sábado, 1 de novembro de 2025

LHAKPA SHERPA RAINHA DO EVEREST

 Lhakpa escalou o Everest 10 vezes recorde mundial entre as mulheres

Lhakpa Sherpa nasceu em 1973 na região montanhosa do Himalaia no Nepal de uma família pobre de 11 irmãos. Lhakpa é conhecida como Rainha do Everest por ter escalado esse cume por 10 vezes um recorde entre as mulheres alcançado em maio/2022 (esse nº é raro mesmo entre os homens sendo o atual recorde de 31 vezes alcançado por Kami Rita Sherpa em 27.05.2025).

Lhakpa não teve educação formal pois na sua época as meninas sherpas não tinham praticamente essa oportunidade. Aos 15 anos, por não se resignar a ter uma vida caseira reclusa, resolver trabalhar como carregadora em equipe de alpinismo, função essa reservada quase somente aos homens.

 

Ref.: "Superando Limites: A Inspiradora História de Lhakpa Sherpa" Cura-te out 2024

Inesperada carreira como alpinista

Começava aí o seu convívio íntimo com os desafios da escalada das montanhas mais altas do mundo. Em 2000, foi escolhida como líder da Expedição do Milênio das Mulheres Nepalesas patrocinada pela Asian Trekking, tornando se a primeira mulher nepalesa a escalar o Monte Everest e voltar viva.

Em 2000 em Katmandu conheceu o alpinista romeno-americano George Dijmarescu com quem casou em 2002 e se mudou aos EUA onde George trabalhou na construção civil. Eles tiveram 2 filhas e juntos escalaram o Everest 5 vezes mas a vida conjugal era difícil pelo comportamento imprevisível e até violento do George, de modo que a união terminou após 12 anos. Para se sustentar, Lhakpa continua trabalhando em serviços exaustivos como na 7 Eleven e na Whole Foods Market. Pela sua discrição e simplicidade, poucos conheciam os seus atributos como alpinista.

 Feitos inspiradores para as mulheres sherpas e para o mundo

Mas a sua vocação e paixão sempre foi a expedição nas altas montanhas. Em 2003 juntamente com um irmão e uma irmã mais nova tornaram-se se os primeiros 3 irmãos a escalar o Everest. A sua carreira culminou com a 10ª escalada do Everest alcançada em 12.05.2022 e em seguida com a chegada em 27.07.2023 ao cume do K2 o 2º mais alto do mundo mas tecnicamente considerado mais difícil do que o Everest. Os seus feitos levaram em 2016 a ser eleita pela BBC entre as 100 mulheres mais inspiradoras do Mundo provando que tanto homens como mulheres são igualmente capazes de enfrentar grandes desafios e ter sucesso em tarefas desafiadoras como o montanhismo de alta altitude. Essa conquista não apenas demonstra a força de vontade, a diligência e a preparação da alpinista, mas também representa o potencial e a capacidade de todas as mulheres. Lhakpa hoje é conhecida como a Rainha do Everest, tema que acabou virando documentário feito pela Netflix em 2024.

Shoji

 

sábado, 18 de outubro de 2025

BAHÁ’I E A UNIÃO ESPIRITUAL DA HUMANIDADE

 O Bahaísmo é perseguido por ser considerado apostasia pelo islamismo

A fé Bahá'í, ou bahaísmo, é uma religião abraâmica monoteísta que enfatiza a união espiritual de toda a humanidade. Três princípios básicos estabelecem a base para os ensinamentos bahá'ís: a unidade de Deus, que há apenas um Deus que é a fonte de toda a criação; a unidade da religião, que todas as maiores religiões têm a mesma fonte espiritual e partem do mesmo Deus; e a unidade da humanidade, que todos os seres humanos foram criados igualmente e que a diversidade racial e cultural deve ser apreciada e aceita. Segundo os ensinamentos da fé bahá'i, o propósito humano é aprender a conhecer e a amar a Deus através de métodos como orações, reflexões e ajuda aos outros.

Na fé Bahá'í, a história religiosa da humanidade é manifestada através de mensageiros divinos, cada um dos quais estabeleceu uma religião adequada às necessidades da sua época e à capacidade das pessoas de então. Esses mensageiros vão de figuras abraâmicas como MoisésJesusMaomé, às dármicas, como Krishna e Buda. Para os bahá'is, os mensageiros mais recentes são o Báb e Bahá'u'lláh.

 

Reff.:Bahai persecution Iran youtube Bahaichannel out 2010

História do bahaísmo

A história do bahaísmo começa na Pérsia (atual Irã) em 1844, com o movimento do Báb, que prefigurou a vinda de Baháʼuʼlláh, a quem os baháʼís consideram o "Glorioso de Deus" e o mais recente "Manifestante de Deus" em uma linha de profetas como Moisés, Jesus e Maomé. Em 1863, Baháʼuʼlláh, declarou ser o missionário divino previsto pelo Báb e fundou o bahaísmo e em seguida foi exilado do Império Otomano para o atual Israel. Ele passou o resto de sua vida em um exílio voluntário em Akka, na Terra de Israel. Após o falecimento de Baháʼuʼlláh em 1892, a religião continuou a se expandir pelo mundo sob a liderança de seu filho, 'Abdu'l-Bahá, que serviu como o centro da aliança da fé. A nova fé, que se separou do Islã xiita, enfrentou forte perseguição no Irã, resultando na execução de milhares de seguidores do Báb. Desde a morte de Abdul-Bahá, a liderança da comunidade bahá'i entrou numa nova fase, passando de um único líder para uma ordem administrativa com órgãos eleitos e indivíduos indicados. Hoje, há mais de 5 milhões de bahá'ís espalhados por mais de 200 países e territórios.

 Essência do bahaísmo

Os bahá'ís acreditam que o ser humano possui uma "alma racional", que provê à espécie uma capacidade única de reconhecer a Deus e a relação da humanidade com seu criador. Todo ser humano é considerado possuidor do dever de reconhecer a Deus através de seus Mensageiros e dos ensinamentos deles. Através do reconhecimento e da obediência, serviço à humanidade e práticas espirituais, os bahá'ís acreditam que a alma pode se aproximar de Deus, o ideal da crença. Quando um ser humano morre, a alma continua existindo no mundo espiritual, onde seu desenvolvimento espiritual no mundo físico torna-se base para julgamento e progresso no mundo espiritual. O céu e o inferno são vistos como estados espirituais de proximidade ou distância de Deus, sendo indicadores da relação nesse mundo e no próximo, e não lugares físicos de recompensa e punição alcançados após a morte.

Os textos bahá'ís enfatizam a igualdade essencial dos seres humanos e a abolição de todos as formas de preconceito. A humanidade é considerada essencialmente una, embora diversificada; esta diversidade de raça e cultura é considerada merecedora de apreciação e tolerância. Doutrinas de racismo, nacionalismo, castas, e classes sociais são impedimentos artificiais da unidade. Os ensinamentos bahá'ís declaram que a unificação da humanidade deve ser assunto principal sobre as condições religiosas e políticas no tempo presente.

 Perseguição aos bahá’is

As crenças bahá'ís são usualmente descritas como combinações sincréticas das primeiras crenças religiosas. Os bahá'ís, no entanto, asseguram que a sua religião é uma tradição distinta, com suas próprias escriturasensinamentosleis e história. Inicialmente a religião foi vista como uma seita do Islã, mas atualmente a maioria dos teólogos a vêem como uma religião independente que tem como pano de fundo o islamismo xiita e cuja origem é análoga ao contexto judaico em que o cristianismo foi estabelecido. As instituições e o clero muçulmano, tanto sunita quanto xiita, consideram os bahá'ís como desertores ou apóstatas da fé islâmica, o que tem levado à perseguição de bahá'ís. Os próprios bahá'ís atestam que sua fé é uma religião independente, que se difere das outras tradições no que diz respeito a sua idade e aos ensinamentos de Bahá'u'lláh num contexto moderno.

 Dura repressão pelo regime islâmico do Irã

Em relatório publicado em abril/2024, o Human Rights Watch documenta a violação sistemática dos direitos fundamentais dos membros da comunidade bahá’í por meio de leis e políticas discriminatórias pelas autoridades iranianas. As agências governamentais arbitrariamente prendem e encarceram pessoas bahá’ís, confiscam suas propriedades, restringem suas oportunidades de educação e emprego e até mesmo lhes negam um enterro digno, privando os bahá’ís de seus direitos fundamentais em todos os aspectos de suas vidas, não em razão de suas condutas, mas simplesmente por sua escolha  religiosa.

Os bahá’ís são a maior minoria religiosa não reconhecida no Irã e tem sido alvo de  dura repressão apoiada pelo Estado desde que sua religião foi estabelecida no século 19. Após a revolução de 1979, as autoridades iranianas executaram ou forçaram o desaparecimento de centenas de bahá’ís, principalmente suas lideranças comunitárias. Outros milhares perderam seus empregos e pensões ou foram forçados a deixar suas casas ou o país. Ou seja, desde 1979, a República Islâmica do Irã codificou sua repressão aos bahá’ís na lei e na política oficial do governo, vigorosamente aplicada pelas forças de segurança e autoridades judiciais, rotulando os bahá’ís como uma minoria religiosa proibida e uma ameaça à segurança nacional. O drama dos bahá’is sob o regime islâmico iraniano é relatado sob testemunho ocular de Olya Roohizadegan em seu livro “A História de Olya” editado em inglês em 1993.

Shoji

sábado, 11 de outubro de 2025

ACORDO DE PAZ E NOVA ERA PARA GAZA E ORIENTE MÉDIO

 O acordo só terá sucesso caso o Hamas seja desarmado e afastado definitivamente de Gaza

O presidente norte americano Donald Trump, após consultar diversos dirigentes de países árabes e de aliados democráticos, anunciou em 29.09.2025 a proposta de acordo de paz no conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas que completou 2 anos no dia 07.10.2025.

A proposta já aceita pelo governo israelense liderado por Benjamin Netanyahu consiste de 20 principais pontos, o qual detalha que a guerra deve terminar com um cessar-fogo imediato, seguido da devolução dos reféns e da libertação de prisioneiros palestinos. Prevê ainda que Gaza seja totalmente desmilitarizada e livre de estruturas terroristas, com supervisão internacional para impedir a reconstrução de túneis e fábricas de armas. A região passaria por um processo de reconstrução financiado por ajuda humanitária e investimentos externos, com a criação de uma zona econômica especial e incentivos para gerar empregos e oportunidades.


Ref.: Apesar da desesperança, é possível um novo Oriente Médio pós-7 de Outubro Andre Lajst 07.10.2025

No campo político, o documento estabelece que Gaza será administrada temporariamente por um comitê tecnocrático palestino, sem participação do Hamas, sob supervisão do “Conselho da Paz”, presidido por Trump. Esse órgão terá a tarefa de organizar a transição até que a Autoridade Palestina esteja reformada e apta a reassumir o controle da região. Também está prevista a criação de uma Força Internacional de Estabilização (FIS) para apoiar a segurança local e treinar policiais palestinos, ao lado de Israel e Egito, garantindo o bloqueio de armas e o fluxo seguro de ajuda.

O texto ainda inclui medidas de caráter social e diplomático, como o incentivo ao diálogo inter-religioso entre palestinos e israelenses, a garantia de que ninguém será forçado a deixar Gaza e a abertura de caminho, no futuro, para a autodeterminação e até para a criação de um Estado palestino, desde que sejam cumpridas as condições de segurança e de reforma política exigidas pelo plano.

 Vitória de Israel e derrota inconteste do Hamas

Deve-se recordar que o esforço maciço de Israel contra o Hamas iniciou após o grupo terrorista Hamas em 07.10.2023 ter rompido a fronteira da Faixa de Gaza e realizado  um ataque devastador contra as populações civis residentes israelense nessa região, causando ao menos 1.200 mortes, incluindo 240 jovens de vários países que participavam de um festival de música eletrônica (rave), muitas das quais com requinte de crueldade, sequestrando também ao menos 240 pessoas, incluindo mulheres, idosos, crianças e bebês. Simultaneamente, 2,5 mil a 5 mil foguetes foram disparados pelo Hamas contra Israel atingindo não somente localidades próximas de Gaza, mas até outras mais distantes como Tel Aviv. Em função do ataque inusitado de foguetes, nunca antes realizado, o sistema de defesa antimíssil chamado Domo de Ferro, que abate os mísseis lançados contra Israel antes de atingir o seu alvo, não foi capaz de derrubar todos esses artefatos, de modo que vários deles atingiram cidades israelenses, causando sérios danos e pânico entre a população civil.  Deve se ressaltar que mesmo antes do massacre de out/23 o grupo Hamas que assumiu o poder em Gaza em 2006 e não reconhece a existência de Israel vinha realizando ataques e atentados sistemáticos contra Israel, inclusive com o lançamento regular de foguetes contra a população civil israelense.

 Chances reais para paz em Gaza

Desta vez, a proposta americana tem grande chance de êxito pois o grupo Hamas concordou com termos gerais do plano tendo enviado representantes para a negociação de detalhes para a implementação do plano que se iniciou 06.10.2025 no Egito juntamente com representantes dos governos israelense e norte americano, tendo resultado na assinatura do acordo em 08.10.2025 por ambas as partes a começar com a libertação de reféns ainda em mãos de Hamas em troca de prisioneiros palestinos.

 O plano só terá sucesso com o desarmamento e afastamento definitivo do Hamas

O plano prevê medidas positivas como a administração temporária de Gaza por um comitê tecnocrático e apolítico palestino sob a supervisão de um conselho internacional de paz e a gradual retirada de forças israelenses e a transferência da atuação na segurança interna de Gaza para uma força internacional de estabilização temporária (ISF). Mas para que essas medidas sejam implementadas efetivamente é necessário o total desarmamento inicial e imediato do Hamas e de outros grupos terroristas com a destruição da sua infraestrutura terrorista e ofensiva incluindo túneis e meios de produção de armas bem como o afastamento do Hamas e de outros grupos terroristas de qualquer função na gestão sobre Gaza.

 Nova era de paz e prosperidade para Gaza e Oriente Médio

O sucesso na implantação do acordo de paz e a definitiva resolução dos palestinos no sentido do convívio pacífico com Israel podem abrir novas perspectivas para a reconstrução de Gaza e de prosperidade para o seu povo que terão reflexos positivos inclusive sobre todo o Oriente Médio.

Shoji


sábado, 4 de outubro de 2025

PRIMEIRA CIRURGIA DE ROBÔ EM HUMANO

 Amplia-se o uso da robótica para a saúde e bem estar humanos

Pela primeira vez, um robô guiado por inteligência artificial realizou uma cirurgia em um paciente humano real. O sistema desenvolvido pela Universidade John Hopkins dos EUA fez uma remoção de uma vesícula biliar também chamada de colecistectomia, conforme feito divulgado em julho/2025 na revista Science Robotics.

 

Ref.: Pela 1ª vez na história robô faz cirurgia guiada por IA sem ajuda humana  Informação Digital  12.07.2025

Robô treinado com técnicas de inteligência artificial

O robô, chamado de SRT-H, treinado com vídeos de cirurgias com técnicas de aprendizado de máquina e de inteligência artificial semelhantes às que alimentam o ChatGPT, operou pela primeira vez um paciente humano real de remoção da vesícula biliar sem intervenção humana direta, respondendo e aprendendo com comandos de voz da equipe, como um cirurgião iniciante trabalhando com um mentor com 100% de precisão.

O robô teve um desempenho impecável durante a operação e com a perícia de um cirurgião humano habilidoso, mesmo durante cenários inesperados típicos de emergências médicas em cirurgia real. O trabalho financiado pelo governo federal, liderado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, é um avanço transformador na robótica cirúrgica, onde robôs podem atuar tanto com precisão mecânica quanto com adaptabilidade e compreensão semelhantes às humanas.

Em 2022, o robô autônomo de tecido inteligente STAR, da Krieger, tinha realizado a 1ª  cirurgia robótica autônoma em um animal vivo,  uma cirurgia laparoscópica em um porco. Mas esse robô exigiu tecido especialmente marcado, foi operado em um ambiente altamente controlado e seguiu um plano cirúrgico rígido e pré-determinado. Foi como ensinar um robô a dirigir por uma rota cuidadosamente mapeada, mas no novo sistema, é como ensinar um robô a navegar em qualquer estrada, em qualquer condição, respondendo de forma inteligente a tudo o que encontrar.

 

Novas perspectivas para a cirurgia robótica

Hoje, os robôs cirúrgicos usados nos hospitais são operados por um médico e seus braços mecânicos não fazem nada sozinhos. Agora, uma nova era tecnológica pode estar surgindo na ampla área da medicina cirúrgica, contribuindo para a melhoria da saúde e bem estar humanos. 

Shoji