segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

ABERPORTH PRIMEIRA CIDADE SEM PLÁSTICO

 Desde 2017 seus moradores rejeitam o uso de plástico descartável

Poluição plástica causa sério impacto ambiental

Segundo a ONU, a poluição causada pelo descarte de objetos de plástico é um dos grandes desafios da atualidade. A sacola plástica, ao ser descartada de maneira inadequada, provoca sérios prejuízos ao meio ambiente, contribuindo para o entupimento de drenagem urbana, ocorrência de inundações e poluição de cidades, rios, lagoas, oceanos e o meio ambiente em geral. Os detritos plásticos são contaminantes complexos e persistentes, sendo quase indestrutíveis, dividindo-se em partes menores, até mesmo em partículas de escala nanométrica, transformando-se em microplásticos, que podem subsistir nos mais diversos meios, corpos e alimentos, inclusive em águas engarrafadas. Ou seja, ao se transformar em microplásticos, o plástico acaba sendo ingerido por tartarugas, peixes e outras espécies marinhos e animais, muitas das quais são importantes fontes de alimento humano.   

 


a) New Years Resolution plastic free Tudorrosevideo dez 2018

b) Aberporth: the first plastic free village in Wales WWFCymru dez 2018

 

Aberporth, primeira comunidade livre de plástico descartável

Viver sem descartável plástico de uso único é possível, como mostra Aberporth, uma pequena cidade turística de 1.100 habitantes localizada na costa oeste do País de Gales, onde seus moradores reduziram o uso de plástico descartável até se tornarem a primeira comunidade do mundo livre de plástico de uso único, graças à iniciativa Plastic-free Aberporth liderada pela cineasta Gail Tudor.

 

Iniciativa liderada por Gail Tudor a partir de 2017

A iniciativa nasceu em 2017 após Gail ter feito o passeio de barco pela costa inglesa para verificar os efeitos do plástico no mar. Nessa empreitada Gail compreendeu a gravidade do problema, não só para o meio ambiente mas também para saúde humana: além de serem indestrutíveis as peças plásticas transformam se em pedaços cada vez menores com risco de serem consumidas por peixes e animais aquáticos, podendo chegar aos nossos organismos através dos níveis tróficos. Essa jornada motivou a mobilização de seus vizinhos e depois de toda a comunidade visando tornar o pequeno município livre de plástico não biodegradável.

 

Adoção de ações simples no cotidiano de seus moradores

Para alcançar esse objetivo, empresas locais e habitantes de Aberporth promoveram ações simples como:

·         Substituir os canudinhos de plástico por outros de papel ou materiais biodegradáveis nos ambientes comerciais e residenciais;

·         Utilizar xícaras de café e sacos reutilizáveis; evitar a aquisição de produtos envoltos em plástico e incentivar as compras a granel.

·         Não comprar água engarrafada, recomendando encher garrafas de metal ou plástico reutilizável com água da torneira.

·         Substituir nos ambientes comerciais os talheres de plástico por outros de madeira, as caixas de leite por jarras ou garrafas de vidro, e as embalagens de molho por potes ou outros recipientes biodegradáveis.

·         Usar embalagens de papelão para entregas de comida a domicílio.

 

O compromisso de Aberporth para viver sem plástico tornou-se tão relevante que foram desenvolvidas atividades beneficentes para angariar recursos para financiar o projeto. Adicionalmente, alguns hotéis incentivam seus clientes a trazerem as suas próprias xícaras. A campanha também envolve os turistas, mediante aviso para que eles respeitem a política antiplástico da localidade, reciclem ou levem o lixo gerado por eles e não joguem resíduos na praia ou na estrada.

 

Exemplo a ser seguido em escala global

Em função do sério impacto ambiental, diversos países no Mundo têm aprovado medidas para reduzir drasticamente o uso de material plástico descartado após único uso, tais como sacolas plásticas, canudos, cotonetes, pratos, talheres descartáveis, embalagens de comida, copos plásticos e artigos de pesca, como o caso das medidas aprovadas pelo Parlamento Europeu em 24.10.2018, tendo como meta a redução drástica desses materiais até 2021 e nos anos seguintes.

Tornar cidades de maior porte livre de descartáveis plásticos de uso único configura uma tarefa muito mais dificil, mas isso não tira o mérito de Aberporth ter se tornado a primeira comunidade livre do plástico descartável por engajamento de seus habitantes no projeto de tornar a sua vida mais saudável ambientalmente.  Assim, Aberporth mostra que é um exemplo que pode ser seguido por todos ao redor do mundo.

Shoji

 

 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

ANIMAIS QUASE HUMANOS

 Alguns mamíferos comunicam-se quase como humanos

Pesquisas científicas recentes revelam que a comunicação social entre mamíferos como elefantes, macacos e golfinhos assemelham-se a dos humanos, ou seja, compartilham traços de interação social antes vistos como exclusivos dos seres humanos.

As habilidades desses mamíferos envolvem:

Interação: (1) uso de vocalizações específicas; (2) sinais visuais para contatos;

Reconhecimento: (1) capacidade de identificar e se dirigir a determinados indivíduos; (2) uso de “nomes” (apelidos) ou rótulos vocais;

Aprendizado: (1) incorporação de rótulos vocais entre não relacionados; (2) transmissão de informações entre pares;

Cognição: (1) mecanismos de comunicação complexos; (2) adaptações evolutivas em ambientes sociais.

Ref.: Quais são os traços ‘quase humanos’ de golfinhos, elefantes e macacos? | VEJA Explica VEJA+ out 24

 Golfinhos

Os golfinhos que deslumbram o mundo com suas acrobacias e respostas aos chamados humanos mostram que apresentam habilidades antes considerados exclusivos dos humanos, na medida que os golfinhos nariz-de-garrafa são capazes de sorrir. Esses cetáceos abrem a boca de uma maneira semelhante ao riso durante interações lúdicas e prazerosas. O gesto surge justamente em contextos sociais, especialmente quando há contato visual entre os pares. O fenômeno visto entre os golfinhos, conhecido como mimetismo facial, é documentado em mamíferos terrestres, mas era desconhecido entre cetáceos. Essa espécie desenvolveu sistemas vocais complexos, utilizando assobios agudos para interagir. Tamanha habilidade provavelmente evoluiu devido à sobrevivência em águas turvas, onde a visibilidade baixa forçou-os a depender da audição. Em águas claras, quando estão mais próximos entre os pares, eles priorizam as expressões faciais. Por meio de uma mistura de assobios e sinais visuais os golfinhos conseguem cooperar e alcançar seus objetivos.

 Elefantes

Os elefantes surpreendem com um comportamento que se julgava humano: o uso de apelidos. Ao contrário de papagaios e golfinhos, que tendem a repetir sons para se referir a outros indivíduos, os elefantes se valem de construções sonoras mais abstratas, que correspondem a nossos apelidos.

 Macacos saguis

Os saguis desenvolvem vocalização específicas para conversar em grupo. Os sons emitidos não são usados apenas para localização, mas para a interação direta, de forma semelhante aos humanos. Os saguis aprenderam a recorrer a rótulos vocais muito parecidos para diferentes indivíduos, indicando uma capacidade de adaptação num ambiente com visibilidade reduzida, a densa floresta tropical.

