sábado, 22 de outubro de 2016

RESTAURAÇÃO FLORESTAL BRASILEIRA DE 12 MILHÕES DE HECTARES ATÉ 2030



Uma grande oportunidade ao Brasil para dinamizar sua economia e mitigar catástrofe ambiental em escala mundial 

Em 27.09.2015, o Brasil apresentou na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável a sua contribuição para a 21ª Conferência do Clima da ONU (COP21), realizada em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro/2015, com o principal objetivo de cooptar o esforço mundial de 195 nações para conter o aquecimento do planeta em até 2º C até o fim deste século, em relação aos níveis pré-industriais, e assim evitar as mudanças climáticas catastróficas para a Terra.
Entre os 5 principais compromissos, o Brasil assumiu aquele de recuperar 12 milhões de hectares de florestas, equivalente a 120 mil km2 (área da Inglaterra) até 2030, o qual foi considerado um dos mais ambiciosos apresentados pelos países signatários da Convenção sobre Mudanças Climáticas.  Entretanto, os custos para o cumprimento dessa meta não eram bem conhecidos na época, mas, agora, há um estudo e cálculos coordenados pelo Instituto Escolhas.   A pesquisa partiu do Código Florestal para estimar as áreas de Reserva Legal a recuperar nos biomas Amazônia e Mata Atlântica, o custo por hectare da restauração, os valores para a execução de práticas de manejo florestal e os benefícios resultantes da recuperação, podendo a meta de 12 milhões de ha ser atingida gradualmente, com acréscimo anual de áreas até 2030.
O alcance dessa meta requer investimento entre R$ 31 bilhões e R$ 52 bilhões, conforme o cenário escolhido (diferentes proporções de (i) regeneração natural; (ii) plantio total ou (iii) enriquecimento e adensamento). Isso geraria receitas (considerando-se somente o valor comercial da madeira) entre R$ 13 bilhões a R$ 23 bilhões, arrecadação de impostos entre R$ 3,9 bilhões a R$ 6,5 bilhões e a criação de 138 mil a 215 mil empregos. Sua implantação consolidaria uma moderna indústria de recuperação florestal no país. A floresta recuperada será fonte, ainda, de atividades econômicas, por meio das cadeias produtivas dos seus produtos, movimentando dezenas de bilhões de dólares nas próximas décadas.  
Com isso, o Brasil, ao contribuir para o combate às mudanças climáticas globais, tem a possibilidade de dinamizar sua economia ao mesmo tempo em que se beneficiaria de efeitos como a diminuição de sua exposição a crises hídricas.
O projeto, em tese, é viável, mas a sua implementação efetiva exigiria esforço substantivo e persistente em termos de requerimentos materiais, tecnológicos e financeiros de grandes dimensões, que deve ser iniciado imediatamente, o que parece difícil de ocorrer.  Enfim, configura-se um grande desafio a ser vencido pelo País em sua contribuição para o combate ao desequilíbrio ambiental em escala mundial.  
Soji Soja



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