sábado, 13 de junho de 2020

SOROBAN ESTIMULA HABILIDADES CEREBRAIS


O soroban estimula o lado direito do cérebro, responsável pela criatividade e intuição


O soroban, também conhecido como ábaco japonês, é um instrumento tradicional para cálculo, originário e introduzido da China em torno do ano 1600 DC, ainda hoje utilizado no Japão e em outras partes da Ásia, no comércio e nos escritórios, mas em menor escala em função da popularização das calculadoras eletrônicas e dos computadores. Mas ainda hoje é muito usado principalmente nas escolas japonesas devido aos benefícios proporcionados no treinamento dos alunos em termos de agilidade mental e raciocínio lógico.  
O soroban permite realizar contas com agilidade e precisão, como adição, subtração, divisão, multiplicação e extração de raízes quadrada e cúbica, bem como trabalhar com horas, minutos, segundos, conversão de pesos e medidas, operando com números inteiros, decimais e negativos.

Anzan Soroban
Após uma certa prática, é possível fazer cálculo sem o uso do soroban instrumental, conforme técnica chamada de anzan soroban ou soroban mental, mediante a visualização do instrumento em sua mente. Mais surpreendente é a técnica conhecida como flash anzan em que o aluno mostra a capacidade de fazer cálculo com número de vários dígitos, exibidos em uma tela ou ditados em voz alta em sequência.      
Como forma de estimular os alunos a se esforçarem e a conferir o seu grau de habilidade, são realizados campeonatos de soroban com a participação maciça de crianças, jovens e adultos, não somente no Japão, mas também em outras partes do Mundo.   

Ref. Soroban  a)Crianças e jovens fazem cálculos com o soroban
20 de ago. de 2018
Jornal da Gazeta
b) Competição com o soroban (ábaco japonês) INCRÍVEL!!
5 de set. de 2018
Professor Ricardo Alencar Matemática

Estímulo ao lado direito do cérebro
Segundo especialistas no estudo do cérebro, o aprendizado do soroban ativa a criatividade e a intuição, habilidades associadas ao lado direito do cérebro, complementando o cálculo lógico adotado pelo ensino escolar tradicional, permitindo o balanceamento das 2 partes cerebrais, o que contribui para o aperfeiçoamento da pessoa de maneira integral. 

Benefícios adicionais
Com o soroban, treina-se a capacidade de processar informações e armazená-las na forma de imagens, desenvolvendo a habilidade de reter na memória várias informações simultâneas por mais tempo.  
A prática do soroban desenvolve não somente agilidade e precisão no cálculo matemático mas também inúmeras outras habilidades como: disciplina, perseverança, concentração, memorização, coordenação motora, raciocínio lógico, espírito cooperativo e senso de responsabilidade, sendo também muito recomendado aos idosos, como forma de prevenir os males associados à senilidade.
Shoji

sábado, 6 de junho de 2020

DOCUMENTO ÚNICO PARA FACILITAR O CIDADÃO - DNI


O DNI pretende ser o documento único para agilizar acesso ao serviço público



Conforme o artigo “Um Big brother para o bem”, da revista Exame nº 1177, de 23.01.2019, pg. 58, a Estônia, um pequeno país báltico de 1,32 milhão de habitantes, está usando a tecnologia para acabar com a burocracia no acesso aos serviços públicos daquele país. O passo inicial foi dado em 2002 com a criação da identidade única digital que serve de base para quase todo relacionamento do cidadão com o governo, tais como: declaração do imposto de renda, título de eleitor, que permite votar pela internet, carteira para uso do serviço público de saúde, carteira de motorista, passaporte, etc.  Pode ser usado ainda para relacionamentos privados, como transações bancárias, realização de contratos, assinatura de documentos digitais, envio e recebimento de documentos, pagamento de estacionamentos, acesso a histórico médico, obtenção de receitas médicas, registro civil nos cartórios, criação e fechamento de empresas, etc.  
Além da agilização, o uso do documento único digital permite o aperfeiçoamento dos serviços essenciais à população, como (i) a possibilidade dos hospitais públicos acessarem o histórico médico de cada paciente ou (ii) o registro do desempenho escolar dos estudantes num sistema nacional, que permite a melhor gestão da qualidade de ensino. Em contrapartida, o aumento da digitalização da sociedade requer a tomada de medidas de segurança das informações e de proteção à privacidade do cidadão, as quais devem ser revisadas e aperfeiçoadas constantemente.  