 Necessidade da preservação das vidas animal e vegetal em todas as dimensões

A constatação da alta capacidade de comunicação e interação entre os mamíferos, de forma muito semelhante ao dos humanos, reforça ainda mais a necessidade de maior respeito e cuidado no relacionamento humano com esses entes que coabitam o mesmo espaço terrestre, ou seja, os animas devem ser tratados como irmãos e não como seres inferiores e até desprezíveis.

Com as mudanças climáticas e a perda de áreas e habitats naturais prejudicando as condições de sobrevivência das espécies animais, fica evidente a atuação premente de todos na condução de esforços proativos, colaborativos e inovadores para salvar e preservar a vida selvagem em todas as partes do mundo.

Shoji

sábado, 7 de dezembro de 2024

BIOBANCO DE CÉLULAS VIVAS NA LUA

 Será possível uma arca de Noé na Lua?

Em 2001 um grupo internacional propôs a criação de um grande depósito para salvaguardar sementes de grãos de todo o mundo. Frente aos crescentes conflitos globais no cenário de crises climáticas, a idéia saiu do papel em 2008, com a construção na Noruega do Silo Global de Sementes de Svalbard, também conhecido como Banco de Sementes do Ártico ou como Cofre do Apocalipse. A rede de túneis, encravada no permafrost (solo congelado) em Svalbard, sob uma montanha a 1300 km do Polo Ártico, foi construída para durar ao menos 2 séculos e proteger milhões de sementes de catástrofes como terremotos, explosões e dos efeitos das mudanças climáticas, as quais são mantidas a -18º c e mesmo que o sistema de refrigeração deixe de funcionar o permafrost pode manter a temperatura entre -4º c e -6ºc.


 a) O cofre do APOCALIPSE Chicco Mattos nov 2021

b) As crateras da lua Interesse Pelo Universo nov 2021


O Silo Global de Svalbard não está imune ao efeito de degelo

Idealizado para conservar espécies de plantas de todos os países que queiram ali depositar como forma de prevenção em caso de emergências incontroláveis, o Banco de Sementes passou por uma dura prova em 2017 quando o inverno inusualmente quente na Noruega fez o gelo derreter, causando um pequeno mas perigoso alagamento. Tal contratempo não estava previsto pelos criadores do projeto, pois o depósito de sementes está localizado embaixo da terra, em uma região próxima do Polo Norte com temperaturas perenes que podem ser mantidas entre -4º c e -6º c.

 

Seria viável uma arca de Noé na Lua?

Não houve prejuízo aos sementes depositados, mas o incidente inspirou idéias dignas de ficção científica.  Assim, em artigo publicado em 31.07.2024 no BioScience, periódico científico da Universidade de Oxford, uma equipe de 11 cientistas americanos de Harvard e do Instituto Smithsonian, liderada pela pesquisadora Mary Hogedorn, propõe-se a criação de um biorrepositório lunar, ou seja, um almoxarifado cósmico da vida terrestre, como se fosse uma verdadeira arca de Noé onde seriam armazenadas amostras de diferentes espécies em estado de criogenia, congeladas a temperaturas extremamente baixas, para garantir a sobrevivência de espécies em caso de catástrofes terrestres. Segundo os cientistas, a Lua seria o local ideal para abrigar o biobanco pelo fato dos fundos de crateras nos polos nunca serem atingidos pela luz do sol e a temperatura sempre permanece abaixo de -196º c, onde seria possível instalar cofres que não precisariam de energia e nem de manuseio humano intensivo. Não seriam guardadas somente sementes, mas também células vivas de seres fundamentais para a biodiversidade, ou seja, coleções de células de bactérias, corais, plantas, insetos, aves, mamíferos e de demais seres vivos, todas prontas para serem clonadas e fecundadas em caso de emergência global.

 

A arca lunar é uma realidade distante mas não deve ser afastada em definitivo

Por exigir a colaboração de diversos países o projeto do cofre lunar não será fácil de ser concretizado, considerando-se que o mundo continua polarizado, que enfrenta crises de diversas naturezas, de modo que a prioridade no momento é encontrar soluções para catástrofes ambientais na própria superfície terrestre. Mas mesmo que pareça um projeto de ficção científica, não se pode afastar de vez idéias que objetivem concretamente a sobrevivência da vida em todas as formas na Terra.

Shoji

sábado, 30 de novembro de 2024

FUGINDO DA DOUTRINAÇÃO DE ÓDIO NA INFÂNCIA

 Dor Shachar encontrou em Israel a motivação para se converter ao judaísmo

Dor Shachar nasceu em 1977 em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, como Ayman Abu Sobuh mas aos 13 anos fugiu para Israel onde aos 28 anos se converteu ao judaísmo   adotando o nome de Dor Shachar. Ele recorda que desde os 6 anos aprendia na escola que era honroso lutar e matar judeus e caso fosse morto nessa luta seria transformado em mártir e recompensado no paraíso. Desde a infância ele via os horrores nas ruas de Gaza e o destino daqueles suspeitos de cooperar com Israel. Eles eram arrastados pelas ruas, tinha as mãos decepadas e depois decapitados e seus corpos pendurados em postes de luz. Assim, anos depois ao ouvir sobre o massacre feito pelo Hamas em 07.10.2023 não ficou nada surpreso com a magnitude dessa macabra mortandade.

 

Ref.: The Palestinian From Gaza Who Converted to Judaism i24NEWS English nov 2021

Ambiente familiar e escolar dominado pelo ódio aos judeus

O pai de Dor era violento e mesmo tendo trabalhado em Israel por 27 anos defendia a morte dos judeus. O sonho de Shachar era ser médico, mas seu pai o forçou a trabalhar em uma construção desde os 12 anos de idade. Por contrariar as ameaças do pai pela sua discordância com o que era ensinado às crianças na escola e nas ruas, ele resolver fugir para Israel aos 13 anos e só voltou a Gaza aos 19 anos.

 Nova visão de vida em Israel

Em Israel começou a trabalhar em uma obra onde conheceu Nissim Ozen que se tornaria seu pai adotivo. Após ser adotado por Nissim e ter se encantado com o modo de vida em Israel, Dor decidiu-se converter ao judaísmo. Ao ser levado ao rabino, e diante da impossibilidade de obter a autorização da família dele para isso, o rabino instruiu-o a esperar até completar 18 anos. Ao completar 18 anos, ele voltou a procurar o rabino mas este informou-lhe, que devido à piora no status de segurança no país, ele precisaria de uma permissão especial do Estado para ficar no país. Aos 19 anos, por estar em situação irregular em Israel ficou preso por 45 dias. Ao retornar a Gaza para juntar algum dinheiro foi preso, espancado e torturado por ter passado tanto tempo em Israel.

 Finalmente a conversão ao judaísmo

Ao ser solto, fugiu novamente a Israel, conseguiu um emprego de segurança em um shopping center e 7 anos depois recebeu a aprovação para estudar o judaísmo e se converter a essa religião e conseguir a nacionalidade israelense aos 28 anos com o nome de Dor Shachar. Posteriormente, escreveu o livro “From Khan Yunis to Mount Sinai” e começou a fazer palestras sobre a sua sacrificada vida e esclarecer tudo o que realmente ocorre em Gaza. Em 2020, casou-se sob lei judaica com Edith uma imigrante da Hungria convertida também ao judaísmo, que conheceu pela Internet e vivem em Rishon LeZion.

