sábado, 30 de maio de 2020

GENOCÍDIO CIRCASSIANO EM 1864 NA RÚSSIA


A Circássia foi sacrificada pela expansão do império russo


Referências: Circassiano  a)Dance of the Circassian Nobility, "Kabardinka"
15 de mar. de 2017
CircassianMinstrels
b) Rusia: el éxodo circasiano | Europa semanal
6 de fev. de 2014
DW Español

Por ocasião da abertura pomposa dos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi na Rússia em fevereiro de 2014, um episódio chamou a atenção mundial: o protesto dos circassianos e descendentes que perderam sua pátria localizada nessa região do Cáucaso, justamente o local da realização dos Jogos,  por derrota na guerra contra o exército do czar russo Alexander III em 1864. E em Sochi localizava-se a capital da antiga Circássia. O conflito pela posse dessa região foi motivada pelo projeto de expansão do império russo para dominar as margens do Mar Negro, pela sua importância geopolítica.   
Dos cerca de 2,5 milhões de circassianos que viviam na região, estima-se que 1 milhão foram mortos e outro milhão tenham sido expulsos para outros países, em episódio que é conhecido como genocídio circassiano, que é considerado o primeiro grande genocídio da Idade Contemporânea.  
Em consequência, o território original da Circássia foi dividido em 3 partes (Carachai-Circássia, República Adigueia e Cabardino-Balcária) para fazer parte do então império russo, depois da antiga URSS e hoje da Rússia pós-comunista. Somente cerca de  700 mil circassianos e descendentes vivem no território original e o restante estão espalhados por 40 países, em torno de 5 milhões, principalmente no Oriente Médio com preponderância na Turquia e também em outros locais como Síria, Jordânia, Líbano e Israel.  

A luta pela preservação da identidade circassiana
Como resultado da grande diáspora, além da expulsão territorial, e pelo processo de assimilação cultural, a comunidade circassiana vem perdendo a sua identidade cultural e valores tradicionais, inclusive no uso do idioma nativo principalmente pelas novas gerações, de modo que os falantes do idioma circassiano giram em torno de 2 a 3 milhões.  Eles ainda mantem o sonho de um dia ter a sua própria pátria, mas isso está longe de se tornar realidade.  Enquanto isso, a comunidade circassiana luta com muitas dificuldades pela preservação da sua identidade cultural e linguística.

Circassianos em Israel
Com a perda da sua própria pátria, os circassianos e seus descendentes procuram-se adaptar aos países onde são residentes. Em Israel, por exemplo, embora sigam a fé islâmica, eles se sentem bem abrigados, podendo votar e ser votados, porém, com a obrigação de servir às forças de defesa israelense (FDI), o que fazem com muita dedicação pois a segurança do país onde residem representa a própria sobrevivência da sua comunidade. 

Outros grandes genocídios da Era Contemporânea:
genocídio armênio, de 1915 a 1917, no então Império Otomano, com mais de 1 milhão de mortos;
a grande fome na Ucrânia, conhecida como Holodomor, entre 1931 e 1933, com a morte de cerca de 5 milhões de ucranianos, conforme o livro “A Fome Vermelha”, de Anne Applebaum, Ed. Record-2019;
Holocausto do povo judeu, que vitimou cerca de 6 milhões de pessoas durante a 2ª Guerra Mundial;
massacre de 1,7 milhão a 2 milhões de cambojanos, equivalente a 25% da população do Camboja, perpetrado pelo governo comunista do Khmer Vermelho de 1976 a 1979;
na Guerra da Bósnia, na antiga Iugoslávia, de 1992 a 1995, massacre de cerca de 9 mil pessoas, motivado essencialmente por fatores étnicos e religiosos;  
massacre de cerca de 800 mil tutsis, twas e hutus moderados pelos hutus radicais, em 1994 na Ruanda; e
matança perpetrada pelo grupo jihadista Estado Islâmico, ou ISIS, em 2014, no  Iraque, contra diversos grupos étnicos e religiosos, como os cerca de 5 mil yazidis, que seguem antigas tradições religiosas sincréticas, mas não são islamitas. 
Shoji

