado moderado e bastante aberto ao mundo exterior, e com perfil mais tolerante às outras religiões, como comprova o fato de que nos EAU vivem cerca de 1 milhão de católicos, aproximadamente 10% da sua população, embora a maioria deles sejam de trabalhadores asiáticos, principalmente das Filipinas e da Índia, e ter recebido em fevereiro/2019, o Papa Francisco, na primeira visita de um chefe do Vaticano à península arábica, berço do islamismo.    

Para os EAU, a normalização do relacionamento com Israel, um dos grandes polos de desenvolvimento econômico e tecnológico do Oriente Médio, se coaduna com a sua visão estratégica e pragmática de longo prazo de viabilizar alternativas econômicas sustentáveis, que possam reduzir gradualmente a atual enorme dependência do país de recursos não renováveis como petróleo e gás. 

Para Israel, faz parte da sua estratégia geopolítica regional de normalizar o relacionamento com o maior número de países muçulmanos, incluindo a Arábia 

Saudita, e ao mesmo tempo de contrabalançar a crescente ameaça representada pelo Irã, o seu maior inimigo na região,  que exerce forte influência em países como a Síria, o Líbano, neste por intermédio do grupo Hezbollah, considerado terrorista, e o Iêmen, onde o Irã fornece apoio aos rebeldes houthis xiitas contra forças governamentais iemenitas, estas apoiadas pela Arábia Saudita e pelos EAU. 

A continuidade de novos acordos de paz podem propiciar as condições mais sólidas para se alcançar a tão almejada pacificação no Oriente Médio, com repercussões positivas no contexto mundial. 

Shoji


sábado, 15 de agosto de 2020

TRIBUNAL AMBIENTAL INTERNACIONAL


Crimes ambientais com repercussão mundial devem ser reprimidas  


Em artigo publicado no jornal Correio Braziliense, de 05.08.2020, pg.11, o advogado e ministro aposentado do Superior Tribunal Militar, Flavio Flores Bierrenbach, propõe a implantação de um  tribunal ambiental internacional, à semelhança do Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia, na Holanda. Segundo seu argumento, quando agentes públicos, por omissão ou por incompetência revelarem negligência  deliberada, no cometimento de delitos ambientais que ultrapassam a simples esfera local, além de desservirem à nação, traem a esperança da humanidade, passando a merecer um julgamento global como os criminosos de guerra, os autores de crimes contra a humanidade ou  os agentes de limpeza étnica. 

Ref.) Inpe aponta crescimento de 34,5% no desmatamento da Amazônia | SBT Brasil (07/08/20)

7 de ago. de 2020 SBT Jornalismo


No Brasil, a agressão ao meio ambiente continua sendo um fato cotidiano como o desmatamento da maior cobertura florestal do mundo, na Amazônia, das riquíssimas  mas cada vez menos extensas áreas do cerrado, do Pantanal, e ainda do que resta da  Mata Atlântica, acompanhado de queimadas e  outras agressões como os garimpos irregulares que acarretam perda da biodiversidade e colocam em risco de extinção as diversas espécies vegetais, cujos valores científicos e econômicos ainda são desconhecidos, bem como de diversas espécies animais, e ainda ameaçam os habitats e o patrimônio cultural dos habitantes primitivos do Brasil. 


E recentemente as taxas de desmatamento tem aumentado na região amazônica desde o início de 2019, apesar da disponibilidade de dados das imagens de satélite, que são cada vez mais precisas e disponíveis. Em função da evolução tecnológica na esfera de monitoramento por satélites e por outros recursos, torna-se indefensável qualquer justificativa para o aumento de deflorestamento no Brasil como em qualquer parte do mundo, de modo que a meta de desmatamento zero já deveria ter sido atingido e não longe como  ainda se apresenta atualmente. 


