sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

URSOS INVADEM CIDADES JAPONESAS

 Autoridades japonesas autorizam uso de armas letais nas cidades para deter o avanço dos ursos em busca de alimentos

Os ursos em busca de alimentos estão cada vez mais presentes nas cidades japonesas, sejam nas estações de trem, templos, ruas, calçadas, lojas e até em pista de aeroporto, aumentando os incidentes com os seres humanos. Por conta disso, em 2025, pelo menos 11 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas. Os ataques a humanos atingiram um patamar inédito, levando o governo a emitir alertas, fazer treinamento de prevenção em caso de avistamento de ursos, reforços de segurança e até mobilizar as forças de autodefesa (exército). O aumento substancial de incidentes indica um desequilíbrio ecológico, pois o nº de ursos praticamente dobrou no país em 30 anos, chegando a cerca de 45.000 ursos negros, que podem pesar até 130 kg., localizados mais ao norte da ilha de Honshu, e a 12.000 ursos pardos, estes de maior porte que podem chegar a até 400 kg, situados na ilha de Hokaido. Os incidentes com os ursos pardos são menos frequentes por viverem principalmente em áreas protegidas na ilha de Hokaido e por serem onívoros que se alimentam também de javalis, cabras e veados o que ajuda a manter essas populações sob controle. Embora os ursos só reajam com violência quando se sentem ameaçados a sua proximidade representa alto risco ao ser humano pela força e velocidade de deslocamento daqueles animais.

 

Ref.: Ursos invadem áreas urbanas no Japão e geram medo na população Domingo Espetacular set 2025

 

Fatores que levam os ursos a deixar o seu habitat natural

Segundo o Ministério do Meio Ambiente do Japão, o aumento das incursões dos ursos nas cidades está ligado a fatores como:

·         Desmatamento e redução das áreas de floresta nativa, que diminui o acesso a alimentos naturais com o as bolotas (fruto do carvalho) as prediletas do urso;

·         Envelhecimento da população rural, que reduz a presença de humanos em áreas rurais remotas;

·         Crescente despovoamento de áreas agrícolas, que atraem os animais em busca das árvores frutíferas abandonadas;

·         Com a escassez de frutos silvestres e o declínio populacional no interior, ursos têm se aproximado de centros urbanos em busca de alimento.

 Autorização do uso de armas letais para deter o avanço dos ursos

Em função da crescente aproximação dos ursos nas áreas urbanas, as autoridades japonesas em jul/2025 autorizaram os caçadores a usar as armas de fogo caso não seja viável o uso de outros meios como armadilhas para deter o perigo desses animais, desde que que sejam adotadas providências como: aprovação do uso de armas letais por governos municipais; controle de tráfego; evacuação dos moradores locais e  existência  de uma superfície sólida por trás do urso para deter as balas, de modo a garantir a segurança da população ao redor.

 A difícil tarefa de conviver melhor com os ursos

Os conservacionistas têm resistido ao uso de armas letais como meio de deter o avanço dos ursos em áreas urbanas em busca de alimentos. Para isso tem se feito apelos no sentido de desestimular os ursos a fazer incursões pelas cidades como por exemplo pelo uso de meios pacíficos para afastar a aproximação dos ursos pelo uso de alarmes e instrumentos preventivos e idealmente pela melhoria do habitat natural dos ursos mediante recomposição das florestas nativas. Mas essa última tarefa tem se mostrado difícil e com efeitos somente a médio e longo prazos.

Shoji

 

sábado, 13 de dezembro de 2025

LAGO URMIA ESTÁ SECANDO

 Lago Urmia reproduz o desastre ocorrido no Mar de Aral

O Mar de Aral, situado na Ásia Central, entre o Cazaquistão e o Uzbequistão, era até 1960, o quarto maior lago do mundo, com 68.000 km2. Hoje, entretanto, sua área está reduzida a menos de 10%, e acabou ganhando notoriedade como sendo o triste retrato de uma das maiores catástrofes ambientais do Mundo, fruto basicamente da ação humana imprevidente e desastrada. 

 

Processo de encolhimento do Mar de Aral

A morte trágica do Mar de Aral começou basicamente ao fim da 1ª Guerra Mundial quando o então governo comunista soviético começou a desviar parte das águas dos rios que alimentavam o mar de Aral para aumentar a produção de alimentos. Na década de 1930 e 40, os soviéticos reforçaram o plano de transformar a região em uma grande produtora de algodão com a construção dos canais de irrigação que captavam água dos afluentes do mar de Aral,  processo esse que se acentuou mais ainda a partir dos anos 1960.

Ref.: O LAGO que QUASE secou - Lago Úrmia Gustavo Serraiocco dez 2021

 

Efeitos ambientais e econômicos desastrosos no Mar do Aral

A quantidade de água retirada dos rios que abasteciam o mar de Aral duplicou entre 1960 e 2000, assim como a produção de algodão. Nesse período, o Uzbequistão tornou-se o 3º maior exportador de algodão do mundo, porém a um custo muito alto. Por efeito da redução do volume de água, a salinidade do lago quase quintuplicou e matou a maior parte de sua fauna e flora naturais. A outrora próspera indústria pesqueira foi praticamente destruída, assim como as cidades ao longo das margens, gerando desemprego e dificuldades econômicas, o que é muito visível pela abundância de esqueletos de navios e instalações portuárias abandonadas.

Além da redução drástica da área do Mar, as suas águas também ficaram fortemente poluídas, como resultado de testes com armamentos e projetos industriais, e o uso maciço de pesticidas e fertilizantes. As pessoas passaram a sofrer com a falta de água doce e as culturas na região foram prejudicadas pelo sal depositado sobre a terra. Além disso, o vento passou a dispersar o sal a partir do solo seco e poluído, causando danos à saúde pública.

 

Lago Urmia no Irã reproduz o desastre no Mar do Aral

O Lago Urmia, nome que em aramaico significa cidade da água, é um dos principais lagos salgados do Irã, que chegou a ser o maior lago do Oriente Médio e o 6º maior lago endorreico do Mundo, ou seja, entre os lagos que não tem conexão com o mar. Situa-se na parte noroeste do país, perto das fronteiras com o Iraque, Turquia, Azerbaijão e Armênia,  com área de 5.200 km², comprimento e largura máximos de 140 km e 55 km, mas acabou sofrendo um processo de degradação ambiental e econômica bastante semelhante ao do Mar de Aral.

A partir dos meados de 1990 começou a secar e, ao final de 2017, o lago havia encolhido para 10% de seu tamanho original devido a  fatores como secas prolongadas e persistentes no Irã, mais recentemente agravadas com o processo de aquecimento global, mas principalmente pela má gestão da água, com a construção indiscriminada de barragens para irrigação que reduziram o fluxo de água doce para o lago e ao bombeamento de água subterrânea da área circundante.

 

Má gestão da água pelo regime islâmico

A má gestão acentuou-se após a revolução islâmica de 1979, com a queda da monarquia do xá Reza Pahlavi, quando no bojo da política de alcançar a autossuficiência alimentar foi induzida a produção de alimentos básicos mediante a implantação descontrolada de sistemas de irrigação em todos os afluentes do Lago Urmia.

Apesar de esforços do governo iraniano para reverter sua quase completa secagem,  inclusive com o desvio de leitos de água para o lago, imagens recentes em 2025 mostram o lago com cores avermelhadas por microalgas devido à alta salinidade, em processo de recuperação do espelho d'água, mas ainda bastante abaixo do tamanho original, enfrentando desafios contínuos de seca e uso da água. 

