sábado, 29 de julho de 2017

ISRAEL – UM PAÍS QUASE DESÉRTICO SEM ESCASSEZ DE ÁGUA


Escassez crônica de água
Desde a sua criação como país independente em 1948, Israel tem sofrido a realidade de ser um país praticamente desprovido de recursos naturais, principalmente da essencial água. Ou seja, Israel sempre defrontou com a escassez de água em função do seu clima de quase-deserto.  Ou seja, o sul do país é desértico e o norte, apesar do clima mais úmido, corresponde ao semiárido brasileiro.
Assim, a falta de suprimento adequado de água  sempre foi problema recorrente para o desenvolvimento de suas atividades econômicas e para as necessidades básicas da população, principalmente na agricultura, ao mesmo tempo que a disputa pelos recursos hídricos, como os do Rio Jordão, sempre foi motivo de atritos crônicos com os países vizinhos árabes.

Novas fontes inovadoras de água: reuso e dessanilização
Dessa forma, historicamente o fornecimento de água provinha dos tradicionais aquíferos costeiros e nas montanhas e do Mar da Galiléia (Lago Kineret),  mas esse quadro começou a se modificar nos últimos anos, quando o país passou a investir fortemente em duas novas fontes de água cada vez mais importantes: (i) o reuso da água, mediante tratamento da água de esgoto; e (ii)  investimento em plantas de dessalinização da água marinha. 
Atualmente, Israel é destaque mundial no tratamento e reciclagem de água usada, com reuso de cerca de 72% do esgoto, a maior taxa de reutilização no Mundo, a qual é destinada para a irrigação da agricultura por meio de gotejamento, uma inovação tecnológica já bastante utilizada em escala mundial, criada em Israel nos anos de 1960, que permite que a planta receba exatamente a quantidade de água necessária ao seu desenvolvimento, de modo a propiciar enorme economia de água. 
O processo de dessalinização da água salgada avançou de tal forma a partir de  2001, que atualmente quase 50% da água consumida em Israel é extraída do mar, projetando-se que  no futuro toda água potável no país venha a ser de origem marítima. 
Apesar do crescimento do suprimento dessas novas fontes de água, o país não se descuida das campanhas e da constante conscientização da população quanto à necessidade do uso parcimonioso da água,  sendo proibidas práticas como lavagem de carros ou calçadas e o ato de regar plantas com mangueiras. 

O fim da escassez da água como fator pacificador na região
Com o equacionamento do fornecimento hídrico em Israel, a disputa por água que já foi motivos de sérios atritos com vizinhos árabes pode dar campo a projetos de cooperação com os países limítrofes, que ainda sofrem com escassez de água, o que poderia contribuir para o maior grau de pacificação dessa região ainda caracterizada por potencial  conflito geopolítico de grandes proporções.
Soji Soja

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