A sustentabilidade do Planeta e a interconexão dos impactos ambientais no âmbito mundial


A  prática da sustentabilidade ambiental deve-se basear em alternativas ecologicamente corretas, economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente diversas, de modo que ser sustentável é respeitar o meio ambiente, suprindo as necessidades da atual geração, sem, entretanto, comprometer o sustento das futuras gerações. Ou seja, devemos estar sempre conscientes que o espaço deste Planeta é finito, de modo que seus recursos naturais não são inesgotáveis, ao contrário, são limitados e devem ser usados levando em conta a viabilidade futura da humanidade. 


Também deve-se levar em conta as evidências cada vez maiores de que os impactos ambientais provocados em diversas regiões do mundo, sejam em oceanos, na atmosfera terrestre ou diversos locus terrestres, principalmente nas grandes coberturas vegetais ainda existentes onde sobrevivem as espécies animais e vegetais muitas das quais sob ameaça de extinção,  têm repercussão não somente em escala local mas em um espaço geográfico que não respeita as fronteiras políticas.  


Em função disso, pode ser considerada lógica a implantação de uma espécie de tribunal ambiental internacional para a responsabilização pelas ações danosas ao meio ambiente que acabam afetando não somente uma parte limitada mas sim um locus significativo do território global e suas respectivas populações.  

Shoji


sábado, 8 de agosto de 2020

MELATI E ISABEL DE BALI EM DEFESA DO PLANETA


Como iniciativa da dupla as sacolas plásticas foram banidas de Bali a partir de junho de 2019  depois de 6 anos de campanha


Na esteira de jovens ativistas em defesa do Planeta Terra, como a Greta Thunberg, destacam-se as irmãs indonesianas Melati e Isabel Wijsen, nascidas na ilha de Bali respectivamente em 2001 e 2003, de pai holandês e mãe indonesiana, e criadas nessa famosa ilha e hoje dedicam-se à redução do consumo de plástico em Bali, com  repercussões positivas em várias partes do mundo. 
Em 2013, ainda meninas de 12 e 10 anos, elas lançaram a campanha chamada “Adeus Sacolas Plásticas” (Bye bye plastic bags - BBPB) contra as sacolas plásticas de uso único e descartáveis, que teve como resultado o banimento de embalagens de plástico e de isopor e canudos plásticos de uso único na ilha de Bali a partir de junho de 2019, que tem impacto publicitário significativo por se tratar de um dos destinos turísticos mais visitados do mundo. 



Ref.  How to change the world in just 3 steps | Ways To Change The World
10 de fev. de 2020
World Economic Forum

Para a redução do lixo plástico em Bali, o time liderado pelas irmãs Melati e Isabel tem  atuado em projetos de educação ambiental mediante realização de campanhas, workshops, limpezas coletivas de praias, oferecimento de alternativas para o uso de sacolas plásticas e criação de projetos pilotos em vilas sem uso das embalagens plásticas.  
A partir do êxito em Bali, o BBPB tem se espalhado por diversas partes do mundo como forma de inspiração para o empoderamento de jovens em defesa da sustentabilidade futura do Planeta, atuando em 29 países, com 50 times, 75.000 estudantes e com apoio da plataforma Youthtopia.
Em função do impacto causado, o trabalho das irmãs Melati e Isabel tem sido reconhecido pelo recebimento de diversos prêmios do mundo como o 2016 Global Youth of the Year Award em Taiwan, em dez/2016, Bambi-Award na Alemanha, em nov/2017 e o CNN Young Heroes Award 2018, em dez/2018. 
Em 2018, as irmãs Wijsen foram premiadas entre as 25 adolescentes mais influentes do mundo pela revista Time. 
Em 2017, as irmãs Melati e Isabel foram convidadas a palestrar no Dia Mundial do Oceano, na ONU em Nova York, e em 2020 Melati discursou no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suiça, o mais importante encontro dessa natureza no mundo.  

