O combate efetivo à obesidade infantil depende de ações comportamentais saudáveis pela criança e sua família
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo
de gordura, causada pela ingestão excessiva de
calorias, ou seja, decorre do consumo alimentar maior que o gasto energético
correspondente, o que aumenta a massa corpórea e
leva o peso a exceder o nível ideal. A obesidade provoca uma predisposição
maior a doenças, como problemas de coração, hipertensão arterial, diabetes
mellitus tipo II, problemas articulares, apnéia e derrame, acarretando em redução
da expectativa de vida em relação a uma pessoa de peso normal. As
principais causas da obesidade são o elevado consumo de alimentos altamente processados,
normalmente não saudáveis, e o sedentarismo decorrente do crescente conforto propiciado
pelas comodidades da vida moderna.
a) Dr. Drauzio Varella explica as principais
consequências da Obesidade Infantil. Qualicorp abril 2018
b) Novas diretrizes de tratamento nos EUA para
obesidade infantil Band
Jornalismo 04 fev 2023
Aumento da obesidade infantil nos últimos anos
Durante muito
tempo a obesidade foi uma doença preocupante entre os adultos, mas hoje já se
manifesta entre as crianças, situação que se afigura agravada pelo fato da saúde começar a sofrer com os problemas
causados pelo sobrepeso enquanto a criança deveria estar em fase de pleno
desenvolvimento físico.
A obesidade infantil é caracterizada
por um excesso de gordura corporal em crianças de até 12 anos, sendo
considerado sobrepeso quando o peso da criança situa-se, no mínimo, 15% acima
do peso
de referência para a sua idade. O diagnóstico também pode realizado através
do IMC
(índice de massa muscular), que é calculado pela divisão do peso pela altura elevada
ao quadrado, conforme a seguinte graduação:
·
IMC
entre 25 e 30: sobrepeso;
·
entre
30 e 35: obesidade grau I;
·
entre
35 e 40: obesidade grau II (severa);
·
maior
do que 40: obesidade grau III (mórbida).
Segundo a OMS e o Ministério da Saúde, a obesidade entre
crianças e adolescentes já atinge 379 milhões de pessoas no Mundo, correspondendo
a 4,7% dessa população, ante somente 11 milhões em 1970 (0,1% dessa população).
Nos EUA, a obesidade infantil alcança 14,4 milhões (20% dessa população) e no
Brasil a situação não é muito diferente, com 7,2 milhões (10,4% dessa população),
sendo que em 1970 esse contingente no Brasil era de somente 1,47 milhão (3% das
crianças e adolescentes).
Epidemia da obesidade infantil em vários países
Em países como os EUA, a obesidade infantil está tomando
contornos de uma epidemia, suscitando a tomada de medidas para atacar a doença,
que afeta profundamente não só a saúde física mas o lado psicossocial do jovem
e da sua família.
Outro agravante é que a obesidade normalmente acompanha a
pessoa por toda a vida. Segundo a Federação Mundial de Obesidade, 55% das crianças
obesas continuam mantendo a obesidade na adolescência e 80% destes, por sua
vez, mantêm essa condição na vida adulta. Ou seja, quase metade das crianças
obesas serão obesas na vida adulta, com
todos os seus efeitos deletérios.
Associação da obesidade infantil à vida sedentária e má
alimentação
O crescimento desse fenômeno tem estreito relacionamento com
os fatores comportamentais e o estilo de vida dos tempos modernos, associados a
ingestão excessiva de alimentos ultraprocessados, como os fast foods, e a vida
sedentária, estimulados pelo apego das crianças e adolescentes a smartphones,
tablets, computador e videogames que proporcionam rápida e facilmente acesso a várias
formas de entretenimento por meio digital.
Meios paliativos não resolvem a obesidade definitivamente
Diante do agravamento desse problema, as famílias tem
recorrido a meios como o uso de medicamentos inibidores de apetite e a métodos mais
radicais como a cirurgia de redução do estômago (operação bariátrica), os quais,
porém, não garantem o combate efetivo e permanente à obesidade infantil, além
de apresentar riscos ao usuário/paciente.
No escopo do agravamento desse fenômeno, a Associação
Americana de Pediatria, por exemplo, já reduziu a idade recomendada para o
combate à obesidade infantil, mediante o uso de remédios para emagrecer de 18
anos para 12 e da cirurgia bariátrica de 19 anos para 13 anos.
Prevenção da obesidade exige hábitos saudáveis pela
criança e sua família
A prevenção da obesidade infantil é muito importante para
evitar principalmente que essa condição se mantenha até a sua vida adulta. Por
sua vez, o combate efetivo e permanente à obesidade depende primordialmente da
adoção de hábitos comportamentais saudáveis, envolvendo a alimentação mais sadia,
a rejeição à vida sedentária, mediante a moderação no acesso a entretenimentos e
relacionamentos na forma digital e a prática rotineira de atividades físicas.
Shoji
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