sábado, 23 de maio de 2020

ZAGUATES ABANDONADOS FELIZES NA COSTA RICA


Cães abandonados têm uma vida digna em fazenda de zaguates


É reconhecido universalmente que o animal de estimação proporciona ao seu dono muita alegria e benefícios, por ele fazer companhia e ser fiel ao dono por toda a vida, seja nos momentos felizes ou naqueles mais difíceis.  Apesar disso, o compromisso do dono de cuidar do seu pet é quebrado com muita frequência, decorrente essencialmente da falta de verdadeiro amor ao seu pet, sendo este  muitas vezes abandonado à própria sorte em vias públicas.
Dessa forma, hoje, a realidade de pets abandonados constitui sério transtorno nas aglomerações urbanas, principalmente nos países menos desenvolvidos. 

Ref. 1) COSTA RICA | TERRITÓRIO ZAGUATE | RICHARD RASMUSSEN
31 de ago. de 2017
canal - Richard Rasmussen

Ref.2) Territorio de Zaguates 18-11-2015
canal - Maria de la Rica

Ref. 3) Land of Strays | Territorio de Zaguates // 60 Second Docs+
18 de set. de 2018
Canal - 60 Second Docs

O belo trabalho da fazenda de zaguates (vira-latas, em espanhol) abandonados na Costa Rica   
Essa ação benevolente teve início movida pelo grande amor  que Lya Battle tinha pelos animais desde a sua infância. Isso a inspirou, com a ajuda do seu marido,  Alvaro Saumet, a resgatar cães abandonados nas ruas de San Jose, capital da Costa Rica, em 2005. 
O aumento exponencial de cães resgatados acabou resultando na decisão de levá-los à uma fazenda herdada por Lya de seu avô, que hoje é conhecida como o Território dos Zaguates.   Esse local é uma antiga fazenda de café, de 142 hectares, onde os cães vivem livres e soltos: durante o dia, passeiam e correm livremente pela grande área verde, subindo e descendo colinas ou se embrenhando em matagais, se alimentam de ração juntos em grandes comedouros na forma de canaletas e à noite se recolhem nos abrigos coletivos, mas muitos preferem dormir ao relento no meio do mato.  
Atualmente são abrigados quase 1.300 cães, os quais são vacinados e castrados no início da internação, cada um dos quais implica em custo médio mensal de 36 dólares, que é bancado por recursos próprios e doações e colaborações de diversas formas, inclusive voluntariado, sem qualquer ajuda governamental.  
O incentivo à adoção dos cães é estimulado pela visitação pública e consequente interação entre os visitantes e os cães, que vivem soltos e alegres na imensa área verde, embora as condições sanitárias não sejam as ideais em função do grande número de animais abrigados, mas são dignas. 
Assim, o objetivo de servir como abrigo temporário aos animais necessitados está sendo cumprido à custa de muito sacrifício e dedicação dos seus cuidadores, pois dos cerca de 10 mil animais que já passaram pelo Território, 7 mil acabaram sendo adotados pelas pessoas e famílias que se interessaram para terem eles como seus companheiros de vida. Mas o trabalho não para, pois novos zaguates rejeitados continuam chegando.
Plataforma para doação: treeseed.org/territoriodezaguates 
Shoji

sábado, 16 de maio de 2020

PET EM ÉPOCA DE CORONAVÍRUS


Muitos abandonam mas outros adotam pets como companheiros fiéis em época de pandemia


É reconhecido universalmente que o animal de estimação proporciona ao seu dono muita alegria e benefícios, por ele gostar de fazer companhia e ser fiel ao dono por toda a vida, seja nos momentos felizes ou naqueles mais difíceis.  Apesar disso, o compromisso do dono de cuidar do seu pet é quebrado com muita frequência, decorrente essencialmente da falta de verdadeiro amor ao seu pet, sendo este muitas vezes abandonado à própria sorte até em vias públicas.

