sábado, 29 de maio de 2021

A CORAGEM DE RODDIE EDMONDS SALVOU PRISIONEIROS INDEFESOS

 Uma ação benevolente pode ocorrer em qualquer lugar e de forma mais imprevista   

Holocausto foi o genocídio ou assassinato em massa de cerca de 6 milhões de judeus durante a   2ª Guerra Mundial, no maior genocídio do século XX, por meio  de um programa sistemático de extermínio étnico patrocinado pelo Estado nazista alemão, liderado por Adolf Hitler, que ocorreu em todo território  ocupado pelos alemães durante a guerra, configurando o que pode ser considerado isoladamente a maior e mais degradante catástrofe da história humana, e que, portanto, jamais deve ser esquecida e, principalmente, repetida.  Dos 9 milhões de judeus que residiam na Europa antes do Holocausto, cerca de dois terços foram mortos, sendo mais de um milhão de crianças, 2 milhões de mulheres e 3 milhões de homens judeus mortos nesse período.

Ao se considerar maior abrangência do Holocausto, o genocídio nazista contra os judeus fez parte de um conjunto mais amplo de atos de opressão e de assassinatos em massa cometidos pelo governo nazista contra vários grupos étnicos, políticos e sociais na Europa, destacando-se entre as principais vítimas não judias do genocídio os ciganospoloneses, russos, comunistashomossexuais, prisioneiros de guerra soviéticos, Testemunhas de Jeová e deficientes físicos e mentais.

Em função da dimensão e da crueldade inauditas alcançadas pelo Holocausto,  em 2007, a União Européia (EU) sancionou uma lei que considera crime a negação do Holocausto, com penalidade por prisão.  Para que essa tragédia não caia no esquecimento, a Organização das Nações Unidas (ONU) homenageia as vítimas do Holocausto, tonando, desde 2005, o dia 27 de janeiro, o dia em que os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz foram libertos, como o  Dia Internacional da Lembrança do Holocausto

 

Ref.: O bravo Sargento Roddie Edmonds - Histórias e reflexões judaicas 64 - Achdut Online 172 4 de jan. de 2018 Vídeos sobre judaísmo

Justo entre as Nações

Entretanto, a tragédia do Holocausto seria ainda maior caso muitas pessoas não tivessem atuado, direta ou indiretamente, para evitar que mais pessoas tivessem sido alcançadas pela máquina de extermínio nazista, inclusive por parte de pessoas não-judeus. Atualmente, o Estado de Israel usa o termo “Justo entre as Nações” para descrever não judeus que arriscaram suas vidas durante o Holocausto para salvar vidas de judeus do extermínio pelo nazismo.

Ao mesmo tempo, o Memorial do Holocausto Yad Vashem concede o prêmio  Justo entre as Nações como reconhecimento a todos os não judeus que durante a 2ª Guerra Mundial salvaram vidas de judeus perseguidos pelo regime nazista.

Coragem inédita do sargento Roddie Edmonds salvou vidas indefesas

Entre os premiados como Justo entre as Nações, destaca-se o caso inesperado mas corajoso do sargento norte americano Roddie Edmonds.

Em 19.12.1944, durante a batalha de Bulge, Edmonds, como membro do 106ª Divisão de Infantaria foi feito prisioneiro e enviado ao campo de prisioneiros alemão Stalag IX-A perto de Ziegenhain, onde ficou responsável por 1.275 prisioneiros de guerra. Embora a derrota alemã fosse iminente, em 27.01.1945, o comandante do campo alemão Siegmann ordenou que na manhã seguinte fossem apresentados os soldados judeus americanos para que eles fossem separados dos demais prisioneiros. No dia seguinte, ao invés de separar os prisioneiros judeus americanos, Edmonds ordenou que todos os 1.275 prisioneiros se reunissem fora dos barracões. Enfurecido, o comandante Siegmann postou a pistola na cabeça do Edmonds e exigiu a identificação dos judeus americanos. Ao invés disso, Edmonds respondeu que todos eram judeus, ou seja, se ele quisesse executar somente os judeus, teria que matar todos os prisioneiros americanos.  Mas em seguida advertiu que caso qualquer mal seja causado aos prisioneiros, o comandante alemão seria processado por crime de guerra logo após ao fim da guerra, conforme a Convenção de Genebra, pois segundo essa convenção ao prisioneiro somente pode ser exigido informar o nome, posto e o seu número de identificação, mas não a religião professada. Diante disso, estando a Alemanha já derrotada, o comandante alemão desistiu da sua exigência. Com essa postura, cerca de 300 judeus americanos foram salvos de uma possível morte.  Esse fato nunca foi relatado a ninguém até a  morte de Edmonds em 1985, aos 65 anos.

