sábado, 4 de março de 2023

FLORESTA NA INDONÉSIA PEDE SOCORRO

 O Mundo corre contra o tempo para salvar o santuário ecológico na ilha de Sumatra

A rápida destruição das florestas tropicais pelo seu grande efeito na emissão de dióxido de carbono tem sido uma das principais causas para o aquecimento global. Nesse escopo, como detentores de 52% das florestas tropicais do mundo, Brasil, Indonésia e Congo lançaram em 14.11.2022 uma parceria de cooperação na preservação das florestas ainda remanescentes e na restauração da biodiversidade perdida.   


Ref.::Saving the Leuser Ecosystem Global Conservation jan/2023

Importância do Ecossistema Leuser para o Mundo

Na Indonésia, como detentor ainda da maior reserva florestal tropical da Ásia, destaca-se o Ecossistema Leuser, uma área florestal localizada na ilha de Sumatra. Com uma área de mais de 2,6 milhões de hectares, representa um dos sistemas florestais mais ricos e menos conhecidos do mundo, e sua vegetação é uma importante fonte de biodiversidade e de oxigênio da Planeta além de ser o último local na Terra onde o elefante da Sumatra, rinoceronte do  Sumatra, tigre e orangotango são encontrados em uma mesma área.

O Ecossistema Leuser se estende desde a costa do Oceano Índico até o Estreito de Malaca, abrangendo 2 vastas cadeias de montanhas, incluindo o Monte Leuser com  3.455m de altitude, 2 grandes vulcões, 3 lagos e mais de 9 grandes sistemas fluviais. Além de fornecer habitats para várias espécies selvagens ameaçadas de extinção, o ecossistema atua como um suporte de vida para aproximadamente 4 milhões de pessoas que vivem ao seu redor, fornecendo um suprimento constante de água, fertilidade do solo, controle de inundações, regulação do clima e mitigação de pragas.

 Expansão do cultivo do óleo de palma devasta a floresta nativa

O Ecossistema Leuser na ilha de Sumatra é uma das últimas florestas tropicais intactas da Ásia, o último lugar na Terra onde rinocerontes, orangotangos, elefantes e tigres ainda correm soltos, mas apesar de ser um Patrimônio Mundial da Unesco  está listada como uma área em risco devido à destruição contínua de sua floresta tropical. 

As principais ameaças a Leuser são a derrubada da mata para a expansão ilegal das plantações de óleo de palma, a extração ilegal de madeira e a caça ilegal de animais selvagens. 

Grandes incêndios anuais na estação seca devido à expansão ilegal de plantações de óleo de palma chegam a fechar escolas em locais distantes como Singapura a Jacarta, resultando em enormes perdas econômicas e problemas de saúde pública. A vida selvagem tem sofridos sérias perdas, restando menos de 50 rinocerontes de Sumatra, a  última população viável dessa espécie na Terra. Em 1920, havia mais de 100.000 tigres de Sumatra e hoje restam menos de 400.

 O Mundo corre para salvar a floresta tropical na Sumatra

A urgência para a necessidade de proteção e preservação do Ecossistema Leuser tem suscitado esforços de governos locais bem como de entidades internacionais. Entre essas, destaca-se a ação da Global Conservation que tem atuado no fornecimento de  financiamento, tecnologias, sistemas e treinamento críticos para proteger grandes florestas intactas e habitats críticos de vida selvagem, enquanto trabalha em estreita colaboração com as comunidades locais para desenvolver de forma sustentável o Ecossistema Leuser e permitir a proteção permanente segundo o lema “No Cut, No Kill”. Ou seja, o seu foco concentra-se na proteção do habitat da vida selvagem, remoção de plantações ilegais e operações madeireiras e combate à caça ilegal,  recorrendo a meios como patrulhas florestais Smart e uso de recursos tecnológicos como vigilância por drones, com o objetivo final de preservar o Ecossistema Leuser como parque nacional e Patrimônio Mundial da Unesco.

 

Ainda há tempo para salvar as grandes florestas tropicais?

O tempo para salvar as grandes florestas tropicais na Amazônia, Indonésia e Congo é cada vez mais curto mas para isso é imprescindível reduzir drástica e efetivamente o desmatamento, chegando à total cessação do desmatamento nos próximos anos. Adicionalmente, deve ser feito grande esforço para restaurar as coberturas florestais em áreas já mais fragilizadas de forma a preservar a grande biodiversidade ainda existente nessas áreas.

Shoji 

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