sábado, 25 de fevereiro de 2023

INDÍGENAS GUARDIÕES DA FLORESTA EM SP

 Engajamento das comunidades indígenas e sua remuneração na preservação do meio ambiente   

O Governo do Estado de São Paulo empossou em 07.02.2023 o Comitê Gestor do Programa de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) - Guardiões da Floresta, criado em 22.08.2022,  que tem como principal instrumento de atuação a remuneração de comunidades indígenas que ajudarem na preservação da biodiversidade em unidades de conservação do Estado de SP, ou seja, o programa Guardiões da Floresta em SP pretende pagar uma contraprestação pelos serviços ambientais realizados por comunidades indígenas em áreas naturais protegidas.

 

a) Povos indígenas são os melhores guardiões das florestas na América Latina e Caribe ONU Brasil fev/22

b) Projeto Pamine - Renascer da Floresta (Reflorestamento do Povo Paiter Suruí) Povo Paiter Suruí jan/23

c) O Programa Guardiões da Floresta vai beneficiar 134 famílias  RepublicanosIacanga 07 fev 23

Área de atuação e modus operandi do Guardiões da Floresta

O Comitê Gestor será integrado por 4 conselheiros dos povos originários, representantes das 4 regiões (Vale do Ribeira, litoral sul, litoral norte e interior do Estado), e mais 2 representantes da Funai, 2 da Fundação Florestal e 2 da Secretaria da Justiça e Cidadania de São Paulo.

O PSA Guardiões da Floresta tem 4 eixos de atuação:

·         Monitoramento territorial, ambiental e da biodiversidade;

·         Restauração florestal e manejo da biodiversidade;

·         Qualificação intercultural;

·         Turismo socioambiental.

Para participar do programa as comunidades indígenas e gestores das unidades de conservação deverão detalhar as atividades a serem realizadas, identificadas dentre os 4 eixos, abrangendo abrangência territorial das atividades, cronograma preliminar de realização das atividades, indicadores para monitoramento do trabalho feito e da efetividade do programa, e também uma estimativa dos valores empenhados para a execução dessa proteção do território.

O PSA será implementado de forma gradual, iniciando-se por um projeto piloto a ser executado em 6 áreas indígenas que tenham sobreposição com unidades de conservação estaduais de Proteção Integral, Uso Sustentável ou Zonas de Amortecimento, prevendo-se um aporte inicial R$ 600 mil que deverá beneficiar 134 famílias originárias.

 

Engajamento dos indígenas e remuneração pelos seus serviços

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), embora os povos indígenas constituam apenas 5% da população global e seus territórios ocupem somente 28% da superfície terrestre mundial, juntamente com famílias ribeirinhas, eles protegem e preservam 80% da biodiversidade mundial, entre animais, plantas, rios, lagos e áreas marinhas. Isso decorre basicamente do entendimento dos povos indígenas de que o respeito à natureza e a preservação do meio ambiente fazem parte da essência da sua forma de vida.

Dessa forma, o PSA-Guardiões da Floresta tem o mérito de engajar o esforço das comunidades indígenas na preservação do meio ambiente ao mesmo tempo que lhes proporciona uma remuneração adequada pela prestação dos serviços ambientais, dando-lhes assim melhores condições de vida e na luta pela preservação de seus valores culturais.

 

Necessidade de vigilância dos recursos públicos aplicados no PSA

Por envolver recursos públicos nessa remuneração, a aprovação dos projetos do PSA-Guardiões da Floresta e principalmente a sua efetiva execução devem ter a vigilância permanente do Comitê Gestor do PSA, dos demais agentes públicos, das ONG e também da própria sociedade.

Shoji

 

sábado, 18 de fevereiro de 2023

PRIMEIRO TETRA AMPUTADO INDEPENDENTE

 Pedro é exemplo de superação com 4 próteses e tem uma vida independente  

Em  2009, aos 18 anos de idade, Pedro Pimenta foi acometido pela meningite meningocócica, infecção bacteriana conhecida pela rapidez e agressividade. Durante 1 semana ficou em coma e por 1 mês aguardou a definição de que a única alternativa era a amputação das 2 pernas acima dos joelhos e ambos os braços acima dos cotovelos.  Embora a chance de sobrevivência ao procedimento fosse pequena, de 1%, a cirurgia foi feita.

a) Conheça a história do Pedro Pimenta: sobreviveu à amputações de braços e pernas e virou exemplo

INFORME-SE abril 2022

b) Pedro Pimenta: economista conta como uma meningite lhe custou as pernas e os braços. Estadão fev 2021


Exemplo de superação do trauma pela amputação de 4 membros

Pedro acordou 2 semanas depois e ficou internado por 6 meses em hospitais de SP, mas persistia a dúvida sobre o seu futuro que seria muito diferente do que já fora anteriormente. Buscou tratamento com especialistas e frequentou feiras e congressos de reabilitação em sua cadeira de rodas, auxiliado pelos familiares. Em um deles, conheceu um executivo da empresa americana Hanger que viu em Pedro a possibilidade de torná-lo o primeiro caso mundial de tetra amputado 100% independente e reabilitado com uso integral de 4 próteses. Assim foi levado a Oklahoma-EUA onde passou por treinamento com veteranos de guerra e, ao final de 2010, Pedro estava caminhando, confiante e independente, e hoje impressiona a todos pela autonomia e habilidade com suas 4 próteses, pela superação pessoal e sua visão empreendedora.

