Muçulmana lésbica pela liberação dos direitos da mulher
Irshad Manji é muçulmana,
naturalizada canadense, ativista LBGT, escritora, jornalista e apresentadora de
televisão, defensora de uma interpretação reformista do islamismo e uma crítica
das interpretações literalistas do Alcorão. Irshad nasceu em 1968 perto de
Kampala na Uganda, com descendências indiana por parte do pai e egípcia da mãe.
Por ordem de expulsão decretada por Idi Amin Dada de asiáticos e outros não
africanos de Uganda, sua família refugiou-se em 1972 no Canadá em Richmond,
perto de Vancouver. Irshad frequentou escolas públicas seculares e aos sábados
uma madrassa (escola religiosa muçulmana) de onde foi expulsa aos 14 anos de
idade por fazer muitos questionamentos. Em 1990, graduou-se com honras em
história das idéias pela Universidade da Columbia Britânica recebendo a medalha
acadêmica do Governador Geral como a melhor graduada em humanidades.
Ref.: Irshad Manji Md Monirul Islam maio 2018
Signatária do Manifesto Juntos contra o
Totalitarismo
Irshad destaca-se como uma dos 12 signatários do
Manifesto Juntos contra o Totalitarismo,
que é um documento político feito em resposta à violência desencadeada no mundo
islâmico pela polêmica das caricaturas sobre Maomé publicadas pela 1ª vez no
jornal dinamarquês Jyllands-Posten. Os signatários desse manifesto têm em comum
uma vida de exílio devido a perseguições promovidas por fanáticos religiosos
islâmicos, destacando-se entre os alvos Salman Rushdie escritor condenado a
morte por uma fatwa do aiatolá Khomeini de 1989.
Segundo Manifesto, publicado em 28.02.2006 pelo Jyllands-Posten e pelo
semanário satírico francês Charlie Hebdo, similarmente aos
totalitarismos como fascismo, nazismo e stalinismo, o Islamismo fundamentalista
estabelece-se sobre medos e frustrações. Os pregadores do ódio apostam nesses
sentimentos para formar batalhões destinados a impor um mundo de opressão e desigualdades.
Contudo, para os signatários: não existe nada, nem mesmo o desespero, que possa
justificar a escolha do obscurantismo, do totalitarismo e do ódio. O Islamismo fundamentalista
é uma ideologia reacionária que aniquila a igualdade, a liberdade e a laicidade sempre que as encontra. O
seu êxito só pode conduzir a um mundo de dominação: domínio do homem sobre a
mulher, domínio dos islamistas sobre os demais. Para se opor a esse processo, deve-se
assegurar direitos universais a todos os povos discriminados ou oprimidos
Pela sua luta contra o totalitarismo islâmico pelas violações
dos direitos humanos contra as mulheres e minorias religiosas, a trajetória da
Irshad Manji tem muita similaridade com a da Ayaan Hirsi Ali. Como se sabe, Ayaan
nascida em 1969 em Somália é uma ativista, escritora, política e cristã somali-holandesa-americana, que
é conhecida por seus pontos de vista críticos do Islã e defesa dos direitos e
da autodeterminação das mulheres muçulmanas, opondo-se aos casamentos forçados, crimes de "honra", casamentos infantis,
e mutilação
genital feminina, sendo uma das fundadoras da organização de defesa
dos direitos das mulheres AHA Foundation.
Assim, a luta tanto da
Irshad Manji como da Ayaan Hirsi Ali
centram especialmente na importância de que milhões de mulheres e
crianças em países de maioria muçulmana possam receber uma educação de
qualidade e oportunidades na vida, que os capacitem a entender e a participar
ativamente da evolução humana que se encontra no limiar do século XXI,
caracterizado para ser a era do conhecimento e pelo desenvolvimento científico
e tecnológico de proporções inimagináveis.
Shoji
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