sábado, 25 de setembro de 2021

AUTOMOBILISMO DE ELITE SÓ PARA MULHERES

W Series poderá impulsionar as pilotas a integrar categorias superiores sem segregação de gênero

Ao longo do desenvolvimento das sociedades humanas, estas se organizaram preponderantemente sob o predomínio dos homens sobre as mulheres, em função basicamente da superioridade da força física masculina sobre a feminina. Ou seja, historicamente as sociedades humanas se fundamentaram sob o patriarcado, no qual a sociedade se organiza em torno de figuras de autoridade do sexo masculino. Ou seja, nesse sistema, os pais e os homens em geral têm autoridade sobre as mulheres, as crianças, a propriedade e sobre todos os meios de produção e econômicos, implicando em instituições de regras e privilégios masculinos e consequente subordinação feminina.

Entretanto, à medida que se percebia que o patriarcado como um sistema social injusto e opressivo às mulheres, iniciou-se o movimento pela emancipação feminina, com a gradual valorização da condição da mulher e de maior equiparação do papel e dos direitos dos homens e das mulheres na sociedade.

a) W-Series: Mulheres ao Volante 4 de dez. de 2019 Torque Total

b) W SERIES: MULHERES NO AUTOMOBILISMO 27 de mar. de 2021 Rádio Bandeirantes

c) W Series Explained 16 de jul. de 2021 W Series

Por exemplo, em função do ativismo feminino, foram alcançados diversos avanços como nos direitos de contrato, de propriedade, direito ao voto,  na sua autonomia e à integridade de seu corpo, como nos direitos ao aborto e pelos direitos reprodutivos (incluindo o acesso à contracepção, a cuidados pré-natais de qualidade), pela proteção de mulheres e meninas contra a violência doméstica, o assédio sexual e o estupro, bem como na maior liberdade para exercer praticamente todas as atividades profissionais e em todas as áreas como as da ciência, educação, saúde, cultura, arte e esportes.

Assim, é inegável o avanço alcançado na questão da igualdade de gênero nos últimos séculos e anos, embora o pleno reconhecimento de igualdade de oportunidades e de condições entre os gêneros ainda esteja longe do adequado em várias atividades e regiões do Mundo.  

Automobilismo de elite em nível de F3 para as pilotas mulheres

Até agora, o automobilismo de elite era um dos poucos esportes em que a mulher tinha pouca ou quase nenhuma participação, cujo equacionamento eventualmente exigiria uma categoria exclusiva para as mulheres. Para tentar superar essa deficiência, em 10.10.2018, foi lançada publicamente a W Series como resposta à ausência de pilotos do sexo feminino nas categorias mais elevadas do automobilismo, como na Fórmula 1 (F1). A W Series busca mudar isso de uma forma inédita ao constituir uma categoria exclusivamente feminina como forma de treinamento e também para dar visibilidade às pilotas, com corridas ocorrendo nas mesmas datas e locais da F1.  

A primeira temporada foi realizada em 2019, em 2020 foi cancelada em razão da pandemia do Covid-19 e a segunda está sendo realizada em 2021, com início em 26.06.2021, como categoria de monopostos de nível Fórmula 3 (F3), com a participação de 18 pilotas, que competem em 8 etapas nas mesmas datas e locais da F1.

 W Series como incentivo para ascensão a níveis superiores

W Series tem enfrentado críticas, sob o argumento de que a categoria irá segregar as mulheres em vez de promover sua inclusão em séries estabelecidas. Alguns sugerem que o fundo de prêmios de US$ 1,5 milhão seria melhor investido, por exemplo, em um sistema de bolsas de estudo para apoiar o desenvolvimento de talentos em uma ampla gama de disciplinas do automobilismo, com ênfase nas crianças e nos jovens promissores.

Apesar dessas críticas, pode se considerar que o próprio desenvolvimento da W Series será um estímulo ao surgimento de talentos femininos, em nível de F3, que futuramente poderão até tentar integrar as categorias de elite estabelecidas sem segregação de gênero. 