SITUAÇÃO VEXATÓRIA NO BRASIL
No Brasil, entretanto, as medidas de restrição ao uso de sacolas plásticas descartáveis ainda são bastante limitadas e pouco efetivas, apesar dos graves efeitos decorrentes da geração e acúmulo cada vez maior de resíduos sólidos. 
Por exemplo, no Distrito Federal, que tem a maior renda per capita do Brasil, apesar de 3 leis já aprovadas que restringem a distribuição gratuita de sacolas plásticas no comércio varejista, a última das quais é a Lei do DF nº 6.322, de 10.07.2019, praticamente nenhuma ação  efetiva foi tomada até agora nesse sentido, haja vista que a maioria dos clientes continuam esbanjando no uso das sacolas plásticas que causam sério impacto ambiental, que, comumente, são jogadas nas vias e espaços públicos, e principalmente são acumuladas nos lixões ou muitas vezes acabam chegando aos cursos de águas e oceanos e aos pontos mais longínquos do planeta. A situação é tão grave que estudo, divulgado no Fórum Econômico Mundial de Davos em 2016, prevê que em 2050 os oceanos tenham mais lixo plástico do que pescados.

sábado, 1 de agosto de 2020

JOSHUA WONG JOVEM LÍDER EM HONG KONG


Autonomia de Hong Kong sob ameaça com a lei da segurança nacional  


A soberania sobre Hong Kong (HK) foi devolvida à China em 01.07.1997, sob a condição da China manter o status quo de HK prevalente até 1997 por 50 anos, ou seja, até 2047. Assim, mesmo sendo parte do território chinês, Hong Kong passou a ter o status de região administrativa especial, com alto grau de autonomia, com um sistema político diferenciado do da China continental, que é regido pelo Partido Comunista Chinês (PCC), sob o princípio reconhecido pela China como sendo “um país, dois sistemas”.
Hong Kong continua a ser um porto livre e um centro financeiro internacional, e, exceto nas áreas da defesa e da política externa sob responsabilidade do governo central chinês, tem uma autonomia interna, nas esferas da administração do executivo, legislativo e judiciário, mantendo-se ainda a liberdade de reunião e expressão.

Ref. Activist Joshua Wong expects to be ‘prime target’ of national security law in Hong Kong
26 de jun. de 2020
South China Morning Post

Complexa transição política de Hong Kong até 2047
Decorridos 23 anos da Declaração conjunta sino-britânica, a completa assunção  da soberania de Hong Kong pela China em 2047 ainda passará por complexo processo de negociação entre o governo de Hong Kong, o governo central chinês e principalmente o seu maior interessado, o povo de HK. Isto decorre da incerteza que o povo de HK tem sobre o que realmente significa deixar o sistema democrático hoje vigente para se submeter ao regime político comunista ainda vigente na China, que se caracteriza por enormes restrições às liberdades individuais e políticas, embora o sistema econômico seja regido pelo capitalismo.  
Atualmente, por exemplo, as reinvindicações mais imediatas estão relacionadas à exigência do sufrágio universal para a eleição não apenas para o Conselho Legislativo mas principalmente para o chefe do Executivo de HK, hoje feito por um complexo sistema indireto de eleição. 

Engajamento dos jovens pela manutenção da autonomia de HK
A incerteza quanto ao futuro de Hong Kong tem estimulado o surgimento de inúmeras manifestações a favor da efetiva manutenção da autonomia de Hong Kong até o fim da atual transição em 2047, inclusive por meio de movimentos liderados por jovens estudantes.
Entre esses jovens destaca-se Joshua Wong, nascido em 13.10.1996, líder e fundador em maio de 2011, na época um adolescente de 14 anos, do grupo ativista estudantil Escolarismo. Esse grupo atuou inicialmente contra a implantação do currículo nacional de educação e moral, com forte conotação doutrinária. Em função da tenaz oposição pelo Escolarismo, o governo local desistiu da adoção compulsória desse currículo. 
Em junho de 2014, o Escolarismo fez parte do plano de reivindicação do sufrágio universal no sistema eleitoral de HK já a partir da eleição do Chefe Executivo em 2017, sob o princípio de um país dois sistemas. Esses protestos ganharam prominência internacional e ficaram conhecidos como Movimento das Guarda Chuvas. 
Para preservar os ideais do Escolarismo por meio de participação política, em abril de 2016, os líderes do Escolarismo fundaram o partido político Demosisto, tendo como plataforma básica a realização de referendo sobre a determinação do perfil da soberania a ser adotada após 2047, quando se encerra o compromisso da China de manter a atual autonomia de HK. 