 

Situação atual degradante e difícil processo de recuperação

Hoje o lago é dominado por grandes áreas de leito seco, com enorme volume de sal, que causam tempestades de poeira salgada, afetando a saúde respiratória e ocular da população local. Toda a infraestrutura instalada na época áurea do lago como espaço econômico e turístico relevantes, com resorts e embarcações que antes eram populares agora estão encalhados e enferrujados no deserto de sal, como testemunho da degradação sofrida no passado recente. Há esperança entre os habitantes locais, com a água retornando a áreas antes secas, mas a restauração completa é um processo demorado e complexo, em função de décadas de política insustentável que o Lago Urmia sofreu.

 

Lições a serem tiradas dos desastres do Mar de Aral e do Lago Urmia

A grande lição a ser tirada desses 2 desastres ambientais é que a exploração de recursos naturais deve ser feita de maneira parcimoniosa e cuidadosa,  observando e respeitando  os seus limites e as leis científicas que regem a existência e  o funcionamento deste planeta chamado Terra. 

Shoji

sábado, 6 de dezembro de 2025

SUPERPENDURICALHOS: FLAGELO DO BRASIL

 A PEC 38/2025 da Reforma Administrativa prevê a contenção dos supersalários mas será aprovada e quando?

É notório que o sistema judiciário brasileiro é moroso, burocrático, complexo, pouco acessível à população, ou seja, tem baixa efetividade mas com elevado custo à sociedade. Segundo levantamento feito pela STN, do Ministério da Fazenda, divulgado em 24.01.2024, as despesas do sistema judiciário brasileiro incluindo os ministérios públicos alcançaram em 2022 1,6% do PIB, o mais elevado entre os 56 países analisados, muito acima da média mundial de 0,37% em 2021, de 0,5% dos países em desenvolvimento e de 0,3% daqueles mais avançados. A maior parte das despesas é concentrada em salários e benefícios e pouco em melhorias e investimentos para tornar a justiça mais rápida, eficiente e menos onerosa.

 

Ref.: Brasil dos Privilégios: os supersalários de juízes e promotores no país UOL Prime mar 2025

Penduricalhos elevam a remuneração acima do teto constitucional

A elite do serviço público constituído pelos juízes, procuradores e promotores ultrapassam o teto remuneratório constitucional do funcionalismo público, atualmente  de R$ 46.366,19 mensais nos termos da Constituição Federal art.37, XI, correspondente ao salário do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mediante o recebimento de diversos auxílios, gratificações, verbas, ajudas de custo, que podem chegar ao total de 32, muitos dos quais não estão sujeitos ao limite do teto e nem à cobrança do Imposto de Renda (IR).

 Gastos substanciais com a elite do serviço público

Esse descalabro da elite do serviço público ao País é demonstrado cabalmente pelo estudo do Centro de Liderança Pública com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), de 2022, do IBGE, conforme artigo do Jornal ESP (“Estadão”), de 17.07.2023, pg. B1, segundo o qual a casta dos servidores públicos que ganha acima do teto do funcionalismo (de R$ 44.008,52 mensais em 2024), custa R$ 3,9 bilhões aos governos federal, estaduais e municipais, sendo R$ 2,54 bilhões aos Estados, R$ 900 milhões a União e R$ 440 milhões aos municípios. Em 2022, 25,3 mil faziam parte desse grupo seleto, representando 0,23% dos servidores estatutários.

 Privilégios escancarados no livro do Bruno Carazza

Esse abuso da elite do serviço público perante a sociedade é dissecado por Bruno Carazza, servidor público licenciado, em seu excelente livro “O país dos privilégios”, vol.1, da Cia das Letras, de 2024. Esse autor descreve detalhadamente como a elite do serviço público exerce seu poder e de articulações jurídicas e administrativas para criar privilégios inacessíveis a outras carreiras do funcionalismo e muito menos ao cidadão comum. Com isso, por exemplo, segundo o levantamento divulgado pelo STJ, em 2023, 93% dos juízes, desembargadores e ministros dos tribunais superiores tiveram rendimento mensal superior ao teto constitucional.

 Os gastos com supersalários só aumentam

Segundo estudo do Movimento Pessoas à Frente e República.org divulgado em novembro/2025, pouco mais de 53 mil servidores ativos e inativos no país recebem acima do teto constitucional, de R$ 46.366,19 mensais, representando 0,06% dos servidores, e está concentrada em poucas carreiras, principalmente no Judiciário e no Ministério Público.  Os gastos com pessoal pela União e Estados acima do teto constitucional totalizaram R$ 20 bilhões entre agosto/2024 e junho/2025, sendo que entre os 53 mil servidores, 21 mil fazem parte da magistratura, como juízes e desembargadores estaduais, com gasto de R$ 11,5 bilhões.  Nos Ministérios Públicos, 10,3 mil integrantes ganharam acima do teto, somando R$ 3,2 bilhões. Embora sejam predominantes no Judiciário e no Ministério Público, os supersalários ocorrem em outros Poderes, como os 12 mil no Executivo Federal e 1.000 na Câmara dos Deputados.

A diferença em relação à maioria absoluta do funcionalismo público é abismal, pois de acordo com a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), metade dos servidores públicos do Brasil, cerca de 6,2 milhões de pessoas, recebe até R$ 3.391 mensais.

 Como o teto constitucional é vilipendiado

O principal motor dos supersalários são as chamadas verbas indenizatórias, como auxílio-moradia, auxílio-saúde, auxílio-livro, gratificações de substituição, por plantões e por diversos outros motivos. Essas verbas foram criadas para reembolsar despesas específicas, mas passaram a funcionar como uma espécie de segunda folha salarial. Como esses valores são classificados como “não remuneratórios”, eles não são considerados no teto constitucional configurando uma prática desonesta e totalmente imoral. Sem controle externo e auditoria independente, transformaram-se em instrumentos de recomposição remuneratória fora de qualquer controle legal.

O mecanismo de criação e aumento de verbas não remuneratórias se disseminou pela combinação de fatores como normatizações internas de tribunais e órgãos autônomos e decisões judiciais que consolidaram benefícios provisórios, além de uma dinâmica de competição corporativa em que cada carreira busca reproduzir vantagens concedidas a outras, configurando a “isonomia por cima”.

 Proposta da PEC da Reforma Administrativa tenta acabar com os supersalários

A PEC 38/2025 da reforma administrativa propõe um conjunto de mudanças para alterar regras que organizam o funcionamento da administração pública, entre as quais destacam-se aquelas tendentes a acabar com os privilégios absurdos do serviço público, tais como:

·         Fim de férias superiores a 30 dias por ano e de adicional superior a 1/3 da remuneração do período de férias, considerando-se que hoje juízes e promotores do Ministério Público têm direito a 60 dias;

·         Progressão na carreira com efetiva gestão de desempenho, que não se paute apenas no tempo de serviço;

·         Verbas indenizatórias devem ter natureza reparatória, além de serem episódicas, eventuais e transitórias e respeitem ao teto orçamentário;

·         Vedação da chamada “isonomia por cima” entre Ministério Público e magistratura; e

fim da aposentadoria compulsória como punição para magistrados e membros do Ministério Público, substituindo-a pela perda do cargo ou demissão em casos de faltas graves, para acabar com a prática segundo a qual o servidor punido pode ser afastado, mas continua recebendo a aposentadoria com proventos integrais. 