Shoji

  

sábado, 11 de setembro de 2021

JOVENS EXIGEM AÇÕES JÁ EM DEFESA DO PLANETA

 Greta Thunberg aos 18 anos continua liderando movimento dos jovens contra o aquecimento global

Em 20.08.2018, Greta Thunberg, então uma adolescente estudante sueca de 15 anos, decidiu não frequentar a escola até as eleições gerais de 2018 na Suécia, marcadas para 9 de setembro, depois da ocorrência de ondas de calor e incêndios em seu país, sendo seus pedidos direcionados ao governo sueco para a redução das emissões de carbono, em cumprimento ao Acordo de Paris de 2015. Para marcar o protesto, ela sentou do lado de fora do Parlamento sueco todos os dias, durante o horário escolar em greve pela defesa do clima.

Após as eleições gerais, ela continuou a greve todas as sextas-feiras, ganhando inusitada atenção mundial, consolidando as chamadas “sextas-feiras pelo futuro”, que se espalharam por várias partes da Europa e por outros países, inclusive os EUA.

O impacto da ação da Greta é mais significativo ainda pelo fato dela sofrer da síndrome de Asperger, uma espécie de autismo, que é uma perturbação que afeta as capacidades de comunicação e de relacionamento social, e por ela ter sofrido uma crise de depressão aos 11 anos. 

 

Ref.: O emocionante discurso de Greta Thunberg na cimeira do Clima 23 de set. de 2019 TVI24

A força da liderança espontânea da Greta

Como prova da força da sua campanha, em 15.03.2019, sexta-feira, uma massa de jovens convocada pelas redes sociais marchou em 1769 cidades de 112 países para cobrar das autoridades maior atenção ao problema climático.

A força da influência de Greta nas questões climáticas levou ela a discursar na Conferência do Clima da ONU em dezembro/2018 na Polônia e em janeiro/2019 fez uma apresentação no Fórum Econômico Mundial de Davos na Suíça perante uma plateia formada pelos mais altos executivos e autoridades políticas e econômicas do mundo. Para fazer o emocionante e desafiador discurso para as autoridades mundiais na Conferência do Clima da ONU, em Nova York, em 23.09.2021, ela cruzou o Oceano Atlântico em veleiro movido à energia solar, pelo fato de não viajar de avião por considerar o seu combustível muito poluente.

Embora seja alvo de críticas pelos negacionistas do clima, como Donald Trump e Vladimir Putin, pela sua crescente influência no cenário mundial, Greta recebeu inúmeras honrarias e prêmios, incluindo uma bolsa honorária da Royal Scottish Geographical Society, o prêmio de “a pessoa do ano” pela revista Time em 2019, sendo a mais nova a receber esse título, inclusão na lista das 100 Mulheres Mais Poderosas do Mundo pela revista Forbes em 2019, e 2 indicações consecutivas para o Prêmio Nobel da Paz, em 2019 e em 2020.

 

Ativismo juvenil pelo futuro do Planeta

O protesto da Greta e dos jovens líderes ganha maior significado, respaldado por exemplo no recente Relatório do Painel Intergovernamental sobre o Clima (IPCC) da ONU,  divulgado em 09.08.2021, o qual alerta que a Terra está esquentando mais rápido do que era previsto, podendo atingir 1,5º C acima do nível pré-industrial entre 2030 e 2040, ou seja, pelo menos 10 anos antes do esperado. Ou seja, desde 1850, a temperatura média da Terra aumentou ao menos 1,1º C e mais no mínimo 0,4º C vai agravar os prejuízos ambientais como secas severas, ondas de calor, chuvas torrenciais e consequente enchentes catastróficas, tornados, incêndios florestais, aceleração do derretimento das geleiras, elevação do nível do mar e provável submersão de vários países insulares.

A atuação da Greta está inspirando uma geração de jovens líderes ambientalistas, preocupadas com o futuro do planeta ao redor do mundo.   E isso é muito significativo pelo fato desse movimento ser capitaneado não por velhas lideranças, mas sim por jovens e adolescentes, que são aqueles que, juntamente com as futuras gerações, serão os mais afetados pelo desequilíbrio ambiental que tem se tornado cada vez mais presente e visível em todo o mundo.