A nova lei de segurança nacional inviabiliza a atuação do Demosisto
O plano de ação do Demosisto sofreu forte abalo com a adoção em 30.06.2020 por HK, por imposição do governo da China, da controversa lei da segurança nacional que,  para os críticos dessa medida, objetiva silenciar a oposição e minar a autonomia de HK, o que, na prática, representaria a quebra do compromisso do governo chinês de manter por 50 anos o status quo vigente em 1997 quando da devolução da soberania de HK à China. 
Em vista dos riscos de serem enquadrado na nova lei de segurança nacional, Joshua Wong e seus colegas anunciaram a desativação das atividades do 
Demosisto, pelo menos por ora.  
Shoji

sábado, 25 de julho de 2020

AUTONOMIA DE HONG KONG SOB AMEAÇA?


A lei da segurança nacional ameaça as liberdades democráticas em Hong Kong


Hong Kong (HK) tornou-se uma colônia do Império Britânico após a Primeira Guerra do Ópio, que durou entre 1839 e 1842. Inicialmente restrita à Ilha de Hong Kong, as fronteiras da colônia foram ampliadas para a Península de Kowloon em 1861 e depois para os Novos Territórios, em 1899. Após breve ocupação japonesa na II Guerra Mundial, Hong Kong retornou ao controle britânico que durou até 1997, quando a China reassumiu a sua soberania, embora de forma parcial.

Referência) Hong Kong garante aplicação de lei de segurança nacional
7 de jul. de 2020
Estadão

Sob o domínio britânico e sistema capitalista, Hong Kong desenvolveu uma vasta e complexa economia de serviços e de livre comércio sob ambiente de baixa tributação e muita liberdade de ação econômica, tornando-se ao mesmo tempo um dos principais centros financeiros internacionais, permitindo situar-se entre as maiores rendas per capita do mundo. Esse alto grau de desenvolvimento reflete-se nos elevados patamares dos diversos  indicadores no cenário internacional em aspectos como liberdade e competitividade, qualidade de vida, percepção de corrupção e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). 
Conforme Declaração Conjunta Sino-Britânica assinada em 19.12.1984, a soberania sobre Hong Kong foi devolvida à China em 01.07.1997, sob a condição da China manter o status quo de HK existente em 1997 por 50 anos, ou seja, até 2047.
Hong Kong, mesmo sendo parte do território chinês, passou a ter o status de região administrativa especial, com alto grau de autonomia, com um sistema político diferenciado do da China continental, que é regido pelo Partido Comunista Chinês (PCC), sob o princípio reconhecido pela China como sendo “um país, dois sistemas”.
Assim, Hong Kong continua a ser um porto livre e um centro financeiro internacional, e, exceto nas áreas da defesa e da política externa sob responsabilidade do governo central chinês, tem uma autonomia interna, nas esferas da administração do executivo, legislativo e judiciário, mantendo-se ainda a liberdade de reunião e de expressão.

Complexa transição política de Hong Kong até 2047
Decorridos 23 anos da Declaração conjunta sino-britânica, a completa assunção  da soberania de Hong Kong pela China em 2047 ainda passará por complexo processo de negociação ou de conflito entre o governo de Hong Kong, o governo central chinês e principalmente o seu maior interessado, o povo de HK. Isto decorre da incerteza que o povo de HK tem sobre o que realmente significa deixar o sistema democrático atual para se submeter ao regime político comunista ainda vigente na China, que se caracteriza por enormes restrições às liberdades individuais e políticas.  
Atualmente, por exemplo, as reinvindicações mais imediatas estão relacionadas à exigência do sufrágio universal para a eleição não apenas para o Conselho Legislativo mas principalmente para o Chefe do Executivo de HK, hoje feito por um complexo sistema indireto de eleição. 

