Conforme noticiário apresentado recentemente, a Coréia do Norte é cenário de crimes contra a humanidade, muitos dos quais foram documentados por uma comissão de investigação das Nações Unidas que ouviu 80 testemunhas, entre prisioneiros de 80 campos de prisioneiros políticos e desertores. Entre os relatos mais impressionantes, destaca-se a história de Shin Dong-hyuk, atualmente com 33 anos, objeto do livro . “Fuga do campo 14”, do jornalista norte-americano Blaine Harden, que relata sobre a fuga, até agora única, desse campo de prisioneiros. Por ter nascido no próprio campo de prisioneiros políticos nº 14, até os seus 22 anos, quando conseguiu escapar desse famigerado gulag coreano, ele não conhecia nada do que existia além das cercas do campo. Aos 14 anos, foi obrigado a assistir à execução da própria mãe e de seu irmão mais velho, por tentativa de fuga, delatada pelo próprio Shin aos responsáveis pela vigilância do campo, atitude essa induzida pelas normas inflexíveis que incentivam a delação de qualquer um contra qualquer outra pessoa, inclusive familiares e colegas de aula ou de trabalho.
O relatório dos investigadores das Nações Unidas de 372 páginas é um detalhado catálogo sobre um sistema repressivo que utiliza sistematicamente a tortura, o incentivo à delação de qualquer fato que contrarie as rígidas normas impostas pelo regime totalitário, a falta de comida, as execuções, os sequestros e os desaparecimentos para manter o povo submisso e controlado. Segundo esse relatório, a gravidade, a escala e a natureza das violações dos direitos humanos (documentadas) não têm paralelo no mundo contemporâneo. A Coréia do Norte não permitiu a entrada no país desses investigadores, e rejeita sistematicamente todas as acusações, atribuindo as mesmas às maquinações de interesses estrangeiros, ligados a países como os EUA, o Japão e àqueles da União Européia.
Paralelismo com os gulags (campos de prisioneiros políticos soviéticos) e campos de concentração nazistas.
Os campos de prisioneiros da Coréia do Norte foram inspirados nos gulags soviéticos, que existiram amplamente na antiga URSS entre 1930 e 1960, com o aprisionamento de milhões de pessoas, a maioria por contrariar o regime soviético, submetidos a trabalhos forçados extenuantes e muitos dos quais encontraram a morte no interior desses campos.
Vigora atualmente o dilema quanto o que a comunidade internacional poderia fazer para ao menos atenuar as atrocidades cometidas nos campos de prisioneiros norte-coreanos. Ao final da Guerra Mundial, foi atribuído ao desconhecimento a atitude omissa das potências aliadas por não terem feito nada para impedir o envio dos judeus indefesos aos campos de extermínio nazistas. Hoje, entretanto, não se pode alegar o desconhecimento, pois já existem inúmeros relatos documentados, além de que os campos hoje são até visíveis aos satélites orbitais e mesmo por dispositivos disponíveis no Google.
SOS PRISIONEIROS POLITICOS DA CORÉIA DO NORTE!
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