O fim da explosão demográfica favorece a preservação dos recursos naturais do Planeta
Em 1972 o livro
“Os limites do crescimento” produzido pelo chamado Clube de Roma, usando dados
históricos e modelos matemáticos, demonstrava que o forte crescimento da população,
além de aumentar as emissões de CO2 e esquentar a atmosfera, poderia acarretar
em outras consequências catastróficas como o esgotamento dos recursos naturais.
E apresentava 2 possíveis soluções: ou a humanidade diminuía voluntariamente
seu ritmo de crescimento ou o próprio planeta faria isso reduzindo a população por
meio do colapso ambiental. Mas as advertências desse livro não foram ouvidas,
pois a população mundial que em 1972 era de 3,8 bilhões mais do que dobrou
desde então atingindo em novembro de 2022 a marca de 8 bilhões.
a)
População da Terra vai despencar Olhar Digital abril 2023
b) Crescimento da população está caindo acima
do esperado | BandNews TV Band Jornalismo ago 2023
Hoje, o aquecimento global e outros problemas ambientais são temas dominantes e urgentes no âmbito global. Entretanto, em função de diversos fatores estruturais, a taxa de natalidade vem se reduzindo mais sensivelmente a partir de meados da década de 1960. Entre esses fatores destacam-se o acesso à educação de forma geral, a crescente migração das pessoas do meio rural para o urbano, com a consequente aumento da taxa de urbanização, o maior acesso das mulheres ao mercado de trabalho, a melhoria dos programas de saúde, a implementação do planejamento familiar e a maior facilidade de acesso aos métodos contraceptivos. Com isso, atualmente 124 países estão com taxa de natalidade inferior a 2,1 filhos por mulher, sendo esse índice chamado de “taxa de reposição”, que, segundo a ONU, é a necessária para manter a população estável. Ou seja, o crescimento população da maioria dos países, incluindo alguns dos mais populosos, situam-se abaixo da taxa de reposição. Na Índia, que a partir de maio/2023 passou a ser o país mais populoso do mundo, a taxa de natalidade era de 2,05 em 2020, enquanto na China era de 1,28. No Brasil era de 1,62, em 2023, de modo que, segundo o IPEA, a população brasileira alcançaria o seu pico em 2045, com 230 milhões, passando a declinar a 180 milhões em 2100. A África é o único continente em que predomina a ameaça da explosão demográfica. Embora seja difícil fazer uma previsão clara sobre o crescimento populacional no futuro, várias estimativas na média mostram que a população mundial alcançaria em torno de 8,6 bilhões em 2050, passando a declinar até em torno de 7 bilhões em 2100.
Impactos dramáticos sobre a economia
A redução do crescimento
populacional terá série de efeitos difíceis de serem previstos com exatidão,
mas com menos gente nascendo, a idade média da população irá aumentar e haverá
menos trabalhadores para produzir e contribuir para a previdência social e
pagar as aposentadorias dos idosos. No futuro, a menor oferta de fator trabalho
poderia ser compensada pelo aumento da produtividade decorrente da maior
capacitação e pelo uso de sistemas produtivos cada vez mais automatizados e
baseados em inteligência artificial e tecnologias inovadoras. Quanto à
aposentadoria dos mais idosos, o modelo atualmente predominante de repartição, em
que a contribuição corrente paga as pensões dos aposentados, deve dar lugar ao modelo
de capitalização, em que cada beneficiário contribui e acumula os recursos em
contas individuais capitalizadas, as quais seriam sacadas por cada um por
ocasião da aposentadoria.
Do ponto de vista da sustentabilidade
do Planeta, entretanto, a redução do crescimento populacional acarretará em
menor pressão no uso dos recursos naturais em todos os sentidos, como terra,
água, energia, alimentos, o que pode contribuir decisivamente para melhorar a perspectiva
futura de que os recursos naturais serão suficientes para sustentar a vida das futuras
gerações. Portanto, o afastamento da ameaça da explosão demográfica em escala
mundial deve ser encarado como um dos pilares favoráveis à continuidade da vida
humana e animal neste planeta.
Shoji
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