sábado, 30 de março de 2019

JOVENS EM DEFESA DO PLANETA


Menina ativista de 16 anos lidera movimento mundial contra o aquecimento global  


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Em 20.08.2018, Greta Thunberg, uma adolescente estudante sueca de 16 anos, decidiu não frequentar a escola até as eleições gerais de 2018 na Suécia, marcadas para 9 de setembro, depois da ocorrência de ondas de calor e incêndios em seu país. Seus pedidos foram direcionados ao governo sueco para a redução das emissões de carbono, em cumprimento ao Acordo de Paris. Para marcar o protesto, ela sentou do lado de fora do Parlamento sueco todos os dias, durante o horário escolar com o sinal de escola em  greve pela defesa do clima.
Após as eleições gerais, ela continuou a greve todas as sextas-feiras, ganhando inusitada atenção mundial. Protestos semelhantes foram organizados em outros países, como Holanda, Alemanha,  Finlândia e  Dinamarca.
O impacto da ação da Greta é mais significativo ainda pelo fato dela sofrer da síndrome de Asperger, uma espécie de autismo, que é uma perturbação que afeta as capacidades de comunicação e de relacionamento social, e por ela ter sofrido uma crise de depressão aos 11 anos. 
Na maior e mais recente mostra da força da sua campanha, em 15.03.2019, sexta-feira, uma massa de jovens convocada pelas redes sociais marchou em 1769 cidades de 112 países para cobrar das autoridades maior atenção ao problema climático.
A força da influência de Greta nas questões climáticas levou ela a discursar na Conferência do Clima da ONU em dezembro/2018 na Polônia e em janeiro/2019 fez uma apresentação no Fórum Econômico Mundial de Davos na Suíça perante uma plateia atenta constituída dos mais altos executivos e autoridades políticas e econômicas do mundo.

Ativismo juvenil pelo futuro do Planeta
A atuação da Greta está inspirando uma geração de jovens líderes ambientalistas, preocupadas com o próprio futuro ao redor do mundo.   E isso é muito significativo pelo fato desse movimento ser capitaneado não por velhas lideranças, mas sim por jovens e adolescentes, que são aqueles que, juntamente com as futuras gerações, serão os mais afetados pelo desequilíbrio ambiental que tem se tornado cada vez mais presente e visível em todo o mundo.
Soji Soja

sábado, 9 de março de 2019

EXTREMISTA HÚNGARO CONVERTE-SE AO JUDAÍSMO E DEFENDE TOLERÂNCIA


A transformação do radicalismo à tolerância




É impressionante a história de Csanad Szegedi, jovem húngaro,  nascido em 22.09.1982, que foi membro entre 2003 a 2012 do partido nacionalista Jobbik, de tendência extremista e com posicionamento claramente antissemita.  Em 2006 elegeu-se como vice líder do partido Jobbik, e ajudou a fundar a Guarda Húngara, uma milícia criada para demonstrar ações de intolerância, inclusive de caráter intimidadora contra as minorias, como as comunidades cigana e judia.  Com esse perfil e discursos radicais, ele se elegeu em 2009 ao Parlamento Europeu onde permaneceu até 2014. 

Revelação da sua origem e conversão ao judaísmo 

Entretanto, tudo começou a mudar em 2012, ao descobrir que sua avó materna era judia, deportada ao campo de Auschwitz durante a II Guerra Mundial e que conseguira sobreviver aos horrores praticados pelos nazistas nesse campo de trabalhos forçados e de extermínio em massa.  
Pelas tradições judaicas, sendo a sua avó judia e a sua mãe também, Csanad era considerado legitimamente judeu, mas ele desconhecia esse fato durante toda sua infância e juventude, pois fora criado totalmente como cristão protestante.    
A sua avó nunca revelou a sua origem judia, ao contrário, escondeu a tragédia sofrida no passado, como por exemplo cobrindo nos meses de verão a tatuagem com número de identificação feita nos prisioneiros dos campos de concentração. 
A revelação sobre a sua origem judia inicialmente colocou uma série de dúvidas sobre a continuidade da sua atuação nessas associações extremistas, inclusive com manifestações antissemitas.  
As conversas francas com a suas avó e mãe, e a consulta aos rabinos judeus começaram a moldar uma clara mudança  nos  seus pensamentos e atitudes, estimulando o a visitar Israel e a conhecer pessoalmente o campo de Auschwitz, o que culminou com a sua conversão ao judaísmo ortodoxo e sua imigração a Israel.
A sua rápida transformação e as suas recentes manifestações  como extremista radical antijudaico,  faz com que muitos dos membros da própria comunidade judaica duvidem  da autenticidade da mudança da postura do Szegedi.     