Shoji

sábado, 29 de novembro de 2025

ACORDO DE PAZ EM GAZA APROVADO PELA ONU

 Acordo histórico aprovado pela ONU defronta o desafio de  desarmar e afastar definitivamente o Hamas

Em 08.10.2025, foi assinado o plano de cessar fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, conflito que já durava 2 anos. Esse plano consistia de 20 principais pontos, determinando o cessar-fogo imediato, seguido da devolução dos reféns e da libertação de prisioneiros palestinos. Previa ainda que Gaza seja totalmente desmilitarizada e livre de estruturas terroristas, com supervisão internacional para impedir a reconstrução de túneis e fábricas de armas. A região passaria por um processo de reconstrução financiado por ajuda humanitária e investimentos externos, com a criação de uma zona econômica especial e incentivos para gerar empregos e oportunidades.

No campo político, o documento estabelecia que Gaza será administrada temporariamente por um comitê tecnocrático palestino, sem participação do Hamas, sob supervisão do “Conselho da Paz”, presidido pelo presidente americano Trump. Esse órgão terá a tarefa de organizar a transição até que a Autoridade Palestina esteja reformada e apta a reassumir o controle da região. Também está prevista a criação de uma Força de Segurança Internacional (FSI) para apoiar a segurança local e treinar policiais palestinos, ao lado de Israel e Egito, garantindo o bloqueio de armas e o fluxo seguro de ajuda humanitária.

 

Ref.: ONU inicia corrida para implementar plano de paz dos EUA em Gaza Metrópoles 18.11.2025

Aprovação do plano pelo Conselho de Segurança da ONU

Esse plano de paz dos EUA de 20 pontos principais foi formalmente aprovado em decisão histórica do Conselho de Segurança da ONU em 17.11.2025 com 13 votos favoráveis e abstenções da China e Rússia, ou seja, sem nenhum veto dos 5 membros permanentes do Conselho de Segurança, o que inviabilizaria a sua aprovação. A aprovação dessa resolução pela ONU é muito importante por assegurar o necessário respaldo internacional, principalmente dos países muçulmanos da região como Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Turquia e Jordânia, para a implementação do plano de paz e posterior recuperação de Gaza.

Entre os principais pontos, a resolução autoriza a instalação da Força de Segurança Internacional (FSI) até dezembro de 2027, com a missão de proteger civis, garantir a segurança das fronteiras com Israel e Egito, manter abertos os corredores humanitários e treinar uma nova força policial palestina. A FSI será encarregada de fazer cumprir a lei, e não como um contingente tradicional de manutenção da paz, figura essa que até agora teve pouca efetividade na história da ONU. O mandato inclui a obrigação de supervisionar o processo de desmilitarização de Gaza, o desmantelamento da infraestrutura utilizada por grupos armados e o confisco de arsenais ilegais, o que resultará na real eliminação de grupos terroristas como o Hamas.

O Conselho de Paz atuará na coordenação administrativa do enclave enquanto se realiza a reforma interna da Autoridade Palestina para torná-la um órgão realmente capaz de administrar Gaza, e será presidido por Donald Trump.

Está previsto ainda a criação de um fundo fiduciário apoiado pelo Banco Mundial para respaldar a reconstrução do território.

 O plano só terá sucesso com o desarmamento e afastamento definitivo do Hamas

Apesar da aprovação da resolução da ONU e do respaldo internacional, para que o plano venha a ser efetivamente implementado é necessário o total desarmamento e imediato do Hamas e de outros grupos terroristas com a destruição da sua infraestrutura terrorista e ofensiva incluindo túneis e meios de produção de armas bem como o afastamento do Hamas e de outros grupos terroristas de qualquer função na gestão sobre Gaza.

 Nova era de paz e prosperidade para Gaza e Oriente Médio

O sucesso na implantação do acordo de paz e a definitiva resolução dos palestinos no sentido do convívio pacífico com Israel podem abrir novas perspectivas para a reconstrução de Gaza e de prosperidade para o seu povo que terão reflexos positivos inclusive sobre todo o Oriente Médio.

Shoji

sábado, 22 de novembro de 2025

 A interação com os pets contribui para uma vida mais longa e saudável

O animal de estimação ama seu dono incondicionalmente e fica feliz só de estar ao seu lado seja nos momentos felizes, como também nos mais difíceis, ou seja, pela sua natureza intrínseca, o animal de estimação não só gosta de fazer companhia ao seu dono, mas é fiel, e por toda a vida.

Ref.: Cães e gatos, amigos da longevidade.Saúde e Longevidade  nov 2025

Assim, o maior sentido em ter um pet é que ele faz companhia ao seu dono em qualquer circunstância ou local, independentemente da sua condição econômica ou financeira, ou seja, o animal de estimação sempre fica ao lado do seu dono, se este der o mínimo de atenção e carinho.  Por isso, vemos comovidamente cachorros acompanhando docilmente seu dono, mesmo que este seja morador de rua, mal trajado e puxando um carrinho cheio de tralhas.

 

Benefícios aos donos de pets

Em suma, o pet proporciona muitos benefícios ao seu dono, tornando sua vida mais feliz, agradável e saudável, física e mentalmente, pois:

1 - Proporciona companhia, evitando sentimento de solidão e isolamento.

2 - Ajuda no relacionamento social, pois cuidar do pet implica na realização de atividades rotineiras como sair com ele ao passeio, por exemplo, na rua ou no parque. Com isso, o dono de cachorro acaba se relacionando com outras pessoas, já que compartilham os mesmos espaços e interesses semelhantes.

3 - Ajuda na melhoria da saúde física e mental e no combate a distúrbios psicológicos:

o cumprimento dos cuidados para que o pet tenha uma vida saudável acaba estimulando a produção de endorfina e serotonina, que são hormônios relacionados à sensação de  bem-estar, bem como reduz o nível de cortisol, hormônio causador do stress, reduzindo o nível de ansiedade e da pressão arterial.

4 - Aumenta o sentimento de responsabilidade social e de empatia ao próximo: o cuidado com o pet nos ensina, e principalmente às crianças, a ter maior empatia não só com os animais de estimação mas também com outras pessoas, o que aumenta o sentimento de responsabilidade social. 

5 - Melhora do sistema imunológico: ter animal de estimação, especialmente desde a infância, expõe a pessoa a alérgenos e a patógenos estranhos, sensibilizando o nosso sistema imunológico, o que reduz o desenvolvimento de diferentes tipos de alergia. 

 Estímulo à longevidade e uma vida mais saudável

Novas pesquisas revelam que a companhia animal é benéfica especialmente para o segmento populacional cada vez mais numeroso e exigente, os mais idosos, mostrando-se forte aliada do aumento da longevidade e do envelhecimento saudável, conforme levantamento feito por pesquisadores nas universidades suíças de Genebra e Lausanne, com dados de saúde pública e aposentadoria de 16.580 pessoas, acima de 50 anos, de 11 países europeus, ao longo de 18 anos. Essas pesquisas evidenciaram que os donos de cães mantinham memória mais aguçada tanto a imediata como a tardia, enquanto os donos de gatos apresentaram uma perda mais lenta na fluência verbal.

Ao levar o cachorro para passear, os veteranos são obrigados a memorizar as rotas e dar comandos claros sobre a direção a seguir. As caminhadas também melhoram o equilíbrio e ajudam a manter a forma, contribuindo na prevenção de doenças mentais. Outro fator relevante é o estímulo espontâneo à interação social com desconhecidos em torno de assuntos sobre os animais de estimação.