Dor considera a família de Nissim Ozen como a sua e não mantém qualquer relação com a sua família biológica pois não faria bem o relacionamento com a família onde na sua infância prevalecia o ódio e não o amor.

 A trajetória de vida de Shachar lembra a do filho do Hamas

A mudança na vida de Shachar tem semelhança com a profunda transformação pessoal tida pelo Mosab Hassan Yousef, nascido em 1978 na Cisjordânia, mais conhecido como o filho do Hamas, que teve uma jornada de redescoberta espiritual, que culminou na sua conversão ao cristianismo e na crença de que “tolerar e perdoar seus inimigos” é o único caminho para a paz duradoura no Oriente Médio.  

Ao contar a sua história no livro “Filho do Hamas”, Mosab teve o objetivo de mostrar ao seu povo, os palestinos seguidores do Islã, que têm sido usados por regimes corruptos há centenas de anos, e que a verdade pode libertá-los.  Ou seja, não adianta apenas culpar Israel e o Ocidente por todas as desgraças e dificuldades enfrentadas pelos palestinos, se eles mesmos não tomarem a firme resolução para definir o melhor caminho para a redenção do seu povo.  

 

Cingapura como exemplo de uma nação exitosa em um território pequeno

A Faixa de Gaza é um território pequeno, mas pode ser berço para a construção de uma nação pacífica e próspera, como mostra a trajetória seguida por Cingapura, que com território pouco maior, desde a sua independência em 1965 se transformou em um país desenvolvido, em termos tecnológicos, econômicos, sociais e de convívio harmonioso entre diferentes povos e religiões.

Shoji

 

sábado, 16 de novembro de 2024

JACARTA AFUNDA POR SUBSIDÊNCIA DO SOLO

 Nusantara é a nova capital da Indonésia no centro geográfico do país

Desde 17.08.2024, Nusantara é a nova capital da Indonésia, substituindo Jacarta, que ocupava essa posição não somente após a proclamação da independência do país em 1945 mas desde os tempos coloniais holandeses no século XVII. A localização de Nusantara foi escolhida por estar no centro geográfico da Indonésia, na Província de Kalimantan Oriental na costa leste da Ilha de Borneo, e por estar sob menor risco de desastres naturais como inundações e terremotos. A nova capital é cercada por montanhas, florestas e uma baía natural, mas a sua construção é cercada de muitos obstáculos, por requerer investimentos privados vultosos, de modo que o seu pleno desenvolvimento levará muitos anos para a sua consolidação, esperando-se que em 2045 atinja 1,9 milhão de habitantes.

Apesar do planejamento governamental de desenvolver a cidade de forma sustentável, em harmonia com a floresta, ou seja, uma capital com ecossistema inteligente, há preocupação de que a construção da cidade degrade o meio ambiente, principalmente os essenciais manguezais e pela flagilização da cobertura florestal, além, de reduzir ainda mais o habitat de espécies animais ameaçadas como orangotangos e macacos de nariz longo.

 

Ref.: Is Indonesia’s plan to save Jakarta by building a new capital a ‘massive ecological disaster'? Eeuronews nov 2023

O principal motivo para a mudança de capital é o afundamento de Jacarta

Além da expectativa de ganhos estratégicos, econômicos, sociais e de infraestrutura futuros, apresentado pelo presidente indonésio Joko Widodo, para justificar a construção da nova capital com investimentos astronômicos, a principal motivação situa-se no fato de Jacarta, a maior metrópole do país e um dos maiores do mundo, com 12 milhões de habitantes, estar literalmente afundando a um ritmo alarmante, podendo a maior parte da cidade ficar submersa até 2050. Jacarta foi erguida em área pantanosa, no Mar de Java, cercada por uma grande floresta tropical e banhada por um grande delta cortado por 13 rios. Durante séculos, o delta permaneceu envolvido por densos manguezais que ofereciam proteção natural contra as fortes ondas e marés nas tempestades. Nas últimas décadas, porém, os eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas aumentaram de forma alarmante a frequência e a intensidade das cheias.

 

Afundamento por retirada descontrolada de água subterrânea

Adicionalmente, o solo onde se assenta Jacarta está afundando ao ritmo de 1 a 15 cm ao ano, sob o efeito do fenômeno geológico, topográfico e geográfico chamado subsidência ou abatimento. É um movimento para baixo de uma área, no caso de Jacarta, causado pela retirada descontrolada de água do subsolo, fenômenos tectônicos, ritmo intenso e descontrolado de urbanização e compactação de depósitos que perdem água. Enfim, o afundamento de Jacarta é decorrente da conjugação de série de fatores, os quais se caracterizam pela sua dessintonia com a sustentabilidade ambiental.

 

O tempo para salvar as grandes florestas tropicais é cada vez mais curto

O tempo para salvar as grandes florestas tropicais na Indonésia como na Amazônia e Congo é cada vez mais curto mas para isso é imprescindível reduzir drástica e efetivamente o desmatamento, chegando à total cessação do desmatamento nos próximos anos. Adicionalmente, deve ser feito grande esforço para restaurar as coberturas florestais em áreas já mais fragilizadas de forma a preservar a grande biodiversidade ainda existente nessas áreas.

Shoji

sábado, 9 de novembro de 2024

PROTESTOS CONTRA O TURISMO EXCESSIVO

 Apesar dos protestos é inexorável o crescimento do turismo mundial

Segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC em inglês), composto de membros da comunidade de negócios tendente a aumentar a conscientização sobre o  setor de viagens e turismo em articulação com governos, a contribuição do turismo sobre o PIB global deve crescer 12% em 2024 em relação a 2023, atingindo o recorde de US$ 11,1 trilhões o que representa 10% do PIB mundial, gerando em torno de 350 milhões de empregos. Isso denota a importância do turismo para a economia mundial, principalmente para alguns países que dependem cada vez mais desse setor econômico.

Isso é resultante do fato de que mais e mais pessoas não só desejam viajar e conhecer outros países e culturas, mas mais pessoas também estão alcançando condições financeiras para dedicar parte do seu tempo e renda para atividades de lazer e turismo, como ocorre com aqueles originários de países emergentes e populosos como Índia e China. Também contribuem para essa tendência os avanços tecnológicos que facilitam e barateiam os meios de transporte, hospedagem e alimentação, além de investimentos em infraestrutura que atraem mais e mais visitantes.

 

Excesso de turismo causa impactos econômicos e ambientais em cidades mais visitadas do mundo

Jornalismo TV Cultura out 2024

Medidas para amenizar os transtornos do turismo de massa

Mas nem tudo é mar de rosas, pois o aumento de visitantes acarreta série de transtornos sobre os moradores em localidades com maior afluxo de turistas que sobrecarregam a infraestrutura insuficiente para isso, com destaque a cidades como Amsterdam, Paris, Milão e Barcelona, entre outras.

Para prevenir o chamado turismo excessivo (overtourism) diversas localidades têm adotado medidas como a da cobrança pela prefeitura de Veneza a partir de abril/2024 da taxa de 5 euros para pessoa que passa somente 1 dia, ou como Paris e Londres que restringem o estacionamento de ônibus nas áreas centrais da cidade. Muitas cidades já estudam proibir as visitas de curta estada com hospedagem por meio de aplicativos como Airbnb. Mas tais medidas além de desgastantes são claramente paliativas que não resolvem o cerne do aumento do fluxo de visitantes.

