Ações voluntárias de limpeza para conscientização e engajamento das comunidades locais
Uso endêmico do plástico no cotidiano atual
A criação do plástico e o
desenvolvimento de sua produção no início do século 20 revolucionaram todas as áreas
da vida humana, seja na indústria, comércio e serviços, além de mudar radicalmente
os hábitos de consumo, por ser leve, econômico, resistente e adaptável aos mais
diversos usos. Mas os plásticos não trazem apenas benefícios à humanidade. No século
21, o descarte do material virou um problema ambiental grave, em função do
elevado volume desse material e pelo fato de ser de difícil decomposição.
Atualmente, o uso do plástico como embalagem
e para outros fins está muito difundido no dia a dia dos consumidores, e grande
parte após único uso, como ocorre com as sacolas plásticas, os copos e outros utensílios
domésticos de plástico.
Os detritos plásticos são
contaminantes complexos e persistentes, sendo quase indestrutíveis, dividindo-se
em partes menores, até mesmo em partículas de escala nanométrica, transformando-se
em microplásticos, que podem subsistir nos mais diversos meios, corpos e alimentos,
inclusive em águas engarrafadas.
O
plástico não é inerentemente nocivo. É uma invenção criada pelo homem que gerou
benefícios significativos para a sociedade. Mas, a maneira como indústrias, governos
e consumidores lidaram com o plástico e a maneira como a sociedade o converteu
em uma conveniência descartável de uso único transformou essa inovação em um desastre
ambiental mundial.
a) 'NAVIO SOBRE RODAS'' DA SEA SHEPHERD EM SANTOS - Programa Caderno Regional 20/07/2022
25 de jul. de 2022 Marcos Libório
b) 66ª Ação Voluntária EcoFaxina - Manguezal, Santos
18 de out. de 2016 Instituto
EcoFaxina L.M.E.A.
Presença de lixo plástico nas costas e oceanos
Pelo fato do seu uso massivo no
cotidiano das pessoas e da dificuldade em seu descarte, o lixo plástico é
onipresente e visível em todos os lugares principalmente nos litorais e oceanos
do planeta. No caso do Brasil, praias, mares e mangues estão cada vez mais entulhados
de todo tipo de lixo plástico e o seu equacionamento ainda está longe de se
alcançado, necessitando para isso de ações integradas e efetivas por parte de
todos os atores da sociedade. Entre essas ações destacam-se o trabalho educativo
e de conscientização, muitas das quais são implementadas de forma voluntária.
A organização internacional Sea
Shepherd, dedicada ao combate à poluição dos mares, tem desenvolvido mutirões de
limpeza no litoral brasileiro para recolher e encaminhar resíduos para
reciclagem e envolver as comunidades no trabalho de combater a poluição ambiental.
Em 2021, foram feitos 98 mutirões, envolvendo 700 voluntários que recolheram
7,5 toneladas de lixo nas praias. Parece pouco, mas é importante como esforço
de educação e de conscientização e de engajamento de pessoas no sentido de que cada
um pode e deve contribuir nesse trabalho em defesa do meio ambiente.
Em abril/2022, a Shepherd Brasil
iniciou o projeto Ondas Limpas na Estrada, patrocinado pela Odontoprev, para
realizar ações de limpeza em 300 praias ao longo do litoral brasileiro com a
ajuda de voluntários, da cidade de Chuí (RS) ao Oiapoque (AP), coordenado por uma
equipe de 6 pessoas viajando em ônibus devidamente equipado inclusive para coletar
dados sobre os resíduos, com o fim de traçar o perfil dos principais poluentes
presentes no litoral e medir a presença de microplásticos.
Destaca-se
ainda o trabalho do Instituto EcoFaxina, fundada por William Schepis em 2008 na
cidade de Santos para combater a poluição marinha o descarte de plástico no oceano
e a recuperação de áreas degradadas de mangue e a redução de ocupações
irregulares em áreas de preservação permanente no estuário de Santos e São
Vicente. Para tanto, organiza mensalmente ações voluntárias de recolhimento de
lixo nas áreas costeiras que, além da limpeza em si objetiva conscientizar a
sociedade sobre a importância de prevenir atitudes que geram a poluição marinha
e a necessidade de implementar ações como a coleta seletiva de lixo e a sua reciclagem.
Shoji