sábado, 16 de dezembro de 2023

CHIMPANZÉS OS NOSSOS PRIMOS

 O Instituto Jane Goodall e a defesa do meio ambiente e dos chimpanzés

A semelhança dos chimpanzés com os humanos

Estudos apontam que os chimpanzés são parentes próximos dos seres humanos na evolução, tendo aqueles separado do tronco do ancestral comum há cerca de 4 a 7 milhões de anos, e ambas as espécies compartilham 98 a 99% de DNA.

Como o homem, o chimpanzé consegue reconhecer a própria imagem no espelho, capacidade que poucos animais apresentam e são capazes de aprender certos tipos de linguagens, como a dos sinais.

Os chimpanzés possuem culturas diferentes, dependendo da região em que vivem, assim como os humanos, e são capazes de ensiná-las de uma geração para outra. Entre tais ensinamentos estão, por exemplo, técnicas para extrair cupins de seus cupinzeiros, utilizando-se de gravetos, utilização de pedras para quebrarem sementes e frutos duros e outros tipos de ferramentas adaptadas, usadas inclusive para caçar  pequenos mamíferos.

Na sociedade dos chimpanzés existe um escalonamento hierárquico bem definido. Se algum elemento do grupo o desrespeitar, fica sujeito às sanções impostas pelo macho dominante, que podem ser desde uma simples repreensão, ou uma penalidade física, ou mesmo a expulsão do grupo.

Os machos podem se unir para manter a liderança sobre o grupo, ou roubar a posição do líder. Para intimidar os rivais, eles se demonstram agressivos, com vocalizações altas, agitações de galhos e até mesmo o ataque.

Os chimpanzés vivem em grupos pequenos, de 5 ou 6 indivíduos, ou grandes, com cerca de 100 e podem ser encontrados numa vasta área da África Central e África Ocidental, desde a Nigéria, ao norte até o território de Angola ao sul e a leste  na Tanzânia e Quênia. A existência de floresta, árvores e água são fatores importantes para as comunidades de chimpanzés, mas alguns grupos desses animais que vivem acima dos 2000 metros de altitude, onde por não haver árvores, adaptam-se às condições locais e habitam grutas.


Make a Difference with the Jane Goodall Institute Dr. Jane Goodall & the Jane Goodall Institute USA dez 2017

 

Risco de extinção da vida em liberdade dos chimpanzés

Apesar do vasto território que ocupam, os chimpanzé encontram se em perigo de extinção, por serem vítimas de  humanos com a caça ilegal, quer para alimentação, quer para a produção de amuletos para a medicina tradicional, sendo ainda capturados e utilizados nos circos ou noutros espetáculos afins, ou mesmo para serem criados como animais de estimação. Também têm sofrido os efeitos das guerras, que sistematicamente assolam essas regiões, além de que o stress provocado nas fêmeas tem reduzido muito a natalidade nessas localidades. Atualmente, existem cerca de 150.000 chimpanzés vivendo em liberdade, o que demonstra dramaticamente a necessidade de tomada de ações concretas para preservar os seus habitats e as condições necessárias para a sobrevivência das comunidades de chimpanzés, que são tão semelhantes aos humanos.

 

Instituto Jane Goodall na defesa dos chimpanzés

Entre as personalidades que trabalham incansavelmente na defesa e no bem estar das comunidade de chimpanzés, destaca-se a primatologistaetóloga e antropóloga britânica Jane Goodall, considerada mundialmente como a maior estudiosa de chimpanzés, tendo o seu  trabalho  reconhecido com o estudo das interações sociais e familiares de chimpanzés selvagens, desde quando ela trabalhou em campo no Parque Nacional de Gombe Stream na Tanzânia na década de 1960, onde ela foi a primeira a testemunhar comportamentos de primatas semelhantes ao de humanos. Ela é a fundadora do Instituto Jane Goodall em 1977 e do programa Roots & Shoots em 1991, com o objetivo de incentivar crianças e jovens da comunidade local a trabalhar para a conservação ambiental e para questões humanitárias, estando hoje a  o programa instalado em mais de 140 locais ao redor do mundo. Goodall tem servido no comitê do Projeto de Direitos dos não Humanos desde sua fundação em 1996 e em abril de 2002 ela foi escolhida como mensageira da paz das Nações Unidas.

 

Comportamento semelhante ao dos humanos

Para a Jane Goodall é fascinante ver como os chimpanzés são parecidos com os seres humanos, inclusive como se organizam politicamente, ou seja, no exercício do poder dentro da comunidade. Os chimpanzés são muito semelhantes aos humanos principalmente na comunicação não-verbal, pois se beijam e abraçam, dão as mãos, acariciam uns aos outros. Os machos exibem aquele comportamento arrogante de competição com os outros pelo poder, exatamente como os políticos humanos.

