sábado, 18 de outubro de 2025

BAHÁ’I E A UNIÃO ESPIRITUAL DA HUMANIDADE

 O Bahaísmo é perseguido por ser considerado apostasia pelo islamismo

A fé Bahá'í, ou bahaísmo, é uma religião abraâmica monoteísta que enfatiza a união espiritual de toda a humanidade. Três princípios básicos estabelecem a base para os ensinamentos bahá'ís: a unidade de Deus, que há apenas um Deus que é a fonte de toda a criação; a unidade da religião, que todas as maiores religiões têm a mesma fonte espiritual e partem do mesmo Deus; e a unidade da humanidade, que todos os seres humanos foram criados igualmente e que a diversidade racial e cultural deve ser apreciada e aceita. Segundo os ensinamentos da fé bahá'i, o propósito humano é aprender a conhecer e a amar a Deus através de métodos como orações, reflexões e ajuda aos outros.

Na fé Bahá'í, a história religiosa da humanidade é manifestada através de mensageiros divinos, cada um dos quais estabeleceu uma religião adequada às necessidades da sua época e à capacidade das pessoas de então. Esses mensageiros vão de figuras abraâmicas como MoisésJesusMaomé, às dármicas, como Krishna e Buda. Para os bahá'is, os mensageiros mais recentes são o Báb e Bahá'u'lláh.

 

Reff.:Bahai persecution Iran youtube Bahaichannel out 2010

História do bahaísmo

A história do bahaísmo começa na Pérsia (atual Irã) em 1844, com o movimento do Báb, que prefigurou a vinda de Baháʼuʼlláh, a quem os baháʼís consideram o "Glorioso de Deus" e o mais recente "Manifestante de Deus" em uma linha de profetas como Moisés, Jesus e Maomé. Em 1863, Baháʼuʼlláh, declarou ser o missionário divino previsto pelo Báb e fundou o bahaísmo e em seguida foi exilado do Império Otomano para o atual Israel. Ele passou o resto de sua vida em um exílio voluntário em Akka, na Terra de Israel. Após o falecimento de Baháʼuʼlláh em 1892, a religião continuou a se expandir pelo mundo sob a liderança de seu filho, 'Abdu'l-Bahá, que serviu como o centro da aliança da fé. A nova fé, que se separou do Islã xiita, enfrentou forte perseguição no Irã, resultando na execução de milhares de seguidores do Báb. Desde a morte de Abdul-Bahá, a liderança da comunidade bahá'i entrou numa nova fase, passando de um único líder para uma ordem administrativa com órgãos eleitos e indivíduos indicados. Hoje, há mais de 5 milhões de bahá'ís espalhados por mais de 200 países e territórios.

 Essência do bahaísmo

Os bahá'ís acreditam que o ser humano possui uma "alma racional", que provê à espécie uma capacidade única de reconhecer a Deus e a relação da humanidade com seu criador. Todo ser humano é considerado possuidor do dever de reconhecer a Deus através de seus Mensageiros e dos ensinamentos deles. Através do reconhecimento e da obediência, serviço à humanidade e práticas espirituais, os bahá'ís acreditam que a alma pode se aproximar de Deus, o ideal da crença. Quando um ser humano morre, a alma continua existindo no mundo espiritual, onde seu desenvolvimento espiritual no mundo físico torna-se base para julgamento e progresso no mundo espiritual. O céu e o inferno são vistos como estados espirituais de proximidade ou distância de Deus, sendo indicadores da relação nesse mundo e no próximo, e não lugares físicos de recompensa e punição alcançados após a morte.

Os textos bahá'ís enfatizam a igualdade essencial dos seres humanos e a abolição de todos as formas de preconceito. A humanidade é considerada essencialmente una, embora diversificada; esta diversidade de raça e cultura é considerada merecedora de apreciação e tolerância. Doutrinas de racismo, nacionalismo, castas, e classes sociais são impedimentos artificiais da unidade. Os ensinamentos bahá'ís declaram que a unificação da humanidade deve ser assunto principal sobre as condições religiosas e políticas no tempo presente.

 Perseguição aos bahá’is

As crenças bahá'ís são usualmente descritas como combinações sincréticas das primeiras crenças religiosas. Os bahá'ís, no entanto, asseguram que a sua religião é uma tradição distinta, com suas próprias escriturasensinamentosleis e história. Inicialmente a religião foi vista como uma seita do Islã, mas atualmente a maioria dos teólogos a vêem como uma religião independente que tem como pano de fundo o islamismo xiita e cuja origem é análoga ao contexto judaico em que o cristianismo foi estabelecido. As instituições e o clero muçulmano, tanto sunita quanto xiita, consideram os bahá'ís como desertores ou apóstatas da fé islâmica, o que tem levado à perseguição de bahá'ís. Os próprios bahá'ís atestam que sua fé é uma religião independente, que se difere das outras tradições no que diz respeito a sua idade e aos ensinamentos de Bahá'u'lláh num contexto moderno.

 Dura repressão pelo regime islâmico do Irã

Em relatório publicado em abril/2024, o Human Rights Watch documenta a violação sistemática dos direitos fundamentais dos membros da comunidade bahá’í por meio de leis e políticas discriminatórias pelas autoridades iranianas. As agências governamentais arbitrariamente prendem e encarceram pessoas bahá’ís, confiscam suas propriedades, restringem suas oportunidades de educação e emprego e até mesmo lhes negam um enterro digno, privando os bahá’ís de seus direitos fundamentais em todos os aspectos de suas vidas, não em razão de suas condutas, mas simplesmente por sua escolha  religiosa.

Os bahá’ís são a maior minoria religiosa não reconhecida no Irã e tem sido alvo de  dura repressão apoiada pelo Estado desde que sua religião foi estabelecida no século 19. Após a revolução de 1979, as autoridades iranianas executaram ou forçaram o desaparecimento de centenas de bahá’ís, principalmente suas lideranças comunitárias. Outros milhares perderam seus empregos e pensões ou foram forçados a deixar suas casas ou o país. Ou seja, desde 1979, a República Islâmica do Irã codificou sua repressão aos bahá’ís na lei e na política oficial do governo, vigorosamente aplicada pelas forças de segurança e autoridades judiciais, rotulando os bahá’ís como uma minoria religiosa proibida e uma ameaça à segurança nacional. O drama dos bahá’is sob o regime islâmico iraniano é relatado sob testemunho ocular de Olya Roohizadegan em seu livro “A História de Olya” editado em inglês em 1993.

Shoji

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