sábado, 31 de outubro de 2020

ACORDO HISTÓRICO ENTRE ISRAEL E SUDÃO

 O acordo com o Sudão fortalece as perspectivas de pacificação no Oriente Médio e no norte da África

Sob a mediação do presidente norte-americano, Donald Trump, em 23.10.2020, Israel, representado pelo primeiro ministro Benjamin Netanyahu e o Sudão, pelo primeiro-ministro Abdalla Hamdok,  normalizaram as relações diplomáticas, configurando o 5º acordo de paz entre Israel e um país de maioria árabe e muçulmana, desde a constituição do estado de Israel em 1948, sendo os anteriores com o Egito em 1979, com a Jordânia em 1994, com os Emirados Árabes Unidos (EAU) e com Bahrein, estes 2 últimos em agosto e setembro de 2020, respectivamente, que podem ser seguidos por acordos semelhantes com outros países muçulmanos da região, abrindo perspectivas mais concretas de paz e estabilidade no Oriente Médio e no norte da África.

Ref.: a) EUA retiram Sudão da lista de países que apoiam o terrorismo | AFP

23 de out. de 2020

AFP Português

b) Israel y Sudán normalizan relaciones con mediación de EE. UU.

24 de out. de 2020

FRANCE 24 Español

Aumento do protagonismo da Península Arábica e do Norte da África

Para os EAU e o Bahrein, a normalização do relacionamento com Israel, um dos grandes polos de desenvolvimento econômico e tecnológico do Oriente Médio, se coaduna com a sua visão estratégica e pragmática de longo prazo de viabilizar alternativas econômicas sustentáveis, que possam reduzir gradualmente a atual enorme dependência do país de recursos não renováveis como petróleo e gás. Os EAU têm nesse acordo a oportunidade de ampliar a influência regional dessa riquíssima confederação de 7 estados, liderada por Abu Dabhi e Dubai, demonstrando que as relações no mundo árabe estão mudando sensivelmente, com o deslocamento do eixo da influência do Egito, a antiga potência regional, para as monarquias da Península Arábica. 

Acordo com o Sudão fortalece as perspectivas de pacificação também no norte da África

Desde a queda em 2019 do ditador Omar al-Bashir no poder há 30 anos, acusado de crimes contra a humanidade, crimes de guerra e até de genocídio (na região sudanesa de Darfur), o Sudão tem procurado a consolidação de um governo de transição para as eleições de 2022 e buscado ampliar as relações diplomáticas com os países democráticos.

Para viabilizar esse acordo, os EUA retiraram o Sudão da lista de países patrocinadores do terrorismo, em que constava há quase 30 anos, o que desbloqueia o acesso do Sudão a investimentos e ajuda financeira de organizações, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para Israel, faz parte da sua estratégia geopolítica regional de normalizar o relacionamento com o maior número de países muçulmanos, incluindo a Arábia Saudita, os países do golfo pérsico e agora do norte da África, e ao mesmo tempo de contrabalançar a crescente ameaça representada pelo Irã, o seu maior inimigo na região,  que exerce forte influência em países como a Síria, o Líbano, neste por intermédio do grupo Hezbollah, considerado terrorista, e o Iêmen, onde o Irã fornece apoio aos rebeldes houthis xiitas contra forças governamentais iemenitas, estas apoiadas pela Arábia Saudita e pelos EAU. 

A continuidade de novos acordos de paz com outros países da região, como Omã e Marrocos, pode propiciar as condições mais sólidas para se alcançar a tão almejada pacificação no Oriente Médio e no norte da África, afastando cada vez mais essas regiões do risco de desencadear conflitos militares, raciais e religiosos até em escala global.  

Shoji


sábado, 24 de outubro de 2020

RATA HEROÍNA NA LIMPEZA DE MINA TERRESTRE

 Ratos são mais hábeis e rápidos na limpeza de áreas minadas de explosivos

A Convenção sobre a Proibição do Uso, Armazenamento, Produção e Transferência de Minas Antipessoais e sobre a sua Destruição, mais conhecida como Tratado de Ottawa de 1997, proíbe o uso, a produção e a estocagem de minas terrestres antipessoais. O Tratado foi aberto a assinatura em 03.12.1997 e entrou em vigor em 01.03.1999, e conta com adesão de 161 países, mas cerca de 35 países não aderiram, entre eles EUA, Rússia, China, Índia e Cuba. 

Ref.: a) 'Minas terrestres não fazem distinção entre um soldado e uma criança'
9 de abr. de 2013
ONU Brasil
b) Rat Gets Gold Medal for Sniffing Out Landmines
28 de set. de 2020
Inside Edition
c) Mine-detecting rat receives gold medal for ‘lifesaving bravery’
25 de set. de 2020
The Independent

A Convenção está baseada em regras consuetudinárias de Direito Internacional Humanitário aplicáveis a todos os países, as quais proíbem o uso de armas, que pela sua natureza não discriminem entre civis e combatentes ou causem sofrimentos desnecessários ou graves ferimentos às pessoas inocentes.