 Muita responsabilidade para ter animal de estimação

Considerando-se a alegria e benefícios que os diferentes pets proporcionam a seus donos, deve-se ter total consciência de que eles não são brinquedos ou acessórios. Ao contrário, são seres vivos que precisam da atenção de seus donos e dependem deles para viver.

Como ninguém é obrigado a ter animal, a partir do momento que decidir ter um, o dono deve assumir a responsabilidade de zelar pela sua qualidade de vida e bem estar.

Mas, infelizmente, muitas vezes, esse compromisso é esquecido ou quebrado, sendo bastante comum os casos de mal tratos, indiferença, e que muitas vezes acabam em abandono, de forma perigosa e danosa à sociedade, como nos casos em que os pobres animais de estimação simplesmente são deixados nas vias públicas à própria sorte, causando transtornos a terceiros e à coletividade. 

Shoji

 

sábado, 15 de novembro de 2025

JOGADORAS AFEGÃS RESGATADAS DO TALIBÃ

 Afegãs desafiam a intolerância do regime talebã e mantem esperança de um dia voltar a representar o país oficialmente

Em outubro/2025 a FIFA propiciou oportunidade à seleção feminina afegã de futebol no exílio representar o seu país sob a sigla de Afghan Women United em torneio realizado em Marrocos denominado FIFA Unites, que contou com a participação também da Líbia, Chade e Tunísia. Esse evento foi de grande significado pois ocorreu 4 anos após a retomada do poder no Afeganistão pelo grupo fundamentalista talebã, que impôs série de restrições à liberdade das mulheres como a prática do futebol e de qualquer modalidade esportiva.

 


Ref.: After Taliban Ban, Exiled Afghan Women’s Football Team Plays Again on World Stage | APT 31.10.2025

Volta da seleção afegã no exílio após 4 anos e esperança de um dia retornar à casa

Para a composição da seleção afegã no exílio foram selecionadas 13 jogadoras refugiadas  na Austrália, 5 no Reino Unido, 3 em Portugal e 2 na Itália. Entre as jogadoras residentes na Austrália, destaca-se a goleira Fatima Yousifi, de 23 anos, titular e capitã na última competição oficial da seleção afegã, as eliminatórias para a Copa da Ásia de 2018. Assim, parte da seleção feminina afegã conseguiu se reagrupar na Austrália no início de 2022, firmando uma parceria com o clube Melbourne Victoryda A-League, tornando-se sua afiliada como Melbourne Victory FC AWT, que disputa a 6ª divisão feminina no país. Mesmo longe de casa, as jogadoras se mantem unidas na esperança de um dia poder representar o seu país oficialmente.

 

Resgate cinematográfico de jogadoras afegãs em ago 2021

A participação do futebol afegão no FIFA Unites está ligada diretamente ao resgate de parte da seleção feminina afegã que ocorreu em 2021 no mês seguinte à retomada do poder pelo grupo talebã imediatamente após a retirada das tropas americanas decretada pelo presidente Joe Biden em julho/2021, encerrando 20 anos de intervenção militar americano no país, o que levou pavor à população local obrigando parte dela a refugiar-se emergencialmente em outros países.

O resgate dessas jogadoras e seus familiares, em torno de 80 pessoas, que tinha somente o objetivo de sobrevivência, foi possível graças ao planejamento de uma equipe, que contava com a participação do ativista australiano de direitos humanos, ex-jogador de futebol, Craig Foster, mas foi cercado de uma dramaticidade digna de um filme de suspense pois tinha que ser realizado em um prazo muito exíguo sob o deadline para a evacuação que se encerrava em 30 de agosto daquele ano.

A retirada dessas jogadoras afegãs acabou sendo concluída em 24.08.2021, após a ação que envolveu o governo australiano que concedeu rapidamente o visto de refugiado, bem como de organismos internacionais como o sindicato mundial de jogadores (FifPro), Centre for Sports and Rights, na Suíça, e diversos ativistas com ligação direta com o esporte, como a ex-capitã da seleção afegã Khalida Popal, que vive hoje na Dinamarca.

 

Significado da seleção afegã no exílio

A volta das mulheres afegãs a um campo de futebol é mais do que um jogo. É um símbolo de resistência e um lembrete de que o esporte cumpre seu papel social quando é instrumento de liberdade e dignidade. Uma vitória dos direitos humanos no campo esportivo. O fato de o time competir como 'refugee team' e não como seleção oficial expõe o tamanho do problema: o apagamento institucional das mulheres no esporte afegão. Esse status tem implicações jurídicas e políticas profundas, porque significa que elas ainda não têm o direito pleno de representar o seu país.

Shoji

sábado, 8 de novembro de 2025

MEGAOPERAÇÃO CONTRA O COMANDO VERMELHO NO RJ

 População local apoia ação repressora contra o crime organizado

Em 28.10.2025 as polícias civil e militar do Rio de Janeiro realizaram uma megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha para cumprir mandatos de prisão contra membros do Comando Vermelho (CV), 30 deles de fora do RJ, identificados pela investigação realizada há longa data com o objetivo de conter a expansão territorial do CV não somente no RJ mas para as demais regiões do País.  Esses complexos desempenham papel central na estratégia de expansão do CV por sua localização privilegiada, próxima a vias expressas que facilitam o transporte de armas, drogas e homens armados para outras regiões da cidade. A ação mobilizou 2,5 mil homens da Polícias Civil e Militar e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ). A ação resultou na morte de 117 suspeitos e também de 4 policiais, sendo considerada a mais letal já realizada pelas polícias do RJ. Segundo o Governo do RJ, dos 115 suspeitos mortos, 97 possuíam alguma passagem policial, com 95% deles com vinculação ao CV sendo 54% de fora do RJ.

Ref.: Romeu Zema fala sobre megaoperação no Rio e que governadores devem se reunir com Cláudio Castro Itatiaia 31.10.2025

 

Importância das ações de repressão ao crime organizado e apoio da população

Segundo pesquisa da Quaest, 64% dos moradores do RJ aprovaram a megaoperação realizadas nos complexos do Alemão e da Penha e são favoráveis que operações semelhantes venham a ser realizadas em comunidades, morros e favelas, o que denota a insatisfação e o cansaço dessa população em continuar vivendo sob o jugo e ameaça do crime organizado.

            A atuação da força policial contra o crime organizado é meritória e se mostra cada vez mais necessária inclusive como demonstração de que a autoridade governamental continua atenta e pronta para atuar e buscar a segurança pública à população. Mas, infelizmente, o aparato policial no Brasil não tem se mostrado eficaz nessa tarefa de suma importância para toda a sociedade.

 

Incapacidade do atual aparato policial para repressão ao crime organizado

A rapidez e a diversidade das formas da expansão do crime organizado exigem uma resposta igualmente rápida e diversificada. Além de uma atualização e adequação da legislação, é preciso extrapolar os meios convencionais de combate ao crime e investir em grupos especializados, novas táticas de inteligência e investigações. Os criminosos individualmente ou as quadrilhas em conjunto agem cada vez mais de forma organizada, em diversas localidades e em várias unidades federativas, em locais onde se sentem mais seguros de não sofrer a ação repressora do aparato policial. Com isso se torna cada vez mais difícil e menos eficaz a atual forma de atuação da força policial para a repressão aos crimes, não somente no RJ mas em todo o território nacional.