Somente após essa data, com base no diário deixado por ele, seu filho o reverendo batista Chris Edmonds começou a desvendar esse episódio, inclusive com a localização de diversos judeus americanos salvos pelo ato do seu pai, os quais providenciaram testemunho perante o Yad Vashem. Finalmente, o prêmio Justo entre as Nações foi concedido a Roddie Edmonds em 27.01.2016, na embaixada israelense em Washington D.C., com a presença do presidente Barak Obama.

Shoji

  

sábado, 22 de maio de 2021

TRANSFORMANDO CADEIRA DE RODAS MANUAL EM ELÉTRICA

 Cadeira de rodas elétrica melhora mobilidade e a autoestima do cadeirante  

Na área de transporte e mobilidade, o deficiente físico com dificuldade de mobilidade sofre diversas restrições, apesar da Lei 13.146/2015, sobre a Inclusão da Pessoa com Deficiência ou Estatuto da Pessoa com Deficiência, assegurar o direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de identificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu acesso.

Apesar dessa garantia legal, a realidade cotidiana do cadeirante de roda é bastante difícil, que sofre de deficiências de mobilidade e de acessibilidade, para se deslocar, seja para trabalho, estudo ou lazer, por problemas como ruas esburacadas, calçadas estreitas ou em más condições, barreiras como meio-fios altos sem rebaixamento para cadeiras de rodas, falta de rampas de acesso em edifícios e elevadores não propícios aos deficientes ou em mal estado de conservação.

Dificuldades similares afetam o uso do transporte público, pois a maioria das redes de transporte público nas cidades brasileiras não está adaptada para cadeirantes, idosos, pessoas com mobilidade reduzida, como a falta de acessibilidade em ônibus, metrô e trens.

Ref.: a) Start: Kit para motorizar cadeiras de rodas | Youse 15 de mai. de 2019 Youse Brasil

b) Solução para #cadeirantes - Reportagem #canalmovase 16 de jun. de 2019 Mova-se


 Solução para a mobilidade dos cadeirantes: roda adicional com motor elétrico

Como não se pode esperar  que as soluções venham somente de decisões e ações  governamentais, a própria sociedade, os usuários e os empreendedores têm pesquisado e encontrado alternativas para melhorar as condições de mobilidade  dos cadeirantes, destacando-se entre elas um kit acessório com roda e guidão, instalável em qualquer modelo de cadeira de rodas manual para transformá-la em um triciclo motorizado elétrico, que permite deslocar com maior facilidade e velocidade, inclusive em pisos irregulares ou não pavimentados, de modo a trazer mais mobilidade, autonomia e independência para o cadeirante, o que lhe traz maior sensação de autoconfiança e autoestima.

Esse kit tem um sistema de engate rápido, que o próprio usuário pode acoplar e desacoplar, sem necessidade de auxílio. É como se destacasse a roda dianteira de uma motocicleta, com guidão e tudo, e encaixá-la na frente da cadeira de rodas, pesando o acessório entre 15 kg a 28 kg. A roda adicional tem um motor elétrico embutido, com uma bateria de lítio que pode ser recarregada em tomada convencional com um carregador próprio, com a recarga completa levando 4 horas e propiciando autonomia de 20 a 40 kms, dependendo do peso do usuário e do tipo de terreno percorrido.

