sexta-feira, 20 de junho de 2025

VISITA DA PRINCESA JAPONESA KAKO AO BRASIL

 A visita da princesa Kako vivifica os fortes laços culturais entre o Brasil e o Japão

A princesa Kako de Akishino da família imperial do Japão visitou o Brasil por 11 dias entre os dias 05 e 15.06.2025 como parte das comemorações dos 130 anos do início das relações diplomáticas oficiais entre o Brasil e o Japão estabelecido pela assinatura do Tratado de Amizade Comércio e Navegação em 05.11.1895 em Paris, França.

A princesa Kako tem 30 anos de idade é segunda filha do príncipe herdeiro Fumihito de Akishino e da princesa Kiko, sendo portanto sobrinha do atual imperador Naruhito.

A passagem por terras brasileiras contemplou as cidades de São Paulo-SP, de 05 a 07.06, Maringá-PR, Rolândia-PR e Londrina-PR, em 08 e 09.06, Campo Grande-MS, em 10.06, Brasília-DF, em 11 e 12.06, Rio de Janeiro, em 13.06 e Foz do Iguaçu-PR em 14 e 15.06.

Durante a visita, seguindo o protocolo de segurança, a princesa Kako manteve encontro com diversas autoridades brasileiras federais, estaduais e municipais, e com representantes e membros da grande comunidade nipo-brasileira, que é a maior população nikkei fora do Japão, com cerca de 2 milhão de descendentes e desempenha papel fundamental no fortalecimento das relações culturais e econômicas entre os 2 países.

 

Ref.: 09-06-25 Princesa Kako é recebida com homenagens e celebrações culturais em Londrina – LONDRINA Tarobá | Afiliada Band 09.06.2025

Identificação da princesa com os valores culturais nipo-brasileiros

A princesa Kako demonstrou especial satisfação com a oportunidade de interagir com jovens, crianças e adultos descendentes dos pioneiros imigrantes japoneses ao Brasil, bem como ao assistir as apresentações culturais e performances dos grupos de jovens de músicas, danças e tambores tradicionais, que estão se empenhando fortemente na preservação e divulgação desses valores culturais nipo-brasileiros.

Para os integrantes da comunidade nipo-brasileira foi motivo de muita honra e orgulho em receber a princesa e manter contato tão próximo com um membro da família imperial, pois mesmo no Japão não há tanta oportunidade do cidadão comum estar tão perto de alguém da família imperial.

 A família imperial mais longeva do mundo

A Casa Imperial do Japão, também conhecida como o Trono do Crisântemo, é a mais antiga monarquia contínua do mundo e de acordo com a mitologia japonesa, foi fundada em 660 A.C. pelo lendário imperador Jimmu, que é considerado o primeiro imperador do Japão. Sob a atual Constituição do Japão, o Imperador é "o símbolo do Estado e da unidade do povo". O Imperador como outros membros da família imperial exercem deveres cerimoniais e sociais, mas não têm qualquer papel decisório nos assuntos do governo.  Pelo exercício como símbolo da unidade do povo e pela simplicidade de seus hábitos cotidianos, a família imperial desfruta de enorme prestígio e é muito querida pela população japonesa. A Casa Imperial reconhece 126 monarcas, começando com o imperador Jimmu em 660 A.C, e continua até hoje com o Imperador Naruhito.

 Futuro imperador ou imperatriz do Japão?

Pela atual Lei da Casa Imperial, somente homem pode ser imperador. Assim, caso a lei não seja alterada, nem a filha do atual imperador Naruhito, Aiko, muito menos a sua sobrinha Kako, podem sucedê-lo, podendo essa função ser exercida pelo Hisahito, sobrinho de Naruhito e irmão mais novo da princesa Kako. 

Shoji


sábado, 14 de junho de 2025

PEPE MUJICA O PRESIDENTE MAIS POBRE DO MUNDO

 Desenvolvimento não é consumir mais e sim ser mais feliz com menos

Em 13.05.2025, em decorrência de câncer no esôfago, faleceu aos 89 anos José Alberto Mujica Cordano, mais conhecido como Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai entre 2010 e 2015, sendo amplamente reconhecido por seu estilo de vida austero, sua retórica humanista e sua atuação firme em defesa da democracia, dos direitos sociais e da soberania popular.

 

Ref.: Quem foi Pepe Mujica, um dos maiores políticosda história contemporânea g1 19.05.2025

Militância socialista e guerrilheiro do Montoneros

Pepe Mujica cresceu em uma família de pequenos agricultores de origem basca e italiana e desde jovem envolveu-se em atividades políticas, militando no Partido Nacional e na Juventude Nacionalista. Na década de 1960, integrou o Movimento de Libertação Nacional – Montoneros, grupo guerrilheiro que combatia a ditadura nos anos 1970 e 1980, tendo sido preso por 14 anos entre 1972 e 1985.

 Abandono da luta armada e carreira política até a presidência do Uruguai

Com a redemocratização uruguaia e consequente anistia aos delitos políticos cometidos a partir de 1962, foi libertado em 1985 e abandonou de vez a luta armada. Em 1994, iniciou sua carreira política oficial elegendo-se deputado e em 1999 como senador. Entre 2005 e 2009, no governo Tabaré Vasquez, ocupou o cargo de Ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca e em 2009 foi eleito presidente do Uruguai assumindo esse posto em 01.03.2010. Após o mandato presidencial foi eleito senador entre 2015 e 2019.