Abandono de pets em época da pandemia do coronavírus
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há qualquer evidência de que os animais de estimação transmitam o vírus Covid-19 aos serem humanos, de modo que não participam da cadeia de contágio desse vírus entre as pessoas. 
Apesar disso, esse falso receio, associado à insensibilidade do dono com o seu animal de estimação, tem levado ao aumento do abandono de pets nessa época de dificuldades causada pela pandemia, e isso ocorre a despeito do mau-trato e abandono de animais domésticos ser considerado crime pela legislação ambiental, conforme o art. 32, da Lei nº 9.605/1998.

Cães da PM disponíveis para adoção 
TV Clube PE

Aumento da adoção de pet para amenizar o isolamento causado pelo confinamento
Em contraposição, a sensação de isolamento social decorrente do confinamento residencial (quarentena) decretado por autoridades governamentais em diversas partes do Mundo, inclusive no Brasil, tem incentivado muitas pessoas a adotar os pets como seus companheiros de vida. E esse processo tem sido facilitado pelo trabalho voluntário de diversas associações e entidades que abrigam os animais abandonados ou aqueles rejeitados pelos donos, os quais são divulgados principalmente em redes sociais para adoção.  Mas recomenda-se a adoção somente por aqueles que tenham consciência de que isso implica em assumir compromisso de cuidar do seu animal de estimação com muita responsabilidade, o qual não deve ser esquecido principalmente quando o confinamento for relaxado após superada a crise pandêmica.  
É interessante que até cães treinados em serviços de policiamento e segurança, quando da sua aposentadoria, podem ser adotados.
Alguns belos trabalhos de adoção:
- Projeto Acalanto – Brasília – DF
- Marina Inserra Adote Dog – SP
- Adote Um Gatinho – SP
- Instituto Amor em Patas (Iapa) – SP
- Amigos de São Francisco – SP
- Adote Um Focinho – SP
- Cão Sem Dono – SP.
Shoji

sábado, 9 de maio de 2020

MEU PET, O AMIGO DE TODA HORA E PARA SEMPRE


Mas o pet não é um brinquedo e sim uma criatura que depende do dono para viver



Ref. Cachorros de rua video comovente
canal ao contrario

O animal de estimação ama seu dono incondicionalmente e fica feliz só de estar ao seu lado seja nos momentos felizes, como também nos mais difíceis, ou seja, pela sua natureza intrínseca, o animal de estimação  não só gosta de fazer companhia ao seu dono, mas é fiel, e por toda a vida. 
Assim, o maior sentido em ter um pet é que ele faz companhia ao seu dono em qualquer circunstância ou local, independentemente da sua condição econômica ou financeira, ou seja, o animal de estimação sempre fica ao lado do seu dono, se este der o mínimo de atenção e carinho.  Por isso, vemos comovidamente cachorros acompanhando docilmente seu dono, mesmo que este seja morador de rua, mal trajado e puxando um carrinho cheio de tralhas.
Em suma, o pet proporciona muitos benefícios ao seu dono, tornando sua vida mais feliz, agradável e saudável, física e mentalmente, pois:
1 - Proporciona companhia, evitando sentimento de solidão e isolamento.
2 - Ajuda no relacionamento social, pois cuidar do pet implica na realização de atividades rotineiras como sair com ele ao passeio, por exemplo, na rua ou no parque. Com isso, o dono de cachorro acaba se relacionando com outras pessoas, já que compartilham os mesmos espaços e interesses semelhantes.
3 - Ajuda na melhoria da saúde física e mental e no combate a distúrbios psicológicos:
o cumprimento dos cuidados para que o pet tenha uma vida saudável acaba estimulando a produção de endorfina e serotonina, que são hormônios relacionados à sensação de  bem-estar, bem como reduz o nível de cortisol, hormônio causador do stress, reduzindo o nível de ansiedade e da pressão arterial.
4 - Aumenta o sentimento de responsabilidade social e de empatia ao próximo:
o cuidado com o pet nos ensina, e principalmente às crianças, a ter maior empatia não só com os animais de estimação mas também com outras pessoas, o que aumenta o sentimento de responsabilidade social.  
5 - Melhora do sistema imunológico:
ter animal de estimação, especialmente desde a infância, expõe a pessoa a alérgenos e a patógenos estranhos, sensibilizando o nosso sistema imunológico, o que reduz o desenvolvimento de diferentes tipos de alergia.  

