Fortalecem-se as medidas de reparação aos povos indígenas que sofreram as ações colonialistas no passado
O povo maori ganha
maior protagonismo na Nova Zelândia
A jornalista bilíngue Oriini Kaipara, fez
história ao se tornar a primeira pessoa de origem maori a apresentar um
telejornal em emissora televisiva da Noza Zelândia em horário nobre com uma
tatuagem no queixo, o moko kauae, que é uma tradição
entre mulheres maoris. A tatuagem feita pela Oriini foi motivada em 2017 a
partir do teste de DNA, que atestou a sua descendência 100% maori.
Além da
jornalista Kaipara, a deputada Nanaia Mahuta, que também fez a tatuagem moko kauae em 2016, foi nomeada ministra
das Relações Exteriores da Nova Zelândia, tornando-se a primeira mulher a ocupar esse cargo.
Esses são exemplos de como a Nova Zelância, vem aprofundado a
política de reparação aos indígenas iniciada há quatro décadas, no sentido de
aumentar mais a integração dos maoris, que representam 17% da população
neozelandesa, em todos os setores públicos e privados do país.
a) Who is Oriini Kaipara? Who are Māori? Learn in One Minute 12 de jan. de 2022 Kimavi
b) Veteran New Zealand broadcaster on breaking barriers and preserving culture | ABC News 15 de jan. de 2022 ABC News (Australia)
c) Original maori haka dance 22 de jul. de 2011 Dagich
d) The Greatest haka EVER? 18 de jun. de 2015 World Rugby
Fortalecimento
das medidas de reparação aos povos nativos
Nos últimos anos
tem se reforçado o movimento de vários governos nacionais em reconhecer os
prejuízos causados às populações nativas de várias partes do mundo, não somente
por meio de pedidos oficiais de desculpas, mas agora acompanhados por medidas
concretas de reparação e de maior inclusão, inclusive por meio de aportes de
recursos financeiros, com o fim de reduzir ou ao menos amenizar o imenso débito
acumulado com as populações indígenas que sofreram os efeitos das ações
colonialistas.
Ações
concretas no Canadá e no Chile
O caso mais
recente e concreto é o do Canadá, onde o governo canadense em 04.01.2022, anunciou
um acordo que destina 40
bilhões de dólares canadenses (R$ 179 bilhões) para a reparação das populações nativas,
inclusive às crianças indígenas que foram tiradas de suas famílias e entregues
a terceiros a partir de 1991, além de seus pais e responsáveis. Esse acordo de
compensação representa um passo importante para a reconciliação do governo com
as cerca de 600 tribos indígenas do país, tarefa a que o
primeiro-ministro Justin Trudeau tem se dedicado desde que assumiu o cargo em
2015.
No Chile, os nativos
passaram a sentir pela primeira vez maior sensação de protagonismo. Assim, entre
os 155 membros da Assembleia Constituinte, responsável por redigir a nova Constituição
nacional, 17 são indígenas, na maioria Mapuches, inclusive a presidente da
Constituinte, o que poderá ajudar a estabelecer uma nova relação no país entre
o Estado e os povos nativos.
Importância
de aprofundar as medidas de reparação aos povos ancestrais
O movimento de
reparação aos povos nativos com a adoção de medidas concretas, inclusive de
caráter financeiro, é extremamente importante e justo, no sentido de compensar
pela opressão causada pelas políticas colonialistas no passado, mas
principalmente para resgatar e valorizar os valores culturais dos povos
ancestrais, incluindo os idiomas, costumes, valores históricos e tradicionais,
que constituem herança cultural fundamental para a humanidade.
Shoji