sábado, 18 de novembro de 2023

LIVRARIA: TEMPLO DO CONHECIMENTO E REFLEXÃO

 As publicações impressas devem ser valorizadas

Conforme o artigo “Livrarias salvam a democracia” de autoria de Murillo de Aragão, publicado na revista Veja em edição de 15.09.2023, pg. 39, em função da onda de fechamento de livrarias nos EUA, várias personalidades lançaram uma campanha com o slogan “Bookstores save democracy”. Nos EUA, apesar do fechamento de muitas lojas, a venda de títulos impressos ainda é muito maior do que a de eletrônicos, pois, em 2022, a venda de livros impressos rendeu US$ 13 bilhões ante US$ 1,87 bilhão de livros digitais. Mas o fechamento de lojas físicas preocupa não somente pela questão das vendas mas também pelo sentido político e cultural.

 

a) Conheça os desafios dos donos de sebo (livros usados) SescTV out 2016

b) Em crise, grandes lojas dão lugar às pequenas livrarias Band Jornalismo out 2019

Redução de publicações impressas no Brasil

Como nos EUA, o mesmo fenômeno está ocorrendo no Brasil, onde, segundo a Associação Nacional das Livrarias (ANL) em 2014 existiam 3.095 lojas no País, que se reduziram a 2.200 em 2021, cifra essa já bastante abaixo, por exemplo, das 3.600 livrarias existentes na Itália em 2022, país com população de 60 milhões. No Brasil, onde o índice de leitura é bem mais baixo do que nos EUA, a situação é mais preocupante, não somente pela inexistência de livrarias em diversas cidades mas também pelo decréscimo na circulação de jornais e revistas.

 Perda de hábito da leitura

E o hábito da leitura vem perdendo espaço entre as novas gerações, que vivem com os seus aparelhos eletrônicos e celulares nas mãos quase o tempo todo. O fechamento de livrarias é preocupante pois elas são o ponto de encontro de pessoas que querem saber mais e refletir sobre o mundo em torno dos diversos temas e sob os variados enfoques, o que não só aumenta o nível de conhecimento mas estimula a reflexão sobre os mais diversos tópicos. A exposição das obras nas prateleiras permite a descoberta de temas e autores que podem despertar novas idéias e caminhos. Permite ainda a experiência sensorial de folhear o livro antes de comprá-lo. O tradicional livro permite não somente a sua consulta prévia mas o seu manuseio com a possibilidade de retornar ou avançar ao longo do texto e de fazer as marcações e anotações sobre os trechos mais importantes, o que permite o aprofundamento do entendimento do seu conteúdo, recursos esses difíceis de usar nos livros eletrônicos.  A livraria ainda é o espaço físico que permite a integração social e a troca de idéias entre os leitores o que não ocorre no mundo digital. Com isso, verifica-se que o uso somente de meios digitais dificulta a compreensão de diversos assuntos de forma mais ampla e aprofundada. Assim, gerações sem leitura ou com leitura superficial podem se tornar presas fáceis para narrativas não reflexivas e que apresentam soluções e prazeres imediatos para a sociedade que trafega na superficialidade. Com isso morre a cultura tradicional, cujos filósofos e sábios nos legaram valores, princípios e conceitos que construíram a civilização. Enfim, para o autor do artigo, Murillo de Aragão, longe das livrarias e das bibliotecas, a democracia corre perigo.

 O papel dos sebos

Entre as livrarias, é pouco reconhecida mas deve ser realçada a importância dos chamados “sebos”. Essas lojas, normalmente em instalações modestas, vendem os mais variados tipos de livros, revistas e publicações, incluindo CD, DVD, discos e demais fontes de cultura a preços módicos e até irrisórios, atuando ainda como locais para a compra e troca desses materiais. Enfim, os sebos atuam como verdadeiros repositórios de materiais educativos e históricos sobre os mais diversos temais culturais.

 As livrarias estão a caminho da extinção?

As livrarias merecem continuar existindo como faróis de cultura e educação, ou seja, como espaço para catalisar iniciativas e de robustece a capacidade de pensamento e de reflexão.

Shoji

 

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