sábado, 3 de outubro de 2015

AS METAS DE REDUÇÃO DO EFEITO ESTUFA E DE DESMATAMENTO DEVEM SER EFETIVAMENTE CUMPRIDAS E NÃO SOMENTE SER UM JOGO DE PALAVRAS

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A Presidente da República Dilma Roussef apresentou em 27.09.2015 na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável a contribuição brasileira para a 21ª Conferência do Clima da ONU (COP21), a realizar-se em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro de 2015. Esse evento é considerado fundamental para colocar o Mundo no esforço de conter o aquecimento do planeta em até 2º C até o fim deste século, em relação aos níveis pré-industriais, e assim evitar as mudanças climáticas catastróficas para a Terra.

Nesse evento, pela primeira vez todas as 195 nações, desenvolvidas ou em desenvolvimento, que fazem parte da Convenção de Clima da ONU, terão que apresentar as suas contribuições para a solução da questão ambiental em escala global, as chamadas INDC (Intended Nationally Determined Contribuitions).

Metas brasileiras (INDC) para a 21ª Conferência do Clima da ONU (COP21) em substituição às metas fixadas no Protocolo de Kyoto

As principais ações no Brasil para reduzir o impacto ambiental situam-se nos setores de agropecuária e energia:

1. redução de emissão de CO2, tendo como base 2,04 gigaton em 2005: (i) de 37% até 2025; (ii) de 43% até 2030;

2. participação de fontes renováveis na geração de energia (eólica, solar e biomassa): 23% até 2030;

3. desmatamento ilegal zero na Amazônia até 2030;

4. restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares até 2030;

5. recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2030.

As metas brasileiras devem ser efetivamente implementadas e algumas delas até ampliadas

A meta do desmatamento zero da Amazônia até 2030, embora possa ser considerada significativa, deveria ser antecipada, pois, conforme especialistas, como o pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa Ambiental (IPAM), Paulo Moutinho, a Amazônia está sofrendo sérias alterações com áreas atingidas por secas severas, o que tem afetado, por exemplo, o impacto da Amazônia sobre o regime de chuvas em várias regiões do País e do continente.

Embora o desmatamento anual tenha declinado de 27.423 km2 em 2004 para 5.012 km2 em 2014, esse índice é ainda bastante elevado, considerando-se que até 2014, cerca de 760 mil km2 já foram desmatados, correspondendo a cerca de 20% da floresta amazônica original. Com o avanço tecnológico nos sistemas de monitoramento da Amazônia e dos diversos instrumentos de fiscalização disponíveis, não se justifica mais que 5.000 km2, equivalente a área do Distrito Federal (DF), continuem sendo desmatados a cada ano.

Também não há nenhuma meta de desmatamento zero para outros biomas seriamente ameaçados como o Cerrado e a Mata Atlântica. O Cerrado conserva somente 20% da vegetação original enquanto a Mata Atlântica, somente 7%, ou seja, deve ser feito o máximo de esforço para preservar o pouco do que resta desses 2 biomas.

O Mundo deve fazer de tudo para o cumprimento das metas do COP21

Mas o mais importante é que as metas INDC apresentadas por cada país no COP21 venham a ser implementadas de fato, e não constituir somente um jogo de palavras, que aliviam a ansiedade humana momentaneamente, mas acabam sendo esquecidas ao longo dos próximos anos, para a frustração de todos os habitantes deste Planeta.

Soji Soja

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