Dor Shachar encontrou em Israel a motivação para se converter ao judaísmo
Dor Shachar nasceu em 1977 em Khan Yunis, na Faixa
de Gaza, como Ayman Abu Sobuh mas aos 13 anos fugiu para Israel onde aos 28
anos se converteu ao judaísmo adotando
o nome de Dor Shachar. Ele recorda que desde os 6 anos aprendia na escola que
era honroso lutar e matar judeus e caso fosse morto nessa luta seria
transformado em mártir e recompensado no paraíso. Desde a infância ele via os
horrores nas ruas de Gaza e o destino daqueles suspeitos de cooperar com
Israel. Eles eram arrastados pelas ruas, tinha as mãos decepadas e depois
decapitados e seus corpos pendurados em postes de luz. Assim, anos depois ao
ouvir sobre o massacre feito pelo Hamas em 07.10.2023 não ficou nada surpreso
com a magnitude dessa macabra mortandade.
Ambiente familiar e escolar dominado pelo
ódio aos judeus
O pai de Dor era violento e mesmo tendo trabalhado
em Israel por 27 anos defendia a morte dos judeus. O sonho de Shachar era ser
médico, mas seu pai o forçou a trabalhar em uma construção desde os 12 anos de
idade. Por contrariar as ameaças do pai pela sua discordância com o que era
ensinado às crianças na escola e nas ruas, ele resolver fugir para Israel aos
13 anos e só voltou a Gaza aos 19 anos.
Em Israel começou a trabalhar em uma obra onde
conheceu Nissim Ozen que se tornaria seu pai adotivo. Após ser adotado por
Nissim e ter se encantado com o modo de vida em Israel, Dor decidiu-se
converter ao judaísmo. Ao ser levado ao rabino, e diante da impossibilidade de
obter a autorização da família dele para isso, o rabino instruiu-o a esperar
até completar 18 anos. Ao completar 18 anos, ele voltou a procurar o rabino mas
este informou-lhe, que devido à piora no status de segurança no país, ele
precisaria de uma permissão especial do Estado para ficar no país. Aos 19 anos,
por estar em situação irregular em Israel ficou preso por 45 dias. Ao retornar
a Gaza para juntar algum dinheiro foi preso, espancado e torturado por ter
passado tanto tempo em Israel.
Ao ser solto, fugiu novamente a Israel, conseguiu um
emprego de segurança em um shopping center e 7 anos depois recebeu a aprovação
para estudar o judaísmo e se converter a essa religião e conseguir a
nacionalidade israelense aos 28 anos com o nome de Dor Shachar. Posteriormente,
escreveu o livro “From Khan Yunis to Mount Sinai” e começou a fazer palestras
sobre a sua sacrificada vida e esclarecer tudo o que realmente ocorre em Gaza.
Em 2020, casou-se sob lei judaica com Edith uma imigrante da Hungria convertida
também ao judaísmo, que conheceu pela Internet e vivem em Rishon LeZion.
Dor considera a família de Nissim Ozen como a sua e
não mantém qualquer relação com a sua família biológica pois não faria bem o
relacionamento com a família onde na sua infância prevalecia o ódio e não o
amor.
A mudança na vida de Shachar
tem semelhança com a profunda transformação pessoal tida pelo Mosab Hassan
Yousef, nascido em 1978 na Cisjordânia, mais conhecido como o filho do Hamas, que
teve uma jornada de redescoberta espiritual, que culminou na sua conversão ao
cristianismo e na crença de que “tolerar e perdoar seus inimigos” é o único
caminho para a paz duradoura no Oriente Médio.
Ao contar a sua história no
livro “Filho do Hamas”, Mosab teve o objetivo de mostrar ao seu povo, os
palestinos seguidores do Islã, que têm sido usados por regimes corruptos há
centenas de anos, e que a verdade pode libertá-los. Ou seja, não adianta apenas culpar Israel e o
Ocidente por todas as desgraças e dificuldades enfrentadas pelos palestinos, se
eles mesmos não tomarem a firme resolução para definir o melhor caminho para a
redenção do seu povo.
Cingapura como exemplo de uma nação exitosa
em um território pequeno
A Faixa de Gaza é um território
pequeno, mas pode ser berço para a construção de uma nação pacífica e próspera,
como mostra a trajetória seguida por Cingapura, que com território pouco maior,
desde a sua independência em 1965 se transformou em um país desenvolvido, em
termos tecnológicos, econômicos, sociais e de convívio harmonioso entre
diferentes povos e religiões.
Shoji
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