A nova lei de segurança nacional pode acabar com a liberdade de expressão em Hong Kong?
Para agravar o ambiente político atual, em 30.06.2020, o governo da China aprovou a controversa lei da segurança nacional que segundo ele objetiva punir os crimes de separação, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras com penas de 3 anos de prisão a perpétua, bem como a transferência do detento à China continental, além de prever a abertura em HK de escritórios de agências chinesas de segurança nacional. Para os críticos dessa medida, essa lei objetiva silenciar a oposição e minar a autonomia de HK, o que, na prática, representaria a quebra do compromisso do governo chinês de manter por 50 anos o status quo de HK vigente em 1997. 
Shoji

sábado, 18 de julho de 2020

MALALA NOBEL DA PAZ GRADUA SE EM OXFORD


O Fundo Malala dá oportunidade de estudo às meninas fora de escola


Malala Yousafzai, uma paquistanesa de 23 anos, nascida em 12.07.1997, expressou em 19.06.2020 pela conta no Twitter, sua alegria e gratidão por ter se graduado em filosofia, política e economia pela prestigiada Universidade de Oxford no Reino Unido, depois de um memorável ciclo de sofrimento, perseverança e dedicação. Em 09.10.2012, Malala se tornou uma célebre vítima da intolerância religiosa e ganhou as manchetes mundiais ao ser atingida na cabeça e no pescoço por disparo de tiro dado por um talibã dentro de um ônibus escolar que a conduzia de volta à casa em Mingora, no Vale do Swat, no Paquistão. 

Ref. a) Vencedora do Nobel da Paz, Malala se forma na universidade de Oxford | SBT Brasil (19/06/20)
19 de jun. de 2020
SBT Jornalismo
Ref. b) Malala Yousafzai ganha o Prêmio Nobel da Paz - 10/10/2014
10 de out. de 2014
TV Cultura

Desde os 10 anos de idade, Malala passou a ser conhecida por seu ativismo para que todas as garotas no Paquistão tivessem acesso à educação, e, por isso, virou alvo dos extremistas contrários ao ensino para as meninas. A sua luta foi inicialmente inspirada pelo seu pai, Ziauddin, que era dono de uma rede de escolas na região e também ativista da educação. Malala concedia entrevistas, tinha contato com a imprensa ocidental e também escrevia sob o pseudônimo de Gul Makai em um blog para a BBC em urdu, idioma majoritário no Paquistão.
Em sua luta desesperada pela sobrevivência, Malala, então com 15 anos,  após receber primeiros socorros médicos no Paquistão foi transferida para o hospital Queen Elizabeth Hospital em Birmingham, na Inglaterra. Malala não somente sobreviveu ao terrível atentado, mas manteve-se na luta pelo direito à educação das meninas, principalmente em áreas dominadas pelo fundamentalismo islâmico. 
No dia 12.07.2013, por ocasião de homenagem na ONU pelo seu 16º aniversário, ela pronunciou que o "Malala Day não é o meu dia. É um dia de toda mulher, toda jovem, toda pessoa que luta pelos seus direitos. E eu estou aqui de pé, não por mim, mas por aqueles que batalham para viver em paz, por oportunidades, por educação". No  encerramento do seu discurso disse “Uma criança, uma professora, uma caneta e um livro podem mudar o mundo”.
O incansável trabalho da Malala foi reconhecido pelo agraciamento do Prêmio Nobel da Paz em 2014, na condição da mais jovem ganhadora dessa premiação, aos 17 anos de idade. Após isso, ingressou em uma renomada universidade e concluiu seus estudos. 
Uma das suas obras atualmente é o desenvolvimento do Fundo Malala, criado em abril de 2013, após a sua recuperação no Reino Unido, onde vive até hoje, com o objetivo de propiciar às meninas, que estão fora de escola, oportunidade de ter acesso à educação  não somente às meninas paquistanesas, mas também de outras nacionalidades. Segundo a Unesco, essas no mundo girariam em torno no mínimo de 130 milhões de meninas. 
Shoji

