O maior conflito na Europa desde a II Guerra Mundial está longe de solução definitiva
Na manhã de 24.02.2022, 5ª feira,
o Mundo assistiu estupefato e aterrorizado o início da agressão da Rússia,
liderada pelo governo de Vladimir Putin, contra a Ucrânia, configurando o maior
conflito militar na Europa desde a deflagração da 2ª Guerra Mundial há 86 anos.
Desde então esse conflito causa angústia ao mundo pois o ataque russo contra a
Ucrânia era considerado possível, mas improvável, considerando-se o porte da
Ucrânia, que detém o maior território da Europa, exclusive a Rússia, com 604
mil km2 e substancial população de 44 milhões de habitantes.
A invasão russa, por si só
deplorável, caracteriza-se como ato inaceitável pela franca imoralidade de uma
nação mais poderosa avançar sobre outra mais fraca militarmente, sem
justificativa plausível ou razoável, a não ser pelo inconfessável propósito de
dominar ou impor um governo submisso em um território vizinho importante
visando seus interesses geopolíticos e econômicos.
Ref.: Cúpula pan-europeia cria
bases para processar líderes russos pela invasão da Ucrânia | AFP AFP Português maio 2023
Perdas humanas e materiais insanas
causadas pela invasão
Desde 2022 o conflito causou
danos em vidas humanas e perdas materiais e econômicos difíceis de serem
mensurados com exatidão, com dezenas de milhares de mortes e feridos militares
e também entre a população civil, sendo esta a maior vítima dessa guerra, com
milhões de pessoas obrigadas a deixar suas casas e o convívio com seus entes
queridos para se refugiar em outras localidades, inclusive no exterior,
incluindo 7 milhões de pessoas refugiadas em países europeus.
O pior para a população ucraniana
é que a solução definitiva para o conflito está longe de ser alcançada pois
mesmo para o cessar fogo as condições impostas pelo governo russo são
considerados excessivamente duras para o governo ucraniano, entre as quais se
incluem a retirada das forças ucranianas das 4 regiões que a Rússia pretende
anexar, que representam quase 20% do território ucraniano, e o compromisso da
Ucrania de não aderir à OTAN, o que manteria a Ucrania em situação de
fragilidade de forma permanente frente à ameaça russa.
Essas condições em princípio
podem ser consideradas inaceitáveis por atentar frontalmente ao anseio do povo
ucraniano pela manutenção da independência plena da Ucrânia em todos os
sentidos, o qual está presente há longa data na história ucraniana. Como se
sabe, em perspectiva história, o colapso do Império Russo e do Império
Austro-Húngaro após a I Guerra Mundial bem como a Revolução Russa de 1917
permitiram o ressurgimento do movimento nacional ucraniano em prol da
autodeterminação e da criação efetiva de um país independente, mas esse anseio
foi frustrado com a incorporação da Ucrânia à URSS em 1922. O surgimento da
Ucrânia soberana e independente somente viria a se concretizar com o colapso da
URSS em 1991. Desde então, o povo ucraniano tem manifestado seu desejo de
aderir ao modelo político baseada na plena democracia, com eleições livres, e
adesão futura à União Européia e a aliança militar ocidental, a OTAN, no
sentido de preservar a sua segurança frente à qualquer ameaça externa de
natureza militar. Entretanto, esse movimento tem contrariado cada vez mais o
governo autocrático russo liderado por Vladimir Putin, o que, em uma última
análise, levou à anexação pela Rússia da Criméia em 2014 e à invasão russa em
2022.
Shoji
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