O International Board poderia ser mais flexível à atualização de regras
Em 2022, o futebol será mais uma vez o
grande acontecimento esportivo global com a realização da Copa do Mundo no
Catar. Como espetáculo esportivo, entretanto, deve-se reconhecer que as regras
de futebol estão defasadas em comparação aos demais esportes coletivos. Assim, algumas
pequenas mudanças poderiam tornar esse velho esporte bretão ainda mais atraente
ao grande número de apreciadores em todos os cantos do mundo.
Inicialmente, uma
proposta por mim defendida foi adotada com grande sucesso, que foi o aumento do
limite de substituições em jogos oficiais, de 3 para 5, porém, com no máximo em
3 janelas, para evitar mais parada de jogo para substituições. Essa alteração é coerente com os demais jogos
coletivos, em que não há limite de substituições, dando ao treinador mais opções de alterar a forma
de atuar do seu time, e assim mudar o rumo do jogo, tornando-o mais dinâmico e
atrativo. Outro grande benefício é reduzir a ocorrência da contusão física de jogador
sem possibilidade de troca por outro jogador, apesar do técnico dispor de um
grande número de suplentes no banco, o que é um total contrassenso.
Com isso, aumentou também a possibilidade
do treinador dar mais chance de jogo a jogadores jovens, prática essa inibida, por envolver maior
risco ao time.
Um dos argumentos usados contra o aumento
das substituições era de que isso daria mais chance de um time fazer cera, caso
isso seja da sua conveniência. Essa prática pode ser minimizada pelo aumento de
tempo de prorrogação, a critério de cada juiz, ou, a solução definitiva seria a
adoção do tempo útil ao invés do tempo corrido, como descrito na 1ª sugestão de
mudança abaixo. O aumento de substituições de 3 para 5 foi adotado no contexto
da pandemia da Covid-19, mas espera-se que não venha a ser revertida, o que
seria um tremendo retrocesso.
Ref.: a) JOGADORES FAZENDO CERA 5 de jan. de 2021 Doutrinadores
Da Bola
b) Nikão faz cera e arruma confusão com
jogadores do Bota 25 de jun. de 2012 LANCE!
Além disso, as seguintes 2 mudanças
poderiam ajudar o futebol a se tornar mais interessante.
1.
Troca do tempo corrido de 45 minutos por
tempo útil de jogo, por exemplo, de 30 minutos.
Similarmente aos demais jogos coletivos em
que se adota o tempo útil, isso coibiria a velha prática de fazer cera, de
atrasar jogadas ou simular contusões só para ganhar tempo, como é corriqueiro
hoje, que torna o jogo cansativo, deprimente e menos fair play (jogo limpo).
Também, seria eliminado o arbitramento do
tempo de prorrogação após o tempo regulamentar hoje feito pelo juiz, o que causa
muitas reclamações pelos jogadores, técnicos, dirigentes e torcedores. Virando tempo útil, acaba se esse tipo de questionamento.
Recentemente, no final da Copa América 2021, em 10.07.2021, a
Argentina, fez um gol contra o Brasil no início do 1º tempo, e para garantir o
resultado e o título, abusou do antijogo, sem que o juiz uruguaio Ostojich fosse
capaz de coibi-la o que na prática é muito difícil, pois os jogadores dispõem
de muitos recursos para ganhar tempo com a chamada “cera”.
Com a adoção do tempo útil, o número de
substituições poderia até ser aumentado além de 5, tornando
o jogo mais dinâmico, como ocorre nos jogos coletivos de grande popularidade
como basquete, futsal, hóquei, etc.
Há crítica de que isso poderia tornar o
jogo com duração incerta, o que poderia tornar menos atrativo para o seu televisionamento.
Isso não é procedente, pois jogos como o basquete, que adota o tempo útil, são
eventos televisivos de sucesso como o NBA norte americano. Ademais, com o tempo
útil fica inútil a chamada “cera”, de modo que o jogo ficaria mais corrido, com
menos interrupções, reduzindo-se a incerteza sobre a duração total do jogo.
2.
Em caso de expulsão, a possibilidade de
substituição pelo suplente após decorridos 15 minutos ou até a marcação de l
gol pelo adversário, o que ocorrer primeiro
Essa regra seria semelhante àquela
aplicada no futsal e também no hóquei de gelo. Neste último esporte, por
qualquer falta, o jogador fica eliminado por 2 minutos ou até a marcação de l
gol pelo adversário o que ocorrer primeiro.
Similarmente, a mesma regra é adotada no futsal.
A regra atual de expulsão é muito drástica
ao time infrator, principalmente se isso ocorrer logo no início do jogo, pelo
fato de colocar o time infrator em enorme desvantagem, que praticamente
impossibilita o time a enfrentar o adversário em igualdade de condições,
simplesmente pelo fator numérico.
Por exemplo, em jogo decisivo na 37ª rodada
do Campeonato Brasileiro em 21.02.21, a expulsão de Rodney, do Internacional,
contra o Flamento, aos 3 minutos do 2 º tempo, foi decisivo para decretar a vitória
flamenguista por 2x1, e assim ganhar o campeonato.
Assim, por ser muito severa, o juiz fica inibido
a aplicar essa penalidade. Com a mudança proposta, a expulsão poderia ser
aplicada de forma mais coerente e até mais frequente para coibir a violência e
outras irregularidades mais sérias, tornando o jogo mais fluido e
disciplinado.
Pode-se argumentar que, não sendo a
expulsão definitiva, isso poderia estimular atos de violência contra jogadores
adversários mais destacados, mas isso não ocorrerá pois o jogador expulso
continuaria sendo punido com a suspensão automática para o próximo jogo e sujeito
a outras penalidades mais severas como a suspensão por período maior do que l
jogo.
Shoji
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