Shoji

 

sábado, 9 de dezembro de 2023

TURISMO DE ÚLTIMA CHANCE

 Aumentam as viagens às atrações naturais ameaçadas pelo aquecimento global

O 6º Relatório de Avaliação (AR6) do Painel Intergovernamental sobre o Clima (IPCC) da ONU, divulgado em 20.03.2023, alerta que a Terra está esquentando mais rápido do que era previsto, havendo chance de mais de 50% da temperatura global atingir 1,5º C acima do nível pré-industrial entre 2021 e 2040, ou seja, pelo menos 10 anos antes do esperado. Ou seja, desde 1850, a temperatura média da Terra aumentou ao menos 1,1º C e mais no mínimo 0,4º C vai agravar os prejuízos ambientais como secas severas, ondas de calor, chuvas torrenciais e consequente enchentes catastróficas, tornados, incêndios florestais, aceleração do derretimento das geleiras, elevação do nível do mar e provável submersão de vários países insulares.

 

Why Kilimanjaro's Glaciers Are Melting Red Bull 18.09.2020 


Geleiras emblemáticas podem desaparecer até 2050

Um estudo da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), da ONU, divulgado em 04.11.2022, destaca o sério risco associado ao derretimento acelerado de geleiras, sendo que algumas das massas de gelo em locais do Patrimônio Mundial mais emblemáticos do mundo devem desaparecer até 2050. 50 locais do Patrimônio Mundial da Unesco abrigam geleiras, representando quase 10% da área total de massas de gelo da Terra, incluindo o mais alto, próximo ao Monte Everest, o mais longo, no Alasca, e os últimos glaciares restantes na África.

 

Turismo da última chance

Embora os vários paraísos naturais ao redor do mundo não corram risco de extinção imediata, está aumentando o nº de visitantes a esses locais sob o chamativo de “conheçam antes que desapareçam”, configurando o fenômeno denominado de turismo de última chance. De um lado, o aumento de viagens a essas atrações icônicas é positivo por todos os benefícios associados ao turismo cultural mas por outro lado provocam-se s danos óbvios relacionados ao brusco incremento de visitantes muitas vezes em locais que apresentam fragilidades do ponto de vista ambiental.  Entre os paraísos naturais que sofrem o impacto do turismo de última chance destacam-se o Monte Kilimanjaro, as Ilhas Galápagos, as Maldivas e a Grande Barreira de Corais da Austrália. 

 

Monte Kilimanjaro

Situado na Tanzânia, perto da fronteira com Quênia, e sendo o ponto mais alto da África com 5.895 m de altitude, o topo do Kilimanjaro é ainda coberto de geleiras permanentes, as quais sofrem degelo constante, que se reduziram 90% entre 1912 e 2013, de modo que a extinção total das geleiras é esperado em futuro não muito distante.

 

Ilhas Galápagos

Galápagos apresentam uma biodiversidade elevada e é o habitat de uma fauna peculiar, que inclui muitas espécies endémicas como as tartarugas das Galápagos. A totalidade das ilhas é preservada como reserva de vida selvagem, administrada pelo governo do Equador e que é, desde a visita de Charles Darwin, o principal laboratório vivo de biologia do mundo. Entretanto, essas ilhas sofrem os efeitos das mudanças climáticas bem como da ocupação e do turismo desordenados, configurando uma área altamente vulnerável a problemas socioambientais. 

 

Maldivas

As Maldivas são uma nação tropical no Oceano Índico composta por 26 atóis em formato de anel e por mais de 1.000 ilhas de coral. O país é conhecido pelas belas praias, pelas lagoas azuis e pelos extensos recifes. Maldivas é o país mais baixo do mundo, com altitude média de 1,5 metros, sendo o ponto mais elevado de somente 2,3 m do nível do mar. A capital, Malé, está a 90 cm de altitude, com 100 mil habitantes, sob ameaça da expectativa de subida do nível do mar.

 

Grande Barreira de Corais da Austrália

A Grande Barreira de Corais, no nordeste da Austrália, é o maior organismo vivo da Terra, visível até mesmo do espaço. O ecossistema de 2.300 km de extensão compreende milhares de recifes e centenas de ilhas feitas de mais de 600 tipos de corais duros e macios, abrigando inúmeras espécies de peixes coloridos, moluscos e estrelas-do-mar, além de tartarugas, golfinhos e tubarões. O aumento das temperaturas dos oceanos e a extensão dos eventos de branqueamento dos corais representam a ameaça crítica que as mudanças climáticas representam para os recifes da Austrália.

