O Instituto para o Estudo dos
Regimes Totalitários (sigla em tcheco: ÚSTR) foi criado pelo governo tcheco em
2007 em sua capital, Praga, com a finalidade de reunir, preservar, analisar e
tornar acessível ao público toda a documentação e registros históricos dos
regimes totalitários nazista (1938-1945) e comunista (1948-1989) impostos à
Tchecoslováquia, atualmente desmembradas como países independentes, Chéquia e
Eslováquia.
O acesso aos arquivos do
Instituto para o Estudo dos Regimes Totalitários, em Chéquia, viabilizou a
edição do livro “1964 O Elo Perdido: o Brasil nos arquivos do serviço secreto
comunista”, em outubro de 2017, dos autores Mauro “Abranches” Kraenski (brasileiro-polonês)
e Vladimir Petrilák (tcheco), como resultado de um trabalho de pesquisa de mais
de 3 anos de autores independentes, que reproduz uma série de documentos arquivados
pelo Instituto ÚSTR, em Praga, os quais comprovam a infiltração de agentes
comunistas no alto escalão dos governos de Jânio Quadros e de João Goulart,
além da instalação no País de uma rede de agentes e colaboradores brasileiros
formada por jornalistas, políticos, demais profissionais e militantes de
esquerda.
O serviço secreto tcheco StB
atuava em estreita colaboração e subordinação ao serviço secreto da antiga
União Soviética (URSS), KGB, de modo que a StB teve papel essencial, nas
décadas de 50 e 60, na execução das políticas de interesse da URSS. Os documentos do arquivo tcheco dão uma
nova luz à historiografia não apenas do Brasil, mas de outros países e regiões
que foram alvos das ações de influência desses serviços de inteligência.
Dessa forma, os arquivos do Instituto para o Estudo dos
Regimes Totalitários, da Chéquia, constitui excelente fonte de consulta e de
informações sobre o turbulento período da história brasileira, principalmente
nas décadas de 50 a 70 no século XX, o
que permitiria inclusive a correção e a revisão de interpretações históricas
já consolidadas sobre esse período.
Soji Soja
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