Shoji

sábado, 15 de maio de 2021

O EXEMPLAR PARQUE LINEAR TIQUATIRA EM SP

 A dedicação benemérita de um cidadão local melhorou as condições ambientais e de bem estar de todo o bairro  

O Parque Linear Tiquatira Engenheiro Werner Eugênio Zulauf, é um parque localizado no bairro da PenhaZona Leste de São Paulo, criado pelo Decreto municipal nº  49.905, de 13.08.2008, na condição de primeiro parque linear da cidade de São Paulo. O parque abrange cerca de 320.000 m2 de área verde ao longo de 4 kms nas 2 margens do córrego Tiquatira, sendo este o primeiro afluente da margem esquerda do rio Tietê dentro do município de São Paulo, ao longo da atual Avenida Governador Carvalho Pinto que une a Avenida São Miguel à Marginal Tietê.

O parque já é composto por mais de 33 mil árvores de 160 espécies, sendo a maioria nativas da Mata Atlântica, como jequitibáimbaúbaingápitangueira,  jacarandá, ingá, quaresmeira, aroeira, salsa, pau-d’alho, etc, tendo sido também plantadas árvores frutíferas, 1 de cada 12 plantadas, para atrair as aves, de modo que no local são observadas ao menos 45 espécies de aves, incluindo 3 endêmicas da Mata Atlântica, como periquito-rico, teque-teque e tiê preto.

Além das condições ambientais favoráveis propiciadas pelo parque, a população local dispõe de vasta estrutura, como quadras poliesportivas, campos de futebol, pistas de corrida e caminhada, de ciclismo e skate, áreas de convivência, um anfiteatro aberto e ciclovias ao longo da avenida, funcionando no parque também um Clube Escola (SEME) e um Clube da Comunidade (CDC) que cuida de um campo de futebol e uma cancha de bocha.

 

Ref.: a) Morador da Zona Leste ajuda a criar parque linear na região 18 de nov. de 2014 Jornal da Gazeta

b) Homem transforma área abandonada em parque com mais de 27 mil árvores 16 de jul. de 2019 SP no Ar


Exemplo inspirador de um morador local, Hélio da Silva.

O Parque linear Tiquatira hoje é uma realidade consolidada, mas o início da  sua cobertura florestal teve a contribuição decisiva do esforço de um morador local, Hélio da  Silva, conhecido como o plantador de árvores, que a partir de 2003 começou a plantar árvores às margens do córrego Tiquatira, ao longo da Avenida Governador Carvalho Pinto, que se encontrava abandonada e degradada, chegando ao longo dos anos a plantar mais de 27 mil mudas.  Ao ver o potencial do verde que nascia ali, a prefeitura resolveu investir no local criando em 2008 o primeiro parque linear da cidade, às margens do rio, de forma a proteger os recursos hídricos da poluição decorrente do despejo de esgoto e de lixo no leito do rio.

Além do uso quase exclusivamente de seus recursos próprios, não foram poucas as outras dificuldades enfrentadas pelo Helio para o plantio das árvores, como a sabotagem   de pessoas que arrancavam as primeiras mudas e a contrariedade dos comerciantes que temiam que as copas das árvores ofuscassem seus estabelecimentos ou se aborreciam com a perda de área usada como estacionamento irregular. Somente com o tempo a população local começou a perceber os benefícios propiciados pela iniciativa de constituir uma área verde, como a melhoria das condições ambientais, a proteção das margens do córrego, inclusive por tornar mais amena a temperatura local e permitir o seu uso para lazer e para a prática das atividades físicas.

Ao final, é muito gratificante perceber como a ação de um cidadão contribuiu decisivamente para melhorar a realidade e as condições de vida do bairro onde mora, em uma grande metrópole como São Paulo, que tem uma notória escassez de áreas verdes preservadas para os seus habitantes.

Shoji

sábado, 8 de maio de 2021

TODO TRABALHO HONESTO É DIGNIFICANTE

 Ex-atleta paralímpico trabalha em entrega por aplicativo  

Ex-atleta paralímpico, Caíque Palma de Souza, de 23 anos, faz da cadeira de rodas, companheira de muitas vitórias e alegrias nas pistas de atletismo, uma ferramenta de trabalho, para fazer entregas por aplicativo, subindo e descendo ruas de Paulínia, no estado de SP, sem se intimidar pelas dificuldades enfrentadas.

Caíque começou a trabalhar como entregador por aplicativo quando a sua mãe, de 57 anos, perdeu emprego como diarista nas repúblicas próximas da Unicamp, pelo fato dos estudantes terem voltado para suas casas pela interrupção das aulas por efeito da pandemia do Covid-19.