Refs. a) Burocracia dificulta prestação de serviços ao público
14 de set. de 2018
Tribunal de Contas da União
b) Visitamos a Estônia, o país mais digital do mundo; 28 de out. de 2019
Olhar Digital

Documento único no Brasil está longe da realidade
No Brasil, a digitalização e consequente agilização dos serviços públicos está  bastante atrasada. Além disso, a legislação sobre o assunto, além de pouco efetiva, é muito confusa, principalmente quanto ao aspecto da implementação de fato do documento único de identificação para facilitar a vida do cidadão. Por exemplo, a Lei nº 13.444, de 11.05.2017, criou o Documento Nacional de Identidade (DNI), mas este não é caracterizado claramente como sendo único. Essa Lei não é de fácil entendimento ao cidadão comum, mas tudo indica que o DNI substituirá documentos como o Cadastro de Pessoa Física (CPF), título de eleitor, certidão de nascimento e casamento, e a carteira de identidade (RG). Com base no CPF, será possível, em princípio, o cruzamento das informações constantes das bases de dados oficiais.  O acesso integrado aos sistemas de dados oficiais com base no documento único seria fundamental para a facilitação ao cidadão como ocorre na Estônia.  
Para aumentar a complexidade e a confusão do tema do documento único, o Decreto nº 9.723, de 11.03.2019, determina que enquanto o DNI não estiver operacional e disponível a todos, o nº do CPF deverá substituir documentos como: Número de identificação do trabalhador (NIT), nº do cadastro no Programa de Integração Social (PIS) ou no Programa de Formação do Servidor Público (Pasep), nº da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), Carteira Nacional de Habilitação (CNH), nº de matrícula nas instituições públicas federais de ensino superior, certificado de Alistamento Militar e de Reservista, nº  de inscrição nos conselhos de fiscalização de profissão regulamentada e nº de inscrição no Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal, que permite acesso aos benefícios como o Bolsa-Família. 

O DNI será de fato o documento único de identificação?
Pela legislação aprovada, dá a entender que o DNI não será o documento único, nos moldes por exemplo da Estônia. Mas enquanto o DNI não estiver operacional e disponível a todos o nº do CPF continuará sendo de fato, mas de forma parcial, o documento único que ainda falta ao País.  
Shoji

sábado, 30 de maio de 2020

GENOCÍDIO CIRCASSIANO EM 1864 NA RÚSSIA


A Circássia foi sacrificada pela expansão do império russo


Referências: Circassiano  a)Dance of the Circassian Nobility, "Kabardinka"
15 de mar. de 2017
CircassianMinstrels
b) Rusia: el éxodo circasiano | Europa semanal
6 de fev. de 2014
DW Español

Por ocasião da abertura pomposa dos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi na Rússia em fevereiro de 2014, um episódio chamou a atenção mundial: o protesto dos circassianos e descendentes que perderam sua pátria localizada nessa região do Cáucaso, justamente o local da realização dos Jogos,  por derrota na guerra contra o exército do czar russo Alexander III em 1864. E em Sochi localizava-se a capital da antiga Circássia. O conflito pela posse dessa região foi motivada pelo projeto de expansão do império russo para dominar as margens do Mar Negro, pela sua importância geopolítica.   
Dos cerca de 2,5 milhões de circassianos que viviam na região, estima-se que 1 milhão foram mortos e outro milhão tenham sido expulsos para outros países, em episódio que é conhecido como genocídio circassiano, que é considerado o primeiro grande genocídio da Idade Contemporânea.  
Em consequência, o território original da Circássia foi dividido em 3 partes (Carachai-Circássia, República Adigueia e Cabardino-Balcária) para fazer parte do então império russo, depois da antiga URSS e hoje da Rússia pós-comunista. Somente cerca de  700 mil circassianos e descendentes vivem no território original e o restante estão espalhados por 40 países, em torno de 5 milhões, principalmente no Oriente Médio com preponderância na Turquia e também em outros locais como Síria, Jordânia, Líbano e Israel.  

A luta pela preservação da identidade circassiana
Como resultado da grande diáspora, além da expulsão territorial, e pelo processo de assimilação cultural, a comunidade circassiana vem perdendo a sua identidade cultural e valores tradicionais, inclusive no uso do idioma nativo principalmente pelas novas gerações, de modo que os falantes do idioma circassiano giram em torno de 2 a 3 milhões.  Eles ainda mantem o sonho de um dia ter a sua própria pátria, mas isso está longe de se tornar realidade.  Enquanto isso, a comunidade circassiana luta com muitas dificuldades pela preservação da sua identidade cultural e linguística.

Circassianos em Israel
Com a perda da sua própria pátria, os circassianos e seus descendentes procuram-se adaptar aos países onde são residentes. Em Israel, por exemplo, embora sigam a fé islâmica, eles se sentem bem abrigados, podendo votar e ser votados, porém, com a obrigação de servir às forças de defesa israelense (FDI), o que fazem com muita dedicação pois a segurança do país onde residem representa a própria sobrevivência da sua comunidade. 

