Ratos são mais hábeis e rápidos na limpeza de áreas minadas de explosivos
A Convenção sobre a Proibição do Uso, Armazenamento, Produção e Transferência de Minas Antipessoais e sobre a sua Destruição, mais conhecida como Tratado de Ottawa de 1997, proíbe o uso, a produção e a estocagem de minas terrestres antipessoais. O Tratado foi aberto a assinatura em 03.12.1997 e entrou em vigor em 01.03.1999, e conta com adesão de 161 países, mas cerca de 35 países não aderiram, entre eles EUA, Rússia, China, Índia e Cuba.
A Convenção está baseada em regras consuetudinárias de Direito Internacional Humanitário aplicáveis a todos os países, as quais proíbem o uso de armas, que pela sua natureza não discriminem entre civis e combatentes ou causem sofrimentos desnecessários ou graves ferimentos às pessoas inocentes.
As minas terrestres antipessoais, que são explosivos acionados simplesmente pelo peso de uma pessoa, constituem tipicamente armas que não fazem a distinção entre soldados e civis e principalmente por continuar afetando extensas áreas mesmo após o fim dos conflitos, matando ou mutilando severamente vítimas inocentes que acidentalmente pisem nesses artefatos. Por serem baratas, pequenas e fáceis de utilizar, elas foram largamente usadas e ainda continuam sendo usadas nos vários conflitos militares, causando sofrimentos e devastações de ordem social e econômica em diversos países no mundo, mesmo após o fim dos conflitos, por tornarem essas áreas perigosas para qualquer uso pelos moradores locais, principalmente para atividades agropecuárias, de sobrevivência para comunidades carentes. Em 2012, ao menos 80 países tinham diversas áreas afetadas com explosivos enterrados.
Roedores que ajudam Camboja a livrar das minas explosivas
Em função de ter sido cenário de vários conflitos militares, Camboja teve entre 1975 e 1998 diversas áreas com minas enterradas, que chegaram a causar milhares de vítimas. Para executar o trabalho de limpeza das minas, entre outros meios em Camboja são utilizados roedores africanos treinados para farejar o composto químico dentro dos explosivos, pelo fato desses pequenos animais dispor de habilidades de não acionar os detonadores em função do seu pequeno peso mas grande o suficiente para ser preso a uma coleira e também só de farejar explosivos e não pedaços de metais como acontece com os detectores convencionais, que muitas vezes acabam acionando falsos alarmes, que dificultam e atrasam o trabalho de limpeza de minas.
Premiação de Magawa, a rata exímia detectora de minas
No dia 25.09.2020, a rata Magawa, ganhou uma medalha de honra da People's Dispensary for Sick Animals (PDSA), a maior instituição de caridade veterinária do Reino Unido, por sua atuação na limpeza de minas terrestres no Camboja, não apenas salvando vidas, mas tornando essas terras novamente seguras para as comunidades.
Magawa, de 7 anos, faz parte de um programa de treinamento de ratos africanos da ONG belga Apopo, sediada na Tanzânia, criada no início dos anos 90 para o adestramento de roedores na detecção de minas graças à vantagem do seu leve peso e da habilidade de somente farejar os explosivos e não os pedaços de metais como ocorre com os detectores convencionais. Assim, ela é capaz de fazer buscas em área equivalente a uma quadra de tênis em 30 minutos, enquanto um humano com um detector de metais convencional levaria até 4 dias. Segundo a Apopo, esses roedores também teriam habilidade de detectar possíveis tumores de tuberculose em pessoas.
Shoji
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