 Adoção de políticas progressistas como a legalização da maconha

Como presidente, implementou políticas progressistas que colocava o Uruguai na vanguarda social da América Latina, como a legalização do aborto e da maconha e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ao regulamentar a produção, distribuição e a venda da maconha em dez/2013 tornou o Uruguai o 1º país do mundo a legalizar o mercado da maconha para uso recreativo. Enquanto presidente, Mujica recebia 230 mil pesos mensais (cerca de R$ 22.120) dos quais doava 90% para o seu partido a Frente Ampla e também para um fundo para construção de moradias.

 Vida modesta sem mordomias do cargo público junto com o seu fusca azul

Recusava os luxos do cargo e não se mudou para a residência presidencial continuando a morar na sua modesta chácara, com a esposa e atual senadora Lucia Topolansky, nos arredores de Montevidéu, sem empregados domésticos e com pouca segurança. Seu estilo informal de se vestir, a decisão de viver com muito pouco e o hábito de se deslocar em um velho Fusca azul celeste de 1987 rendeu lhe o título na imprensa de “o presidente mais pobre do mundo”.

 Ser mais feliz com menos e exemplo ao mundo pela simplicidade

Pepe Mujica, apesar do passado violento de guerrilheiro, deixa um legado de integridade, coerência e compromisso com os valores humanos. Sua trajetória inspira ou deveria inspirar líderes e cidadãos do mundo a repensar as prioridades da vida e da política, valorizando a simplicidade, a empatia e a justiça social. Para ele, o desenvolvimento não era consumir mais mas ser mais feliz com menos.

Isso é um contraste total com a postura de muitos que ocupam elevados cargos no serviço público refestelando-se de privilégios às custas da população, que em grande parte vive ainda em condições humildes e precárias, como ocorre com os supersalários na elite do serviço público brasileiro.  

Shoji

 

sábado, 7 de junho de 2025

O LEGADO DO FOTÓGRAFO SEBASTIÃO SALGADO

 O seu notável trabalho de retratar o drama da humanidade foi reconhecido mundialmente 

Sebastião Salgado foi um fotógrafo documental e fotojornalista brasileiro que deixou este mundo em 23.05.2025 aos 81 anos com notável legado em fotografias dramáticas e em projetos sociais, culturais e ambientais. Trabalhando inteiramente com fotos em preto e branco, o respeito de Sebastião Salgado pelo seu objeto de trabalho e sua determinação em mostrar o significado mais amplo do que estava acontecendo com essas pessoas criou um conjunto de imagens que testemunham a dignidade fundamental de toda a humanidade ao mesmo tempo que protestam contra a violação dessa dignidade por meio da guerrapobreza e outras injustiças sociais.

 

Ref.: Confira o legado do fotógrafo Sebastião Salgado | Jornal da Noite Band Jornalismo 24.05.2025

Seu notável trabalho foi reconhecido mundialmente

Salgado viajou por mais de 120 países para seus projetos fotográficos. A maioria deles apareceu em inúmeras publicações de imprensa e livros e exposições itinerantes de seu trabalho foram apresentadas em todo o mundo. Sebastião Salgado teve reconhecimento mundial e recebeu praticamente todos os principais prêmios de fotografia do mundo por seu trabalho. Fundou em 1994 a sua própria agência de notícias, As Imagens da Amazônia, que representa o fotógrafo e seu trabalho. Salgado foi Embaixador da Boa Vontade da UNICEF. Ele recebeu o W. Eugene Smith Memorial Fund em 1982, foi membro honorário estrangeiro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos desde 1992 e recebeu a Medalha do Centenário e Bolsa Honorária da Royal Photographic Society (HonFRPS) em 1993. Foi também membro da Academia de Belas-Artes da França  sendo o primeiro brasileiro a integrar o rol de imortais dessa instituição.

Seu filho, o cineasta Juliano dirigiu, juntamente com o também fotógrafo Wim Wenders, o documentário O Sal da Terra, sobre o trabalho de seu pai. que foi indicado ao Oscar 2015 de melhor documentário.

 Instituto Terra para restauração florestal

Com sua esposa, a pianista Lélia Wanick Salgado, fundou em abril de 1998 o Instituto Terra, uma organização civil sem fins lucrativos. Esse projeto foi motivado como resposta ao cenário de degradação ambiental em que se encontrava a antiga fazenda de gado da família de Sebastião Salgado, localizada no município mineiro de Aimorés, na bacia hidrográfica do Rio Doce, com o fim de devolver à natureza o que foi destruído pela ação predatória humana.

O primeiro passo foi transformar a área da então fazenda de pecuária em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Bulcão, tendo o título sido obtido de maneira inédita no Brasil em outubro/1998, por uma propriedade degradada, diante do compromisso de vir a ser reflorestada.

No âmbito da ação do Instituto Terra, são desenvolvidos projetos que vão desde a restauração florestal, produção de mudas nativas, proteção de nascentes, educação ambiental e até a pesquisa científica aplicada, com o apoio financeiro de diferentes parceiros, tanto das esferas pública e privada, bem como de fundações e doadores de vários países e de outras instituições do Terceiro Setor.

Para dar suporte à restauração florestal, o Instituto Terra desenvolve mudas nativas desde 2001, com capacidade para produzir 1 milhão de mudas por ano, não somente para o plantio interno na RPPN Fazenda Bulcão como também para atender a outros projetos na região. Para tanto, faz-se a coleta de sementes de mais de 290 espécies da Mata Atlântica no raio de 200 quilômetros ao redor da RPPN.

Assim, além da recomposição do solo e o restabelecimento da cobertura vegetal da RPPN Fazenda Bulcão como em outras propriedades, também está sendo promovido o resgate dos recursos hídricos, ou seja, a recuperação das nascentes de água, bem como do retorno da vida animal, de modo que muitas espécies que estavam desaparecendo estão encontrando refúgio seguro no Instituto Terra.

Shoji