A transformação do radicalismo à
tolerância
É impressionante a história de Csanad Szegedi, jovem húngaro, nascido em 22.09.1982, que foi membro entre 2003 a 2012 do partido nacionalista Jobbik, de tendência extremista e com posicionamento claramente antissemita. Em 2006 elegeu-se como vice líder do partido Jobbik, e ajudou a fundar a Guarda Húngara, uma milícia criada para demonstrar ações de intolerância, inclusive de caráter intimidadora contra as minorias, como as comunidades cigana e judia. Com esse perfil e discursos radicais, ele se elegeu em 2009 ao Parlamento Europeu onde permaneceu até 2014.
Revelação da sua origem e conversão ao judaísmo
Entretanto, tudo começou a mudar em 2012, ao descobrir que sua avó materna era judia, deportada ao campo de Auschwitz durante a II Guerra Mundial e que conseguira sobreviver aos horrores praticados pelos nazistas nesse campo de trabalhos forçados e de extermínio em massa.
Pelas tradições judaicas, sendo a sua avó judia e a sua mãe também, Csanad era considerado legitimamente judeu, mas ele desconhecia esse fato durante toda sua infância e juventude, pois fora criado totalmente como cristão protestante.
A sua avó nunca revelou a sua origem judia, ao contrário, escondeu a tragédia sofrida no passado, como por exemplo cobrindo nos meses de verão a tatuagem com número de identificação feita nos prisioneiros dos campos de concentração.
A revelação sobre a sua origem judia inicialmente colocou uma série de dúvidas sobre a continuidade da sua atuação nessas associações extremistas, inclusive com manifestações antissemitas.
As conversas francas com a suas avó e mãe, e a consulta aos rabinos judeus começaram a moldar uma clara mudança nos seus pensamentos e atitudes, estimulando o a visitar Israel e a conhecer pessoalmente o campo de Auschwitz, o que culminou com a sua conversão ao judaísmo ortodoxo e sua imigração a Israel.
A sua rápida transformação e as suas recentes manifestações como extremista radical antijudaico, faz com que muitos dos membros da própria comunidade judaica duvidem da autenticidade da mudança da postura do Szegedi.
A sua dedicação hoje ao combate à intolerância
Entretanto, isso não o desanima, e hoje ele se dedica a dar palestras em escolas para divulgar a cultura judaica e a alertar contra os perigos da intolerância, usando para tanto a sua rica experiência e a sua facilidade de expressar em público, que o levou à liderança de associações radicais como Jobbik e a Guarda Húngara, e até a ser eleito como membro do Parlamento Europeu.
Assim, agora ele se dedica a propósitos muito mais nobres e tendentes a buscar a paz, o sentimento de tolerância e o maior entendimento entre povos, países e religiões.
Soji Soja
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