sábado, 8 de maio de 2021

TODO TRABALHO HONESTO É DIGNIFICANTE

 Ex-atleta paralímpico trabalha em entrega por aplicativo  

Ex-atleta paralímpico, Caíque Palma de Souza, de 23 anos, faz da cadeira de rodas, companheira de muitas vitórias e alegrias nas pistas de atletismo, uma ferramenta de trabalho, para fazer entregas por aplicativo, subindo e descendo ruas de Paulínia, no estado de SP, sem se intimidar pelas dificuldades enfrentadas.

Caíque começou a trabalhar como entregador por aplicativo quando a sua mãe, de 57 anos, perdeu emprego como diarista nas repúblicas próximas da Unicamp, pelo fato dos estudantes terem voltado para suas casas pela interrupção das aulas por efeito da pandemia do Covid-19.

Como no aplicativo de entregas não há opção para cadeirantes, ele usou o cadastro para bicicletas, omitindo a sua condição de deficiente físico, e assim ele foi aceito.  Com o bag nas costas, ele passa por quase tudo nas ruas de Paulínia, seja enfrentando o sol forte ou as chuvas, além das condições muitas vezes precárias das vias públicas, como buracos e falta de acessibilidade, e o trânsito frenético dos veículos, chegando a percorrer até 4,5 kms em um único dia. Para isso, é importante o seu preparo físico condicionado pelos 10 anos como paratleta.  

 

Ref.: a) Desemprego: cadeirantes também estão fazendo entregas por aplicativos 30 de jan. de 2020 tvbrasil

b) Ex-atleta percorre 30 km fazendo entregas com cadeira de rodas | Primeiro Impacto (11/03/21) 11 de mar. de 2021 SBT Jornalismo

Deficiência física e treinamento como atleta paralímpico

Caíque nasceu com uma malformação na coluna chamada mielomeningocele, uma doença congênita que prejudica o desenvolvimento normal da medula espinhal, causando a falta de movimento nas pernas. Por influência da família, dedicou-se a treinamento intensivo em diversas modalidades de paratletismo, especializando-se na corrida de 100 metros em cadeiras de rodas, onde obteve resultados expressivos em competições nacionais e internacionais organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.

 

Objetivo de se tornar treinador em modalidades paralímpicas

Apesar do bom desempenho, interrompeu a carreira devido a falta de incentivo e de patrocínio, e também para que pudesse dedicar ao curso de educação física em uma faculdade particular de Paulínia. Após a sua formação, o objetivo é tornar se treinador e incentivar outros jovens a participar de modalidades paralímpicas.

Em função de tantos “perrengues” enfrentadas nas ruas no serviço de entrega, a empresa do aplicativo se sensibilizou e mudou a função de Caique. Na nova função, como dono de franquia, ele cadastra novos restaurantes na ferramenta, ganhando um porcentual por cada estabelecimento cadastrado, enquanto busca o sonho de se tornar treinador de esportes paralímpicos.

 

Todo o trabalho é digno desde que seja probo e íntegro moralmente

O exemplo de Caíque mostra como todo trabalho é importante e deve ser respeitado como meio de realização humana e de valorização da dignidade de qualquer pessoa, viabilizando a sua evolução material, mental e espiritual, mesmo que não seja em sua plenitude.

Assim, mesmo os trabalhos considerados mais simplórios ou humildes devem ser valorizados desde que a pessoa a exerça com satisfação e lhe proporcionem o mínimo de segurança material.  

Entretanto, o trabalho deve ser compatível com a evolução moral, mental e espiritual da pessoa, individualmente, e da coletividade, como um todo. Ou seja, o trabalho pode proporcionar não somente satisfação pessoal, desde que seja exercida com sentimento de gratidão, mas ao mesmo tempo deve ser benéfico a alguém ou a terceiros, isto é, para a sociedade.

Shoji

 

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