sábado, 6 de março de 2021

É PRECISO RESTAURAR A FLORESTA E NÃO SOMENTE PRESERVAR

 Restauração florestal no Vale do Rio Doce faz parte da meta de reflorestar 12 milhões de hectares até 2030

Na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, o Brasil apresentou a sua contribuição para a 21ª Conferência do Clima da ONU (COP21), realizada em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro/2015, com o principal objetivo de cooptar o esforço mundial de 195 nações para conter o aquecimento do planeta em até 2º C até o fim deste século, em relação aos níveis pré-industriais, e assim evitar as mudanças climáticas catastróficas para a Terra.

Entre os 5 principais compromissos brasileiros, destaca-se o de recuperar 12 milhões de hectares de florestas, equivalente a 120 mil km2 (área da Inglaterra) até 2030, o qual foi considerado um dos mais ambiciosos apresentados pelos países signatários da Convenção sobre Mudanças Climáticas. 

 


Ref.: Instituto Terra - Renascimento que transforma 17 de fev. de 2021

Além de preservar a biodiversidade é necessário restaurar a cobertura florestal

Apesar da amplitude da meta e da dificuldade de se alcançar tal objetivo, deve-se destacar que já existem iniciativas que podem contribuir para a desejada restauração florestal no País.

 Instituto Terra pode funcionar como projeto piloto

O Instituto Terra, uma organização civil sem fins lucrativos fundada em abril de 1998, é fruto da iniciativa do casal Lélia Deluiz Wanick Salgado e Sebastião Salgado, que diante do cenário de degradação ambiental em que se encontrava a antiga fazenda de gado da família de Sebastião Salgado, localizada no município mineiro de Aimorés, na bacia hidrográfica do Rio Doce, tomou a decisão de devolver à natureza o que foi destruído pela ação predatória humana, não se devendo esquecer que o Sebastião Salgado é aquele mesmo  fotógrafo brasileiro com longa carreira no exterior e reconhecido mundialmente.

O primeiro passo foi transformar a área da então fazenda de pecuária em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Bulcão, tendo o título sido obtido de maneira inédita no Brasil em outubro/1998, por uma propriedade degradada, diante do compromisso de vir a ser reflorestada.

No âmbito da ação do Instituto Terra, são desenvolvidos projetos que vão desde a restauração florestal, produção de mudas nativas, proteção de nascentes,  educação ambiental e até a pesquisa científica aplicada, com o apoio financeiro de diferentes parceiros, tanto das esferas pública e privada, bem como de fundações e doadores de vários países e de outras instituições do Terceiro Setor.

O primeiro plantio na RPPN foi realizado em dezembro de 1999 e em 20 anos, até dezembro 2019, foram plantadas mais de 2 milhões de mudas de árvores nativas na área da antiga fazenda de gado.

Para dar suporte à restauração florestal, o Instituto Terra desenvolve mudas nativas desde 2001, com capacidade para produzir 1 milhão de mudas por ano, não somente para o plantio interno na RPPN Fazenda Bulcão como também para atender a outros projetos na região. Para tanto, faz-se a coleta de sementes de mais de 290 espécies da Mata Atlântica no raio de 200 quilômetros ao redor da RPPN, tendo em 2 décadas de atividade criadas mais de 6 milhões de mudas nativas.

 

Ação similares ao do Instituto Terra precisam ser replicadas

Como resultado da atuação do Instituto Terra, milhares de hectares de áreas degradadas de Mata Atlântica no médio Rio Doce já abrigam áreas reflorestadas com diversas espécies nativas da Mata Atlântica.

Somando as parcerias com outras propriedades, a ação do Instituto Terra contabiliza perto de 2 mil nascentes em processo de recuperação e mais de 1 mil produtores rurais atendidos em 29 municípios no Vale do Rio Doce, sendo 21 em Minas Gerais e o restante no Espírito Santo.

Assim, além da recomposição do solo e o restabelecimento da cobertura vegetal da RPPN Fazenda Bulcão como em outras propriedades, também está sendo promovido o resgate dos recursos hídricos, ou seja, a recuperação das nascentes de água, bem como do retorno da vida animal, de modo que muitas espécies que estavam desaparecendo estão encontrando refúgio seguro no Instituto Terra.

Shoji

 

 

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