Drone permite maior rapidez com menor custo principalmente em locais de difícil acesso
Em 27.09.2015, o Brasil
apresentou na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável
a sua contribuição para a 21ª Conferência do Clima da ONU (COP21), realizada em
Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro/2015, com o principal objetivo de
cooptar o esforço mundial de 195 nações para conter o aquecimento do planeta em
até 2º C até o fim deste século, em relação aos níveis pré-industriais, e assim
evitar as mudanças climáticas catastróficas para a Terra.
Entre os 5 principais compromissos, o Brasil assumiu
aquele de recuperar 12 milhões de hectares de florestas, equivalente a 120 mil
km2 (área da Inglaterra) até 2030, o qual foi considerado um dos mais ambiciosos
apresentados pelos países signatários da Convenção sobre Mudanças
Climáticas.
O alcance da desafiadora
meta de reflorestamento até 2030 exigirá esforço substantivo e persistente em
termos de requerimentos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros de
grandes dimensões, que deve ser implantado concretamente e não ficar somente no
discurso. Um grande aliado nesse esforço será o uso de novas tecnologias, entre
as quais já se destaca a semeadura por meio de drones.
a) Drones voam no Rio de Janeiro em um esforço
de reflorestamento de alta tecnologia | Reuters MORFO Brasil jan-2024
b) Uma startup francesa adaptou drones para distribuir sementes em projetos de reflorestamento BOLETIM DIARIO fev-2023
Uso de drones para recuperação
de encostas da Serra do Mar
Um exemplo dessa nova realidade
é o projeto de restauração dos danos causados pelas intensas chuvas em 2023 na
região de São Sebastião no Estado de SP, coordenado pelo Instituto Conservação
Costeira (ICC) em articulação com a Fundação Florestal do Estado de SP, que
abriu uma chamada pública para restauração dessas áreas, que teve como vencedora
a multinacional Ambipar Group. A 1ª fase desse projeto foi concluída no início
de 2024 com a semeadura de 20 espécies nativas em 9,6 hectares com o plantio de
58 kg de sementes.
A escolha da semeadura por drones
se fez principalmente em função da alta declividade do terreno nas encostas da
Serra do Mar, bem como de outras dificuldades como a perda de nutrientes pelo
solo, a salinidade e os ventos. Além disso, o uso de drones permite um ganho de
escala e redução de custo, bem como evita o impacto que seria decorrente do acesso
terrestre aos locais de plantio, além de dispensar a custosa manutenção de
viveiros. Os drones, já usados em atividades agrícolas, foram adaptados para a
tarefa de despejar as sementes em quantidade, altura e localidades exatas, mediante
cálculos feitos com auxilio da inteligência artificial. Para a aumentar a taxa
de germinação das sementes, estas são revestidas de carbono líquido e colocadas
em bio cápsulas feitas a partir de colágenos da indústria farmacêutica, juntamente
com o adubo orgânico.
Refloresta Rio
Outro projeto que passa a usar a semeadura por
drones é o Refloresta Rio, programa de reflorestamento da prefeitura do Rio de
Janeiro. As ações com drones envolvem o mapeamento e a digitalização do território
do RJ, o estudo da área a ser reflorestada e o acompanhamento das áreas plantadas,
para garantir que o reflorestamento seja efetivo. O projeto-piloto de plantio
por drone foi iniciado em 2024 na Floresta da Posse em Campo Grande na zona oeste
do RJ, usando somente espécies nativas da Mata Atlântica e contando com a parceria
com a start up franco-brasileira Morfo.
Shoji