 Protesto de moradores contra o turismo de massa

O transtorno do excesso de turistas suscitou o surgimento do fenômeno inédito de moradores locais contra a “invasão” de turistas em locais como Barcelona, Madri, Ilhas Canárias e Maiorca entre outras. Mas esse tipo de protesto não tem o apoio da grande massa de pessoas e setores que se beneficiam do turismo.

 Os turistas aumentam por isso devem respeitar melhor os locais visitados

É certo que os turistas devem melhorar o seu comportamento de modo a respeitar mais o conforto dos moradores locais, mas é inevitável que estes por sua vez devem se adequar melhor ao contínuo afluxo de visitantes, na medida que o crescimento do turismo continuará sendo inexorável, principalmente pela sua expressão econômica na geração de renda e emprego. E isso é positivo, pois o turismo é uma forma sadia e sustentável de aumentar a interação e o convívio entre pessoas e povos das mais diversas partes do Mundo. 

Shoji


sábado, 17 de agosto de 2024

NOVOS ESPORTES NAS OLIMPÍADAS 2028

 As novas modalidades são populares nos EUA e em regiões da Ásia e Américas do Norte e Central e no Caribe

Nos XXXII Jogos Olímpicos, em Tokyo, inicialmente  programados para 24.07 a 09.08.2020 mas adiados para 23.07 a 08.08.2021,  por efeito da pandemia do Covid-19, ocorreu o aumento das modalidades esportivas em disputa de 21 para 37, com o objetivo de atrair maior público, principalmente entre os jovens, as mulheres e os contingentes cada vez maiores de moradores comuns dos centros urbanos, com a inclusão do skate, surfe, karatê, escalada esportiva, beisebol/softbol e basquetebol 3x3.

As Olimpíadas 2024 em Paris continuaram essa tendência de atrair o público jovem e adeptos de novas modalidades esportivas e de lazer, praticadas em locais mais despojados e descontraídos, fora das grandes arenas, que exigem grandes investimentos, com a inclusão do break dance, mas com a exclusão do karatê e do beisebol/softbol. O kitesurfe que estava cogitado para entrar no evento de Paris acabou não fazendo parte das Olimpíadas 2024.

 

Conheça os novos esportes olímpicos O TEMPO dez 2023


Novas modalidades nas Olimpíadas 2028 em Los Angeles

Na edição dos Jogos Olímpicos a realizar-se em 2028 em Los Angeles-EUA farão parte 5 novas modalidades, já aprovadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) no fim de 2023, a saber: críquete, flag footballsquash, beisebol/softbol e lacrosse.

O beisebol é o esporte mais conhecido a ser reintroduzido em 2028, sendo praticado por homens, e na versão feminina, como softbol. O beisebol/softbol fez parte do cartel de esportes olímpicos de 1996 a 2008, ficou de fora em 2012 e 2016, retornou em Tóquio, mas foi novamente retirado em 2024. Retornará em 2028 em Los Angeles por ser muito popular nos EUA e também em países das Américas do Norte e Central e Caribe e na Ásia especialmente no Japão e Coréia do Sul.

O críquete originário da Inglaterra, entre os séculos 16 e 17, é um esporte de equipe jogado com uma bola dura, um bastão e 2 times de 11 jogadores cada, e é popular em países de influência inglesa como Inglaterra, Austrália e do sul da Ásia, como Índia e Paquistão. A modalidade que fez parte somente das Olimpíadas de 1900 é disputada com tacos de madeira e uma bola. O objetivo do jogo é marcar corridas ao se rebater a bola arremessada pelo adversário contra a sua casa.

O flag football é uma variação do futebol americano, que permite interromper o avanço do adversário mediante a retirada de uma das fitas (flags) presas a um cinto usado pelo mesmo, reduzindo dessa forma o excesso de contato físico no futebol americano original.

O squash é um esporte disputado com raquetes, derivado do tênis, mas diferentemente deste, os 2 jogadores ficam do mesmo lado em uma quadra retangular, cercada por 4 paredes. O objetivo do jogo é bater na bola, inclusive contra as paredes, de maneira a evitar que o adversário consiga rebatê-la.

Esporte originário da prática dos indígenas americanos: lacrosse

O lacrosse, criado nos Estados Unidos, é um dos mais diferentes e estará de volta depois de ter sido disputado em 1904 e 1908. É uma espécie de futebol com taco, mas com uso de equipamento de proteção ao rosto, e é derivado da prática das tribos nativas sendo popular na costa leste americana e no Canadá.  Na modalidade são usados bastões com uma espécie de cesto na ponta, onde a bola é carregada e trocada de um jogador para o outro até se conseguir a melhor condição para arremessar ao gol. Nos Jogos de 2028, serão disputados com 6 jogadores por equipe e não com os costumeiros 10.

 

Olimpíadas como meio de integração e interação entre povos e países

É oportuna a inclusão desses esportes como olímpicos em 2028 para despertar maior interesse principalmente dos jovens e dos moradores urbanos, que já estão acostumados a ver não somente como atividades esportivas mas também como lazer do dia a dia. Assim, as Olimpíadas continuariam motivando a prática dos mais variados esportes, como forma não somente do necessário exercício físico como também de interação social entre pessoas, povos e países de todo o mundo.

Shoji

sábado, 10 de agosto de 2024

MOVIMENTO MUNDIAL CONTRA O DESCARTÁVEL PLÁSTICO DE USO ÚNICO

 Olimpíadas e outras ações engajadas no combate à poluição plástica

Poluição plástica ameaça o Mundo

No século 21, o descarte do material virou um problema ambiental grave, em função do elevado volume desse material e pelo fato de ser de difícil decomposição.

Atualmente, o uso do plástico como embalagem e para outros fins está muito difundido no dia a dia dos consumidores, e grande parte após único uso, como ocorre com as sacolas plásticas, os copos e outros utensílios domésticos de plástico.  

Os detritos plásticos são contaminantes complexos e persistentes, sendo quase indestrutíveis, dividindo-se em partes menores, até mesmo em partículas de escala nanométrica, transformando-se em microplásticos, que podem subsistir nos mais diversos meios, corpos e alimentos, inclusive em águas engarrafadas.

O plástico não é inerentemente nocivo. É uma invenção criada pelo homem que gerou benefícios significativos para a sociedade. Mas, a maneira como indústrias, governos e consumidores lidam com o plástico e a maneira como a sociedade o converteu em uma conveniência descartável de uso único transformou essa inovação em um desastre ambiental mundial.

 

a) A more sustainable Olympic Games! How Paris 2024 is doing more with less Olympics  jul 24

b) Estudantes de Londrina aprendem o estrago causado por plásticos  RIC Notícias ago 2019

c) Redução de lixo plástico e incentivo à economia circular: temas em debate na CAS TV Senado dez 2023

Olimpíadas 2024 de Paris sem descartáveis plásticos de uso único

No escopo de conscientização e de engajamento de povos e países no sentido de que cada um pode e deve contribuir para a defesa efetiva do meio ambiente e da própria sobrevivência do planeta, o maior evento esportivo do mundo, as Olimpíadas de Paris 2024, tem servido de palco para mobilizar ações no sentido de atacar a crise global da poluição plástica, o que determinou a realização desse gigantesco evento sem o uso de descartáveis plásticos de uso único, com a adoção de medidas como:

·         não admissão nos locais de competição de visitantes portando garrafas plásticas;

·         utilização nos locais de provas de copos não descartáveis;

·         entre as patrocinadoras, o comprometimento da Coca-Cola de distribuir os seus produtos em garrafas de vidro retornáveis através de máquinas de venda a serem desmontadas após o evento.

