sábado, 24 de fevereiro de 2024

USO DE DRONES PARA REFLORESTAMENTO

 Drone permite maior rapidez com menor custo principalmente em locais de difícil acesso  

Em 27.09.2015, o Brasil apresentou na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável a sua contribuição para a 21ª Conferência do Clima da ONU (COP21), realizada em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro/2015, com o principal objetivo de cooptar o esforço mundial de 195 nações para conter o aquecimento do planeta em até 2º C até o fim deste século, em relação aos níveis pré-industriais, e assim evitar as mudanças climáticas catastróficas para a Terra.

Entre os 5 principais compromissos, o Brasil assumiu aquele de recuperar 12 milhões de hectares de florestas, equivalente a 120 mil km2 (área da Inglaterra) até 2030, o qual foi considerado um dos mais ambiciosos apresentados pelos países signatários da Convenção sobre Mudanças Climáticas. 

O alcance da desafiadora meta de reflorestamento até 2030 exigirá esforço substantivo e persistente em termos de requerimentos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros de grandes dimensões, que deve ser implantado concretamente e não ficar somente no discurso. Um grande aliado nesse esforço será o uso de novas tecnologias, entre as quais já se destaca a semeadura por meio de drones.

 

a) Drones voam no Rio de Janeiro em um esforço de reflorestamento de alta tecnologia | Reuters MORFO Brasil jan-2024

b) Uma startup francesa adaptou drones para distribuir sementes em projetos de reflorestamento BOLETIM DIARIO fev-2023

Uso de drones para recuperação de encostas da Serra do Mar

Um exemplo dessa nova realidade é o projeto de restauração dos danos causados pelas intensas chuvas em 2023 na região de São Sebastião no Estado de SP, coordenado pelo Instituto Conservação Costeira (ICC) em articulação com a Fundação Florestal do Estado de SP, que abriu uma chamada pública para restauração dessas áreas, que teve como vencedora a multinacional Ambipar Group. A 1ª fase desse projeto foi concluída no início de 2024 com a semeadura de 20 espécies nativas em 9,6 hectares com o plantio de 58 kg de sementes.

 As vantagens do uso de drones

A escolha da semeadura por drones se fez principalmente em função da alta declividade do terreno nas encostas da Serra do Mar, bem como de outras dificuldades como a perda de nutrientes pelo solo, a salinidade e os ventos. Além disso, o uso de drones permite um ganho de escala e redução de custo, bem como evita o impacto que seria decorrente do acesso terrestre aos locais de plantio, além de dispensar a custosa manutenção de viveiros. Os drones, já usados em atividades agrícolas, foram adaptados para a tarefa de despejar as sementes em quantidade, altura e localidades exatas, mediante cálculos feitos com auxilio da inteligência artificial. Para a aumentar a taxa de germinação das sementes, estas são revestidas de carbono líquido e colocadas em bio cápsulas feitas a partir de colágenos da indústria farmacêutica, juntamente com o adubo orgânico.

Refloresta Rio

Outro projeto que passa a usar a semeadura por drones é o Refloresta Rio, programa de reflorestamento da prefeitura do Rio de Janeiro. As ações com drones envolvem o mapeamento e a digitalização do território do RJ, o estudo da área a ser reflorestada e o acompanhamento das áreas plantadas, para garantir que o reflorestamento seja efetivo. O projeto-piloto de plantio por drone foi iniciado em 2024 na Floresta da Posse em Campo Grande na zona oeste do RJ, usando somente espécies nativas da Mata Atlântica e contando com a parceria com a start up franco-brasileira Morfo.

Shoji

sábado, 17 de fevereiro de 2024

FIM DO CONSUMO DE CARNE DE CACHORRO NA CORÉIA

 O mundo comemora a decisão histórica a favor dos melhores amigos do ser humano

Em um mundo em que os animais ainda sofrem tratamento desumano e violento, uma notícia alvissareira pode ser celebrada. Trata-se da aprovação pelo parlamento da Coréia do Sul em 09.01.2024 de uma lei, com expressiva votação favorável de 208 a zero, que proíbe a criação para abate, distribuição ou venda de cães para consumo humano a partir de 2027. O não cumprimento dessa lei pode acarretar em pena de prisão de 2 a 3 anos e multa equivalente a R$ 100 mil. Ao mesmo tempo, a lei oferece assistência e compensações aos criadores e pessoas ligadas ao setor para fecharem seus negócios ou adotarem novas opções de atividades.  Na prática, decreta-se o fim do consumo da carne canina na Coréia do Sul, apreciada tradicionalmente como iguaria, exemplo esse que deve ser adotado em outros locais onde ainda prevalece o consumo desse tipo der carne.

Ref.: Parlamento coreano proíbe carne  de cachorro AFP português 15.02.2024

Ou seja, os cachorros, considerados os melhores e mais dedicados amigos do ser humano, terão um grande alívio pelo menos naquele país asiático e mesmo em outros locais onde ainda existe o hábito do consumo da carne canina. Esse setor econômico ainda tem alguma significância naquele país, pois segundo a agência estatal Yonhap, existem cerca de 1.150 fazendas, que criam em torno de 500 mil cães, com 219 distribuidores e 1600 restaurantes, que vendem e servem carne de cachorro, mas que terão que se adaptar aos novos tempos.

Esses criadores estão revoltados e até farão tentativas para derrubada da vigência dessa legislação mas dificilmente terão sucesso principalmente pelo fato dessa proibição ter um amplo apoio popular na Coréia do Sul, onde a maioria da população não come mais carne de cachorro, sendo esse hábito ainda existente entre pessoas mais idosas, como fundamentado em uma pesquisa segundo a qual 90% dos entrevistados não comeram carne no ano anterior bem como não pretendem mais consumir isso no futuro.

Essa decisão histórica na Coréia do Sul configura não somente um alívio aos nossos amigos caninos como também uma importante conquista às pessoas e entidades que trabalham pelo melhor tratamento não somente aos cães como aos animais de forma geral, muitos dos quais se encontram até sob a ameaça de extinção.

Enfim, no momento em que se torna mais clara a importância do respeito ao meio ambiente e à natureza que suprem a sobrevivência da humanidade, questiona-se cada vez mais a necessidade da mudança efetiva no relacionamento do ser humano com o reino animal, doméstico e selvagem. 

Shoji