O conceito de cidade flutuante pode ser a solução para a elevação do nível do mar
O recente Relatório
do Painel Intergovernamental sobre o Clima (IPCC) da ONU, divulgada em 09.08.2021, alerta que a Terra
está esquentando mais rápido do que era previsto, podendo atingir 1,5º C acima
do nível pré-industrial entre 2030 e 2040, ou seja, pelo menos 10 anos antes do
esperado. Desde 1850, a temperatura média da Terra aumentou ao menos 1,1º C e
mais no mínimo 0,4º C vai agravar os prejuízos ambientais como secas severas,
ondas de calor, chuvas torrenciais e consequente enchentes catastróficas,
tornados, incêndios florestais, aceleração do derretimento das geleiras e elevação
do nível do mar.
A redução
sustentada nas emissões do dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito
estufa, no entanto, ainda pode limitar os efeitos catastróficos das mudanças climáticas
e do aquecimento global, mas isso dependerá essencialmente do efetivo engajamento
dos povos e países, que não pode mais ser postergado pois o tempo para se
evitar o desastre de maiores proporções é cada vez mais curto.
Os efeitos do
aquecimento global tendem a atingir a praticamente todas as regiões do planeta,
embora em grau diferenciado, mas os desastres mais dramáticos e imediatos afetarão
as pequenas ilhas do Pacífico pela elevação do nível do mar, de modo que várias
delas estão ameaçadas de serem submersas nas próximas décadas.
A cidade flutuante da Coreia do Sul no meio do mar 18 de
jun. de 2022 Urbana
As cidades flutuantes serão
parte da solução para a elevação do nível do mar
Assim, vários países estão planejando
projetos no sentido de prevenir os efeitos da elevação do nível do mar, que se
espera com o gradual aquecimento global. Entre eles, destaca-se o da Coréia do
Sul, que anunciou em 10.12.2021, a construção de uma cidade flutuante no mar, a
chamar se Oceanix Busan, perto do litoral de Busan, a 320 km de Seul, a capital
do país. O conceito de cidade flutuante é diferente do atual já adotado em em ilhas artificiais ao longo de litorais de
vários países, principalmente naqueles que sofrem da carência de territórios
habitáveis como o Japão e os ricos emirados do Oriente Médio. Enquanto as ilhas
artificiais estão fixadas no leito submerso dos oceanos, no conceito de cidade
flutuante esta flutua de acordo com a movimentação das marés e do nível do mar,
de modo que em caso de subida do nível do mar estarão livres de serem submersas. Enfim, serão capazes de resistir a tempestades
e estarão livres de inundações decorrentes de eventual subida do mar que venha
a ocorrer nos próximos anos e décadas.
No caso da Oceanix
Busan, com início das obras previstas para 2023, as plataformas serão
pré-fabricadas, que sobem e descem ao sabor das marés, tendo cada plataforma 4.000
m2 e 7 andares, suficiente para abrigar até 300 pessoas. As plataformas flutuantes serão interligadas
entre si e com o continente por meio de pontes, podendo formar cidade com até 12.000 pessoas. A
cidade será de uso misto para moradia e trabalho, reunindo todo o tipo de
serviço necessário em uma cidade, com áreas dedicadas a compras, alimentação, saúde,
educação, lazer, cultura e outros serviços próprios de aglomerações urbanas. O
empreendimento será totalmente sustentável, com placas solares suficientes para
gerar energia a ser consumida em sistemas de circuito com desperdício zero. A
cidade terá sistema de tratamento de água do mar para o abastecimento da comunidade
e tratamento do esgoto, além de fazendas em estufas para a produção de alimentos,
incluindo jardins de compostagem, bem como de fazendas marítimas para a criação
de pescados e frutos do mar.
Caso o projeto pioneiro do Oceanix Busan venha a ser totalmente
viável e exitoso, o conceito de cidade flutuante poderá ser usado em vários
locais do Mundo como meio efetivo para o enfrentamento dos problemas que serão
decorrentes da elevação do nível do mar.
Shoji
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