As minas terrestres antipessoais, que são explosivos acionados simplesmente pelo peso de uma pessoa, constituem tipicamente armas que não fazem a distinção entre soldados e civis e principalmente por continuar afetando extensas áreas mesmo após o fim dos conflitos, matando ou mutilando severamente vítimas inocentes que acidentalmente pisem nesses artefatos. Por serem baratas, pequenas e fáceis de utilizar, elas foram largamente usadas e ainda continuam sendo usadas nos vários conflitos militares, causando sofrimentos  e  devastações de ordem social e econômica em diversos países no mundo, mesmo após o fim dos conflitos, por tornarem essas áreas perigosas para qualquer uso pelos moradores locais, principalmente para atividades agropecuárias, de sobrevivência para comunidades carentes. Em 2012, ao menos 80 países tinham diversas áreas afetadas com explosivos enterrados.   

Roedores que ajudam Camboja a livrar das minas explosivas

Em função de ter sido cenário de vários conflitos militares, Camboja teve entre 1975 e 1998 diversas áreas com minas enterradas, que chegaram a causar milhares de vítimas. Para executar o trabalho de limpeza das minas, entre outros meios em Camboja são utilizados roedores africanos treinados para farejar o composto químico dentro dos explosivos, pelo fato desses pequenos animais dispor de habilidades de não acionar os detonadores em função do seu pequeno peso mas grande o suficiente para ser preso a uma coleira e também só de farejar explosivos e não pedaços de metais como acontece com os detectores convencionais, que muitas vezes acabam acionando falsos alarmes,  que dificultam e atrasam o trabalho de limpeza de minas. 

Premiação de Magawa, a rata exímia detectora de minas

No dia 25.09.2020, a rata Magawa, ganhou uma medalha de honra da People's Dispensary for Sick Animals (PDSA), a maior instituição de caridade veterinária do Reino Unido, por sua atuação na limpeza de minas terrestres no Camboja, não apenas salvando vidas, mas tornando essas terras novamente seguras para as comunidades. 

Magawa, de 7 anos, faz parte de um programa de treinamento de ratos africanos da ONG belga  Apopo, sediada na Tanzânia, criada no início dos anos 90 para o adestramento de roedores na detecção de minas graças à vantagem do seu leve peso e da habilidade de somente farejar os explosivos e não os pedaços de metais como ocorre com os detectores convencionais. Assim, ela é capaz de fazer buscas em área equivalente a uma quadra de tênis em 30 minutos, enquanto um humano com um detector de metais convencional levaria até 4 dias. Segundo a Apopo, esses roedores também teriam habilidade de detectar possíveis tumores de tuberculose em pessoas.

Shoji




sábado, 17 de outubro de 2020

CARRO LIMPO É O FUTURO LOGO!

 

A proibição da venda de carro a combustão a partir de 2035 na Califórnia induzirá outros estados americanos

Em 23.09.2020, o Decreto do Governo do Estado da Califórnia, nos EUA, proibiu a venda de carros novos a combustíveis fósseis, a excessão de gás, a partir de 2035, sob o argumento de que os “os carros não podem mais produzir asma nas crianças, piorar os incêndios florestais, derreter os glaciares, nem aumentar o nível do mar”. A decisão do governo da Califórnia acabará afetando os demais estados norte-americanos, pois a indústria automobilística não poderá fabricar carros especialmente para a Califórnia. 

Ref.) Jornal Nacional | Série Carros Elétricos | EUA, Japão e Europa estimulam compra de carros elétricos

29 de jul. de 2018

MR Solar Engenharia

Banimento de carros novos a combustão fortemente a partir de 2030

A decisão do governo californiano segue e reforça ainda mais aquelas já tomadas em outras regiões do mundo como na Europa e Ásia. Por exemplo, a Câmara Superior do Governo Federal da Alemanha (Bundesrat) resolveu proibir a venda de veículos movidos a combustíveis fósseis (não-renováveis) a partir de 2030 e a circulação de carros antigos com esse tipo de combustível a partir de 2050 na Alemanha, ou seja, a partir de 2030 os carros novos devem ser movidos a eletricidade, hidrogênio ou outras fontes de energia limpa. E a decisão alemã vem sendo seguida por vários outros países.  

O governo francês, por exemplo, anunciou em 06.07.2017 a decisão de proibir a venda de veículos a gasolina e a diesel a partir de 2040.  A Noruega, atualmente o país com maior penetração de veículos elétricos na região, irá banir a venda de automóveis convencionais até 2025.  O governo britânico, apesar da sua decisão de se retirar da União Européia, anunciou em 26.07.2017, o fim da venda de veículos movidos a gasolina ou a diesel até 2040, e a partir de 2050 a circulação desses mesmos carros convencionais. Até a Índia, um país em desenvolvimento como o Brasil, anunciou o seu propósito de acabar com a venda de carros novos a combustão até 2030. 

Essas ousadas decisões estão em sintonia com o propósito de contribuir para a redução de emissão de poluentes determinada pelo Pacto Mundial sobre o Clima na Conferência de Paris em dezembro/2015, que tem como meta principal conter o aquecimento global em até 2 graus centígrados até o final deste século. 

