O seu notável trabalho de retratar o drama da humanidade foi reconhecido mundialmente
Sebastião
Salgado foi um fotógrafo documental e fotojornalista brasileiro
que deixou este mundo em 23.05.2025 aos 81 anos com notável legado em
fotografias dramáticas e em projetos sociais, culturais e ambientais. Trabalhando
inteiramente com fotos em preto e branco, o respeito de Sebastião Salgado pelo
seu objeto de trabalho e sua determinação em mostrar o significado mais amplo
do que estava acontecendo com essas pessoas criou um conjunto de imagens que
testemunham a dignidade fundamental de toda a humanidade ao mesmo tempo que
protestam contra a violação dessa dignidade por meio da guerra, pobreza e
outras injustiças sociais.
Seu
notável trabalho foi reconhecido mundialmente
Salgado
viajou por mais de 120 países para seus projetos fotográficos. A maioria deles
apareceu em inúmeras publicações de imprensa e livros e exposições itinerantes
de seu trabalho foram apresentadas em todo o mundo. Sebastião Salgado teve
reconhecimento mundial e recebeu praticamente todos os principais prêmios de
fotografia do mundo por seu trabalho. Fundou em 1994 a sua própria agência de
notícias, As Imagens da Amazônia, que representa o fotógrafo e seu trabalho. Salgado
foi Embaixador da Boa Vontade da UNICEF. Ele recebeu o W.
Eugene Smith Memorial Fund em 1982, foi membro honorário estrangeiro
da Academia de Artes e
Ciências dos Estados Unidos desde 1992 e recebeu a Medalha
do Centenário e Bolsa Honorária da Royal Photographic Society (HonFRPS)
em 1993. Foi também membro da Academia de Belas-Artes da França sendo o primeiro brasileiro a integrar o rol
de imortais dessa instituição.
Seu
filho, o cineasta Juliano dirigiu, juntamente com o também fotógrafo Wim Wenders,
o documentário O Sal da Terra, sobre o trabalho de seu
pai. que foi indicado ao Oscar 2015 de melhor
documentário.
Com sua
esposa, a pianista Lélia Wanick Salgado, fundou em abril de 1998 o Instituto Terra, uma organização civil sem fins lucrativos. Esse projeto foi
motivado como resposta ao cenário de degradação ambiental em que se encontrava
a antiga fazenda de gado da família de Sebastião Salgado, localizada no
município mineiro de Aimorés, na bacia hidrográfica do Rio Doce, com o fim de
devolver à natureza o que foi destruído pela ação predatória humana.
O primeiro passo foi transformar a área da então fazenda de pecuária em
uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Bulcão, tendo o
título sido obtido de maneira inédita no Brasil em outubro/1998, por uma
propriedade degradada, diante do compromisso de vir a ser reflorestada.
No âmbito da ação do Instituto
Terra, são desenvolvidos projetos que vão desde a restauração florestal,
produção de mudas nativas, proteção de nascentes, educação ambiental e até a
pesquisa científica aplicada, com o apoio financeiro de diferentes parceiros,
tanto das esferas pública e privada, bem como de fundações e doadores de vários
países e de outras instituições do Terceiro Setor.
Para dar suporte à
restauração florestal, o Instituto Terra desenvolve mudas nativas desde 2001,
com capacidade para produzir 1 milhão de mudas por ano, não somente para o
plantio interno na RPPN Fazenda Bulcão como também para atender a outros
projetos na região. Para tanto, faz-se a coleta de sementes de mais de 290
espécies da Mata Atlântica no raio de 200 quilômetros ao redor da RPPN.
Assim, além da recomposição do
solo e o restabelecimento da cobertura vegetal da RPPN Fazenda Bulcão como em
outras propriedades, também está sendo promovido o resgate dos recursos
hídricos, ou seja, a recuperação das nascentes de água, bem como do retorno da
vida animal, de modo que muitas espécies que estavam desaparecendo estão encontrando
refúgio seguro no Instituto Terra.
Shoji
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