Destaca-se ainda que 11 organizações esportivas e 102 atletas de alto rendimento, representando 43 modalidades esportivas e 30 países, elaboraram carta aberta aos maiores produtores de bebidas, na condição de maiores poluidoras plásticas do mundo, como a Coca-Cola e a Pepsico, demonstrando a preocupação do meio esportivo com as questões ambientais exigindo o seu comprometimento na adoção de opções mais responsáveis e sustentáveis com o seu público consumidor, por exemplo, pelo aumento o uso de embalagens reutilizáveis e outros meios menos agressivos ao meio ambiente.

 A UEL restringe o uso de descartáveis plásticos de uso único

A Universidade Estadual de Londrina-PR (UEL) iniciou o ano letivo 2024 colocando em prática uma resolução aprovada pelo seu Conselho de Administração, que estabelece regras e um cronograma para suprimir o uso e a compra de produtos plásticos como copos e garrafas descartáveis de uso único em todas as dependências da universidade, sendo considerados plásticos de uso único copos, talheres e pratos, canudos e mexedores descartáveis. Com isso, a UEL pretende criar uma cultura, com foco na sustentabilidade, em cumprimento ao Estatuto da UEL e à Constituição Federal, art. 225, que aponta a necessidade de proteção ambiental frente ao impacto causado pelo plástico de uso único. Segundo a reitoria da UEL essas medidas colocam em prática as recomendações feitas por inúmeros estudos sobre conservação ambiental, cabendo às instituições universitárias dar exemplo de sustentabilidade, considerando que o plástico descartável representa um grave problema social e ambiental.

 PL 2524/22 pretende regular a economia circular do plástico

O PL 2524/2022 em tramite no Congresso Nacional propõe a redução da produção e consumo de itens plásticos de uso único, como  sacolas, talheres e copos, canudos hoje usados massivamente pela população e requer soluções mais sustentáveis. Com isso, propõe-se um novo modelo de produção e uso que irá reduzir a quantidade de plástico descartável no mercado consumidor. O que for produzido deve ser reciclável, reutilizável ou compostável, fazendo com que o plástico volte ao sistema de uso e não seja descartado, impedindo, assim, que mais poluição plástica chegue aos rios, lagos, oceanos e outros locais. A poluição plástica é tão grave que se tornou também uma questão de saúde pública, na medida que microplásticos já foram encontrados em diversos órgãos, no leite materno e até no coração humano.  O tramite do PL 2524/22 deu um grande avanço ao ser aprovado na Comissão de Assuntos sociais do Senado em 28.10.2023.

Shoji


sábado, 3 de agosto de 2024

DESPOLUIÇÃO DE LAGOS PERUANOS

 O magnífico trabalho do nipo-peruano Marino Morikawa com uso de nanotecnologia e recursos ambientalmente corretos

A água é fundamental para a vida no planeta Terra, mas a poluição da água tem se tornado um sério problema ambiental caracterizado pela alteração das propriedades físicas e químicas desse recurso, que se torna perceptível por meio da alteração da cor, do cheiro ou mesmo do gosto da água, que pode estar também contaminada e causar doenças aos seres humanos. A poluição hídrica afeta tanto as águas superficiais quanto as subsuperficiais e é causada principalmente pela ação humana, que hoje é bastante visível principalmente em torno de rios, lagos e mares em várias partes ao redor do mundo.

Para a preservação do recurso tão essencial como a água são necessárias medidas como a ampliação do acesso ao saneamento básico para a população e a adoção de práticas sustentáveis por parte de agentes públicos e privados que sejam capazes de envolver toda a população afetada.

 
Bicentenario: El peruano Marino Morikawa que descontamina los lagos (HOY) América Televisión jul 2021

O magnífico trabalho de Marino Morikawa na despoluição de corpos de água

Nesse sentido, pode-se destacar a atuação de Marino Morikawa, um cientista ambientalista nipo-peruano, nascido em 1977 em Chancay no Peru, com doutorado em ciências ambientais na Universidade de Tsukuba no Japão. Marino tornou-se conhecido pelo seu trabalho de despoluição e descontaminação da Lagoa El Cascajo em Chancay, sua terra natal. Para descontaminar a pequena lagoa de El Cascajo e evitar o seu assoreamento, Morikawa aplicou técnicas de nanotecnologia com a ajuda de voluntários locais e usando materiais encontradas na área afetada. Para tanto, Marino injetou na lagoa um fluxo contínuo de microbolhas 10 mil vezes menores que as bolhas de refrigerante. Essas microbolhas têm íons positivos e negativos que geram uma alta concentração de energia, o que induz as bactérias a se agregarem às microbolhas e ficarem presas nelas. Com isso, as bactérias perdem mobilidade, deixam de se alimentarem e se autodestroem. Ou seja, é um processo que obriga as bactérias a se desmolecularizarem e morrerem. Com essa técnica, a lagoa de El Cascajo foi descontaminada em 15 dias de trabalho, o que permitiu não só a recuperação da água mas permitiu a volta das aves silvestres e dos peixes à lagoa. Mas para a manutenção da qualidade da água e das condições ambientais é necessária que a população local siga os cuidados necessários no seu trato com os recursos do lago.

 A continuidade do trabalho de Morikawa por meio da sua empresa e equipe

Com o sucesso da restauração da lagoa El Cascajo, Morikawa foi estimulado a fundar a sua própria empresa, o TTT Grupo Morikawa, que se dedica à despoluição de corpos de água em vários locais do mundo, atuando, por exemplo em localidades como o Rio Chira nos Andes equatorianos e nas lagoas Huacachina e Alalay no Peru. Mas o maior desafio é atuar no Lago Titicaca o mais alto lago navegável do mundo que se situa entre Peru e Bolívia, e sofre seriamente de poluição aquática principalmente pelo lançamento de resíduos urbanos.   

Shoji

sábado, 20 de abril de 2024

A RESERVA AÇUNGUI É EXEMPLO DE PRESERVAÇÃO E REFLORESTAMENTO NA MATA ATLÂNTICA PARANAENSE

 A preservação de 726 alqueires na Mata Atlântica sustenta 230 nascentes do Rio Açungui na Grande Curitiba

Na 21ª Conferência do Clima da ONU (COP21), realizada em Paris em novembro e dezembro/2015, com o principal objetivo de cooptar o esforço mundial de 195 nações para conter o aquecimento do planeta em até 2º C até o fim deste século, em relação aos níveis pré-industriais, e assim evitar as mudanças climáticas catastróficas para a Terra, entre os 5 principais compromissos brasileiros ofertados, destaca-se o de recuperar 12 milhões de hectares de florestas, equivalente a 120 mil km2 (área da Inglaterra) até 2030, o qual foi considerado um dos mais ambiciosos apresentados pelos países signatários da Convenção sobre Mudanças Climáticas. 

