sábado, 11 de fevereiro de 2017

GREVE DA POLÍCIA PREJUDICA O POVO DO ESPÍRITO SANTO

Corrupção na classe dirigente não deve ser argumento para a greve da polícia


No dia 04.02.2017, sábado, policiais militares do Estado de Espírito Santo iniciaram um movimento de greve, tendo como reivindicação o aumento de salário e melhores condições de trabalho. A ausência de policiamento gerou imediatamente uma onde de violência no Estado, com roubo e saques de lojas e diversos estabelecimentos comerciais, e concomitante aumento substancial de lesões corporais e homicídios. Além disso, com a greve, lojas, escolas e postos de saúde foram fechados e a volta das aulas na rede pública foi suspensa.
Esse tipo de evento não ocorre pela primeira vez no Brasil, mas mais uma vez causa espanto o fato da ausência de policiamento desencadear quase instantaneamente uma onda de violência, que não deve estar sendo praticado exclusivamente por criminosos convictos. Ou seja, muita gente, considerada comum e honesta, muito provavelmente não estaria resistindo à tentação de aproveitar o momento para praticar pequenos delitos para obter vantagens materiais, por meio de furto e roubo, caracterizando fatos lamentáveis. 

A corrupção praticada pela classe dirigente não deve ser pretexto para legitimar greve da polícia

Causa, entretanto, enorme perplexidade a manifestação feita por alguns ouvintes de redes sociais, defendendo os grevistas sob o pretexto de que como as lideranças políticas roubam tanto e são ricas, nada mais justo que os policiais militares façam greve em busca de melhores salários e condições de trabalho.
Nada mais falacioso e perigoso este tipo de argumento, pois isso legitimaria qualquer forma de ação delituosa por parte da população em geral.   Na realidade, a atitude de todos, principalmente dos servidores públicos, como são os policiais, deveria ser exatamente o oposto, ou seja, de defender e praticar ações pautadas na ética e na moralidade, de modo a criar condições para a restauração da conduta ilibada e correta em todos os estratos populacionais.   
A legitimação da greve na polícia, tendo como argumento a corrupção de parte da classe dirigente, teria a mesma natureza de pagar um mal com um outro mal, o que desencadearia um processo autodestrutivo na sociedade,  de modo que a ação a ser efetivada deveria ser exatamente o oposto: frente ao mal, deve se praticar o bem, como ensinam os grandes sábios e mestres da humanidade.   
Ademais, a greve da polícia prejudica a quem mais deveria beneficiar, o cidadão contribuinte, que além de pagar os impostos para a prestação desse serviço público essencial, constitui o público alvo a ser atendido pelo serviço prestado pelo Estado. 

Soji /Soja

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