A sua dedicação hoje ao combate à intolerância 

Entretanto, isso não o desanima, e hoje ele se dedica a dar palestras em escolas para divulgar a cultura judaica e a alertar contra os perigos da intolerância, usando para tanto a sua rica experiência e a sua facilidade de expressar em público, que o levou à liderança de associações radicais como Jobbik e a Guarda Húngara, e até a ser eleito como membro do Parlamento Europeu. 
Assim, agora ele se dedica a propósitos muito mais nobres e tendentes a buscar a paz, o sentimento de tolerância e o maior entendimento entre povos, países e religiões.  
Soji Soja

sábado, 2 de março de 2019

VISITA HISTÓRICA DO PAPA AO BERÇO DO ISLÃ


Mais um avanço no entendimento entre as grandes religiões


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O Papa Francisco iniciou em 03.02.2019, domingo, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos (EAU), a primeira visita de um chefe da Igreja Católica à Península Arábica, berço do islamismo. 
O Papa Francisco foi recebido pelo príncipe herdeiro de Abu Dhabi, xeque Mohamed bin Zayed al-Nahyan, e pelo imã de Al-Azhar, a instituição mais importante do Islã sunita, sediada no Cairo, Egito, xeque Ahmed al-Tayerbiman.
A grande contribuição dessa visita simbólica foi o aprofundamento no diálogo e maior entendimento entre as grandes religiões mundiais, o que pode reduzir a probabilidade de ocorrência de novos conflitos militares, principalmente no Oriente Médio. 

Por quê nos Emirados Árabes Unidos
É significativo que essa visita tenha ocorrido no EAU, um país muçulmano considerado moderado e bastante aberto ao mundo exterior, e com perfil mais tolerante às outras religiões, como comprova o fato de que nos EAU vivem cerca de 1 milhão de católicos, aproximadamente 10% da sua população, embora a maioria deles sejam de trabalhadores asiáticos, principalmente das Filipinas e da Índia.  Assim, o EAU é bastante diferente do seu grande vizinho, a Arábia Saudita, onde não se permite a prática de outra religião que não seja o islamismo.  

Esforço para o fim da guerra no Iêmen
A visita papal também representou mais um esforço para terminar com a guerra no Iêmen, que opõe as forças pró-governo, apoiadas  desde 2015 pela Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, aos rebeldes houthis xiitas, estes apoiados pelo Irã e que controlam amplas zonas do país, incluindo a capital Sanaa. Esse conflito que já dura quase 4 anos submete o povo iemenita à extrema violência e todas as suas consequências econômicas, sociais e de degradação humana.

Pena de morte por apostasia pode ser aplicada nos EAU
Também é importante destacar a visita aos EAU, onde acusações de blasfêmia e conversão de muçulmanos para outras religiões (apostasia) podem ser punidas com a  morte. 
De fato, de acordo com o relatório publicado em 2012 pelo Pew Research Centre, nos Estados Unidos, 94 dos 198 países do mundo têm leis que penalizam blasfêmia, apostasia e a difamação religiosa. Ou seja, a apostasia é vista como um dos crimes mais graves no mundo muçulmano, podendo ser punida com morte em 20 países: Egito, Irã, Iraque, Jordânia, Kuwait, Omã, Quatar, Arábia Saudita, Síria, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Afeganistão, Malásia, Maldivas, Paquistão, Camarões, Mauritânia, Nigéria, Somália e Sudão. 
Como o islamismo é hereditário, filhos de um muçulmano são automaticamente considerados muçulmanos, o que lhes tira qualquer liberdade de optar ou não por essa religião. 
Assim, muçulmanos que abandonam essa crença podem estar sujeitos a penalidades, que podem chegar a pena de morte, não somente no país de origem mas também em outro para onde ele tenha migrado, inclusive, em busca de maior segurança.   
Isso cria um clima de insegurança ao convertido, mesmo em outro país, de modo que muitos que abandonam a crença muçulmana exercem a nova fé de forma secreta, em um ambiente de medo.  

Não há justificativa para a pena de morte por apostasia 
A pena capital deveria ser abandonada, e mesmo as demais consideradas mais brandas,  pois a liberdade de pensamento e de exercício da fé religiosa deveria ser de exclusiva escolha de cada pessoa.  Alguns bons exemplos estão surgindo, como ocorreu em Marrocos, que abandonou em 2017 a aplicação da pena capital em caso de apostasia, e espera-se que isso se espalhe por mais países. 
Soji Soja