 

Empreendimento para reabilitação de amputados

Em maio de 2021, Pedro Pimenta constituiu a Da Vinci Clinic, em Barueri-SP, com base nos quase 10 anos de trabalho na Hanger Inc., líder em próteses e órteses do mercado americano, cuja filosofia é a de integração entre produtos personalizados e serviços aos pacientes, e também nos conhecimentos adquiridos na graduação em economia na University of South Florida (USF).

Após 1,5 ano de atuação, a Da Vinci já é uma das clínicas mais bem estruturadas do setor e o seu lema é “A vida recomeça aqui”. Um dos conceitos aplicados é o da clínica aberta, totalmente integrada, com a convivência entre os amputados, que em nada lembra um ambiente médico ou hospitalar

Na clínica, só há marcação de entrada, sem horário de saída, e se estimula a interação entre o paciente e a família. Após a avaliação e relatório, é feito o molde exato do corpo para encaixe da prótese. Em casos mais complexos, como mão e joelhos biônicos, materiais são comprados e enviados para montagem na Alemanha. Na oficina da Da Vinci são feitos os ajustes finais, complementando se depois com sessões de fisioterapia e estímulo à coordenação motora.

 

Aperfeiçoamento contínuo em busca de melhores próteses

Como as próteses são muito caras e nem sempre são acessíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a Da Vinci tem procurado meios alternativos para o custeio das operações mais complexas, como o apadrinhamento dos amputados pelas grandes empresas e instituições, e se possível com a oferta de emprego no fim do processo. Outro meio, por exemplo, é pela orientação aos pacientes a recorrer ao crowdfunding (financiamento coletivo, que se confunde com a popular vaquinha).

Para fazer jus ao nome da clínica inspirado no gênio italiano, a Da Vinci sempre busca agilidade e criatividade para continuar aprimorando próteses em busca de simetria, de uma beleza estética inspiradora que facilite a vida daqueles que sofrem de alguma forma de deficiência em seus membros motores. 

Shoji

sábado, 11 de fevereiro de 2023

RESTAURAÇÃO FLORESTAL NO COMBATE AO AQUECIMENTO GLOBAL

 6 empresas privadas assumem projeto para restauração e preservação de 4 milhões de hectares de florestas nativas em 20 anos

Em 27.09.2015, o Brasil apresentou na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável a sua contribuição para a 21ª Conferência do Clima da ONU (COP21), realizada em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro/2015, com o principal objetivo de cooptar o esforço mundial de 195 nações para conter o aquecimento do planeta em até 2º C até o fim deste século, em relação aos níveis pré-industriais, e assim evitar as mudanças climáticas catastróficas para a Terra.

Entre os 5 principais compromissos, o Brasil assumiu aquele de recuperar 12 milhões de hectares de florestas, equivalente a 120 mil km2 (área da Inglaterra) até 2030, o qual foi considerado um dos mais ambiciosos apresentados pelos países signatários da Convenção sobre Mudanças Climáticas.  Entretanto, os custos para o cumprimento dessa meta não eram bem conhecidos na época, mas, agora, há um estudo e cálculos coordenados pelo Instituto Escolhas.   A pesquisa partiu do Código Florestal para estimar as áreas de Reserva Legal a recuperar nos biomas Amazônia e Mata Atlântica, o custo por hectare da restauração, os valores para a execução de práticas de manejo florestal e os benefícios resultantes da recuperação, podendo a meta de 12 milhões de ha ser atingida gradualmente, com acréscimo anual de áreas até 2030.