Em função da amplitude da meta e da dificuldade de se alcançar tal objetivo, há necessidade da contribuição de diversas iniciativas direcionadas não somente à preservação como de restauração florestal no País.,

 

Exemplo de preservação: reflorestamento feito fez surgir 200 nascentes Grupo RIC abr 2021

Benefícios ambientais da preservação florestal perto de Curitiba

A somente 50 km da grande metrópole de Curitiba, o empresário Carlo Alberto Ferreira desempenha desde 2000 um exemplar trabalho de preservação e também de reflorestamento na Mata Atlântica que hoje no Brasil remanesce somente 8% da área original e no Paraná de somente 3%.

 Reserva Açungui preserva nascentes que abastecem Curitiba

O esforço de reflorestamento com espécies nativas, principalmente de araucária, foi feito em cerca de 118 hectares atingindo com isso o total de 726 alqueires de área preservada, que oferece diversos benefícios ambientais, como o desenvolvimento da vida animal e da vegetação nativa, entre as quais se destaca diversas plantas medicinais. Outra grande dádiva é a preservação de 230 nascentes, que alimentam o Rio Açungui e este por sua vez contribui para o abastecimento da Grande Curitiba. Além disso, a reserva do empresário Carlos Alberto faz parte do projeto de criação do caminho da Escarpa Devoniana que poderá chegar a 300 km e poderá incrementar o turismo ecológico na região com o oferecimento de diversos atrativos e serviços aos visitantes.


Shoji

 

sábado, 13 de abril de 2024

ONG AMIGOS DO BEM

 A notável iniciativa da Alcione Albanesi para transformar o sertão nordestino

A ONG Amigos do Bem, fundada por Alcione Albanesi em 1993, trabalha para transformar vidas no sertão nordestino, a região mais carente do Brasil. Todos os meses, mais de 150 mil pessoas que vivem em 300 povoados em situação de extrema pobreza são atendidas com projetos de educação, trabalho e renda, saúde, fornecimento de água e moradia. O Amigos do Bem é hoje considerado um dos maiores projetos sociais do País, tendo criado o Modelo de Desenvolvimento Social Sustentável (MDSS) e diversas iniciativas baseado no modelo de autossuficiência, contando com a atuação de quase 11 mil voluntários ativos.

 

a) Amigos do Bem: instituição é eleita a melhor ONG do ano Band Jornalismo abr 2021

b) Escola dos Amigos do Bem está entre as melhores do Brasil no resultado do IDEB | Amigos do Bem abr 2023

A abrangência da ação do Amigos do Bem

Embora a ONG Amigos do Bem ainda dependa de doações, ela gera receitas a partir de negócios sociais, como as 15 unidades produtivas do MDSS que sustentam quase 2 mil empregos no sertão nordestino, entre plantações de caju, fábrica de beneficiamento de castanha de caju, oficinas de costura e artesanato e fábrica de mel e doces. Essa forma de atuação cria um ciclo virtuoso em que uma unidade produtiva gera renda para as famílias e lucro o qual é destinado para manter 4 centros de transformação em Buíque e Inajá (PE), Mauriti (CE) e São José da Tapera (AL), cada um com 3 mil m2 de área construída, 25 salas de aula, refeitório, auditório e quadras poliesportivas, onde são atendidas 10 mil crianças e jovens, com 100 veículos para transporte de alunos e  são servidas 1,8 milhão de refeições por ano.

Além disso mensalmente são atendidas 150 mil pessoas em situação de vulnerabilidade em 300 povoados, mediante consultas, exames e procedimentos feitos por médicos voluntários, consultas e procedimentos odontológicos por dentistas voluntários, além de construção de cisternas e perfuração de poços artesianos e construção de moradias.

Adicionalmente, voluntários em SP atuam no recebimento de doações de roupas, calçados e brinquedos, os quais são selecionados, recuperados e embalados como cestas básicas para entrega às pessoas carentes.

 

Gestão empresarial do Amigos do Bem

Além da enorme área de abrangência e do significativo impacto sócio-econômico causado, a ONG Amigos do Bem caracteriza-se como uma organização social que atua sob gestão empresarial, com vistas a melhor superar os complexos desafios peculiares à uma grande organização.

 

Frutos da iniciativa da Alcione Albanesi

As dimensões alcançadas atualmente pelo Amigos do Bem é fruto do inconformismo manifestado pela empresária paulistana Alcione Albanesi no início dos anos 90 frente à extrema pobreza vigente no Nordeste, que decidiu dedicar ao projeto social a sua grande vocação empresarial demonstrada desde a sua infância e juventude. Em 1992, em visita aos EUA encontrou em uma loja uma lâmpada fluorescente de origem chinesa sendo vendida a um preço muito abaixo do que no Brasil, o que a motivou a importar esses produtos da China para revenda no Brasil. Em 1993, aos 25 anos, fundou a FLC Lâmpadas. No mesmo ano, ao ver notícias sobre a miséria no semiárido nordestino e depois de ter arrecadado roupas e alimentos para ser distribuído no Nordeste durante o Natal, criou a ONG Amigos do Bem. Em 2014, inaugurou uma fábrica de lâmpadas LED no Brasil mas nesse mesmo ano resolveu vender a empresa FLC e passou a  dedicar exclusivamente ao Amigos do Bem, que se tornaria o maior projeto social do País.

Shoji

sábado, 6 de abril de 2024

FECHAMENTO DE ESTAÇÕES DE ESQUI

 A escassez de neve é decorrente do aquecimento global

A cada ano as populares e sofisticadas temporadas nas tradicionais estações de esqui estão se tornando cada vez mais difíceis ou raras principalmente no hemisfério norte particularmente nas regiões alpinas da Europa. Isso decorre da falta de neve que tem levado ao fechamento parcial ou temporário de algumas estações de esqui, e, em alguns casos extremos, a fechamento definitivo desses resorts. As regiões alpinas alcançam porções da França até Eslovênia, passando por Suiça, Itália, Alemanha e Áustria, chegando mesmo aos Cárpatos na Polônia, Chéquia e Eslováquia.

 

a) Alpes com falta de neve Euronews em Português abr 2023

b) Inverno histórico faz Europa temer futuro sem neve DW Brasil abr 2023

Fechamento de resorts de esqui

Por exemplo, em setembro/2023 a prefeitura de La Sambuy, perto do mítico Mont Blanc nos Alpes franceses, decretou o fim das atividades esportivas e lazer nos meses de frio pela inviabilidade econômica de mantê-las abertas em função da escassez de visitantes. Em 2022, Saint-Firmin, outro pequeno destino de esqui alpino, já tinha optado por remover o seu teleférico em função da falta de neve ter reduzido a temporada de inverno de meses para poucas semanas.

 Impacto do aquecimento global na escassez da neve

A escassez crescente de neve está intimamente associada ao aquecimento global, que levou o ano de 2023 a ter se tornado o mais quente da história.  Com isso, de acordo com o relatório da revista científica Nature Climate Change, 53% dos 2.234 resorts de esqui pesquisados na Europa provavelmente enfrentarão um risco muito elevado de suprimento de neve caso a temperatura atinja a marca de 2º c acima dos níveis pré-industriais, fato que levaria à necessidade ao uso em algum grau da neve artificial.

 Neve artificial causa prejuízo ambiental

Em torno de 60% das estações já recorrem à neve artificial mas fazer esse insumo não somente é caro mas é um processo que demanda muita água e energia. Outro ponto controverso é que a fabricação da neve artificial exige aditivos químicos ou biológicos para melhoria da sua qualidade e rendimento, no sentido de retardar o seu derretimento. Mas a água tratada quimicamente pode causar danos à biodiversidade e à vegetação e o derretimento lento, por sua vez, pode prejudicar o ciclo de crescimento das plantas.