Muita responsabilidade para ter animal de estimação
Considerando-se a alegria e benefícios que os diferentes pets proporcionam a seus donos, deve-se ter total consciência de que eles não são brinquedos ou acessórios. Ao contrário, são seres vivos que precisam da atenção de seus donos e dependem deles para viver. 
Como ninguém é obrigado a ter animal, a partir do momento que decidir ter um, o dono deve assumir a responsabilidade de zelar pela sua qualidade de vida e bem estar. 
Mas, infelizmente, esse compromisso é esquecido ou quebrado com muita frequência, sendo bastante comum os casos de mal tratos, indiferença, e que muitas vezes acabam em abandono, de forma perigosa e danosa à sociedade, como nos casos em que os pobres animais de estimação simplesmente são largados nas vias públicas à própria sorte, causando transtornos a terceiros e à coletividade.  
Shoji

sábado, 2 de maio de 2020

ABRANDAMENTO DA SHARIA NA ARÁBIA SAUDITA


Eliminam-se o açoitamento e a pena de morte para menor de idade




Early Hand

sábado, 25 de abril de 2020
Arábia Saudita anuncia abolição do açoitamento de condenados | Early Hand
#Early_Hand
Música neste vídeo
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Música
Silence of the Night
Artista
SingerChart
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Em 24.04.2020, a Comissão de Direitos Humanos da Arábia Saudita anunciou a eliminação do açoitamento do seu sistema penal, que até então era aplicável em casos como assassinato, violação da ordem pública e nos crimes envolvendo relação extraconjugal, sendo aquela penalidade substituída por multas e detenção prisional. 
O caso mais emblemático de condenação por açoitamento nos últimos anos foi o do blogueiro saudita Raif Badawi, defensor da liberdade de expressão, condenado em 2014 a 1000 chicotadas e a 10 anos de prisão por acusação de insulto ao Islã.  
Em seguida, em 26.04.2020, foi anunciada a substituição da pena de morte em crimes como homicídio, estupro, assalto e ataques à mão armada, tráfico de drogas, bruxaria, adultério, sodomia, homossexualidade e apostasia, em caso de cometimento do crime por menor de idade, sendo a pena de morte substituída pela detenção máxima de 10 anos em centro especializado para menores de idade. Com isso pelo menos 6 homens da comunidade xiita, minoritária no país, ficarão livres da pena capital a que tinham sido condenados por participação em manifestações antigovernamentais quanto tinham menos de 18 anos. 

Abrandamento da aplicação rígida da sharia na Arábia Saudita
A sharia é o conjunto de regras do islamismo sobre os diversos aspectos da vida cotidiana, incluindo temas como política, economia, negócios, contratos, justiça, família, condição feminina, saúde, sexualidade e questões sociais. Nesse sentido, as mudanças recentes sobre as penalidades de açoitamento e de morte para menores de idade representam  significativo abrandamento da aplicação das normas rígidas da sharia no sistema penal da Arábia Saudita,  tornando-o mais   aderente  aos direitos básicos da pessoa humana, como preconizados por exemplo pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), adotada pela Organização das Nações Unidas em 10.12.1948.

Necessidade de novas revisões como a pena de morte por apostasia
Chama-se apostasia a renúncia ou abandono de uma crença religiosa. Assim, o apóstata, que se afasta do grupo religioso do qual era membro, pode ser vítima de preconceito, intolerância, difamação e calúnia por parte dos demais membros e também pela autoridade governamental ou religiosa, podendo estar sujeito a penalidades, que podem chegar até a pena de morte em alguns países. 
A pena capital por apostasia deveria ser abandonada, e mesmo as demais consideradas mais brandas,  pois a liberdade de pensamento e de exercício da fé religiosa deveria ser de exclusiva escolha de cada pessoa.  Alguns bons exemplos estão surgindo, como ocorreu em Marrocos, que eliminou em 2017 a aplicação da pena capital em caso de apostasia, e espera-se que isso se espalhe por mais alguns dos 20 países que ainda podem aplicar a pena de morte por apostasia.   
Shoji