O Movimento Passe Livre (MPL) foi fundado em uma plenária no Fórum Social
Mundial em 2005, em Porto Alegre-RS, e defende essencialmente a adoção da
tarifa zero para transporte coletivo, tendo ganhado destaque a partir da
participação na organização dos protestos em junho de 2013 em São
Paulo-SP.
A volta da
proposta de tarifa zero em SP
No dia 08.01.2016, o MPL voltou às manchetes
de jornais ao protestar contra o aumento da tarifa de ônibus na capital
paulistana de R$ 3,50 para R$ 3,80. Nessa ocasião os chamados black blocs aproveitaram o evento para
depredar vários bens públicos e privados, entre eles 3 agências bancárias, 4
ônibus, uma banca de jornal e 2 veículos da Companhia de Engenharia de Trânsito
(CET).
Tarifa zero
em transporte público
Tarifa Zero é um projeto de política pública que
pretende adotar a gratuidade do transporte
público ao usuário, mediante seu custeio por orçamento público, com base
na idéia de que o transporte coletivo é um direito e, como os demais serviços
públicos essenciais, deve ser oferecido para todos os cidadãos indistintamente.
No Brasil, alguns municípios, principalmente de pequeno porte, chegaram a adotar a política de tarifa zero em transporte
público, porém, de forma bastante limitada,
de modo que não há ainda evidência concreta de que projetos universais
dessa natureza sejam sustentáveis financeira
e orçamentária a longo prazo.
Inviabilidade da tarifa zero em grandes
metrópoles como São Paulo
Entretanto, a viabilidade desse tipo
programa em grandes metrópoles seria muito mais difícil de ser alcançada em
função de demandas econômicas e sociais de várias naturezas que praticamente
são impossíveis de serem satisfeitas pelo orçamento púbico municipal. Assim,
por exemplo, em São Paulo, conforme a
revista Veja, em sua edição de 20.01.2016, pg. 47, a implantação da tarifa zero
em SP custaria R$ 8 bilhões anuais, equivalente à arrecadação total do IPTU,
fato que tornaria inexequível a adoção dessa política na capital paulistana. Além
disso, caso a tarifa zero seja considerada salutar e razoável, o mesmo
princípio deveria ser adotado para outras modalidades de serviços públicos
essenciais, como saúde, saneamento básico, energia elétrica, etc. Nesse
contexto, o orçamento público seria totalmente incapaz de atender a essas demandas.
Moderação e respeito ao cidadão e aos
patrimônios público e privado nas manifestações do MPL
Em função da inexequibilidade da
proposta do MPL em SP, as manifestações do MPL deveriam ser feitas de forma
discreta, sem causar transtorno ao cidadão comum e, principalmente, evitando
qualquer dano aos patrimônios público e privado. Nesse sentido, é lamentável que
o MPL tenha permitido que grupos insanos como os black blocs façam parte dessas manifestações, os quais somente têm o interesse da causar o
maior transtorno à ordem pública e danos aos bens públicos e privados.
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