Shoji

 

 

sábado, 2 de dezembro de 2023

PALESTINOS DEVEM SE LIVRAR DO GRUPO TERRORISTA HAMAS

 Hamas continuará com ataques cada vez mais devastadores enquanto não for expulso de Gaza

Massacre do Hamas contra civis israelenses

Em 07.10.2023, o grupo terrorista Hamas rompeu a fronteira da Faixa de Gaza e realizou um ataque devastador contra as populações civis residentes israelense nessa região, causando ao menos 1.200 mortes, incluindo 240 jovens de vários países que participavam de um festival de música eletrônica (rave), muitas das quais com requinte de crueldade, sequestrando também ao menos 240 pessoas, incluindo mulheres, idosos, crianças e bebês. Simultaneamente, 2,5 mil a 5 mil foguetes foram disparados pelo Hamas contra Israel atingindo não somente localidades próximas de Gaza, mas até outras mais distantes como Tel Aviv. Em função do ataque inusitado de foguetes, nunca antes realizado, o sistema de defesa antimíssil chamado Domo de Ferro, que abate os mísseis lançados contra Israel antes de atingir o seu alvo, não foi capaz de derrubar todos esses artefatos, de modo que vários deles atingiram cidades israelenses, causando sérios danos e pânico entre a população civil.

 

a) Mosab Yousef: “Meu pai é responsável por uma organização terrorista" Jovem Pan News 28-11-23

b) "Se Israel falhar em Gaza, seremos os próximos”, diz o Filho do Hamas O Antagonista 23-11-23

 

Palestinos devem se libertar do Hamas

Esse ataque que pode ser considerado o mais devastador perpetrado no território israelense por um grupo terrorista, causou imediata reação do governo e povo israelenses (considerando-se que Israel não é composto somente de judeus, mas também por muçulmanos, cristãos e de outras religiões), fortalecendo o sentimento da necessidade de eliminar o Hamas da Faixa de Gaza, para acabar de uma vez por todas com os ataques que esse grupo realiza contra Israel desde que o mesmo assumiu o poder em Gaza em 2006, inclusive com o lançamento sistemático de foguetes contra a população civil israelense.

A necessidade de expulsar o Hamas da Faixa de Gaza e assim libertar os palestinos do jugo desse grupo terrorista é defendida enfaticamente por Mosab Hassan Yousef, mais conhecido como o Filho do Hamas, e autor de célebre livro com esse mesmo título,  “O Filho do Hamas”. Segundo Yousef, enquanto continuar no poder em Gaza, Hamas continuará com o seu propósito de aniquilar Israel, usando armas cada vez mais poderosas, até nucleares caso venha a ter posse desse tipo de armamento.

 O Filho do Hamas e sua cruzada para eliminação do grupo Hamas

Desde a infância, Mosab Hassan Yousef, nascido em 1978 na Cisjordânia, viveu nos bastidores do grupo fundamentalista islâmico Hamas e testemunhou as manobras políticas e militares que contribuíram para acirrar a sangrenta disputa nos territórios ocupados pelo Israel na antiga Palestina. Por ser o filho mais velho do xeique Hassan Yousef, um dos fundadores do Hamas, todos acreditavam que Mosab seguiria os passos do pai.

Ao ser preso, ele ficou chocado ao ver que presos palestinos mais fracos eram torturados e até mortos por outros mais fortes.  Submetido a rigorosas sessões de interrogatório, ele recebeu e aceitou a proposta do Shin Bet, o serviço de inteligência interno de Israel, de obtenção da liberdade em troca da colaboração para identificar os líderes do Hamas responsáveis por ataques terroristas. Essa decisão foi muito traumática na sua vida, pelo fato de poder ser caracterizada como traição à sua religião e aos interesses de seu povo. 

Apesar dessa terrível contradição, Mosab resolveu colaborar com o Shin Bet, o que o induziu a levar uma vida dupla durante 10 anos, período em que frequentemente fez escolhas arriscadas, motivado, entretanto, pelo seu desejo de conter a violência do Hamas, uma das organizações terroristas mais perigosas do mundo.

Essa decisão teve suporte também na profunda transformação pessoal tida pelo Mosab, que lhe permitiu desfrutar uma jornada de redescoberta espiritual, que culminou na sua conversão ao cristianismo e na crença de que “tolerar e perdoar seus inimigos” é o único caminho para a paz duradoura no Oriente Médio.  

Ao contar a sua história no livro “Filho do Hamas”, Mosab teve o objetivo de mostrar ao seu povo, os palestinos seguidores do Islã, que têm sido usados por regimes corruptos há centenas de anos, e que a verdade pode libertá-los.  Ou seja, não adianta apenas culpar Israel e o Ocidente por todas as desgraças e dificuldades enfrentadas pelos palestinos, se eles mesmos não tomarem a firme resolução para definir o melhor caminho para a redenção do seu povo.  

 

Cingapura como exemplo de uma nação exitosa em um território pequeno

A Faixa de Gaza é um território pequeno, mas pode ser berço para a construção de uma nação pacífica e próspera, como mostra a trajetória seguida por Cingapura, que com território pouco maior, desde a sua independência em 1965 se transformou em um país desenvolvido, em termos tecnológicos, econômicos, sociais e de convívio harmonioso entre diferentes povos e religiões.

Shoji