sábado, 23 de julho de 2022

ARAQUÉM O FOTOGRÁFO EM DEFESA DA AMAZÔNIA

 As lentes do Araquém retratam o drama das florestas e seus habitantes pela sobrevivência

A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, se aproxima de seu ponto de irreversibilidade ou de não retorno, ou seja quando  a floresta perde a capacidade de se regenerar por si, como revela um estudo publicado em 07.03.2022 pela revista especializada Nature Climate Change.

Isso decorre da contínua perda da cobertura florestal, por efeito do desmatamento e da queimada, levando o bioma amazônico a se tornar gradualmente um ecossistema mais aberto, como o cerrado ou savana, ou ainda como matas menores e mais secas, o que significaria a morte da Amazônia como imensa floresta úmida, com consequências devastadoras. Isto é, a eventual transformação da bacia amazônica em savana pode gerar série de efeitos preocupantes, tanto regional ou globalmente, a começar pelo aumento significativo de emissões de gás carbônico, acentuando o aquecimento global. Além disso, a floresta amazônica abriga uma variedade única de biodiversidade e influencia fortemente o regime de chuvas em toda a América do Sul por meio da sua enorme capacidade de evapotranspiração e de armazenamento de carbono.  

 

Ref.: Conheça o trabalho do fotógrafo de natureza Araquém Alcântara 27 de set. de 2019  Repórter Eco

Ainda há tempo para salvar a Amazônia?

O tempo para salvar a Amazônia é cada vez mais curto mas para isso é imprescindível reduzir drasticamente o desmatamento, chegando à total cessação o que deve ocorrer até 2030 segundo compromisso do governo brasileiro assumido nos fóruns mundiais sobre meio ambiente, ao mesmo tempo que deve ser feito grande esforço para restaurar as coberturas florestais em áreas já mais fragilizadas.

 

As lentes do Araquém em defesa da biodiversidade brasileira

Entre os maiores defensores da Amazônia e de outros biomas ameaçados como o Pantanal e os Cerrados destaca-se o trabalho do Araquém Alcantara, que por 50 anos completados em 2020, e por meio de suas lentes fotográficas, tem retratado a beleza da floresta, da exuberante vegetação, dos animais e de seus habitantes humanos e a necessidade da salvação dessa rica biodiversidade do risco da sua degradação irreversível.

Araquém é considerado um dos precursores da fotografia de natureza no Brasil, sendo o primeiro fotógrafo a documentar todos os parques nacionais do Brasil. Utilizando a fotografia não somente como expressão plástica mas também como  instrumento de transformação social, Araquém é considerado um dos mais combativos artistas brasileiros em defesa do patrimônio ambiental, atuando na linha de  frente especialmente contra o desmatamento ilegal da Amazônia, ao retratar em suas fotos os horrores da destruição desse bioma.

Entre 1987 e 1998, o fotógrafo percorreu todos os parques nacionais brasileiros, tendo esse trabalho resultado na sua mais célebre obra, Terra Brasil de 1998, que se tornou o livro de fotografia mais vendido no Brasil, já em sua 12ª edição, com 125.000 cópias vendidas.

Produziu ainda a capa do livro "Unknown Amazon" para o Museu Britânico em 2001 e fotos para a exposição de mesmo nome. É o primeiro fotógrafo brasileiro a produzir um trabalho inédito para a National Geographic, a edição especial de colecionador "Bichos do Brasil".

Além do livro Terra Brasil de 1998, lançou Pantanal em 2005, Mar de Dentro em 2006, Amazônia em 2013 e Jaguaretê em 2018, e em 2019 editou a obra chamada Brasileiros com sucesso de vendas online. Consagrando a sua longa carreira, em novembro/2022 será lançado mais um livro e a mostra “Araquém Alcantara 50 Anos de Fotografia” a rodar por todo o país.  Entre suas fotos, uma se tornou emblemática, ao mostrar um tamanduá-mirim em posição de súplica e meio à queimada na região amazônica, que se propagou pelo mundo.

Shoji

 

 

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