sábado, 21 de maio de 2016

SERVIÇO PÚBLICO DEVE SERVIR BEM AO PÚBLICO E NÃO AO INTERESSE PARTICULAR



A coluna “Visto, lido e ouvido”, do colunista Ari Cunha, no jornal Correio Braziliense, de 26.04.2016, sob o título “Serviços Públicos devem explicação ao público” coloca em evidência um tema recorrente. Segundo esse autor, não é segredo para ninguém que a qualidade dos serviços públicos oferecidos à população oscila entre o insuficiente e o caótico. Ou seja, há um notório descompasso entre o que é arrecadado dos cidadãos contribuintes na forma de diversos impostos e contribuições e o retorno à sociedade na forma de prestação deficiente de serviços públicos.
            E essa situação é facilmente percebida quando se faz uma visita corriqueira aos hospitais, escolas públicas, cadeias e presídios ou qualquer repartição ou órgão onde é prestado o serviço público. Mesmo que os recursos não sejam aqueles idealmente recomendados, seria possível elevar o nível na qualidade de atendimento se os servidores estivessem totalmente imbuídos da sua missão de servir bem à sociedade, que, enfim, paga os salários e todos os custos associados à manutenção da estrutura governamental.

Fatores que prejudicam a qualidade do serviço público

            Entre outros motivos, a prestação do serviço público é prejudicada por fatores como a distorção no uso de prerrogativas atribuídas aos servidores, como:
(i) as recorrentes greves, ou seja, embora a greve no serviço público não esteja regulamentada, parcela significativa de servidores de algumas carreiras recorre a essa prática que acaba prejudicando a quem o serviço deveria ser prestado, o cidadão comum, que paga os impostos e contribuições necessárias à manutenção do serviço público;
(ii) uso distorsivo de benefícios como licença saúde ou médica, abonos assiduidade, etc. como forma de se ausentar do local de trabalho, muitas vezes, por períodos bastante longos; isso é bastante visível, por exemplo, na rede pública de ensino e de assistência à saúde, onde é notória a falta de profissionais, como professores, médicos e enfermeiros e demais técnicos de assistência médica, decorrente, em grande parte, dessa prática de abstinência forjada ao local de trabalho;
(iii) desvio de função para o qual foi contratado, mediante transferências para outras áreas, normalmente administrativas, inclusive por meio de requisições; por exemplo, policiais fazendo serviços burocráticos ou até requisitados para outros órgãos ou funções, sem qualquer relacionamento com o policiamento, o que representa desperdício enorme de recursos públicos;
(iv) uso lesivo de meios para se conseguir a aposentadoria precoce, inclusive pela invalidez permanente, bem como de outros meios, usados como muita criatividade.

            Enfim, os benefícios e regalias concedidos aos servidores, que teriam objetivo de dar estabilidade e a garantir a continuidade dos serviços, acabam, muitas vezes, sendo usados de forma distorcida, em prejuízo da própria comunidade, a quem o serviço público deveria ser prestado. 

Soji Soja


Nenhum comentário:

Postar um comentário