Uma ação benevolente pode ocorrer em qualquer lugar e de forma mais imprevista
Holocausto foi o genocídio ou assassinato em
massa de cerca de 6 milhões de judeus durante a 2ª Guerra Mundial, no maior
genocídio do século XX, por meio de um
programa sistemático de extermínio étnico patrocinado
pelo Estado nazista
alemão,
liderado por Adolf Hitler, que ocorreu em todo território ocupado
pelos alemães durante a guerra, configurando o que pode ser
considerado isoladamente a maior e mais degradante catástrofe da história
humana, e que, portanto, jamais deve ser esquecida e, principalmente, repetida.
Dos 9 milhões de judeus que residiam na Europa antes do Holocausto, cerca de dois terços
foram mortos, sendo mais de um milhão de crianças, 2 milhões de mulheres e 3
milhões de homens judeus mortos nesse período.
Ao se considerar maior
abrangência do Holocausto, o genocídio nazista contra os judeus fez parte de um
conjunto mais amplo de atos de opressão e de assassinatos em massa cometidos
pelo governo nazista contra vários grupos étnicos, políticos e sociais na
Europa, destacando-se entre as principais vítimas não judias do genocídio os ciganos, poloneses, russos, comunistas, homossexuais, prisioneiros de
guerra soviéticos, Testemunhas
de Jeová e deficientes físicos e mentais.
Em função da
dimensão e da crueldade inauditas alcançadas pelo Holocausto, em 2007, a União Européia (EU) sancionou uma
lei que considera crime a negação do Holocausto, com penalidade por prisão. Para que essa tragédia não caia no
esquecimento, a Organização
das Nações Unidas (ONU) homenageia as vítimas do Holocausto, tonando, desde
2005, o dia 27 de janeiro, o dia em que os prisioneiros do campo de
concentração de Auschwitz foram libertos, como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto
Ref.: O bravo Sargento Roddie Edmonds - Histórias e reflexões judaicas 64 - Achdut Online 172 4 de jan. de 2018 Vídeos sobre judaísmo
Justo entre as Nações
Entretanto, a tragédia
do Holocausto seria ainda maior caso muitas pessoas não tivessem atuado, direta
ou indiretamente, para evitar que mais pessoas tivessem sido alcançadas pela máquina
de extermínio nazista, inclusive por parte de pessoas não-judeus. Atualmente, o
Estado de Israel usa o termo
“Justo entre as Nações” para descrever não judeus que arriscaram suas vidas
durante o Holocausto para salvar
vidas de judeus do extermínio pelo nazismo.
Ao mesmo tempo, o Memorial do Holocausto Yad Vashem concede o prêmio Justo entre as Nações como reconhecimento a todos os não judeus que durante a 2ª Guerra Mundial salvaram vidas de judeus perseguidos pelo regime nazista.
Coragem inédita do sargento Roddie Edmonds salvou vidas indefesas
Entre os premiados
como Justo entre as Nações, destaca-se o caso inesperado mas corajoso do
sargento norte americano Roddie Edmonds.
Em 19.12.1944, durante
a batalha de Bulge, Edmonds, como membro do 106ª Divisão de Infantaria foi
feito prisioneiro e enviado ao campo de prisioneiros alemão Stalag IX-A perto
de Ziegenhain, onde ficou responsável por 1.275 prisioneiros de guerra. Embora
a derrota alemã fosse iminente, em 27.01.1945, o comandante do campo alemão
Siegmann ordenou que na manhã seguinte fossem apresentados os soldados judeus
americanos para que eles fossem separados dos demais prisioneiros. No dia
seguinte, ao invés de separar os prisioneiros judeus americanos, Edmonds ordenou
que todos os 1.275 prisioneiros se reunissem fora dos barracões. Enfurecido, o
comandante Siegmann postou a pistola na cabeça do Edmonds e exigiu a
identificação dos judeus americanos. Ao invés disso, Edmonds respondeu que
todos eram judeus, ou seja, se ele quisesse executar somente os judeus, teria
que matar todos os prisioneiros americanos. Mas em seguida advertiu que caso qualquer mal seja
causado aos prisioneiros, o comandante alemão seria processado por crime de
guerra logo após ao fim da guerra, conforme a Convenção de Genebra, pois segundo
essa convenção ao prisioneiro somente pode ser exigido informar o nome, posto e
o seu número de identificação, mas não a religião professada. Diante disso, estando
a Alemanha já derrotada, o comandante alemão desistiu da sua exigência. Com essa
postura, cerca de 300 judeus americanos foram salvos de uma possível morte. Esse fato nunca foi relatado a ninguém até a morte de Edmonds em 1985, aos 65 anos.
Somente após essa
data, com base no diário deixado por ele, seu filho o reverendo batista Chris
Edmonds começou a desvendar esse episódio, inclusive com a localização de
diversos judeus americanos salvos pelo ato do seu pai, os quais providenciaram testemunho
perante o Yad Vashem. Finalmente, o prêmio Justo entre as Nações foi concedido a
Roddie Edmonds em 27.01.2016, na embaixada israelense em Washington D.C., com a
presença do presidente Barak Obama.
Shoji
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