Acordos de paz podem pacificar o Oriente Médio
Sob a mediação do presidente norte-americano, Donald Trump, em 13.08.2020, Israel,. representado pelo primeiro ministro Benjamin Netanyahu e Emirados Árabes Unidos (EAU), pelo xeque Mohammed bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi, estabeleceram relações diplomáticas, configurando acordo de paz histórico entre Israel e mais um país árabe. Esse entendimento abrange acordos bilaterais relacionados a investimentos, turismo, aviação civil, segurança, telecomunicações, tecnologia, energia, saúde, cultura, meio ambiente e estabelecimento de embaixadas recíprocas.
Ref. : a) Israel e Emirados Árabes selam acordo histórico mediado por Trump
13 de ago. de 2020 Jornal O Globo
b) Histórico: Israel e Emirados Árabes selam acordo de paz
14 de ago. de 2020 Band Jornalismo
Também assume uma grande importância por se tratar do 3º acordo de paz entre Israel e um país árabe, desde a constituição do estado de Israel em 1948, sendo os anteriores com o Egito em 1979 e com a Jordânia em 1994, o que pode ser seguido por acordo semelhante com outros países muçulmanos da região, abrindo maiores perspectivas de paz, estabilidade e paz no Oriente Médio. Entre os próximos países que podem fazer acordo semelhante com Israel destacam-se Bahrein, Omã, Sudão e Marrocos. Este fato representa também um fator de enorme significância no âmbito mundial, pois o Oriente Médio tem sido nas últimas décadas uma das regiões com maior risco de desencadear conflitos militares, raciais e religiosos até em escala global.
Por quê os Emirados Árabes Unidos e perspectivas de pacificação da região
É notável que esse acordo tenha ocorrido com os EAU, um país muçulmano considerado moderado e bastante aberto ao mundo exterior, e com perfil mais tolerante às outras religiões, como comprova o fato de que nos EAU vivem cerca de 1 milhão de católicos, aproximadamente 10% da sua população, embora a maioria deles sejam de trabalhadores asiáticos, principalmente das Filipinas e da Índia, e ter recebido em fevereiro/2019, o Papa Francisco, na primeira visita de um chefe do Vaticano à península arábica, berço do islamismo.
Para os EAU, a normalização do relacionamento com Israel, um dos grandes polos de desenvolvimento econômico e tecnológico do Oriente Médio, se coaduna com a sua visão estratégica e pragmática de longo prazo de viabilizar alternativas econômicas sustentáveis, que possam reduzir gradualmente a atual enorme dependência do país de recursos não renováveis como petróleo e gás.
Para Israel, faz parte da sua estratégia geopolítica regional de normalizar o relacionamento com o maior número de países muçulmanos, incluindo a Arábia
Saudita, e ao mesmo tempo de contrabalançar a crescente ameaça representada pelo Irã, o seu maior inimigo na região, que exerce forte influência em países como a Síria, o Líbano, neste por intermédio do grupo Hezbollah, considerado terrorista, e o Iêmen, onde o Irã fornece apoio aos rebeldes houthis xiitas contra forças governamentais iemenitas, estas apoiadas pela Arábia Saudita e pelos EAU.
A continuidade de novos acordos de paz podem propiciar as condições mais sólidas para se alcançar a tão almejada pacificação no Oriente Médio, com repercussões positivas no contexto mundial.
Shoji
Nenhum comentário:
Postar um comentário