sábado, 5 de setembro de 2020

FINALMENTE RIO PINHEIROS LIMPO EM SP!

 A revitalização do rio Pinheiros resgataria o sentimento de orgulho em substituição ao de decepção e vergonha  


O Projeto Novo Pinheiros (PNP) é um ambicioso projeto de despoluição do Rio Pinheiros na região metropolitana de São Paulo anunciado em 16.08.2019 pelo governador do Estado de SP João Doria com previsão de conclusão até dezembro/2022.

O PNP tem o objetivo de revitalizar o Rio Pinheiros pela união de esforços do setor público e da sociedade, com as metas de reduzir o esgoto lançado em seus afluentes, melhorar a qualidade de suas águas e sua melhor integração ao dia a dia da cidade. Mesmo com a limpeza do rio, a água não será potável, nem poderá ser usado para natação, no entanto, espera-se a melhora do odor pela eliminação do mau cheiro, ampliação da vida aquática e, com isso, trazer a população de volta às suas margens. Espera-se também captar investimentos privados, como a concessão do transporte hidroviário para melhoria da malha de transporte urbano.

A despoluição do rio Pinheiros, de 25 km de extensão, afluente do Rio Tietê, faz parte do Projeto Tietê, iniciado em 1992, para despoluir os rios da capital do Estado e  os afluentes diretos ou indiretos do Tietê, inclusive o Pinheiros, o qual já diminuiu a mancha de poluição aquática do rio Tietê, de 530 para 122 quilômetros. A bacia do Rio Pinheiros abrange uma área de 271 km2 nos municípios de São Paulo, Embu das Artes e Taboão da Serra, com população de 3,3 milhões de habitantes.

Ref.: a) Saiba como os chineses conseguiram despoluir o rio Suzhou, em Xangai
26 de jul. de 2017
Istoé Dinheiro
b) Projeto promove navegação pelo Rio Pinheiros, em São Paulo
12 de set. de 2019
RedeTV! Jornalismo
c) Iniciativa por despoluição leva grupo em ‘passeio’ pelo Rio Pinheiros
13 de set. de 2019
Jovem Pan News

Para isso, o Projeto Novo Pinheiros contempla ações como:

coleta e tratamento de esgoto lançado no rio e seus afluentes, com a total conexão de imóveis às redes, evitando assim despejos de esgoto nos afluentes do Pinheiros;

eliminação de lançamentos de dejetos em córregos e ampliação da coleta de lixo;

Desassoreamento  das suas margens;

em locais de ocupação informal, onde não seja possível a implantação de redes, poderá ser feito o tratamento do esgoto nos próprios afluentes, em estações de tratamento de esgoto especiais; 

estudo de viabilidade do uso do rio Pinheiros e das áreas no seu entorno para lazer, transporte e atividades esportivas, inclusive pela outorga para interferências no curso do rio, como a construção de pontos de atracagem para barcos e implantação de equipamentos e de novos sistemas de telemetria e vazões afluentes; e 

comunicação e educação ambiental para cooptar a colaboração da população.


A revitalização do rio Tâmisa em Londres como exemplo para o rio Pinheiros

Em 1957, após o rio Tâmisa ter sido considerado biologicamente morto, o governo inglês e as prefeituras ao longo do rio, em 1958, começaram a implantar ações coordenadas para combater a poluição. 

Entre as ações tomadas, destacaram-se a ampliação do sistema de coleta e tratamento do esgoto, a aprovação de legislação ambiental que eliminou o despejo de poluentes pelas empresas e indústrias, retirada de pisos impermeabilizantes às margens do rio e a solução do problema recorrente das enchentes com a construção em 1980 da  barragem do Tâmisa.  

Como resultado dessas ações, na década de 70 reapareceram algumas espécies de peixes que são sensíveis à poluição. Como resultado, o rio recuperou o seu ecossistema, de modo que em 2016 já existiam  125 espécies de peixes, incluindo o retorno da truta do mar e mais de 400 espécies de invertebrados. Houve também o retorno de pássaros, como a garça e o martim-pescador, e mamíferos, como a lontra. Com a despoluição, o rio voltou a ser centro de recreação e a abrigar eventos turísticos e esportivos.


Resgate do orgulho paulistano e brasileiro

Com a revitalização do rio Pinheiros, muita coisa que se via até a década de 1940 provavelmente poderá ser possível como fazer caminhada ecológica ao longo da margem ou passear de barco pelos 25 km do rio Pinheiros, ou até praticar esportes como o remo, o que incrementaria uma série de atividades turísticas e econômicas, como ocorre hoje nos rios que cortam as metrópoles desenvolvidas européias e asiáticas.   

Mais do que tudo, ocorreria o resgate do sentimento do paulistano de poder apreciar o rio com orgulho e não de decepção ou vergonha, sentimento que se estenderia a todo o brasileiro, afinal São Paulo é a maior metrópole do País e o centro de atração de brasileiros de todas as regiões e é a porta de entrada aos turistas e visitantes internacionais.  

Shoji


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