Como no aplicativo de entregas não há opção para cadeirantes, ele usou o cadastro para bicicletas, omitindo a sua condição de deficiente físico, e assim ele foi aceito.  Com o bag nas costas, ele passa por quase tudo nas ruas de Paulínia, seja enfrentando o sol forte ou as chuvas, além das condições muitas vezes precárias das vias públicas, como buracos e falta de acessibilidade, e o trânsito frenético dos veículos, chegando a percorrer até 4,5 kms em um único dia. Para isso, é importante o seu preparo físico condicionado pelos 10 anos como paratleta.  

 

Ref.: a) Desemprego: cadeirantes também estão fazendo entregas por aplicativos 30 de jan. de 2020 tvbrasil

b) Ex-atleta percorre 30 km fazendo entregas com cadeira de rodas | Primeiro Impacto (11/03/21) 11 de mar. de 2021 SBT Jornalismo

Deficiência física e treinamento como atleta paralímpico

Caíque nasceu com uma malformação na coluna chamada mielomeningocele, uma doença congênita que prejudica o desenvolvimento normal da medula espinhal, causando a falta de movimento nas pernas. Por influência da família, dedicou-se a treinamento intensivo em diversas modalidades de paratletismo, especializando-se na corrida de 100 metros em cadeiras de rodas, onde obteve resultados expressivos em competições nacionais e internacionais organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.

 

Objetivo de se tornar treinador em modalidades paralímpicas

Apesar do bom desempenho, interrompeu a carreira devido a falta de incentivo e de patrocínio, e também para que pudesse dedicar ao curso de educação física em uma faculdade particular de Paulínia. Após a sua formação, o objetivo é tornar se treinador e incentivar outros jovens a participar de modalidades paralímpicas.

Em função de tantos “perrengues” enfrentadas nas ruas no serviço de entrega, a empresa do aplicativo se sensibilizou e mudou a função de Caique. Na nova função, como dono de franquia, ele cadastra novos restaurantes na ferramenta, ganhando um porcentual por cada estabelecimento cadastrado, enquanto busca o sonho de se tornar treinador de esportes paralímpicos.

 

Todo o trabalho é digno desde que seja probo e íntegro moralmente

O exemplo de Caíque mostra como todo trabalho é importante e deve ser respeitado como meio de realização humana e de valorização da dignidade de qualquer pessoa, viabilizando a sua evolução material, mental e espiritual, mesmo que não seja em sua plenitude.

Assim, mesmo os trabalhos considerados mais simplórios ou humildes devem ser valorizados desde que a pessoa a exerça com satisfação e lhe proporcionem o mínimo de segurança material.  

Entretanto, o trabalho deve ser compatível com a evolução moral, mental e espiritual da pessoa, individualmente, e da coletividade, como um todo. Ou seja, o trabalho pode proporcionar não somente satisfação pessoal, desde que seja exercida com sentimento de gratidão, mas ao mesmo tempo deve ser benéfico a alguém ou a terceiros, isto é, para a sociedade.

Shoji

 

sábado, 1 de maio de 2021

RECONHECIMENTO DO GENOCÍDIO ARMÊNIO PELOS EUA

 Vigilância permanente para prevenir a ocorrência de crimes de genocídio

Conforme o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional (TPI), de 16.07.1998,  inspirado na Convenção para a prevenção e a repressão do crime de genocídio de 1948,  promulgado pelo Governo Brasileiro pelo Decreto nº 4.388, de 25.09.2002,  o crime de genocídio é definido em seu art. 6º, como se segue: 

“Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por genocídio, qualquer um dos atos que a seguir se enumeram, praticado com intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal:

a.       Homicídio de membros do grupo;

b.       Ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo;

c.        Sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar a sua destruição física, total ou parcial;

d.       Imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo;

e.       Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo”.

 Assim, genocídio é definido como o plano coordenado e sistemático de assassinato de pessoas motivado por diferenças étnicas, nacionais, raciais, religiosas e, por vezes, sócio-políticas, tendo como objetivo o extermínio de indivíduos integrantes de um determinado grupo humano.  