sábado, 4 de julho de 2020

INTEGRAÇÃO DO POVO ARAMEU EM ISRAEL


O cristão arameu deseja se diferenciar do árabe em Israel


A decisão do Ministério  do Interior do Governo de Israel em setembro de 2014 de permitir que o cristão arameu seja registrado em sua identidade como sendo arameu e não mais como árabe parece ser uma medida burocrática sem maior significado, mas na realidade representa um marco simbólico muito importante ao povo arameu, de longuíssima tradição histórica.  
Significa aos 15 mil arameus em Israel antes de mais nada a separação da identidade araméia da identidade árabe, à qual não pertence, pois o povo arameu é mais antigo, anterior ao crescimento da civilização árabe que se inicia no século VII DC. Os arameus são descendentes de tribos da antiga Mesopotâmica, falantes do aramaico, que foi a língua franca nessa extensa região por longos séculos, tendo sido inclusive o idioma nativo de  Jesus e seus discípulos. 
Esta era uma reinvindicação antiga dos arameus, pois eles não se consideram árabes, mas sim cristãos que falam árabe, pelo fato do aramaico ter deixado de ser a língua usual, após o início da preponderância árabe na região a partir do século VII DC. 
Com essa separação ficam reconhecidas as igrejas cristãs de origem aramaica: 
a Igreja Aramaica-Maronita (com a maioria dos seguidores no Líbano), a Igreja Aramaica-Católica e a Igreja Aramaica-Ortodoxa. 
Outro importante impacto é a possibilidade de ter um sistema educacional separado do árabe, eliminando-se a obrigatoriedade dos  arameus e seus filhos estudarem nas escolas árabes, onde se ensina a herança árabe e  islã, podendo os arameus estudarem nas escolas judaicas regulares, onde-se dá ênfase ao ensino do hebraico e outros temas que facilitam a sua integração à sociedade israelense.  Também, o cristão arameu passa a acessar a outros benefícios, como o transporte escolar público gratuito.
A separação do povo arameu da identidade de árabe facilita ainda a adesão dos cristãos arameus às forças armadas de Israel (IDF), principalmente ao deixar de frequentar as escolas árabes, que desestimulam os jovens cristãos a prestar serviço militar israelense.

Father Gabriel Naddaf lights Israel Independence Day Torch
30 de ago. de 2016
نادي اصدقاء الاب جبرائيل نداف - חברי הכומר גבריאל נדאף

Crescente engajamento dos cristãos nas forças armadas israelenses (IDF)
Todos os cidadãos israelenses aos 18 anos, inclusive os judeus ultraortodoxos a partir de 2017, são obrigados a prestar serviço militar em Israel, mas os não judeus, como os muçulmanos e cristãos, a exceção de drusos, circassianos e beduínos, estão excluídos dessa obrigação. 
Mas entre os cristãos, há uma forte tendência de se engajaram cada vez mais ao serviço militar israelense, sejam arameus ou não, em função de 2 principais fatores: (i) os cristãos sentem-se mais protegidos em Israel do que nos países árabes limítrofes com predominância muçulmana; e (ii) necessidade crescente de defender Israel  como sendo a sua própria pátria. 
Nesse esforço, entre os não-arameus, destaca-se Gabriel Naddaf, um padre israelense da Igreja Grega Ortodoxa, porta voz do Patriarcado Grego Ortodoxo de Jerusalém, e um dos fundadores do fórum de recrutamento de cristãos para a força de defesa israelense  (Israeli Christian Recruitment Forum), que atua em conjunto com o Conselho de Empoderamento Cristão (Christian Empowerment Council - CEC) apesar da forte oposição ainda originária de certos setores radicais de árabes cristãos, uma das quais é até parlamentar no Knesset israelense.  
Shoji