Outros grandes genocídios da Era Contemporânea:
genocídio armênio, de 1915 a 1917, no então Império Otomano, com mais de 1 milhão de mortos;
a grande fome na Ucrânia, conhecida como Holodomor, entre 1931 e 1933, com a morte de cerca de 5 milhões de ucranianos, conforme o livro “A Fome Vermelha”, de Anne Applebaum, Ed. Record-2019;
Holocausto do povo judeu, que vitimou cerca de 6 milhões de pessoas durante a 2ª Guerra Mundial;
massacre de 1,7 milhão a 2 milhões de cambojanos, equivalente a 25% da população do Camboja, perpetrado pelo governo comunista do Khmer Vermelho de 1976 a 1979;
na Guerra da Bósnia, na antiga Iugoslávia, de 1992 a 1995, massacre de cerca de 9 mil pessoas, motivado essencialmente por fatores étnicos e religiosos;  
massacre de cerca de 800 mil tutsis, twas e hutus moderados pelos hutus radicais, em 1994 na Ruanda; e
matança perpetrada pelo grupo jihadista Estado Islâmico, ou ISIS, em 2014, no  Iraque, contra diversos grupos étnicos e religiosos, como os cerca de 5 mil yazidis, que seguem antigas tradições religiosas sincréticas, mas não são islamitas. 
Shoji

sábado, 23 de maio de 2020

ZAGUATES ABANDONADOS FELIZES NA COSTA RICA


Cães abandonados têm uma vida digna em fazenda de zaguates


É reconhecido universalmente que o animal de estimação proporciona ao seu dono muita alegria e benefícios, por ele fazer companhia e ser fiel ao dono por toda a vida, seja nos momentos felizes ou naqueles mais difíceis.  Apesar disso, o compromisso do dono de cuidar do seu pet é quebrado com muita frequência, decorrente essencialmente da falta de verdadeiro amor ao seu pet, sendo este  muitas vezes abandonado à própria sorte em vias públicas.
Dessa forma, hoje, a realidade de pets abandonados constitui sério transtorno nas aglomerações urbanas, principalmente nos países menos desenvolvidos. 

Ref. 1) COSTA RICA | TERRITÓRIO ZAGUATE | RICHARD RASMUSSEN
31 de ago. de 2017
canal - Richard Rasmussen

Ref.2) Territorio de Zaguates 18-11-2015
canal - Maria de la Rica

Ref. 3) Land of Strays | Territorio de Zaguates // 60 Second Docs+
18 de set. de 2018
Canal - 60 Second Docs

O belo trabalho da fazenda de zaguates (vira-latas, em espanhol) abandonados na Costa Rica   
Essa ação benevolente teve início movida pelo grande amor  que Lya Battle tinha pelos animais desde a sua infância. Isso a inspirou, com a ajuda do seu marido,  Alvaro Saumet, a resgatar cães abandonados nas ruas de San Jose, capital da Costa Rica, em 2005. 
O aumento exponencial de cães resgatados acabou resultando na decisão de levá-los à uma fazenda herdada por Lya de seu avô, que hoje é conhecida como o Território dos Zaguates.   Esse local é uma antiga fazenda de café, de 142 hectares, onde os cães vivem livres e soltos: durante o dia, passeiam e correm livremente pela grande área verde, subindo e descendo colinas ou se embrenhando em matagais, se alimentam de ração juntos em grandes comedouros na forma de canaletas e à noite se recolhem nos abrigos coletivos, mas muitos preferem dormir ao relento no meio do mato.  
Atualmente são abrigados quase 1.300 cães, os quais são vacinados e castrados no início da internação, cada um dos quais implica em custo médio mensal de 36 dólares, que é bancado por recursos próprios e doações e colaborações de diversas formas, inclusive voluntariado, sem qualquer ajuda governamental.  
O incentivo à adoção dos cães é estimulado pela visitação pública e consequente interação entre os visitantes e os cães, que vivem soltos e alegres na imensa área verde, embora as condições sanitárias não sejam as ideais em função do grande número de animais abrigados, mas são dignas. 
Assim, o objetivo de servir como abrigo temporário aos animais necessitados está sendo cumprido à custa de muito sacrifício e dedicação dos seus cuidadores, pois dos cerca de 10 mil animais que já passaram pelo Território, 7 mil acabaram sendo adotados pelas pessoas e famílias que se interessaram para terem eles como seus companheiros de vida. Mas o trabalho não para, pois novos zaguates rejeitados continuam chegando.
Plataforma para doação: treeseed.org/territoriodezaguates 
Shoji