Os patinetes elétricos podem ajudar a humanizar o caótico trânsito
urbano
Passeando por Telaviv, a cidade mais cosmopolita de Israel, em abril de 2019, chamou-me atenção a grande quantidade de pessoas usando patinetes elétricos não somente para lazer mas principalmente como meio de locomoção, aparentemente com bastante tranquilidade e em harmonia com o tumultuado trânsito típico de qualquer cidade moderna do mundo. O patinete se destaca por permitir ao usuário deslocar de forma ágil, silenciosa e sem causar poluição. Ele é de fácil utilização, cômodo, muito mais fácil do que a bicicleta, o que permite escapar do caos normal do trânsito.
Ou seja, o patinete se enquadra na micromobilidade, uma categoria de veículo levíssimo, elétrico e usados para pequenos deslocamentos, ideal para distâncias longas e cansativas para ser feito a pé e muito curtas para se ter o trabalho de tirar o carro ou mesmo a motocicleta da garagem.
Embora seja recomendado para distâncias curtas, por alcançar velocidade de até 20 km/h, permite-se fazer deslocamentos de até 30 km com uma carga de bateria, o que é uma distância considerável no meio urbano.
Para o uso mais seguro desses patinetes, várias questões devem ser resolvidas, como: (i) segurança dos usuários e não usuários; (ii) áreas em que podem ser usadas; (iii) locais de estacionamento ou devolução desses patinetes, aspecto muito importante para a viabilização dos serviços de aluguel e compartilhamento de patinetes.
Explosão dos serviços de aluguel ou compartilhamento
Em várias cidades do mundo e também no Brasil já há sistema de aluguel ou de compartilhamento de patinetes elétricos, mediante uso de aplicativo em celulares para permitir o destravamento do equipamento e o seu uso. Normalmente, cobra-se pelo destravamento inicial do patinete e pelo tempo de uso do equipamento, e não pela distância percorrida, devendo a retirada e a devolução ser feita em locais indicados pelo aplicativo. Para ser mais conveniente ao usuário, a tendência é a de permitir a devolução em qualquer local, desde que não atrapalhe o trânsito ou os pedestres, como já ocorre em várias cidades dos EUA.
Os patinetes são rastreados pelo GPS em tempo real e são recolhidos todas as noites por funcionários da empresa para que sejam recarregados, sendo o gasto de energia de cada equipamento equivalente ao necessário para carregar um computador pessoal.
A regulamentação deve ser pragmática e flexível para atender tanto ao usuário como ao não usuário
A regulamentação do uso do patinete elétrico será muito importante para atender aos interesses dos usuários e os não-usuários, mas isso deve ser feito sem pressa, com muita paciência, após avaliar o seu uso prático e todas as suas implicações, observando-se ainda as experiências de outas localidades não só do País como do exterior.
Por exemplo, em cidades como São Paulo, a tendência é a de restringir a sua circulação em calçadas, permitindo-se somente em ciclovias e ciclofaixas. Em algumas outras cidades, permite-se circular nas calçadas na ausência de ciclovias ou ciclofaixas. Segundo as normas do Conselho Nacional do Trânsito (Contran), a velocidade máxima do patinete elétrico é de 20 km/h nas ciclovias e ciclofaixas e de 6 km/h nas calçadas.
Serviços da Grin em Brasília-DF
A partir do dia 20.03.2019, estão disponíveis no DF os patinetes elétricos da Grin – start-up presente em mais de 15 cidades da América Latina, podendo esses veículos transitar em ciclovias e ciclofaixas, até o limite de 20 km/h e, se necessário, nas calçadas, com limite de 6 km/h.
O serviço funciona por meio do aplicativo, disponível na App Store e Google Play e através dele, o usuário se cadastra, encontra e desbloqueia o patinete mais próximo.
O custo é de R$ 3 para o desbloqueio e o 1º minuto de uso. Depois disso, cada minuto adicional custa R$ 0,50. Os 10 minutos do 1º passeio são gratuitos e o horário de funcionamento é das 6h às 22h.
O app informa a localização das Estações Grin, pontos da cidade nos quais é possível encontrar e estacionar os patinetes, que são monitorados em tempo real e recolhidos todas as noites pela empresa para serem recarregados.
Soji Soja
Nenhum comentário:
Postar um comentário