W Series poderá impulsionar as pilotas a integrar categorias superiores sem segregação de gênero
Ao longo do
desenvolvimento das sociedades humanas, estas se organizaram preponderantemente
sob o predomínio dos homens sobre as mulheres, em função basicamente da superioridade
da força física masculina sobre a feminina. Ou seja, historicamente as sociedades
humanas se fundamentaram sob o patriarcado, no qual a sociedade se organiza em torno de figuras de
autoridade do sexo masculino. Ou seja, nesse sistema, os pais e os homens em
geral têm autoridade sobre as mulheres, as crianças, a propriedade e sobre
todos os meios de produção e econômicos, implicando em instituições de regras e
privilégios masculinos e consequente subordinação feminina.
Entretanto, à medida que se percebia que
o patriarcado como um sistema social injusto e opressivo às mulheres, iniciou-se
o movimento pela emancipação feminina, com a gradual valorização da condição da
mulher e de maior equiparação do papel e dos direitos dos homens e das mulheres
na sociedade.
a) W-Series: Mulheres ao Volante 4 de dez. de 2019 Torque
Total
b) W SERIES: MULHERES NO AUTOMOBILISMO 27 de mar. de 2021
Rádio Bandeirantes
c) W Series Explained 16 de jul. de
2021 W
Series
Por exemplo,
em função do ativismo feminino, foram alcançados diversos avanços como nos direitos de contrato, de propriedade,
direito ao voto, na sua autonomia e à
integridade de seu corpo, como nos direitos ao aborto e pelos direitos
reprodutivos (incluindo o acesso à contracepção, a cuidados pré-natais de
qualidade), pela proteção de mulheres e meninas contra a violência
doméstica, o assédio sexual e o estupro, bem como na maior liberdade para exercer
praticamente todas as atividades profissionais e em todas as áreas como as da ciência,
educação, saúde, cultura, arte e esportes.
Assim, é inegável o avanço alcançado na questão da igualdade de gênero nos últimos séculos e anos, embora o pleno reconhecimento de igualdade de oportunidades e de condições entre os gêneros ainda esteja longe do adequado em várias atividades e regiões do Mundo.
Automobilismo de elite em nível de F3 para as pilotas mulheres
Até agora, o automobilismo de elite era um dos poucos
esportes em que a mulher tinha pouca ou quase nenhuma participação, cujo equacionamento
eventualmente exigiria uma categoria exclusiva para as mulheres. Para tentar
superar essa deficiência, em 10.10.2018, foi lançada publicamente a W Series
como resposta à ausência de pilotos do sexo feminino nas categorias mais elevadas
do automobilismo, como na Fórmula 1 (F1). A W
Series busca mudar isso de uma forma inédita ao constituir uma categoria
exclusivamente feminina como forma de treinamento e também para dar
visibilidade às pilotas, com corridas ocorrendo nas mesmas datas e locais da F1.
A primeira temporada foi realizada em 2019, em 2020 foi
cancelada em razão da pandemia do Covid-19 e a segunda está sendo realizada em
2021, com início em 26.06.2021, como categoria
de monopostos de nível Fórmula 3 (F3), com a participação de 18 pilotas, que competem em 8 etapas nas
mesmas datas e locais da F1.
A W Series tem
enfrentado críticas, sob o argumento de que a categoria irá segregar as
mulheres em vez de promover sua inclusão em séries estabelecidas. Alguns sugerem
que o fundo de prêmios de US$ 1,5 milhão seria melhor investido, por exemplo, em
um sistema de bolsas de estudo para apoiar o desenvolvimento de talentos em uma
ampla gama de disciplinas do automobilismo, com ênfase nas crianças e nos
jovens promissores.
Apesar dessas críticas, pode se
considerar que o próprio desenvolvimento da W Series será um estímulo ao
surgimento de talentos femininos, em nível de F3, que futuramente poderão até
tentar integrar as categorias de elite estabelecidas sem segregação de gênero.
Shoji