E o protesto é direcionado aos líderes do Mundo, pelo fato dos jovens, apesar de serem as prováveis maiores vítimas da catástrofe climática mundial, não terem ainda o poder de decisão por ações que já deveriam ter sido tomadas mas que, se efetivadas imediatamente, podem ainda amenizar os cataclismas climáticos futuros.

Shoji

  

sábado, 4 de setembro de 2021

TUVALU PRIMEIRA NAÇÃO INSULAR DO PACÍFICO QUE PODE SUBMERGIR

 O aquecimento global por efeito estufa já causam efeitos ambientais catastróficos nas pequenas nações insulares do Pacífico

O recente Relatório do Painel Intergovernamental sobre o Clima (IPCC) da ONU,  divulgada em 09.08.2021, alerta que a Terra está esquentando mais rápido do que era previsto, podendo atingir 1,5º C acima do nível pré-industrial entre 2030 e 2040, ou seja, pelo menos 10 anos antes do esperado. Desde 1850, a temperatura média da Terra aumentou ao menos 1,1º C e mais no mínimo 0,4º C vai agravar os prejuízos ambientais como secas severas, ondas de calor, chuvas torrenciais e consequente enchentes catastróficas, tornados, incêndios florestais, aceleração do derretimento das geleiras e elevação do nível do mar.

A redução sustentada nas emissões do dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa, no entanto, ainda pode limitar os efeitos catastróficos das mudanças climáticas e do aquecimento global, mas isso dependerá essencialmente do efetivo engajamento dos povos e países, que não pode mais ser postergado pois o tempo para se evitar o desastre de maiores proporções é cada vez mais curto.

Os efeitos do aquecimento global tendem a atingir a praticamente todas as regiões do planeta, embora em grau diferenciado, mas os desastres mais dramáticos e imediatos afetarão as pequenas ilhas do Pacífico pela elevação do nível do mar, de modo que várias delas estão ameaçadas de serem submersas nas próximas décadas.

 

Ref.: a) This AIRPORT is a PLAYGROUND! (Seriously) 22 de fev. de 2019 Drew Binsky

b) Tuvalu: Sea Level Rise in the Pacific, Loss of Land and Culture 27 de mar. de 2012 Nações Unidas

Tuvalu pode ser uma das primeiras ilhas a serem submersas

Segundo os especialistas, entre as nações insulares mais ameaçadas destacam-se Kiribati, Maldivas e Tuvalu. Tuvalu situa-se na Polinésia, composta por 9 ilhas e atóis, considerada a 4ª menor nação do Mundo, de somente 26 km2 e cerca de 11 mil habitantes, com o ponto de maior altitude de 5 metros, que depende essencialmente do mar, principalmente pela exploração da pesca. Mas, o mesmo mar que provê o sustento do seu povo já ameaça a existência dessa pequena nação insular, com as constantes inundações que prejudicam o cultivo agrícola, a obtenção da água potável e destroem as construções e casas litorâneas.    

 O mundo deve socorrer os refugiados ambientais

Com o aquecimento global e a conseqüente subida do nível do mar e ameaça à sobrevivência de pequenas nações insulares, deve-se agravar a questão dos chamados refugiados ambientais. Frente a isso, a comunidade internacional não pode se manter omissa, principalmente pelo fato de que a emissão de efeito estufa é essencialmente gerada nos países desenvolvidos. 

Para tanto, devem ser acordadas e formalizadas em tratados internacionais a necessária proteção àqueles que foram, são ou serão retirados de seus lares por fenômenos ambientais de efeitos catastróficos.  No caso de Tuvalu, países prósperos localizados nessa região como Austrália e Nova Zelândia devem assumir papéis de protagonistas, preparando-se para abrigar grande parte dos refugiados ambientais, que terão as atuais moradas inviabilizadas pela constante subida do nível do mar.

Shoji