Fim da era do petróleo antes do esgotamento das suas reservas

Além de afetar um setor de grande impacto na economia e na indústria globais como é o segmento automobilístico, as metas associadas à venda e circulação de automóveis com combustível renovável revestem-se pela sua grande visibilidade aos cidadãos e pelo seu grande apelo aos consumidores.  Ou seja, se as pessoas começam a usar cada vez mais automóveis não-poluentes, isso certamente será um efeito indutor cada vez maior para que as pessoas passem a comprar e a usar mais produtos com características semelhantes, ou seja, de produtos e serviços ambientalmente não-agressivos.  

A politica adotada pelo governo da Califórnia e por vários países europeus reforça a convicção de que a era do petróleo chegará ao fim antes do esgotamento das reservas de hidrocarbonetos, como já tinha ocorrido com o fim da era do carvão. Ou seja, o fim da preponderância do petróleo será apressado não apenas pelo banimento dos motores a combustível fóssil mas também pela gradual mudança na matriz energética global, pela inexorável substituição das fontes de energia fósseis (não-renováveis) por fontes renováveis, especialmente a eólica e a solar.

Com isso consolida-se o movimento, em escala global, tendente a arrefecer o volume de emissão de gases na atmosfera nos próximos anos e décadas, e com isso atenuar a ameaça da ocorrência de grandes catástrofes ambientais em escala mundial.     

Shoji


sábado, 3 de outubro de 2020

FAKE NEWS SOBRE VACINA PARA O COVID-19

 As vacinas podem ser seguras e eficazes contra o Covid-19

A pandemia de Covid-19 é uma doença respiratória aguda causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), que foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, na China, em 01.12.2019, mas o primeiro caso foi reportado em 31.12.2019. Em 11.02.2020, o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou o termo Covid-19 como nome oficial da doença, porque a palavra coronavírus refere-se ao grupo que o vírus pertence, e não à última cepa descoberta, sendo que o vírus em si é designado por SARS-CoV-2. 

Pela sua característica de epidemia de doença infecciosa que se espalhou rapidamente por vastas regiões do planeta, a OMS, em 11.03.2020, declarou o surto do Covid-19 como uma pandemia. Até 30.09.2020, 33.642.602 casos da doença estavam confirmados em 188 países, com 1.007.769  mortes reportadas e cerca de 23 milhões de pessoas curadas. No Brasil, na mesma data, estavam confirmados 4.780.317 casos  e 143.010 mortes. 

CORONAVÍRUS: A VACINA PODE EDITAR SEU DNA???

14 de set. de 2020

Doutor Informação

Pesquisa para o desenvolvimento da vacina

Por iniciativa de diversos governos nacionais e entidades nacionais e internacionais, estão sendo realizados em ritmo acelerado  diversos estudos e experimentos científicos para o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19. Ao final de fev/2020,  a  OMS não esperava que uma vacina contra o SARS-CoV-2 esteja disponível em menos de 18 meses. 

Mas esse prazo pode ser abreviado pelo fato de tentativas anteriores de desenvolver uma vacina contra as doenças do coronavírus, SARS e MERS ter permitido acumular um conhecimento considerável sobre a estrutura e a função dos coronavírus, o que tem propiciado a aceleração na criação de várias plataformas tecnológicas de pesquisa para a vacina contra o COVID-19.  

Ao  final de junho de 2020, 194 experimentos de  vacina estavam em desenvolvimento, sendo 15 em testes em humanos: 2 na fase II (eficácia e testagem de dose), 5 na fase I-II (segurança e eficácia) e 8 em fase I. 


Benefícios e Custo da Vacina

Não é possível saber antecipadamente o grau de eficácia da vacina contra o vírus nem o custo total dos gastos para o seu desenvolvimento. Mas considerando que uma vacina eficaz pode evitar milhares de mortes e prejuízo econômico global  na casa dos trilhões de dólares, não há dúvida de que se justificam os investimentos que se situariam na casa de bilhões de dólares.  


Rumores, desinformação e fake news

Deve-se, entretanto, tomar cuidado contra a postagem nas mídias sociais de mensagens que procuram disseminar idéias conspiratórias que estariam por trás da pesquisa, desenvolvimento e testagem das vacinas contra o Covid-19. Uma delas, por exemplo, de autoria, origem e  data desconhecidas, dissemina a falsa concepção de que a vacina que usa a chamada plataforma de ácido nucleico pode alterar de forma definitiva o material genético humano, bem como pode inocular nanopartículas de controle social que permitiria o monitoramento da pessoa e o controle de seus dados pessoais. 

Mas esse tipo de desinformação é desmentido por exemplo pelo médico Antonio Felipe Valente, CRM do Paraná nº 28946, que afasta o risco de que a vacina que usa a chamada plataforma do RNA mensageiro venha a causar a alteração definitiva do material genético humano.  Ao contrário, muita coisa ainda deve ser desenvolvida, mas esse tipo de tecnologia pode ser bastante promissor para criar uma vacina segura e eficaz contra o Covid-19.  

Shoji