Área reflorestada com vegetação nativa da Mata Atlântica serve de abrigo e refúgio para várias espécies animais
Desde 1995, o Sítio Curucutu, na estrada do Capivari, a
cerca de 50 km ao sul do centro da cidade de SP, perto da Serra do Mar, com
área florestada de 850 mil m2, equivalente a 750 campos de futebol, é
reconhecido como Reserva Privada do Patrimônio Natural (RPPN), um certificado
do governo federal no qual os proprietários privados assumem a responsabilidade
de manter a preservação da natureza, de proteger os recursos hídricos, de
auxiliar no manejo e de colaborar no desenvolvimento de pesquisas científicas,
entre outros serviços ambientais.
Além da área florestada com vegetação nativa da Mata
Atlântica, a RPPN se tornou habitat e refúgio de
centenas de espécies de aves e animais como tatus, cobras, antas, gatos e
cachorros do mato e até onça, onde a Secretaria do Verde e Meio Ambiente
do Município de São Paulo tem, desde 2018, como sítio de soltura de animais
apreendidos, muitos deles em estado grave de saúde física. Dos animais recebidos, 90% são aves, muitas com ferimentos
de várias origens.
Ref.: a) Advogado fez do seu sítio uma reserva ambiental que hoje serve de habitat para centenas de animais 18 de jun. de 2021 Estadão
b) “Curucutu”, uma reserva florestal particular em São Paulo 8 de set. de 2017 Jornal da Gazeta
Transformação em RPPN em 1995 para os benefícios ambientais na localidade
A criação da RPPN foi resultante basicamente
do esforço do advogado Jayme Vita
Roso, hoje com 87 anos, que comprou as primeiras terras às
margens da Rodovia dos Imigrantes, para fazer loteamento no final dos anos 60.
Mesmo sem o devido conhecimento ambiental, Jayme se incomodava com o
desmatamento e, assim, decidiu reflorestar ao mesmo tempo que foi comprando
mais terras no entorno, acabando por plantar 600 mil mudas de árvores e criar
uma floresta com área de 850 mil m2 de vegetação nativa, que serve também de abrigo
para diversas espécies animais.
Pela ação transformadora para a região
no extremo sul de São Paulo, Jayme Roso, merecidamente, recebeu em 2004 o título
de Cidadão Emérito pela Câmara Municipal de São Paulo.
O sítio atualmente é administrado pelas
filhas de Jayme, Ana e Vera, que são as responsáveis por plantar, somente mudas
de espécies nativas de Mata Atlântica, e por repensar o sítio para se tornar
viável financeiramente, dentro do escopo do que é permitido numa RPPN, como promover
o ecoturismo, realizar o plantio sustentável, além de realizar atividades
educativas, autorizadas pelo órgão ambiental responsável.
Ao final, é muito gratificante
perceber como a ação de um cidadão e seus familiares contribuem para melhorar a
realidade e as condições ambientais de uma região próxima de uma grande metrópole
como São Paulo, que tem uma notória escassez de áreas florestais preservadas
para o benefício de seus habitantes e para a fauna local.
Shoji
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