O primeiro voo simboliza o fortalecimento do relacionamento pacífico no Oriente Médio
Sob a mediação do presidente norte-americano, Donald Trump, em 13.08.2020, Israel,. representado pelo primeiro ministro Benjamin Netanyahu e Emirados Árabes Unidos (EAU), pelo xeque Mohammed bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi, estabeleceram relações diplomáticas, configurando acordo de paz histórico entre Israel e mais um país árabe. Esse evento assume especial relevância por se tratar do 3º acordo de paz entre Israel e um país árabe, desde a constituição do estado de Israel em 1948, sendo os anteriores com o Egito em 1979 e com a Jordânia em 1994, o que pode ser seguido por acordos semelhantes com outros países muçulmanos da região, abrindo perspectivas de paz e estabilidade no Oriente Médio.
Ref.:: Voo comercial marca reinício das relações diplomáticas entre Israel e Emirados Árabes
31 de ago. de 2020
Jornal da Record
Sob esse memorável acordo, o governo de EAU já revogou a lei que estabelecia o boicote sobre Israel, em vigor há 48 anos. Também, em 31.08.2020, a companhia aérea israelense El Al realizou o primeiro voo comercial direto entre Tel Aviv e Abu Dhabi, percorrendo pouco mais de 2 mil quilômetros em um voo de somente 3 horas mas que levou 72 anos para ser concretizado sobre o espaço aéreo da Arábia Saudita, simbolizando o início de relacionamento bilateral, envolvendo áreas como investimentos, turismo, segurança, telecomunicações, tecnologia, energia, saúde, cultura, meio ambiente e instalação de embaixadas recíprocas.
Aumento do protagonismo da Península Arábica e perspectivas de pacificação na região
Para os EAU, a normalização do relacionamento com Israel, um dos grandes polos de desenvolvimento econômico e tecnológico do Oriente Médio, se coaduna com a sua visão estratégica e pragmática de longo prazo de viabilizar alternativas econômicas sustentáveis, que possam reduzir gradualmente a atual enorme dependência do país de recursos não renováveis como petróleo e gás. Os EAU têm nesse acordo a oportunidade de ampliar a influência regional dessa riquíssima confederação de 7 estados, liderada por Abu Dabhi e Dubai, demonstrando que as relações no mundo árabe estão mudando sensivelmente, com o deslocamento do eixo da influência do Egito, a antiga potência regional, para as monarquias da Península Arábica.
Para Israel, faz parte da sua estratégia geopolítica regional de ampliar o relacionamento com o maior número de países muçulmanos, incluindo a Arábia
Saudita, e ao mesmo tempo de contrabalançar a crescente ameaça representada pelo Irã, o seu maior inimigo na região, que exerce forte influência em países como a Síria, o Líbano, neste por intermédio do grupo Hezbollah, considerado terrorista, e o Iêmen, onde o Irã fornece apoio aos rebeldes houthis xiitas contra forças governamentais iemenitas, estas apoiadas pela Arábia Saudita e pelos EAU.
A continuidade de novos acordos de paz com outros países da região, como Bahrein, Omã, Sudão e Marrocos, pode propiciar as condições mais sólidas para se alcançar a tão almejada pacificação no Oriente Médio, afastando cada vez mais essa região do risco de desencadear conflitos militares, raciais e religiosos até em escala global.
Shoji
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