Ref.: a) Joe Biden reconhece genocídio arménio 24 de abr. de 2021 euronews (em português)

b) Genocidio armenio a manos del imperio otomano, uno de los más grandes 24 de abr. de 2016 teleSUR tv

 O genocídio armênio é considerado o primeiro da era moderna

O dia 24.04.1915 é adotado como o início do chamado genocídio de armênios, perpetrado pelo então Império Otomano (atual Turquia), na época, envolvido com o Primeira Guerra Mundial, em aliança com os chamados Impérios Centrais (Alemanha e Império Austro-Húngaro) contra a Aliança Entente.  Assim, em 2015 celebrou-se o centenário do incidente conhecido como o primeiro genocídio da história moderna mundial.

O genocídio armênio foi caracterizado como a deportação forçada e matança de cerca de 1,5 milhão de pessoas de origem armênia que viviam no Império Otomano, com a deliberada intenção de eliminar sua presença cultural, sua vida econômica e seu ambiente familiar, no período de 1915 a 1923.  Como resultado da deportação forçada, verificou-se uma vasta diáspora do povo armênio ao redor do mundo, de modo que dos atuais 8 milhões de armênios e descendentes, somente 3 milhões residem em sua própria pátria, a Armênia.  Entretanto, o governo turco nunca reconheceu até hoje o genocídio perpetrado contra o povo armênio.

Até o momento, 29 países reconheceram oficialmente o genocídio armênio, uma visão que é compartilhada pela maioria dos estudiosos e historiadores desse período histórico. Embora as provas e evidências sobre esse genocídio sejam inquestionáveis, vários fatores têm impedido a manifestação oficial nesse sentido por mais países, inclusive por receio de represálias por parte do governo turco.

O reconhecimento oficial do genocídio armênio pelo governo norte americano

Por ocasião do 106º aniversário do início do massacre, o presidente norte americano, Joe Biden, em 24.04.2021, reconheceu formalmente o genocídio armênio ocorrido entre 1915 e 1923, ratificando a decisão do Congresso dos EUA que tinha sido tomada em 12.12.2019. Historicamente, os presidentes americanos evitavam o reconhecimento do genocídio armênio pelo temor de não provocar reação contrária do governo turco e pelo fato da Turquia ser um país estrategicamente muito importante no Oriente Médio, como o fato desse país ser membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) nessa região de estabilidade geopolítica muito frágil.

Essa decisão é muito importante pelo fato de ser da maior potência econômica e política do mundo, no sentido de que o primeiro genocídio mundial da era moderna seja lembrado sempre e jamais esquecido como forma de reduzir ao máximo a possibilidade de ocorrência de fatos semelhantes, tão degradantes para a humanidade. 

Genocídios continuaram acontecendo

Ao longo da história, após o genocídio armênio seguiram-se ainda 2 maiores, sendo o primeiro o Holodomor, a Grande Fome da Ucrânia, entre 1932 e 1933, provocado pelo regime comunista de Stalin, com características de genocídio, que causou a morte de 3 a 3,5 milhões de pessoas, a maioria de campesinos ucranianos, que resistiam à coletivização da agricultura imposta pelo governo soviético. Mais tarde, durante a  Segunda Guerra Mundial, o tenebroso Holocausto do povo  judeu vitimou mais de 6 milhões de pessoas pelo regime nazista.

A vigilância interplanetária é fundamental, pois mesmo com as lições deixadas pelo passado, fatos análogos ao genocídio continuaram ocorrendo, tais como:

·         Massacre de 1,7 milhão a 2 milhões de cambojanos, equivalente a 25% da população do Camboja, perpetrado pelo governo comunista do Khmer Vermelho de 1976 a 1979;

·         Massacre de pessoas, motivado essencialmente por fatores étnicos e religiosos, na guerra da antiga Iugoslávia de 1992 a 1995;  

·         na Ruanda em 1994, com o massacre de cerca de 800 mil tutsis, twas e hutus moderados pelos hutus radicais, e  

·         no Oriente Médio, com destaque a Síria e Iraque, onde o grupo jihadista conhecido como Estado Islâmico, ou pela sigla ISIS, realizou matanças de grupos étnicos sob seu domínio entre 2014 e 2016, principalmente do  povo yazidi, com características que se enquadram em crimes de genocídio, conforme denúncia da ONU.  

Shoji