Shoji

sábado, 30 de março de 2024

JUDICIÁRIO BRASILEIRO ONEROSO E INEFICIENTE

 O abuso dos superpenduricalhos pode ser eliminado pela aprovação do PLS 6726/2021 no Senado

É notório que o sistema judiciário brasileiro é moroso, burocrático, complexo, pouco acessível à população, ou seja, tem baixa efetividade mas com elevado custo à sociedade. Segundo levantamento feito pela STN, do Ministério da Fazenda, divulgado em 24.01.2024, as despesas do sistema judiciário brasileiro incluindo os ministérios públicos alcançaram em 2022 1,6% do PIB, o mais elevado entre os 56 países analisados, muito acima da média mundial de 0,37% em 2021, de 0,5% dos países em desenvolvimento e de 0,3% daqueles mais avançados. A maior parte das despesas é concentrada em salários e benefícios e pouco em melhorias e investimentos para tornar a justiça mais rápida, eficiente e menos onerosa.

 

Supersalários custam quase R$ 4 bi ao ano | Jornal da Band Band Jornalismo ago 2023

Penduricalhos elevam a remuneração acima do teto constitucional

A elite do serviço público constituído pelos juízes, procuradores e promotores ultrapassam o teto remuneratório constitucional do funcionalismo público, atualmente  de R$ 44.008,52 mensais nos termos da Constituição Federal art.37, XI, correspondente ao salário do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mediante o recebimento de diversos auxílios, gratificações, verbas, ajudas de custo, que podem chegar ao total de 32, muitos dos quais não estão sujeitos ao limite do teto e nem à cobrança do Imposto de Renda (IR). Entre os auxílios destacam-se:  moradia, alimentação, transporte, plano de saúde, adoção, creche, cursos, educação, doença, funeral, mudança, natalidade, livros e informática, etc., que em 2015 elevavam a média de rendimentos totais de juízes e desembargadores nos Estados (quando o teto remuneratório era de R$ 33.763), a R$ 41.802 mensais, correspondendo a 23 vezes o rendimento médio do trabalhador no Brasil. E esse quadro pouco se alterou ao contrário agravando-se de modo geral.

 Gastos substanciais com a elite do serviço público

Esse descalabro da elite do serviço público ao País é demonstrado cabalmente pelo estudo do Centro de Liderança Pública com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), de 2022, do IBGE, conforme artigo do Jornal ESP (“Estadão”), de 17.07.2023, pg. B1, segundo o qual a casta dos servidores públicos que ganha acima do teto do funcionalismo (de R$ 44.008,52 mensais em 2024), custa R$ 3,9 bilhões aos governos federal, estaduais e municipais, sendo R$ 2,54 bilhões aos Estados, R$ 900 milhões a União e R$ 440 milhões aos municípios. Em 2022, 25,3 mil faziam parte desse grupo seleto, representando 0,23% dos servidores estatutários. Além de se caracterizar por privilégio indevido, pelo fato desses supersalários superar não somente o teto constitucional mas em muito a média salarial do serviço público e mais ainda em relação à renda média do trabalhador brasileiro, o montante de R$ 3,9 bilhões representa um valor considerável, por superar por exemplo o orçamento de 2023 de um órgão importante como o do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, de R$ 3,5 bilhões, mas principalmente ao se considerar o quadro fiscal fragilíssimo do Brasil nas esferas federal, estadual e municipal, com necessidade de fazer frente aos gastos essenciais crescentes, inclusive previdenciários, sem correspondência nas receitas públicas e com dívida pública crescente, no limiar de atingir limites catastróficos.

 Projeto de Lei que elimina os abusos está parado no Senado desde julho/2021

Toda essa gastança com superbenefícios à elite do serviço público teria um fim e permitiria enorme redução de gastos públicos caso o PLS 6726/2016 já aprovado na Câmara dos Deputados em 17.07.2021 tivesse sido aprovado também pelo Senado Federal, onde está parado. São tantos os benefícios pagos aos servidores que o referido PLS lista somente o que é permitido e impõe limites sobre aqueles permitidos, abordagem que é muito mais eficaz do que listar os benefícios que se procura eliminar ou limitar.

Shoji

sábado, 16 de março de 2024

O FIM DA SUPERPOPULAÇÃO

 O fim da explosão demográfica favorece a preservação dos recursos naturais do Planeta

Em 1972 o livro “Os limites do crescimento” produzido pelo chamado Clube de Roma, usando dados históricos e modelos matemáticos, demonstrava que o forte crescimento da população, além de aumentar as emissões de CO2 e esquentar a atmosfera, poderia acarretar em outras consequências catastróficas como o esgotamento dos recursos naturais. E apresentava 2 possíveis soluções: ou a humanidade diminuía voluntariamente seu ritmo de crescimento ou o próprio planeta faria isso reduzindo a população por meio do colapso ambiental. Mas as advertências desse livro não foram ouvidas, pois a população mundial que em 1972 era de 3,8 bilhões mais do que dobrou desde então atingindo em novembro de 2022 a marca de 8 bilhões.

a) População da Terra vai despencar Olhar Digital abril 2023

b) Crescimento da população está caindo acima do esperado | BandNews TV Band Jornalismo ago 2023

Hoje, o aquecimento global e outros problemas ambientais são temas dominantes e urgentes no âmbito global. Entretanto, em função de diversos fatores estruturais, a taxa de natalidade vem se reduzindo mais sensivelmente a partir de meados da década de 1960. Entre esses fatores destacam-se o acesso à educação de forma geral, a crescente migração das pessoas do meio rural para o urbano, com a consequente aumento da taxa de urbanização, o maior acesso das mulheres ao mercado de trabalho, a melhoria dos programas de saúde, a implementação do planejamento familiar e a maior facilidade de acesso aos métodos contraceptivos. Com isso, atualmente 124 países estão com taxa de natalidade inferior a 2,1 filhos por mulher, sendo esse índice chamado de “taxa de reposição”, que, segundo a ONU, é a necessária para manter a população estável. Ou seja, o crescimento população da maioria dos países, incluindo alguns dos mais populosos, situam-se abaixo da taxa de reposição.   Na Índia, que a partir de maio/2023 passou a ser o país mais populoso do mundo, a taxa de natalidade era de 2,05 em 2020, enquanto na China era de 1,28. No Brasil era de 1,62, em 2023, de modo que, segundo o IPEA, a população brasileira alcançaria o seu pico em 2045, com 230 milhões, passando a declinar a 180 milhões em 2100.  A África é o único continente em que predomina a ameaça da explosão demográfica. Embora seja difícil fazer uma previsão clara sobre o crescimento populacional no futuro, várias estimativas na média mostram que a população mundial alcançaria em torno de 8,6 bilhões em 2050, passando a declinar até em torno de 7 bilhões em 2100.

