Leyla Hussein destaca-se no combate à mutilação genital feminina que ela mesma sofreu aos 7 anos
Desde 02.11.2020, Leyla Hussein é a primeira mulher negra a ocupar o cargo de reitora da St. Andrew University, a mais antiga universidade da Escócia. Leyla, psicoterapeuta e professora, nasceu em Mogadíscio, capital da Somália, com passagem pela Arábia Saudita antes de a família emigrar para a Europa, foi eleita pelo voto direto de alunos e funcionários da instituição para um mandato de 3 anos à frente da mais importante universidade escocesa e a 3ª mais do Reino Unido, atrás apenas de Oxford e Cambridge.
Ref.:) FGM Survivor: Leyla Hussein's Story
6 de fev. de 2018
Global Citizen
Leyla é cidadã britânica e em 2019 foi nomeada membro da Ordem do Império Britânico (OBE) pela Rainha Elizabeth II por sua luta contra a mutilação genital feminina (MGF), sendo reconhecida internacionalmente pela dedicação para a eliminação dessa prática deprimente que ainda afeta parte da população feminina de vários países especialmente sob influência islâmica na África e Ásia.
Luta contra a mutilação genital feminina
A mutilação genital feminina (MGF) é a remoção ritualista de parte ou de todos os órgãos sexuais externos femininos, executada por um circuncisador tradicional com a utilização de uma lâmina de corte, com ou sem anestesia. A prática tem raízes nas desigualdades de gênero, em tentativas de controlar a sexualidade da mulher e em ideias sobre pureza, modéstia e estética, sendo motivada por suposta questão de honra e por receio de que a não realização dessa intervenção possam expor as mulheres à exclusão social. Além de expor essas meninas e mulheres a sofrimento e constrangimento injustificados, não são conhecidos quaisquer benefícios médicos dessa prática.
Leyla Hussein é fundadora do Projeto Dahlia, pioneiro no Reino Unido no acolhimento e assistência médica e psicológica a mulheres e crianças vítimas de algum tipo de MGF e da organização Filhas de Eva (Daughters of Eve), que recebe informações a respeito de jovens e mulheres que estejam vivendo algum tipo de opressão por causa da mutilação genital. Ela mesma passou por essa prática quando tinha 7 anos de idade na Somália. De acordo com o Projeto Dhalia, mais de 210 milhões de mulheres vivem, hoje, mutiladas por essa prática, meio milhão delas só na Europa. A cada ano, ainda cerca de 3 milhões de meninas passam por esses procedimentos invasivos e traumáticos, que causam hemorragias, ataques cardíacos, disfunções sexuais e traumas psicológicos profundos.
Esforço mundial pela eliminação da MGF
Desde a década de 1970 esforços internacionais têm sido feitos para abolir a mutilação genital feminina, no sentido de restringir ou tornar ilegal em grande parte dos países onde ainda é comum, mas ainda são grandes as dificuldades em fazer cumprir a lei. Em 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu a mutilação genital feminina como violação de direitos humanos e votou de forma unânime pela intensificação dos esforços pela sua efetiva abolição.
Shoji
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