Pedro é exemplo de superação com 4 próteses e tem uma vida independente
Em 2009, aos 18
anos de idade, Pedro Pimenta foi acometido pela meningite meningocócica, infecção
bacteriana conhecida pela rapidez e agressividade. Durante 1 semana ficou
em coma e por 1 mês aguardou a definição de que a única alternativa era a
amputação das 2 pernas acima dos joelhos e ambos os braços acima dos cotovelos.
Embora a chance
de sobrevivência ao procedimento fosse pequena, de 1%, a cirurgia foi feita.
a) Conheça a história do Pedro Pimenta:
sobreviveu à amputações de braços e pernas e virou exemplo
INFORME-SE
abril 2022
b)
Pedro Pimenta: economista conta como uma
meningite lhe custou as pernas e os braços. Estadão fev 2021
Exemplo de superação do trauma pela amputação de 4 membros
Pedro acordou 2 semanas depois e ficou internado por 6
meses em hospitais de SP, mas persistia a dúvida sobre o seu futuro que seria muito
diferente do que já fora anteriormente. Buscou tratamento com especialistas e
frequentou feiras e congressos de reabilitação em sua cadeira de rodas, auxiliado
pelos familiares. Em um deles, conheceu um executivo da empresa americana Hanger
que viu em Pedro a possibilidade de torná-lo o primeiro caso mundial de tetra
amputado 100% independente e reabilitado com uso integral de 4 próteses. Assim
foi levado a Oklahoma-EUA onde passou por treinamento com veteranos de guerra e,
ao final de 2010, Pedro estava caminhando, confiante e independente, e hoje
impressiona a todos pela autonomia e habilidade com suas 4 próteses, pela superação
pessoal e sua visão empreendedora.
Empreendimento para reabilitação de amputados
Em maio de 2021, Pedro Pimenta constituiu a Da Vinci
Clinic, em Barueri-SP, com base nos quase 10 anos de trabalho na Hanger Inc.,
líder em próteses e órteses do mercado americano, cuja filosofia é a de
integração entre produtos personalizados e serviços aos pacientes, e também nos
conhecimentos adquiridos na graduação em economia na University of South
Florida (USF).
Após 1,5 ano de atuação, a Da Vinci já é uma das clínicas
mais bem estruturadas do setor e o seu lema é “A vida recomeça aqui”. Um dos
conceitos aplicados é o da clínica aberta, totalmente integrada, com a
convivência entre os amputados, que em nada lembra um ambiente médico ou
hospitalar
Na clínica, só há marcação de entrada, sem horário de saída,
e se estimula a interação entre o paciente e a família. Após a avaliação e relatório,
é feito o molde exato do corpo para encaixe da prótese. Em casos mais complexos,
como mão e joelhos biônicos, materiais são comprados e enviados para montagem
na Alemanha. Na oficina da Da Vinci são feitos os ajustes finais,
complementando se depois com sessões de fisioterapia e estímulo à coordenação
motora.
Aperfeiçoamento contínuo em busca de melhores próteses
Como as próteses são muito caras e nem sempre são acessíveis
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a Da Vinci tem procurado meios alternativos
para o custeio das operações mais complexas, como o apadrinhamento dos amputados
pelas grandes empresas e instituições, e se possível com a oferta de emprego no
fim do processo. Outro meio, por exemplo, é pela orientação aos pacientes a
recorrer ao crowdfunding (financiamento coletivo, que se confunde com a popular
vaquinha).
Para fazer jus ao nome da clínica inspirado no gênio italiano, a Da Vinci sempre busca agilidade e criatividade para continuar aprimorando próteses em busca de simetria, de uma beleza estética inspiradora que facilite a vida daqueles que sofrem de alguma forma de deficiência em seus membros motores.
Shoji
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