sábado, 11 de fevereiro de 2023

RESTAURAÇÃO FLORESTAL NO COMBATE AO AQUECIMENTO GLOBAL

 6 empresas privadas assumem projeto para restauração e preservação de 4 milhões de hectares de florestas nativas em 20 anos

Em 27.09.2015, o Brasil apresentou na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável a sua contribuição para a 21ª Conferência do Clima da ONU (COP21), realizada em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro/2015, com o principal objetivo de cooptar o esforço mundial de 195 nações para conter o aquecimento do planeta em até 2º C até o fim deste século, em relação aos níveis pré-industriais, e assim evitar as mudanças climáticas catastróficas para a Terra.

Entre os 5 principais compromissos, o Brasil assumiu aquele de recuperar 12 milhões de hectares de florestas, equivalente a 120 mil km2 (área da Inglaterra) até 2030, o qual foi considerado um dos mais ambiciosos apresentados pelos países signatários da Convenção sobre Mudanças Climáticas.  Entretanto, os custos para o cumprimento dessa meta não eram bem conhecidos na época, mas, agora, há um estudo e cálculos coordenados pelo Instituto Escolhas.   A pesquisa partiu do Código Florestal para estimar as áreas de Reserva Legal a recuperar nos biomas Amazônia e Mata Atlântica, o custo por hectare da restauração, os valores para a execução de práticas de manejo florestal e os benefícios resultantes da recuperação, podendo a meta de 12 milhões de ha ser atingida gradualmente, com acréscimo anual de áreas até 2030.

 

a) COP 27: Presidente da Suzano fala da Biomas | Fala Carlão 5250 nov-22

b) Conheça o Observatório da Restauração e do Reflorestamento Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura fev/2022

Projeto da Biomas para restauração florestal de 2 milhões de ha em 20 anos

Durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP27) realizada em novembro/2022 no Egito, os bancos Itaú Unibanco, Rabobank e Santander, e as empresas do setor de commodities Suzano, Vale e Marfrig anunciaram a criação do Biomas, uma empresa dedicada à restauração, conservação e preservação de florestas no Brasil, em consonância com os compromissos assumidos pelo Brasil na COP21 de dezembro/2015. O objetivo da iniciativa, ao longo de 20 anos, é de restaurar 2 milhões de hectares em áreas degradadas em diferentes biomas brasileiros, como Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado, mediante o plantio de 2 bilhões de árvores nativas e a de preservar outros 2 milhões de hectares, abrangendo 3 bilhões de árvores, de modo a atingir uma área total restaurada e protegida de 4 milhões de hectares de matas nativas, em território pouco inferior ao da Suíça.

 Benefícios da restauração e preservação florestais

A expectativa do grupo formado pelas 6 grandes companhias é, além dos benefícios ambientais da iniciativa em si, contribuir para estimular o desenvolvimento regional e o fortalecimento das comunidades locais com seu envolvimento na cadeia de valor, inclusive por meio de parcerias com ONG e grupos voltados ao mesmo propósito. Para promover um modelo de negócio sustentável do ponto de vista financeiro, cada sócio fará aporte inicial de R$ 20 milhões para suportar os primeiros anos de atividade da empresa. Posteriormente, para viabilizar cada projeto de restauração, conservação e preservação, a Biomas poderá contar com outras fontes de receitas como os recursos internacionais destinados para combater os efeitos das mudanças climáticas, bem como da comercialização de créditos de carbono. Os créditos de carbono, criados pelo Protocolo de Kyoto, em 1997, baseiam se em ações que reduzem a emissão de CO2. Ou seja, países, cidades ou organizações que absorvem mais do que emitem dióxido de carbono podem vender esse crédito para outros, emissores líquidos de CO2, que devem compensar o excesso de emissões.  

 Desafios para a contenção do aquecimento global por ações concretas

O projeto da Biomas, embora pareça ambicioso, é viável, mas a sua implementação efetiva exigirá esforço substantivo e persistente em termos de requerimentos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros de grandes dimensões, que deve ser implantado efetivamente e não ficar somente no discurso.  Caso seja exitoso, configura uma importante contribuição na superação do desafio enfrentado  pelo País no escopo do combate ao desequilíbrio ambiental e à ameaça do aquecimento global catastrófico em escala mundial.  

Shoji

 

 

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