Impactos dramáticos sobre a economia

A redução do crescimento populacional terá série de efeitos difíceis de serem previstos com exatidão, mas com menos gente nascendo, a idade média da população irá aumentar e haverá menos trabalhadores para produzir e contribuir para a previdência social e pagar as aposentadorias dos idosos. No futuro, a menor oferta de fator trabalho poderia ser compensada pelo aumento da produtividade decorrente da maior capacitação e pelo uso de sistemas produtivos cada vez mais automatizados e baseados em inteligência artificial e tecnologias inovadoras. Quanto à aposentadoria dos mais idosos, o modelo atualmente predominante de repartição, em que a contribuição corrente paga as pensões dos aposentados, deve dar lugar ao modelo de capitalização, em que cada beneficiário contribui e acumula os recursos em contas individuais capitalizadas, as quais seriam sacadas por cada um por ocasião da aposentadoria.

 Efeito benefíco sobre a sustentabilidade ambiental

Do ponto de vista da sustentabilidade do Planeta, entretanto, a redução do crescimento populacional acarretará em menor pressão no uso dos recursos naturais em todos os sentidos, como terra, água, energia, alimentos, o que pode contribuir decisivamente para melhorar a perspectiva futura de que os recursos naturais serão suficientes para sustentar a vida das futuras gerações. Portanto, o afastamento da ameaça da explosão demográfica em escala mundial deve ser encarado como um dos pilares favoráveis à continuidade da vida humana e animal neste planeta.   

Shoji

sábado, 24 de fevereiro de 2024

USO DE DRONES PARA REFLORESTAMENTO

 Drone permite maior rapidez com menor custo principalmente em locais de difícil acesso  

Em 27.09.2015, o Brasil apresentou na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável a sua contribuição para a 21ª Conferência do Clima da ONU (COP21), realizada em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro/2015, com o principal objetivo de cooptar o esforço mundial de 195 nações para conter o aquecimento do planeta em até 2º C até o fim deste século, em relação aos níveis pré-industriais, e assim evitar as mudanças climáticas catastróficas para a Terra.

Entre os 5 principais compromissos, o Brasil assumiu aquele de recuperar 12 milhões de hectares de florestas, equivalente a 120 mil km2 (área da Inglaterra) até 2030, o qual foi considerado um dos mais ambiciosos apresentados pelos países signatários da Convenção sobre Mudanças Climáticas. 

O alcance da desafiadora meta de reflorestamento até 2030 exigirá esforço substantivo e persistente em termos de requerimentos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros de grandes dimensões, que deve ser implantado concretamente e não ficar somente no discurso. Um grande aliado nesse esforço será o uso de novas tecnologias, entre as quais já se destaca a semeadura por meio de drones.

 

a) Drones voam no Rio de Janeiro em um esforço de reflorestamento de alta tecnologia | Reuters MORFO Brasil jan-2024

b) Uma startup francesa adaptou drones para distribuir sementes em projetos de reflorestamento BOLETIM DIARIO fev-2023

Uso de drones para recuperação de encostas da Serra do Mar

Um exemplo dessa nova realidade é o projeto de restauração dos danos causados pelas intensas chuvas em 2023 na região de São Sebastião no Estado de SP, coordenado pelo Instituto Conservação Costeira (ICC) em articulação com a Fundação Florestal do Estado de SP, que abriu uma chamada pública para restauração dessas áreas, que teve como vencedora a multinacional Ambipar Group. A 1ª fase desse projeto foi concluída no início de 2024 com a semeadura de 20 espécies nativas em 9,6 hectares com o plantio de 58 kg de sementes.

 As vantagens do uso de drones

A escolha da semeadura por drones se fez principalmente em função da alta declividade do terreno nas encostas da Serra do Mar, bem como de outras dificuldades como a perda de nutrientes pelo solo, a salinidade e os ventos. Além disso, o uso de drones permite um ganho de escala e redução de custo, bem como evita o impacto que seria decorrente do acesso terrestre aos locais de plantio, além de dispensar a custosa manutenção de viveiros. Os drones, já usados em atividades agrícolas, foram adaptados para a tarefa de despejar as sementes em quantidade, altura e localidades exatas, mediante cálculos feitos com auxilio da inteligência artificial. Para a aumentar a taxa de germinação das sementes, estas são revestidas de carbono líquido e colocadas em bio cápsulas feitas a partir de colágenos da indústria farmacêutica, juntamente com o adubo orgânico.

Refloresta Rio

Outro projeto que passa a usar a semeadura por drones é o Refloresta Rio, programa de reflorestamento da prefeitura do Rio de Janeiro. As ações com drones envolvem o mapeamento e a digitalização do território do RJ, o estudo da área a ser reflorestada e o acompanhamento das áreas plantadas, para garantir que o reflorestamento seja efetivo. O projeto-piloto de plantio por drone foi iniciado em 2024 na Floresta da Posse em Campo Grande na zona oeste do RJ, usando somente espécies nativas da Mata Atlântica e contando com a parceria com a start up franco-brasileira Morfo.

Shoji

sábado, 17 de fevereiro de 2024

FIM DO CONSUMO DE CARNE DE CACHORRO NA CORÉIA

 O mundo comemora a decisão histórica a favor dos melhores amigos do ser humano

Em um mundo em que os animais ainda sofrem tratamento desumano e violento, uma notícia alvissareira pode ser celebrada. Trata-se da aprovação pelo parlamento da Coréia do Sul em 09.01.2024 de uma lei, com expressiva votação favorável de 208 a zero, que proíbe a criação para abate, distribuição ou venda de cães para consumo humano a partir de 2027. O não cumprimento dessa lei pode acarretar em pena de prisão de 2 a 3 anos e multa equivalente a R$ 100 mil. Ao mesmo tempo, a lei oferece assistência e compensações aos criadores e pessoas ligadas ao setor para fecharem seus negócios ou adotarem novas opções de atividades.  Na prática, decreta-se o fim do consumo da carne canina na Coréia do Sul, apreciada tradicionalmente como iguaria, exemplo esse que deve ser adotado em outros locais onde ainda prevalece o consumo desse tipo der carne.

Ref.: Parlamento coreano proíbe carne  de cachorro AFP português 15.02.2024

Ou seja, os cachorros, considerados os melhores e mais dedicados amigos do ser humano, terão um grande alívio pelo menos naquele país asiático e mesmo em outros locais onde ainda existe o hábito do consumo da carne canina. Esse setor econômico ainda tem alguma significância naquele país, pois segundo a agência estatal Yonhap, existem cerca de 1.150 fazendas, que criam em torno de 500 mil cães, com 219 distribuidores e 1600 restaurantes, que vendem e servem carne de cachorro, mas que terão que se adaptar aos novos tempos.

Esses criadores estão revoltados e até farão tentativas para derrubada da vigência dessa legislação mas dificilmente terão sucesso principalmente pelo fato dessa proibição ter um amplo apoio popular na Coréia do Sul, onde a maioria da população não come mais carne de cachorro, sendo esse hábito ainda existente entre pessoas mais idosas, como fundamentado em uma pesquisa segundo a qual 90% dos entrevistados não comeram carne no ano anterior bem como não pretendem mais consumir isso no futuro.

Essa decisão histórica na Coréia do Sul configura não somente um alívio aos nossos amigos caninos como também uma importante conquista às pessoas e entidades que trabalham pelo melhor tratamento não somente aos cães como aos animais de forma geral, muitos dos quais se encontram até sob a ameaça de extinção.

Enfim, no momento em que se torna mais clara a importância do respeito ao meio ambiente e à natureza que suprem a sobrevivência da humanidade, questiona-se cada vez mais a necessidade da mudança efetiva no relacionamento do ser humano com o reino animal, doméstico e selvagem. 

Shoji