 

a) COP 27: Presidente da Suzano fala da Biomas | Fala Carlão 5250 nov-22

b) Conheça o Observatório da Restauração e do Reflorestamento Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura fev/2022

Projeto da Biomas para restauração florestal de 2 milhões de ha em 20 anos

Durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP27) realizada em novembro/2022 no Egito, os bancos Itaú Unibanco, Rabobank e Santander, e as empresas do setor de commodities Suzano, Vale e Marfrig anunciaram a criação do Biomas, uma empresa dedicada à restauração, conservação e preservação de florestas no Brasil, em consonância com os compromissos assumidos pelo Brasil na COP21 de dezembro/2015. O objetivo da iniciativa, ao longo de 20 anos, é de restaurar 2 milhões de hectares em áreas degradadas em diferentes biomas brasileiros, como Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado, mediante o plantio de 2 bilhões de árvores nativas e a de preservar outros 2 milhões de hectares, abrangendo 3 bilhões de árvores, de modo a atingir uma área total restaurada e protegida de 4 milhões de hectares de matas nativas, em território pouco inferior ao da Suíça.

 Benefícios da restauração e preservação florestais

A expectativa do grupo formado pelas 6 grandes companhias é, além dos benefícios ambientais da iniciativa em si, contribuir para estimular o desenvolvimento regional e o fortalecimento das comunidades locais com seu envolvimento na cadeia de valor, inclusive por meio de parcerias com ONG e grupos voltados ao mesmo propósito. Para promover um modelo de negócio sustentável do ponto de vista financeiro, cada sócio fará aporte inicial de R$ 20 milhões para suportar os primeiros anos de atividade da empresa. Posteriormente, para viabilizar cada projeto de restauração, conservação e preservação, a Biomas poderá contar com outras fontes de receitas como os recursos internacionais destinados para combater os efeitos das mudanças climáticas, bem como da comercialização de créditos de carbono. Os créditos de carbono, criados pelo Protocolo de Kyoto, em 1997, baseiam se em ações que reduzem a emissão de CO2. Ou seja, países, cidades ou organizações que absorvem mais do que emitem dióxido de carbono podem vender esse crédito para outros, emissores líquidos de CO2, que devem compensar o excesso de emissões.  

 Desafios para a contenção do aquecimento global por ações concretas

O projeto da Biomas, embora pareça ambicioso, é viável, mas a sua implementação efetiva exigirá esforço substantivo e persistente em termos de requerimentos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros de grandes dimensões, que deve ser implantado efetivamente e não ficar somente no discurso.  Caso seja exitoso, configura uma importante contribuição na superação do desafio enfrentado  pelo País no escopo do combate ao desequilíbrio ambiental e à ameaça do aquecimento global catastrófico em escala mundial.  

Shoji

 

 

sábado, 4 de fevereiro de 2023

OS ENSINAMENTOS DO HUMILDE BAMBU

 As 7 lições do bambu para a nossa evolução mental e espiritual

Depois de uma grande tempestade, o menino que estava passando férias na casa do seu avô, o chamou para a varanda e perguntou ao vovô porque aquela figueira, árvore imensa e frondosa, que parecia inexpugnável, ao ser exposta ao temporal caiu sob a força do vento e da chuva, enquanto o bambu ao seu lado que parecia tão fraco continuou em pé.

Então, o velho senhor explicou que o bambu permaneceu em pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade, para não se quebrar frente à força da natureza. A figueira, ao contrário, enfrentou o vento e não resistiu à sua força. A postura do bambu nos ensina que se você tiver a grandeza e a humildade dele, vai experimentar o triunfo da paz em seu coração.

 

Ref.: As sete lições do bambu Bambu Nativo fev 2018

As 7 lições do bambu

A primeira lição que o bambu nos ensina, e a mais importante, é cultivar a humildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daqueles mais experientes que nos ensinam a vencer as intempéries da vida. O egocentrismo faz com que as pessoas se julguem superiores demais para ouvir e aprender com os ensinamentos que a vida nos proporciona.

Segunda lição: o bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima ele tem para baixo também. Você precisa aprofundar todos os dias as suas raízes no conhecimento e na prática, respeitando as pessoas com seriedade, ética e honestidade.

Terceira lição: O bambu nunca cresce sozinho mas sim em grupo. Eles estão sempre grudados uns aos outros, tanto que de longe parecem com uma árvore. O bambu cresce como os animais mais frágeis, que vivem em bandos para poder se salvar dos  predadores.

Quarta lição: o bambu nos ensina a não criar galhos. Como a planta vive em comunidade, não é possível criar galhos. Na realidade, perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes às quais damos um valor inestimável. Para evoluir é preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos suavemente.

Quinta lição: o bambu é cheio de “nós” (e não de eu’s). Como ele é oco, se crescesse sem ajuda dos 'nós', seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos e que acabam sendo a força nos momentos difíceis.

Sexta lição: o bambu é oco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preenche, que rouba nosso tempo, que tira nossa paz, não seremos felizes. Ser oco significa estar pronto para receber inspiração e ensinamentos que nos fazem crescer.

Por fim, a sétima lição que o bambu nos oferece é que ele só cresce para o alto. Ele busca as coisas do Alto, pois essa é a sua meta.

Shoji