O atual sistema policial no País não atinge os desejados níveis de eficiência e eficácia para a repressão à criminalidade.  Ao contrário, o sistema de segurança pública é anacrônico para o combate ao crime que, ao contrário, age cada vez mais de forma ampla, racional e principalmente com uso de meios e instrumentos tecnológicos cada vez mais avançados e sofisticados.

O sistema policial brasileiro mostra uma estrutura fragmentada nas 3 esferas federativas (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Legislativa, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Estadual e as Guardas Municipais), com estruturas e algumas funções superpostas, ao mesmo tempo que se deixam diversos vácuos ou zonas cinzentas, quanto à real jurisdição em termos da modalidade criminosa e a localização espacial onde o crime é praticado. Ademais, a coordenação de ações ocorre de forma fragilizada e esporádica, não permitindo, assim, a ação eficaz contra a criminalidade.  

Necessidade de atuação integrada das forças policiais, preferencialmente na forma de  polícia nacional única

Para o combate ao crime organizado e à criminalidade de forma geral, cada vez mais é evidente a necessidade de uma estrutura de segurança pública com ações unificadas e coordenadas a nível local e nacional para qualquer modalidade de crime cometido em território nacional.  Para tanto é fundamental a criação e manutenção online de um sistema e banco de dados unificado para registro, prevenção e repressão ao crime (Sinfo), incluindo um banco de dados completo e atualizado do sistema penitenciário nacional, devendo o sistema ser atualizado continuamente e acessível online a qualquer momento e de qualquer lugar por qualquer membro da polícia no País para prevenção e repressão ao crime.

Certamente as dificuldades serão enormes, inclusive pela resistência política das atuais corporações e principalmente dos estados federativos, que podem achar que perderão poder, mas isso na realidade não ocorreria, pois os estados poderão continuar tendo papel preponderante na definição das diretrizes e na priorização das ações por meio dos órgãos de coordenação.

Mas uma coisa é certa, com o inevitável processo de globalização e da rápida evolução tecnológica, não há mais condições para o aparato policial brasileiro continuar atuando de forma segmentada e fragmentada, sem coordenação efetiva a nível nacional e até internacional, e sem contar com sistema de informações ampla, moderna e em tempo real, com o uso maciço de instrumentos tecnológicos de ponta para prevenção e repressão ao crime. 

Shoji

sábado, 1 de novembro de 2025

LHAKPA SHERPA RAINHA DO EVEREST

 Lhakpa escalou o Everest 10 vezes recorde mundial entre as mulheres

Lhakpa Sherpa nasceu em 1973 na região montanhosa do Himalaia no Nepal de uma família pobre de 11 irmãos. Lhakpa é conhecida como Rainha do Everest por ter escalado esse cume por 10 vezes um recorde entre as mulheres alcançado em maio/2022 (esse nº é raro mesmo entre os homens sendo o atual recorde de 31 vezes alcançado por Kami Rita Sherpa em 27.05.2025).

Lhakpa não teve educação formal pois na sua época as meninas sherpas não tinham praticamente essa oportunidade. Aos 15 anos, por não se resignar a ter uma vida caseira reclusa, resolver trabalhar como carregadora em equipe de alpinismo, função essa reservada quase somente aos homens.

 

Ref.: "Superando Limites: A Inspiradora História de Lhakpa Sherpa" Cura-te out 2024

Inesperada carreira como alpinista

Começava aí o seu convívio íntimo com os desafios da escalada das montanhas mais altas do mundo. Em 2000, foi escolhida como líder da Expedição do Milênio das Mulheres Nepalesas patrocinada pela Asian Trekking, tornando se a primeira mulher nepalesa a escalar o Monte Everest e voltar viva.

Em 2000 em Katmandu conheceu o alpinista romeno-americano George Dijmarescu com quem casou em 2002 e se mudou aos EUA onde George trabalhou na construção civil. Eles tiveram 2 filhas e juntos escalaram o Everest 5 vezes mas a vida conjugal era difícil pelo comportamento imprevisível e até violento do George, de modo que a união terminou após 12 anos. Para se sustentar, Lhakpa continua trabalhando em serviços exaustivos como na 7 Eleven e na Whole Foods Market. Pela sua discrição e simplicidade, poucos conheciam os seus atributos como alpinista.

 Feitos inspiradores para as mulheres sherpas e para o mundo

Mas a sua vocação e paixão sempre foi a expedição nas altas montanhas. Em 2003 juntamente com um irmão e uma irmã mais nova tornaram-se se os primeiros 3 irmãos a escalar o Everest. A sua carreira culminou com a 10ª escalada do Everest alcançada em 12.05.2022 e em seguida com a chegada em 27.07.2023 ao cume do K2 o 2º mais alto do mundo mas tecnicamente considerado mais difícil do que o Everest. Os seus feitos levaram em 2016 a ser eleita pela BBC entre as 100 mulheres mais inspiradoras do Mundo provando que tanto homens como mulheres são igualmente capazes de enfrentar grandes desafios e ter sucesso em tarefas desafiadoras como o montanhismo de alta altitude. Essa conquista não apenas demonstra a força de vontade, a diligência e a preparação da alpinista, mas também representa o potencial e a capacidade de todas as mulheres. Lhakpa hoje é conhecida como a Rainha do Everest, tema que acabou virando documentário feito pela Netflix em 2024.

Shoji

 

sábado, 18 de outubro de 2025

BAHÁ’I E A UNIÃO ESPIRITUAL DA HUMANIDADE

 O Bahaísmo é perseguido por ser considerado apostasia pelo islamismo

A fé Bahá'í, ou bahaísmo, é uma religião abraâmica monoteísta que enfatiza a união espiritual de toda a humanidade. Três princípios básicos estabelecem a base para os ensinamentos bahá'ís: a unidade de Deus, que há apenas um Deus que é a fonte de toda a criação; a unidade da religião, que todas as maiores religiões têm a mesma fonte espiritual e partem do mesmo Deus; e a unidade da humanidade, que todos os seres humanos foram criados igualmente e que a diversidade racial e cultural deve ser apreciada e aceita. Segundo os ensinamentos da fé bahá'i, o propósito humano é aprender a conhecer e a amar a Deus através de métodos como orações, reflexões e ajuda aos outros.

Na fé Bahá'í, a história religiosa da humanidade é manifestada através de mensageiros divinos, cada um dos quais estabeleceu uma religião adequada às necessidades da sua época e à capacidade das pessoas de então. Esses mensageiros vão de figuras abraâmicas como MoisésJesusMaomé, às dármicas, como Krishna e Buda. Para os bahá'is, os mensageiros mais recentes são o Báb e Bahá'u'lláh.

 

Reff.:Bahai persecution Iran youtube Bahaichannel out 2010

História do bahaísmo

A história do bahaísmo começa na Pérsia (atual Irã) em 1844, com o movimento do Báb, que prefigurou a vinda de Baháʼuʼlláh, a quem os baháʼís consideram o "Glorioso de Deus" e o mais recente "Manifestante de Deus" em uma linha de profetas como Moisés, Jesus e Maomé. Em 1863, Baháʼuʼlláh, declarou ser o missionário divino previsto pelo Báb e fundou o bahaísmo e em seguida foi exilado do Império Otomano para o atual Israel. Ele passou o resto de sua vida em um exílio voluntário em Akka, na Terra de Israel. Após o falecimento de Baháʼuʼlláh em 1892, a religião continuou a se expandir pelo mundo sob a liderança de seu filho, 'Abdu'l-Bahá, que serviu como o centro da aliança da fé. A nova fé, que se separou do Islã xiita, enfrentou forte perseguição no Irã, resultando na execução de milhares de seguidores do Báb. Desde a morte de Abdul-Bahá, a liderança da comunidade bahá'i entrou numa nova fase, passando de um único líder para uma ordem administrativa com órgãos eleitos e indivíduos indicados. Hoje, há mais de 5 milhões de bahá'ís espalhados por mais de 200 países e territórios.

