sábado, 8 de abril de 2023

EPIDEMIA DA OBESIDADE INFANTIL

 O combate efetivo à obesidade infantil depende de ações comportamentais saudáveis pela criança e sua família

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo de gordura, causada pela ingestão excessiva de calorias, ou seja, decorre do consumo alimentar maior que o gasto energético correspondente, o que aumenta a massa corpórea e leva o peso a exceder o nível ideal. A obesidade provoca uma predisposição maior a doenças, como problemas de coração, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo II, problemas articulares, apnéia e derrame, acarretando em redução da expectativa de vida em relação a uma pessoa de peso normal. As principais causas da obesidade são o elevado consumo de alimentos altamente processados, normalmente não saudáveis, e o sedentarismo decorrente do crescente conforto propiciado pelas comodidades da vida moderna.

a) Dr. Drauzio Varella explica as principais consequências da Obesidade Infantil. Qualicorp abril 2018

b) Novas diretrizes de tratamento nos EUA para obesidade infantil Band Jornalismo 04 fev 2023


Aumento da obesidade infantil nos últimos anos

Durante muito tempo a obesidade foi uma doença preocupante entre os adultos, mas hoje já se manifesta entre as crianças, situação que se afigura agravada pelo fato da  saúde começar a sofrer com os problemas causados pelo sobrepeso enquanto a criança deveria estar em fase de pleno desenvolvimento físico.

A obesidade infantil é caracterizada por um excesso de gordura corporal em crianças de até 12 anos, sendo considerado sobrepeso quando o peso da criança situa-se, no mínimo, 15% acima do peso de referência para a sua idade. O diagnóstico também pode realizado através do IMC (índice de massa muscular), que é calculado pela divisão do peso pela altura elevada ao quadrado, conforme a seguinte graduação:

·         IMC entre 25 e 30: sobrepeso;

·         entre 30 e 35: obesidade grau I;

·         entre 35 e 40: obesidade grau II (severa);

·         maior do que 40: obesidade grau III (mórbida).

Segundo a OMS e o Ministério da Saúde, a obesidade entre crianças e adolescentes já atinge 379 milhões de pessoas no Mundo, correspondendo a 4,7% dessa população, ante somente 11 milhões em 1970 (0,1% dessa população). Nos EUA, a obesidade infantil alcança 14,4 milhões (20% dessa população) e no Brasil a situação não é muito diferente, com 7,2 milhões (10,4% dessa população), sendo que em 1970 esse contingente no Brasil era de somente 1,47 milhão (3% das crianças e adolescentes).

 

Epidemia da obesidade infantil em vários países

Em países como os EUA, a obesidade infantil está tomando contornos de uma epidemia, suscitando a tomada de medidas para atacar a doença, que afeta profundamente não só a saúde física mas o lado psicossocial do jovem e da sua família.

Outro agravante é que a obesidade normalmente acompanha a pessoa por toda a vida. Segundo a Federação Mundial de Obesidade, 55% das crianças obesas continuam mantendo a obesidade na adolescência e 80% destes, por sua vez, mantêm essa condição na vida adulta. Ou seja, quase metade das crianças obesas serão obesas na  vida adulta, com todos os seus efeitos deletérios.

 

Associação da obesidade infantil à vida sedentária e má alimentação

O crescimento desse fenômeno tem estreito relacionamento com os fatores comportamentais e o estilo de vida dos tempos modernos, associados a ingestão excessiva de alimentos ultraprocessados, como os fast foods, e a vida sedentária, estimulados pelo apego das crianças e adolescentes a smartphones, tablets, computador e videogames que proporcionam rápida e facilmente acesso a várias formas de entretenimento por meio digital.

 

Meios paliativos não resolvem a obesidade definitivamente

Diante do agravamento desse problema, as famílias tem recorrido a meios como o uso de medicamentos inibidores de apetite e a métodos mais radicais como a cirurgia de redução do estômago (operação bariátrica), os quais, porém, não garantem o combate efetivo e permanente à obesidade infantil, além de apresentar riscos ao usuário/paciente.

No escopo do agravamento desse fenômeno, a Associação Americana de Pediatria, por exemplo, já reduziu a idade recomendada para o combate à obesidade infantil, mediante o uso de remédios para emagrecer de 18 anos para 12 e da cirurgia bariátrica de 19 anos para 13 anos.

 

Prevenção da obesidade exige hábitos saudáveis pela criança e sua família

A prevenção da obesidade infantil é muito importante para evitar principalmente que essa condição se mantenha até a sua vida adulta. Por sua vez, o combate efetivo e permanente à obesidade depende primordialmente da adoção de hábitos comportamentais saudáveis, envolvendo a alimentação mais sadia, a rejeição à vida sedentária, mediante a moderação no acesso a entretenimentos e relacionamentos na forma digital e a prática rotineira de atividades físicas.

Shoji

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário