sábado, 29 de novembro de 2025

ACORDO DE PAZ EM GAZA APROVADO PELA ONU

 Acordo histórico aprovado pela ONU defronta o desafio de  desarmar e afastar definitivamente o Hamas

Em 08.10.2025, foi assinado o plano de cessar fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, conflito que já durava 2 anos. Esse plano consistia de 20 principais pontos, determinando o cessar-fogo imediato, seguido da devolução dos reféns e da libertação de prisioneiros palestinos. Previa ainda que Gaza seja totalmente desmilitarizada e livre de estruturas terroristas, com supervisão internacional para impedir a reconstrução de túneis e fábricas de armas. A região passaria por um processo de reconstrução financiado por ajuda humanitária e investimentos externos, com a criação de uma zona econômica especial e incentivos para gerar empregos e oportunidades.

No campo político, o documento estabelecia que Gaza será administrada temporariamente por um comitê tecnocrático palestino, sem participação do Hamas, sob supervisão do “Conselho da Paz”, presidido pelo presidente americano Trump. Esse órgão terá a tarefa de organizar a transição até que a Autoridade Palestina esteja reformada e apta a reassumir o controle da região. Também está prevista a criação de uma Força de Segurança Internacional (FSI) para apoiar a segurança local e treinar policiais palestinos, ao lado de Israel e Egito, garantindo o bloqueio de armas e o fluxo seguro de ajuda humanitária.

 

Ref.: ONU inicia corrida para implementar plano de paz dos EUA em Gaza Metrópoles 18.11.2025

Aprovação do plano pelo Conselho de Segurança da ONU

Esse plano de paz dos EUA de 20 pontos principais foi formalmente aprovado em decisão histórica do Conselho de Segurança da ONU em 17.11.2025 com 13 votos favoráveis e abstenções da China e Rússia, ou seja, sem nenhum veto dos 5 membros permanentes do Conselho de Segurança, o que inviabilizaria a sua aprovação. A aprovação dessa resolução pela ONU é muito importante por assegurar o necessário respaldo internacional, principalmente dos países muçulmanos da região como Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Turquia e Jordânia, para a implementação do plano de paz e posterior recuperação de Gaza.

Entre os principais pontos, a resolução autoriza a instalação da Força de Segurança Internacional (FSI) até dezembro de 2027, com a missão de proteger civis, garantir a segurança das fronteiras com Israel e Egito, manter abertos os corredores humanitários e treinar uma nova força policial palestina. A FSI será encarregada de fazer cumprir a lei, e não como um contingente tradicional de manutenção da paz, figura essa que até agora teve pouca efetividade na história da ONU. O mandato inclui a obrigação de supervisionar o processo de desmilitarização de Gaza, o desmantelamento da infraestrutura utilizada por grupos armados e o confisco de arsenais ilegais, o que resultará na real eliminação de grupos terroristas como o Hamas.

O Conselho de Paz atuará na coordenação administrativa do enclave enquanto se realiza a reforma interna da Autoridade Palestina para torná-la um órgão realmente capaz de administrar Gaza, e será presidido por Donald Trump.

Está previsto ainda a criação de um fundo fiduciário apoiado pelo Banco Mundial para respaldar a reconstrução do território.

 O plano só terá sucesso com o desarmamento e afastamento definitivo do Hamas

Apesar da aprovação da resolução da ONU e do respaldo internacional, para que o plano venha a ser efetivamente implementado é necessário o total desarmamento e imediato do Hamas e de outros grupos terroristas com a destruição da sua infraestrutura terrorista e ofensiva incluindo túneis e meios de produção de armas bem como o afastamento do Hamas e de outros grupos terroristas de qualquer função na gestão sobre Gaza.

 Nova era de paz e prosperidade para Gaza e Oriente Médio

O sucesso na implantação do acordo de paz e a definitiva resolução dos palestinos no sentido do convívio pacífico com Israel podem abrir novas perspectivas para a reconstrução de Gaza e de prosperidade para o seu povo que terão reflexos positivos inclusive sobre todo o Oriente Médio.

Shoji

sábado, 22 de novembro de 2025

 A interação com os pets contribui para uma vida mais longa e saudável

O animal de estimação ama seu dono incondicionalmente e fica feliz só de estar ao seu lado seja nos momentos felizes, como também nos mais difíceis, ou seja, pela sua natureza intrínseca, o animal de estimação não só gosta de fazer companhia ao seu dono, mas é fiel, e por toda a vida.

Ref.: Cães e gatos, amigos da longevidade.Saúde e Longevidade  nov 2025

Assim, o maior sentido em ter um pet é que ele faz companhia ao seu dono em qualquer circunstância ou local, independentemente da sua condição econômica ou financeira, ou seja, o animal de estimação sempre fica ao lado do seu dono, se este der o mínimo de atenção e carinho.  Por isso, vemos comovidamente cachorros acompanhando docilmente seu dono, mesmo que este seja morador de rua, mal trajado e puxando um carrinho cheio de tralhas.

 

Benefícios aos donos de pets

Em suma, o pet proporciona muitos benefícios ao seu dono, tornando sua vida mais feliz, agradável e saudável, física e mentalmente, pois:

1 - Proporciona companhia, evitando sentimento de solidão e isolamento.

2 - Ajuda no relacionamento social, pois cuidar do pet implica na realização de atividades rotineiras como sair com ele ao passeio, por exemplo, na rua ou no parque. Com isso, o dono de cachorro acaba se relacionando com outras pessoas, já que compartilham os mesmos espaços e interesses semelhantes.

3 - Ajuda na melhoria da saúde física e mental e no combate a distúrbios psicológicos:

o cumprimento dos cuidados para que o pet tenha uma vida saudável acaba estimulando a produção de endorfina e serotonina, que são hormônios relacionados à sensação de  bem-estar, bem como reduz o nível de cortisol, hormônio causador do stress, reduzindo o nível de ansiedade e da pressão arterial.

4 - Aumenta o sentimento de responsabilidade social e de empatia ao próximo: o cuidado com o pet nos ensina, e principalmente às crianças, a ter maior empatia não só com os animais de estimação mas também com outras pessoas, o que aumenta o sentimento de responsabilidade social. 

5 - Melhora do sistema imunológico: ter animal de estimação, especialmente desde a infância, expõe a pessoa a alérgenos e a patógenos estranhos, sensibilizando o nosso sistema imunológico, o que reduz o desenvolvimento de diferentes tipos de alergia. 

 Estímulo à longevidade e uma vida mais saudável

Novas pesquisas revelam que a companhia animal é benéfica especialmente para o segmento populacional cada vez mais numeroso e exigente, os mais idosos, mostrando-se forte aliada do aumento da longevidade e do envelhecimento saudável, conforme levantamento feito por pesquisadores nas universidades suíças de Genebra e Lausanne, com dados de saúde pública e aposentadoria de 16.580 pessoas, acima de 50 anos, de 11 países europeus, ao longo de 18 anos. Essas pesquisas evidenciaram que os donos de cães mantinham memória mais aguçada tanto a imediata como a tardia, enquanto os donos de gatos apresentaram uma perda mais lenta na fluência verbal.

Ao levar o cachorro para passear, os veteranos são obrigados a memorizar as rotas e dar comandos claros sobre a direção a seguir. As caminhadas também melhoram o equilíbrio e ajudam a manter a forma, contribuindo na prevenção de doenças mentais. Outro fator relevante é o estímulo espontâneo à interação social com desconhecidos em torno de assuntos sobre os animais de estimação.

 Muita responsabilidade para ter animal de estimação

Considerando-se a alegria e benefícios que os diferentes pets proporcionam a seus donos, deve-se ter total consciência de que eles não são brinquedos ou acessórios. Ao contrário, são seres vivos que precisam da atenção de seus donos e dependem deles para viver.

Como ninguém é obrigado a ter animal, a partir do momento que decidir ter um, o dono deve assumir a responsabilidade de zelar pela sua qualidade de vida e bem estar.

Mas, infelizmente, muitas vezes, esse compromisso é esquecido ou quebrado, sendo bastante comum os casos de mal tratos, indiferença, e que muitas vezes acabam em abandono, de forma perigosa e danosa à sociedade, como nos casos em que os pobres animais de estimação simplesmente são deixados nas vias públicas à própria sorte, causando transtornos a terceiros e à coletividade. 

Shoji

 

sábado, 15 de novembro de 2025

JOGADORAS AFEGÃS RESGATADAS DO TALIBÃ

 Afegãs desafiam a intolerância do regime talebã e mantem esperança de um dia voltar a representar o país oficialmente

Em outubro/2025 a FIFA propiciou oportunidade à seleção feminina afegã de futebol no exílio representar o seu país sob a sigla de Afghan Women United em torneio realizado em Marrocos denominado FIFA Unites, que contou com a participação também da Líbia, Chade e Tunísia. Esse evento foi de grande significado pois ocorreu 4 anos após a retomada do poder no Afeganistão pelo grupo fundamentalista talebã, que impôs série de restrições à liberdade das mulheres como a prática do futebol e de qualquer modalidade esportiva.

 


Ref.: After Taliban Ban, Exiled Afghan Women’s Football Team Plays Again on World Stage | APT 31.10.2025

Volta da seleção afegã no exílio após 4 anos e esperança de um dia retornar à casa

Para a composição da seleção afegã no exílio foram selecionadas 13 jogadoras refugiadas  na Austrália, 5 no Reino Unido, 3 em Portugal e 2 na Itália. Entre as jogadoras residentes na Austrália, destaca-se a goleira Fatima Yousifi, de 23 anos, titular e capitã na última competição oficial da seleção afegã, as eliminatórias para a Copa da Ásia de 2018. Assim, parte da seleção feminina afegã conseguiu se reagrupar na Austrália no início de 2022, firmando uma parceria com o clube Melbourne Victoryda A-League, tornando-se sua afiliada como Melbourne Victory FC AWT, que disputa a 6ª divisão feminina no país. Mesmo longe de casa, as jogadoras se mantem unidas na esperança de um dia poder representar o seu país oficialmente.

 

Resgate cinematográfico de jogadoras afegãs em ago 2021

A participação do futebol afegão no FIFA Unites está ligada diretamente ao resgate de parte da seleção feminina afegã que ocorreu em 2021 no mês seguinte à retomada do poder pelo grupo talebã imediatamente após a retirada das tropas americanas decretada pelo presidente Joe Biden em julho/2021, encerrando 20 anos de intervenção militar americano no país, o que levou pavor à população local obrigando parte dela a refugiar-se emergencialmente em outros países.

O resgate dessas jogadoras e seus familiares, em torno de 80 pessoas, que tinha somente o objetivo de sobrevivência, foi possível graças ao planejamento de uma equipe, que contava com a participação do ativista australiano de direitos humanos, ex-jogador de futebol, Craig Foster, mas foi cercado de uma dramaticidade digna de um filme de suspense pois tinha que ser realizado em um prazo muito exíguo sob o deadline para a evacuação que se encerrava em 30 de agosto daquele ano.

A retirada dessas jogadoras afegãs acabou sendo concluída em 24.08.2021, após a ação que envolveu o governo australiano que concedeu rapidamente o visto de refugiado, bem como de organismos internacionais como o sindicato mundial de jogadores (FifPro), Centre for Sports and Rights, na Suíça, e diversos ativistas com ligação direta com o esporte, como a ex-capitã da seleção afegã Khalida Popal, que vive hoje na Dinamarca.

 

Significado da seleção afegã no exílio

A volta das mulheres afegãs a um campo de futebol é mais do que um jogo. É um símbolo de resistência e um lembrete de que o esporte cumpre seu papel social quando é instrumento de liberdade e dignidade. Uma vitória dos direitos humanos no campo esportivo. O fato de o time competir como 'refugee team' e não como seleção oficial expõe o tamanho do problema: o apagamento institucional das mulheres no esporte afegão. Esse status tem implicações jurídicas e políticas profundas, porque significa que elas ainda não têm o direito pleno de representar o seu país.

Shoji

sábado, 8 de novembro de 2025

MEGAOPERAÇÃO CONTRA O COMANDO VERMELHO NO RJ

 População local apoia ação repressora contra o crime organizado

Em 28.10.2025 as polícias civil e militar do Rio de Janeiro realizaram uma megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha para cumprir mandatos de prisão contra membros do Comando Vermelho (CV), 30 deles de fora do RJ, identificados pela investigação realizada há longa data com o objetivo de conter a expansão territorial do CV não somente no RJ mas para as demais regiões do País.  Esses complexos desempenham papel central na estratégia de expansão do CV por sua localização privilegiada, próxima a vias expressas que facilitam o transporte de armas, drogas e homens armados para outras regiões da cidade. A ação mobilizou 2,5 mil homens da Polícias Civil e Militar e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ). A ação resultou na morte de 117 suspeitos e também de 4 policiais, sendo considerada a mais letal já realizada pelas polícias do RJ. Segundo o Governo do RJ, dos 115 suspeitos mortos, 97 possuíam alguma passagem policial, com 95% deles com vinculação ao CV sendo 54% de fora do RJ.

Ref.: Romeu Zema fala sobre megaoperação no Rio e que governadores devem se reunir com Cláudio Castro Itatiaia 31.10.2025

 

Importância das ações de repressão ao crime organizado e apoio da população

Segundo pesquisa da Quaest, 64% dos moradores do RJ aprovaram a megaoperação realizadas nos complexos do Alemão e da Penha e são favoráveis que operações semelhantes venham a ser realizadas em comunidades, morros e favelas, o que denota a insatisfação e o cansaço dessa população em continuar vivendo sob o jugo e ameaça do crime organizado.

            A atuação da força policial contra o crime organizado é meritória e se mostra cada vez mais necessária inclusive como demonstração de que a autoridade governamental continua atenta e pronta para atuar e buscar a segurança pública à população. Mas, infelizmente, o aparato policial no Brasil não tem se mostrado eficaz nessa tarefa de suma importância para toda a sociedade.

 

Incapacidade do atual aparato policial para repressão ao crime organizado

A rapidez e a diversidade das formas da expansão do crime organizado exigem uma resposta igualmente rápida e diversificada. Além de uma atualização e adequação da legislação, é preciso extrapolar os meios convencionais de combate ao crime e investir em grupos especializados, novas táticas de inteligência e investigações. Os criminosos individualmente ou as quadrilhas em conjunto agem cada vez mais de forma organizada, em diversas localidades e em várias unidades federativas, em locais onde se sentem mais seguros de não sofrer a ação repressora do aparato policial. Com isso se torna cada vez mais difícil e menos eficaz a atual forma de atuação da força policial para a repressão aos crimes, não somente no RJ mas em todo o território nacional.

O atual sistema policial no País não atinge os desejados níveis de eficiência e eficácia para a repressão à criminalidade.  Ao contrário, o sistema de segurança pública é anacrônico para o combate ao crime que, ao contrário, age cada vez mais de forma ampla, racional e principalmente com uso de meios e instrumentos tecnológicos cada vez mais avançados e sofisticados.

O sistema policial brasileiro mostra uma estrutura fragmentada nas 3 esferas federativas (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Legislativa, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Estadual e as Guardas Municipais), com estruturas e algumas funções superpostas, ao mesmo tempo que se deixam diversos vácuos ou zonas cinzentas, quanto à real jurisdição em termos da modalidade criminosa e a localização espacial onde o crime é praticado. Ademais, a coordenação de ações ocorre de forma fragilizada e esporádica, não permitindo, assim, a ação eficaz contra a criminalidade.  

Necessidade de atuação integrada das forças policiais, preferencialmente na forma de  polícia nacional única

Para o combate ao crime organizado e à criminalidade de forma geral, cada vez mais é evidente a necessidade de uma estrutura de segurança pública com ações unificadas e coordenadas a nível local e nacional para qualquer modalidade de crime cometido em território nacional.  Para tanto é fundamental a criação e manutenção online de um sistema e banco de dados unificado para registro, prevenção e repressão ao crime (Sinfo), incluindo um banco de dados completo e atualizado do sistema penitenciário nacional, devendo o sistema ser atualizado continuamente e acessível online a qualquer momento e de qualquer lugar por qualquer membro da polícia no País para prevenção e repressão ao crime.

Certamente as dificuldades serão enormes, inclusive pela resistência política das atuais corporações e principalmente dos estados federativos, que podem achar que perderão poder, mas isso na realidade não ocorreria, pois os estados poderão continuar tendo papel preponderante na definição das diretrizes e na priorização das ações por meio dos órgãos de coordenação.

Mas uma coisa é certa, com o inevitável processo de globalização e da rápida evolução tecnológica, não há mais condições para o aparato policial brasileiro continuar atuando de forma segmentada e fragmentada, sem coordenação efetiva a nível nacional e até internacional, e sem contar com sistema de informações ampla, moderna e em tempo real, com o uso maciço de instrumentos tecnológicos de ponta para prevenção e repressão ao crime. 

Shoji