 Essência do bahaísmo

Os bahá'ís acreditam que o ser humano possui uma "alma racional", que provê à espécie uma capacidade única de reconhecer a Deus e a relação da humanidade com seu criador. Todo ser humano é considerado possuidor do dever de reconhecer a Deus através de seus Mensageiros e dos ensinamentos deles. Através do reconhecimento e da obediência, serviço à humanidade e práticas espirituais, os bahá'ís acreditam que a alma pode se aproximar de Deus, o ideal da crença. Quando um ser humano morre, a alma continua existindo no mundo espiritual, onde seu desenvolvimento espiritual no mundo físico torna-se base para julgamento e progresso no mundo espiritual. O céu e o inferno são vistos como estados espirituais de proximidade ou distância de Deus, sendo indicadores da relação nesse mundo e no próximo, e não lugares físicos de recompensa e punição alcançados após a morte.

Os textos bahá'ís enfatizam a igualdade essencial dos seres humanos e a abolição de todos as formas de preconceito. A humanidade é considerada essencialmente una, embora diversificada; esta diversidade de raça e cultura é considerada merecedora de apreciação e tolerância. Doutrinas de racismo, nacionalismo, castas, e classes sociais são impedimentos artificiais da unidade. Os ensinamentos bahá'ís declaram que a unificação da humanidade deve ser assunto principal sobre as condições religiosas e políticas no tempo presente.

 Perseguição aos bahá’is

As crenças bahá'ís são usualmente descritas como combinações sincréticas das primeiras crenças religiosas. Os bahá'ís, no entanto, asseguram que a sua religião é uma tradição distinta, com suas próprias escriturasensinamentosleis e história. Inicialmente a religião foi vista como uma seita do Islã, mas atualmente a maioria dos teólogos a vêem como uma religião independente que tem como pano de fundo o islamismo xiita e cuja origem é análoga ao contexto judaico em que o cristianismo foi estabelecido. As instituições e o clero muçulmano, tanto sunita quanto xiita, consideram os bahá'ís como desertores ou apóstatas da fé islâmica, o que tem levado à perseguição de bahá'ís. Os próprios bahá'ís atestam que sua fé é uma religião independente, que se difere das outras tradições no que diz respeito a sua idade e aos ensinamentos de Bahá'u'lláh num contexto moderno.

 Dura repressão pelo regime islâmico do Irã

Em relatório publicado em abril/2024, o Human Rights Watch documenta a violação sistemática dos direitos fundamentais dos membros da comunidade bahá’í por meio de leis e políticas discriminatórias pelas autoridades iranianas. As agências governamentais arbitrariamente prendem e encarceram pessoas bahá’ís, confiscam suas propriedades, restringem suas oportunidades de educação e emprego e até mesmo lhes negam um enterro digno, privando os bahá’ís de seus direitos fundamentais em todos os aspectos de suas vidas, não em razão de suas condutas, mas simplesmente por sua escolha  religiosa.

Os bahá’ís são a maior minoria religiosa não reconhecida no Irã e tem sido alvo de  dura repressão apoiada pelo Estado desde que sua religião foi estabelecida no século 19. Após a revolução de 1979, as autoridades iranianas executaram ou forçaram o desaparecimento de centenas de bahá’ís, principalmente suas lideranças comunitárias. Outros milhares perderam seus empregos e pensões ou foram forçados a deixar suas casas ou o país. Ou seja, desde 1979, a República Islâmica do Irã codificou sua repressão aos bahá’ís na lei e na política oficial do governo, vigorosamente aplicada pelas forças de segurança e autoridades judiciais, rotulando os bahá’ís como uma minoria religiosa proibida e uma ameaça à segurança nacional. O drama dos bahá’is sob o regime islâmico iraniano é relatado sob testemunho ocular de Olya Roohizadegan em seu livro “A História de Olya” editado em inglês em 1993.

Shoji

sábado, 11 de outubro de 2025

ACORDO DE PAZ E NOVA ERA PARA GAZA E ORIENTE MÉDIO

 O acordo só terá sucesso caso o Hamas seja desarmado e afastado definitivamente de Gaza

O presidente norte americano Donald Trump, após consultar diversos dirigentes de países árabes e de aliados democráticos, anunciou em 29.09.2025 a proposta de acordo de paz no conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas que completou 2 anos no dia 07.10.2025.

A proposta já aceita pelo governo israelense liderado por Benjamin Netanyahu consiste de 20 principais pontos, o qual detalha que a guerra deve terminar com um cessar-fogo imediato, seguido da devolução dos reféns e da libertação de prisioneiros palestinos. Prevê ainda que Gaza seja totalmente desmilitarizada e livre de estruturas terroristas, com supervisão internacional para impedir a reconstrução de túneis e fábricas de armas. A região passaria por um processo de reconstrução financiado por ajuda humanitária e investimentos externos, com a criação de uma zona econômica especial e incentivos para gerar empregos e oportunidades.


Ref.: Apesar da desesperança, é possível um novo Oriente Médio pós-7 de Outubro Andre Lajst 07.10.2025

No campo político, o documento estabelece que Gaza será administrada temporariamente por um comitê tecnocrático palestino, sem participação do Hamas, sob supervisão do “Conselho da Paz”, presidido por Trump. Esse órgão terá a tarefa de organizar a transição até que a Autoridade Palestina esteja reformada e apta a reassumir o controle da região. Também está prevista a criação de uma Força Internacional de Estabilização (FIS) para apoiar a segurança local e treinar policiais palestinos, ao lado de Israel e Egito, garantindo o bloqueio de armas e o fluxo seguro de ajuda.

O texto ainda inclui medidas de caráter social e diplomático, como o incentivo ao diálogo inter-religioso entre palestinos e israelenses, a garantia de que ninguém será forçado a deixar Gaza e a abertura de caminho, no futuro, para a autodeterminação e até para a criação de um Estado palestino, desde que sejam cumpridas as condições de segurança e de reforma política exigidas pelo plano.

 Vitória de Israel e derrota inconteste do Hamas

Deve-se recordar que o esforço maciço de Israel contra o Hamas iniciou após o grupo terrorista Hamas em 07.10.2023 ter rompido a fronteira da Faixa de Gaza e realizado  um ataque devastador contra as populações civis residentes israelense nessa região, causando ao menos 1.200 mortes, incluindo 240 jovens de vários países que participavam de um festival de música eletrônica (rave), muitas das quais com requinte de crueldade, sequestrando também ao menos 240 pessoas, incluindo mulheres, idosos, crianças e bebês. Simultaneamente, 2,5 mil a 5 mil foguetes foram disparados pelo Hamas contra Israel atingindo não somente localidades próximas de Gaza, mas até outras mais distantes como Tel Aviv. Em função do ataque inusitado de foguetes, nunca antes realizado, o sistema de defesa antimíssil chamado Domo de Ferro, que abate os mísseis lançados contra Israel antes de atingir o seu alvo, não foi capaz de derrubar todos esses artefatos, de modo que vários deles atingiram cidades israelenses, causando sérios danos e pânico entre a população civil.  Deve se ressaltar que mesmo antes do massacre de out/23 o grupo Hamas que assumiu o poder em Gaza em 2006 e não reconhece a existência de Israel vinha realizando ataques e atentados sistemáticos contra Israel, inclusive com o lançamento regular de foguetes contra a população civil israelense.

