sábado, 10 de junho de 2023

LIXÃO SIDERAL AMEAÇA O ESPAÇO

 O espaço orbital deve ser usado de forma sustentável  

atividade espacial, principalmente os satélites, sustenta muitos aspectos da vida moderna e do desenvolvimento da ciência, desde a comunicação e acesso à internet, até a coleta de dados meteorológicos, pesquisas climáticas e navegação. Mas a crescente quantidade de equipamentos na órbita terrestre já está criando mais uma preocupação em relação à sanidade e segurança do espaço, o lixo espacial, sendo este composto por qualquer objeto feito e enviado pelo homem ao espaço mas que perdeu a sua utilidade, ou seja, não é mais operacional.

 

Ref.: O perigo do lixo espacial em volta da Terra Guru da Ciência abril 2017

 A corrida espacial e o acúmulo de objetos no espaço

Desde 1957, quando se iniciou a corrida espacial com o lançamento do Sputnik 1, quase 11 mil toneladas de objetos foram lançados ao espaço em órbita da Terra, boa parte dos quais restam como naves e satélites artificiais sem utilidade operacional. De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), entre 1957 e agosto de 2022 mais de 6.250 foguetes foram lançados ao espaço, colocando cerca de 13.630 satélites em órbita, dos quais 6.600 estão em funcionamento, enquanto 2.250 são considerados lixo espacial.

 O lixo ameaça a sanidade e a segurança do espaço

Assim, faz parte do lixo espacial restos de missões espaciais, partes de foguetes e qualquer componente que não faça parte da carga útil, além de equipamentos que atingiram o limite de suas vidas úteis em órbita, ou ainda aqueles que quebraram ou ficaram obsoletos.

Ainda de acordo com ESA, a quantidade estimada de objetos considerados lixo espacial orbitando a Terra ultrapassa os 130 milhões. Destes, 36.500 são detritos maiores que 10 centímetros, 1 milhão tem entre 1 e 10 cm e os demais são minúsculas  peças entre 1 mm e 1 cm.

 O perigo dos detritos espaciais

Mesmo sendo pequenos, a velocidade de movimento desses detritos é suficiente para causar grandes prejuízos, ou seja, fragmentos de 10 cm podem provocar estragos em  espaçonaves milionárias. A primeira colisão acidental em hipervelocidade  entre 2 satélites artificiais em órbita terrestre ocorreu em fevereiro de 2009 entre Iridium 33 e o Kosmos-2251 a 789 km de altitude sobre a península de Taymyr na Sibéria.  O supertelescópio Hubble sofreu dano em uma das antenas atribuído a choque com lixo espacial. Em 2019, o satélite militar chinês Yunhai foi destruído por colisão com um objeto de diâmetro estimado entre 10 cm e 50 cm.

 

É essencial o uso sustentável do espaço


Com o crescente acúmulo de objetos no espaço, faz se necessária a adoção de cuidados que preservem a sanidade e a segurança do espaço sideral, de modo a evitar a configuração de situação semelhante ao que está ocorrendo com a poluição dos oceanos, principalmente a poluição plástica.  Segundo especialistas sobre o tema, como o uso do espaço sideral é cada vez mais necessário e importante é indispensável pensar em estratégias sobre a ocupação sustentável do espaço, que seja capaz de regular o tráfego espacial, desenvolver tecnologias de rastreamento de objetos e detritos em órbita e pesquisar sobre meios viáveis para a retirada desses objetos do espaço.  Para tanto, será necessário um acordo internacional, que deve incluir medidas para responsabilizar todos os agentes atuantes nesse escopo desde os fabricantes até as instituições e empresas lançadoras de satélites a partir do momento em que chegam ao espaço.  Assim, uma das medidas pensadas é a cobrança de taxa pelo uso orbital das operadoras por cada satélite lançado. Espera-se que a cobrança dessa taxa estimularia as companhias a usar o espaço orbital de forma mais criteriosa e se factível a retirarem do espaço os equipamentos que não sejam mais úteis.


Shoji

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