sábado, 18 de fevereiro de 2023

PRIMEIRO TETRA AMPUTADO INDEPENDENTE

 Pedro é exemplo de superação com 4 próteses e tem uma vida independente  

Em  2009, aos 18 anos de idade, Pedro Pimenta foi acometido pela meningite meningocócica, infecção bacteriana conhecida pela rapidez e agressividade. Durante 1 semana ficou em coma e por 1 mês aguardou a definição de que a única alternativa era a amputação das 2 pernas acima dos joelhos e ambos os braços acima dos cotovelos.  Embora a chance de sobrevivência ao procedimento fosse pequena, de 1%, a cirurgia foi feita.

a) Conheça a história do Pedro Pimenta: sobreviveu à amputações de braços e pernas e virou exemplo

INFORME-SE abril 2022

b) Pedro Pimenta: economista conta como uma meningite lhe custou as pernas e os braços. Estadão fev 2021


Exemplo de superação do trauma pela amputação de 4 membros

Pedro acordou 2 semanas depois e ficou internado por 6 meses em hospitais de SP, mas persistia a dúvida sobre o seu futuro que seria muito diferente do que já fora anteriormente. Buscou tratamento com especialistas e frequentou feiras e congressos de reabilitação em sua cadeira de rodas, auxiliado pelos familiares. Em um deles, conheceu um executivo da empresa americana Hanger que viu em Pedro a possibilidade de torná-lo o primeiro caso mundial de tetra amputado 100% independente e reabilitado com uso integral de 4 próteses. Assim foi levado a Oklahoma-EUA onde passou por treinamento com veteranos de guerra e, ao final de 2010, Pedro estava caminhando, confiante e independente, e hoje impressiona a todos pela autonomia e habilidade com suas 4 próteses, pela superação pessoal e sua visão empreendedora.

 

Empreendimento para reabilitação de amputados

Em maio de 2021, Pedro Pimenta constituiu a Da Vinci Clinic, em Barueri-SP, com base nos quase 10 anos de trabalho na Hanger Inc., líder em próteses e órteses do mercado americano, cuja filosofia é a de integração entre produtos personalizados e serviços aos pacientes, e também nos conhecimentos adquiridos na graduação em economia na University of South Florida (USF).

Após 1,5 ano de atuação, a Da Vinci já é uma das clínicas mais bem estruturadas do setor e o seu lema é “A vida recomeça aqui”. Um dos conceitos aplicados é o da clínica aberta, totalmente integrada, com a convivência entre os amputados, que em nada lembra um ambiente médico ou hospitalar

Na clínica, só há marcação de entrada, sem horário de saída, e se estimula a interação entre o paciente e a família. Após a avaliação e relatório, é feito o molde exato do corpo para encaixe da prótese. Em casos mais complexos, como mão e joelhos biônicos, materiais são comprados e enviados para montagem na Alemanha. Na oficina da Da Vinci são feitos os ajustes finais, complementando se depois com sessões de fisioterapia e estímulo à coordenação motora.

 

Aperfeiçoamento contínuo em busca de melhores próteses

Como as próteses são muito caras e nem sempre são acessíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a Da Vinci tem procurado meios alternativos para o custeio das operações mais complexas, como o apadrinhamento dos amputados pelas grandes empresas e instituições, e se possível com a oferta de emprego no fim do processo. Outro meio, por exemplo, é pela orientação aos pacientes a recorrer ao crowdfunding (financiamento coletivo, que se confunde com a popular vaquinha).

Para fazer jus ao nome da clínica inspirado no gênio italiano, a Da Vinci sempre busca agilidade e criatividade para continuar aprimorando próteses em busca de simetria, de uma beleza estética inspiradora que facilite a vida daqueles que sofrem de alguma forma de deficiência em seus membros motores. 

Shoji

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