 Chances reais para paz em Gaza

Desta vez, a proposta americana tem grande chance de êxito pois o grupo Hamas concordou com termos gerais do plano tendo enviado representantes para a negociação de detalhes para a implementação do plano que se iniciou 06.10.2025 no Egito juntamente com representantes dos governos israelense e norte americano, tendo resultado na assinatura do acordo em 08.10.2025 por ambas as partes a começar com a libertação de reféns ainda em mãos de Hamas em troca de prisioneiros palestinos.

 O plano só terá sucesso com o desarmamento e afastamento definitivo do Hamas

O plano prevê medidas positivas como a administração temporária de Gaza por um comitê tecnocrático e apolítico palestino sob a supervisão de um conselho internacional de paz e a gradual retirada de forças israelenses e a transferência da atuação na segurança interna de Gaza para uma força internacional de estabilização temporária (ISF). Mas para que essas medidas sejam implementadas efetivamente é necessário o total desarmamento inicial e imediato do Hamas e de outros grupos terroristas com a destruição da sua infraestrutura terrorista e ofensiva incluindo túneis e meios de produção de armas bem como o afastamento do Hamas e de outros grupos terroristas de qualquer função na gestão sobre Gaza.

 Nova era de paz e prosperidade para Gaza e Oriente Médio

O sucesso na implantação do acordo de paz e a definitiva resolução dos palestinos no sentido do convívio pacífico com Israel podem abrir novas perspectivas para a reconstrução de Gaza e de prosperidade para o seu povo que terão reflexos positivos inclusive sobre todo o Oriente Médio.

Shoji


sábado, 4 de outubro de 2025

PRIMEIRA CIRURGIA DE ROBÔ EM HUMANO

 Amplia-se o uso da robótica para a saúde e bem estar humanos

Pela primeira vez, um robô guiado por inteligência artificial realizou uma cirurgia em um paciente humano real. O sistema desenvolvido pela Universidade John Hopkins dos EUA fez uma remoção de uma vesícula biliar também chamada de colecistectomia, conforme feito divulgado em julho/2025 na revista Science Robotics.

 

Ref.: Pela 1ª vez na história robô faz cirurgia guiada por IA sem ajuda humana  Informação Digital  12.07.2025

Robô treinado com técnicas de inteligência artificial

O robô, chamado de SRT-H, treinado com vídeos de cirurgias com técnicas de aprendizado de máquina e de inteligência artificial semelhantes às que alimentam o ChatGPT, operou pela primeira vez um paciente humano real de remoção da vesícula biliar sem intervenção humana direta, respondendo e aprendendo com comandos de voz da equipe, como um cirurgião iniciante trabalhando com um mentor com 100% de precisão.

O robô teve um desempenho impecável durante a operação e com a perícia de um cirurgião humano habilidoso, mesmo durante cenários inesperados típicos de emergências médicas em cirurgia real. O trabalho financiado pelo governo federal, liderado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, é um avanço transformador na robótica cirúrgica, onde robôs podem atuar tanto com precisão mecânica quanto com adaptabilidade e compreensão semelhantes às humanas.

Em 2022, o robô autônomo de tecido inteligente STAR, da Krieger, tinha realizado a 1ª  cirurgia robótica autônoma em um animal vivo,  uma cirurgia laparoscópica em um porco. Mas esse robô exigiu tecido especialmente marcado, foi operado em um ambiente altamente controlado e seguiu um plano cirúrgico rígido e pré-determinado. Foi como ensinar um robô a dirigir por uma rota cuidadosamente mapeada, mas no novo sistema, é como ensinar um robô a navegar em qualquer estrada, em qualquer condição, respondendo de forma inteligente a tudo o que encontrar.

 

Novas perspectivas para a cirurgia robótica

Hoje, os robôs cirúrgicos usados nos hospitais são operados por um médico e seus braços mecânicos não fazem nada sozinhos. Agora, uma nova era tecnológica pode estar surgindo na ampla área da medicina cirúrgica, contribuindo para a melhoria da saúde e bem estar humanos. 

Shoji

sábado, 2 de agosto de 2025

ESCRITA MANUAL PARA O BEM DO CÉREBRO E DA MEMÓRIA

 Devemos continuar exercitando a escrita manual num mundo digital

Em um mundo onde quase tudo se resolve por teclas, toques e cliques, escrever à mão pode soar antiquado. Mas apesar da praticidade dos dispositivos digitais, a ciência tem mostrado que ao abandonar a escrita manual, estamos deixando para trás habilidades cognitivas valiosas e, possivelmente, um importante caminho de conexão consigo mesmo. O cérebro entra em ação de forma mais ampla na escrita manual. Por ser um processo mais lento, exige que o cérebro selecione, resuma e reinterprete o conteúdo, antes de colocá-lo no papel. Ao fazermos isso, estamos organizando as idéias com as nossas próprias palavras o que fortalece a aprendizagem. A escrita manual envolve uma dimensão mais subjetiva, mas igualmente valiosa, a de servir como ferramenta de autoconhecimento e aliada da saúde mental.

 

Ref.:  A importância da escrita manual para a formação do conhecimento Cristiano H. A. da Veiga julho 2024

Benefícios da escrita manual

A escrita à mão é uma habilidade que envolve vários processos cognitivos, motores e sensoriais, que ativam diversas áreas do cérebro. Quando escrevemos à mão, precisamos coordenar os movimentos da mão e dos dedos, reconhecer as formas das letras, associar os sons às palavras, organizar as idéias, planejar o texto, revisar o que escrevemos e prestar atenção ao que estamos fazendo. Tudo isso exige um esforço maior do que simplesmente digitar, mas traz recompensas gratificantes.

Segundo estudos científicos, a escrita à mão pode trazer os seguintes benefícios:

·         Melhora a memória: estimula a memória de longo prazo, pois cria uma conexão mais forte entre o que escrevemos e o que lembramos. Pelo fato de a escrita à mão ser mais lenta e mais profunda do que a digitação, prestamos mais atenção no que estamos escrevendo e processamos melhor as informações.

·         Favorece a aprendizagem: Devido a complexidade e estímulos variados que a escrita à mão nos exige, nosso cérebro pode fazer conexões facilitando  a aprendizagem e compreensão de novos conteúdos. 

·         Aumenta a criatividade: Enquanto a digitação exige movimentos repetitivos, a escrita à mão nos obriga a variar os movimentos da mão e dedos tornando-a mais fluida e livre. Isso pode contribuir no nosso processo criativo. 

·         Promove a saúde mental: Ao exercitar essa tarefa regularmente, a escrita pode trazer alívio do estresse e beneficiar a saúde mental. 

 A escrita manual como aliada da tecnologia

A tecnologia facilita a nossa vida como escrever e corrigir erros mais rapidamente e compartilhar informações, de modo que muitos já abandonaram o papel e a caneta  preferindo digitar tudo no computador ou no celular.

Assim, na vida moderna não há como rejeitar a tecnologia pois ela oferece inúmeros vantagens e benefícios. Mas devemos usá-los com equilíbrio e sabedoria, entendendo que é uma ferramenta, de modo que ao mesmo tempo que usamos as ferramentas poderosas da tecnologia não devemos abandonar de todo os benefícios propiciados pela escrita manual.

Shoji

 

sábado, 5 de julho de 2025

POPULAÇÃO DE PINGUINS-IMPERADORES DECLINANDO NA ANTÁRCTICA

 Isso seria decorrente do aquecimento global

A população de pinguins-imperadores na Antártica caiu 22% entre 2009 e 2023, uma redução muito mais rápida do que o previsto por modelos computacionais anteriores. O dado alarmante é fruto de levantamento com imagens de satélite analisadas por cientistas do British Antarctic Survey e publicado em 10.06.2025 na revista Nature Communications: Earth & Environment, realizado em 16 colônias de pinguins no Mar de Weddel e no Mar de Belinghausen em  região que  concentra cerca de um terço dos indivíduos da espécie.

O número representa uma queda de 1,6% ao ano e sugere que os pinguins-imperadores podem estar desaparecendo em um ritmo “50% pior” do que os piores cenários já projetados, segundo o pesquisador Peter Fretwell, que liderou o estudo, e a principal causa seria a perda do gelo marinho em que esses animais se reproduzem.

 

Ref.: RISCO DE EXTINÇÃO: filhotes de pinguins-imperadores morrem afogados e congelados na Antártida Jornalismo TV Cultura jul 2024

As causas estão associadas ao aquecimento global

O principal responsável provavelmente é a mudança climática que está afinando e desestabilizando o gelo na área de reprodução dos pinguins. Nos últimos anos, algumas colônias perderam seus filhotes por afogamento ou congelamento, quando o gelo cedeu sob seus pés antes que os filhotes estivessem prontos para enfrentar o oceano gelado com as penas impermeáveis desenvolvidas.

Segundo Fretwell, os pinguins-imperadores são provavelmente o exemplo mais claro do impacto real das mudanças climáticas. Não há pesca, nem destruição de seu habitat, nem poluição que esteja causando o declínio de suas populações. É simplesmente a temperatura do gelo sobre o qual eles se reproduzem e vivem, o que é decorrente da mudança climática.

Além disso o aquecimento provoca outros desafios aos pinguins como chuvas mais intensas ou o aumento das incursões de predadores coma as focas e orcas.

Um filhote de pinguim-imperador sai de um ovo mantido aquecido no inverno pelo macho, enquanto a fêmea empreende uma expedição de pesca de cerca de 2 meses, após a qual retorna à colônia para alimentar o filhote por regurgitação. Para sobreviver sozinhos, os filhotes devem desenvolver penas impermeáveis durante o verão austral.

 O futuro incerto

Segundo um estudo de 2020, os pinguins-imperadores somam cerca de 250 mil casais reprodutivos todos vivendo na Antárctica. Modelos climáticos já projetavam um risco elevado de extinção até o final do século, caso as emissões globais de gases de efeito estufa não sejam drasticamente reduzidas. Segundo os autores, o cenário é grave mas não irreversível. Caso as emissões sejam controladas, ainda é possível garantir a sobrevivência dos pinguins-imperadores nas próximas décadas.

Shoji

sábado, 28 de junho de 2025

DIMENSTEIN: OS MELHORES DIAS DA SUA VIDA

 Seu singelo livro escrito na fase terminal do câncer   

Gilberto Dimenstein, nasceu em 28.08.1956 em São Paulo de uma família judaica. Seu pai era Adolfo Dimenstein, pernambucano de origem ashkenazi polonesa  e sua mãe  Ester Athias, uma paraense de ascendência sefaradi marroquina. Estudou no Colégio I. L. Peretz, em São Paulo e formou-se na Faculdade Cásper Líbero.

 Longa carreira como jornalista, escritor e ativista de projetos sociais

Ref.:Luta do jornalista Gilberto Dimenstein contra câncer é retratada em livro Jornalismo TV Cultura jun 2021

Dimenstein foi colunista da Folha de S.Paulo e atuou na Rádio CBN. Foi diretor da Folha de S.Paulo na sucursal de Brasília e correspondente internacional em Nova York daquele periódico. Trabalhou também no Jornal do BrasilCorreio BrazilienseÚltima Hora, revista Visão e Veja. Foi acadêmico visitante do programa de direitos humanos da Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

Por suas reportagens sobre temas sociais e suas experiências em projetos educacionais, Gilberto Dimenstein  foi agraciado com diversos prêmios como o Prêmio Nacional de Direitos Humanos junto com dom Paulo Evaristo Arns, o Prêmio Criança e Paz, do Unicef, Menção Honrosa do Prêmio Maria Moors Cabot, da Faculdade de Jornalismo de Columbia, em Nova York. Também ganhou os prêmios Esso  e Prêmio Jabuti, em 1993, de melhor livro de não ficção, com a obra Cidadão de Papel      e foi apontado pela revista Época em 2007 como umas das cem figuras mais influentes do país.

Foi um dos criadores da ANDI - Comunicação e Direitos, uma organização não governamental que tem como objetivo utilizar a mídia em favor de ações sociais. Em 2009, um documento da Escola de Administração de Harvard apontou-o como um dos exemplos de inovação comunitária, por seu projeto de bairro-escola, desenvolvido inicialmente em São Paulo, através do Projeto Aprendiz, o qual foi replicado em diversas partes do mundo via Unicef e Unesco.

 

Criador do site Catraca Livre

Foi o idealizador do site Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. O objetivo principal do site é agrupar informações que mostrem possibilidades acessíveis e de qualidade, virtuais ou presenciais, em várias áreas da atividade humana, como cultura, saúde, mobilidade, educação, esportes e consumo, em diferentes capitais do Brasil. Presente também no Facebook, rede social na qual possui quase 8 milhões de seguidores, o Catraca se propõe a revelar personagens, tendências e projetos que inspirem soluções comunitárias inovadoras e inclusivas, mas também incita debates envolvendo questões sociais, culturais e políticas.

Segundo o ex-senador Cristovam Buarque, criador do  Bolsa-escola quando era governador do Distrito Federal, Dimenstein foi um dos inspiradores desse programa.

 

Autor do singelo livro sobre os melhores dias da sua vida

Em 2019, foi diagnosticado com um câncer no pâncreas vindo a falecer precocemente em 29.05.2020, aos 63 anos de idade. Nos últimos meses da sua vida, ao mesmo tempo que lutava corajosamente contra o avanço da doença ao lado dos entes queridos e amigos, escreveu com o apoio incansável da sua companheira, a jornalista Anna Penido,  o livro “Os últimos melhores dias da minha vida” em que registra com muita sinceridade os derradeiros momentos da sua existência plena de realizações. Em resumo, para Dimenstein “quanto mais o câncer me subtraia, mais eu conseguia agregar novas dimensões à minha existência; a realidade estava na maneira criativa com que olhava à minha volta; era o meu olhar que fazia o mundo ficar mais belo quando via o colorido das flores refletidas na janela; a felicidade que experimentei nos meus últimos melhores dias não foi provocada por algo extraordinário; nada disso, sentia um contentamento gigantesco pelo simples fato de estar vivo e poder compartilhar os meus últimos melhores dias com as pessoas que me cercavam; aquela sensação era estupenda como deve ser para a taturana quando se reconhece como borboleta”.

Shoji